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sexta-feira, julho 14, 2017

Liu Xiaobo

É da natureza das ditaduras totalitárias não haver complacência para com a dissidência. Liu Xiabo, pelo pouco que dele sei -- e poderia, e deveria saber mais, pois há pelo menos um livro seu publicado entre nós: Não Tenho Inimigos, não Conheço o Ódio --, foi um preso de consciência na verdadeira acepção do termo: um pensador livre e pacifista. Uma voz ética e moral, a mais perigosa das subversões, portanto.

quarta-feira, outubro 14, 2015

se o governo de Angola não se dá ao respeito, não merece ser respeitado

Nunca alinhei naqueles ataques a Angola por causa da corrupção e assuntos afins. Por várias razões: em primeiro lugar, porque considero uma atitude neo-colonialista. Depois, sobre corrupção, não temos lições a dar a ninguém, muito menos a uma ex-colónia. Quinhentos anos de colonização são quinhentos anos de pilhagem e morte. Portanto, quanto a isso, muito cuidadinho e decoro.
Outra coisa são os direitos humanos! Aí não há países nem ingerências nem sensibilidades nem cerimónias. Por isso, quando um governo de qualquer país atenta contra a dignidade do ser humano, impedidndo-o de se manifestar e encarcerando-o, tem de estar sob forte pressão condenatória da comunidade internacional.
Assim, enquanto o governo e a justiça angolanas não se comportarem civilizadamente neste caso dos jovens detidos, entre os quais está o grevista da fome Luaty Beirão (estou-me nas tintas para a nacionalidade dele, dupla ou tripla), a denúncia do caso e execração da atitude do governo de Angola -- que tem de acabar rapidamente com esta farsa -- é um dever de todos os que têm a Liberdade de consciência e de expressão como valor absoluto e sagrado. 
E já agora, com Luaty Beirão, quero lembrar outros presos políticos: o palestiniano Marwan Barghouti, o curdo Abdullah Öcalan, o chinês Liu XiaoBo, o australiano Julian Assange e o norte-americano Edward Snowden.