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segunda-feira, abril 25, 2016

microleituras

O Pe. Martins Capela (1842-1925) foi uma daquelas figuras fascinantes da segunda metade de oitocentos, simultaneamente erudito e abade de aldeia, pedagogo e universitátio, homem de gabinete e místico. Embora a memória eclesial se mantenha na remota aldeia natal de Carvalheira, nas faldas do Gerês, o seu contributo para a cultura portuguesa -- que soube enriquecer com prosa de estilista, da teologia à literatura de viagens, passando pela crónica de imprensa -- reside no trabalho aturado de historiador, arqueólogo e epigrafista, cujo opus magnum é Miliários do Conventus Bracaraugustanos em Portugal (Porto, 1895), obra ainda hoje de referência no que respeita à Epigrafia Latina e ao estudo da civilização romana no nosso território. Desde criança habituado a ver a estrada da Geira, que lhe passava à porta de casa, ao levantamento das inscrições -- hoje emblemas da vila de Terras de Bouro --, dedicou o melhor do seu saber. A tradução desse livro para alemão pelo eminente Emil Hübner, é reveladora dessa valia.
Este livrinho de Ademar Ferreira dos Santos, edição singela e meritória da escola de que é patrono, é uma excelente cronologia sintética, seguida de apêndice com evocações coevas.

incipit: «1842 / Foi no dia consagrado aos Santos Apóstolos Simão e Judas (28 de Outubro) do ano da graça de 1842, que nasceu no lugar do Assento (1) da freguesia de Carvalheira (concelho de Terras de Bouro) uma criança do sexo masculino a quem puseram o nome completo de Manuel José Martins Capella -- Martins Capella, que eram os apelidos do pai (António Joaquim); Manuel José, que eram os nomes próprios do irmão predilecto da mãe (2) (Maria Custódia Rodrigues Salgado e Carneiro).

Ademar Ferreira dos Santos, Martins Capela -- Notas Biobibliogtáficas (1992)

(também aqui)
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