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sexta-feira, dezembro 06, 2024

JornaL - a Roménia como mais um bantustão

Tribunal constitucional anula resultados das eleições presidenciais na Roménia. O TikTok, não é?... Eu acho que parece mais o estertor do liberalismo, aqui e ali, tomado que foi, à direita e à esquerda, pelo rapinanço capitalista. De Blair a Sarkozy, de Hollande a Boris Johnson, de Macron a Starmer -- o que são estes gajos senão bonecos? Claro que as interferências não terão faltado, não sejamos ingénuos; mas anula-se umas presidenciais num país como a Roménia por causa do tiktok, como se fosse um bantustão ou uma república das banas?... Pelos vistos é. Tenha sido condicionado pelas redes sociais, ou estejamos a assistir um golpe do seu TC, o país fica mesmo mal no retrato. Depois do facínora ridículo que foi Ceausescu, o país do Mircea Eliade merecia melhor.

terça-feira, novembro 19, 2024

ucraniana CCLXVIII - a casca de banana posta pelos Estados Unidos à Europa, algumas notas

1. Desde o fim-de-semana que aguardo uma declaração de Trump sobre a decisão (aparentemente pífia, mais uma...) de Biden em permitir o uso dos mísseis em solo russo. Não aconteceu até agora, o que confirma a minha suspeita inicial de a decisão ter sido concertada entre os dois.  A circunstância de o filho de Trump ter vindo criticar asperamente o ainda presidente, não quer dizer nada, ou antes, poderá fazer parte da mesma táctica, que, no raciocínio que lhe estará subjacente, tem algum sentido, ou seja: Trump não quer aparecer como o líder que possa ceder em toda a linha a Putin -- já basta o que basta, da retirada vergonhosa do Afeganistão, às humilhações infligidas pelo aliado israelita, culminando na "estratégia" indigente de enfraquecimento da Rússia com a guerra que provocaram na Ucrânia, um falhanço em toda a linha, pelo menos até agora.

2. Trump, aliás, quer ver-se livre daquilo rapidamente, antes de os Estados Unidos sofrerem ainda outra e não menos grave humilhação que será a capitulação da "Ucrânia", ou seja a derrota em toda a linha dos americanos e dos seus satélites europeus. 

3. A casca de banana: um envolvimento maior da Europa combinada (UE e países Nato), depois de os americanos saltarem da carruagem em andamento. Criaturas desprezíveis como Úrsula e Borrell fazem por isso, acolitadas pelo CEO francês, Macron, e o assistente social Starmer. Scholz resiste, principalmente ao belicismo dos futuros ex- companheiros de coligação "Verdes", que, se deus quiser, serão varridos do parlamento; Meloni é uma incógnita, apesar de querer mostrar-se respeitável diante da UE e da Nato -- não só por causa do putinista Salvini, como pelas relações da Direita radical, em que sobressai Orbán. Mas isto é mercearia. O que conta é a vontade de Trump largar o atoleiro que em Biden e os seus bandidos meteram os Estados Unidos. A bandidagem de Trump orienta-se para outras latitudes.

4. Já aborrece escrever a propósito do esgoto informativo, mas a imprensa popular e popularucha, a começar pela cnn, está sedenta de sensação e de sangue. Na cnn-Portugal, talvez veiculando "notícias" da casa-mãe, anunciava-se no último domingo que França e Inglaterra já haviam dado as autorizações de emprego dos seus mísseis em solo russo, para no dia seguinte afirmarem o contrário, como quem bebe um copo de água. E já não falo em alguns comentadores que parecem bem esportulados. Haverá sempre um saco azul algures para pagar a estes mercenários do teclado.

Conclusão: o que os Estados Unidos querem é pôr-se ao fresco, deixando a Europa com o menino nos braços. Que isso possa dar início a uma guerra em larga escala na Europa, é algo que os neocons "à solta" (Carlos Branco) têm por aceitável -- e, quem sabe, até desejável para aquelas cabeças ("Fuck the EU", não é?). Mas como tenho dito, quem acredita que uma guerra entre a Rússia e as potências europeias deixariam de lado os Estados Unidos? Eu não acredito -- nem seria justo que os EUA escapassem ilesos enquanto o Velho Continente passa por mais uma destruição. Isso não vai acontecer.

sexta-feira, setembro 13, 2024

ucraniana CCLXIII: o que vale é que os nossos generais-falcões estão aí para nos sossegar. E se os russos responderem?

1. Não sei o que se irá passar quando Starmer se encontrar com Biden. Sempre receei este momento: perante a possibilidade de Trump ganhar as próximas eleições, os neocons que funcionam com democratas e republicanos arriscarem, em desespero, subir a parada. Os ingleses, cães-de-fila dos americanos.

2. Entretanto um dos maiores criminosos de guerra vivos, Dick Cheney, declarou apoio a Kamala Harris, como se houvesse dúvidas sobre o que é o partido democrata. Aterroriza-me mais a influência deste facínora e doutros do mesmo jaez, que o aldrabão do Trump, com a sua campanha dirigida ao gado eleitoral, a propósito da dieta alimentar dos imigrantes.

3. Quando foi eleito, Zelensky, que não era o candidato dos americanos, prometeu trazer a paz à Ucrânia. E trouxe: a paz dos cemitérios.

4. Cenários para o cumprimento da ameaça: ainda consigo achar graça às ameaças de Medvedev. Claro que, subindo a parada, os russos não atacarão a Grã-Bretanha, nesta fase. Prevejo, nesse caso, duas possibilidades, para além de cenas malucas no ciberespaço, o pão-nosso-de-cada-dia: uma ameixa nuclear táctica em solo ucraniano, com um alvo muito bem escolhido (Lviv, quem sabe? Seria uma mortandade...); ou uma acção contra a Inglaterra directamente proporcional à sabotagem dos Nordstream. Acredito mais nesta possibilidade.

5.  O que vale é os nossos generais-falcões, Isidro e Arnaut, nos garantirem de que isto é tudo paleio dos russos, ou seja, vão comer e calar, ou ladrar e não morder. Não sei. Parece que os russos já têm dinheiro para comprar botas, e aumentaram as importações das máquinas de lavar...

quinta-feira, setembro 05, 2024

ucraniana CCLXII: paulatinamente, eles tornam aceitável, não a guerra, mas a ideia de que estamos em guerra e da sua inevitabilidade

Eles há muitos, alguns são até militares. Hoje ouvi duas dessas duas personalidades. 

O comandante João Fonseca Ribeiro, na RTP3, dizendo basicamente isto: o próximo ano será de grandes decisões, e não é altura para líderes políticos "medrosos", uma vez que há que esperar que a Rússia ataque o ocidente europeu; ou então prevenir esse ataque. (Subjacente está a lengalenga de que a Rússia se prepara, mais cedo ou mais tarde para atacar países Nato, o que nem as criancinhas ou mesmo a minha cadela acreditam, por muito teatro que faça Trump.) Suponho que, para devem os países europeus (hoje citados por Zelensky) já autorizar o emprego do armamento ocidental no ataque, esquecendo-se de dizer que muito desse armamento é operado não por ucranianos, mas por militares ocidentais -- algo que um imbecil como o Borrell nem se preocupa em elucidar os cidadãos da UE. Presumo também que para Fonseca Ribeiro os medrosos sejam: Biden, Scholz, Starmer e Macron; e que os exemplos a seguir sejam as formigas aterrorizadas do Báltico ou quem sabe o insigne Boris Johnson, estrénuo representante dos nossos valores democráticos e liberais.

A segunda personalidade ouvida, desta vez na cnn-Portugal, Diana Soller (tinha de ser) disse que a China por enquanto não é um perigo militar perceptível, ao contrário da Rússia, que está em guerra contra os europeus. -- Como se sabe, foi a Rússia que se expandiu e não os Estados Unidos, via Nato. O mundo de pernas para o ar...

E por aqui me fico, reforçando que o propósito destes comentadores, ou pelo menos parte deles, é a de que vamos lentamente assimilando a necessidade do sacrifício. Em que grau, cada um saberá (saberá?).

Isto é inaceitável, e deve ser contraditado por todos quantos acham que há mais a fazer do que sermos joguetes dos americanos. E não digo isto por "pacifismo"; se há coisa que os portugueses fazem bem é a guerra, apesar de bisonhos. Da Guerra Colonial, em que éramos ocupantes seculares, recuando à Lusitânia que resistiu a Roma por mais de um século, se há coisa que este povo sabe fazer é bater-se -- mas, por favor, fazê-lo em nome dos interesses de outros por causa dos anões políticos que temos tido, vai um passo que só a inépcia e -- agora sim -- o medo, comandante Fonseca Ribeiro -- explicam.

domingo, agosto 11, 2024

JornaL: Catalunha, Inglaterra, Israel/Palestina, Ucrânia, Venezuela

De férias, e sem telejornais, compro o jornal todos os dias, ouço o noticiário na rádio, quando calha, raramente vou ao online ler/ouvir notícias, a não ser os três militares cujas análises não perco (Agostinho Costa, Carlos Branco e Mendes Dias) e Tiago André Lopes, um dos poucos civis digno de ser escutado.

Catalunha. Puigdemont apareceu e não quis fazer o favor ao juiz franquista que não se conforma com a amnistia. Uma nota para os palermas dos jornalistas que relutam escrever a palavra exílio, no que respeita ao líder catalão, comprazendo-se e babando-se a falar em fuga. Aquilo é mesmo a base da cadeia alimentar do poder.

Inglaterra. Não sei se é suficiente, mas apreciei a rapidez com que têm arrebanhado o gado à solta nos motins, e a repetida advertência de Keir Starmer que a escumalha das ruas vai sentir sobre si toda a força da Lei. Espero que sim.

Israel / Palestina. Se Netanyhau é um comprovado criminoso de guerra, contumaz e relapso, a troupe do Biden e seus aliados não passam de bácoros porcos suínos. Dezanove mortos num ataque a uma escola. Podem limpar o cu com os vosso valores.

Ucrânia. No mesmo dia o jornalismo analfabeto (Antena 1, Jornal de Notícias): a Rússia atacou um supermercado com um míssil. Já faz mesmo rir como estes incapazes seguem a propaganda do poltrão do Zelensky.

Venezuela. Maduro, um zé-ninguém que foi escolhido por Chávez, vá-se lá saber porquê, não divulga as actas porque nem sequer assumir a chapelada. Entretanto vai prendendo. Só se percebe o silêncio do trio Brasil-Colômbia-México num contexto de negociações em que o palhaço e a sua clique se safe airosamente. Entretanto, os do costume já foram descobrir pecados mortais cometidos pelo ex-embaixador no tempo do socialismo corrupto que governava a Venezuela. Como se uma nódoa saísse com sujidade... Não suporto esta mentalidade sectária de escravos.   

quarta-feira, julho 31, 2024

duas ou três coisas que têm de ser ditas sobre o Hamas, dirigidas à cabeça de alguns atrasados mentais do chamado centro-direita

Não sei se Ismaiyl Haniyeh, hoje abatido em Teerão pelos israelitas, era do lado moderado do Hamas, como agora muitos dizem, ou não. O que sei, ou julgo saber, é o seguinte.

Em 2007 (como então escrevi), houve uma possibilidade de o Hamas reconhecer as fronteiras de Israel de 1967, tal como o havia feito a OLP. Claro que foram ignorados e rechaçados (e já agora mantidos no lúmpen paraterrorista de onde nunca saíram). Nem os Estados Unidos, presididos pelo anedótico W., numa administração de assassinos ou carreiristas, ou a Grã-Bretanha, com o recém empossado coninhas Gordon Brown (que faz lembrar muito o actual Starmer), a dar asas diplomáticas ao criminoso de guerra Blair, permitiriam outro desfecho. Uma das muitas oportunidades perdidas para a paz, que parece cada vez mais distante.

Hanyieh podia ser líder de uma organização político-militar confessional sectária; e era. Podia ser um criminoso de guerra, e era, como são todos os que atacam civis; mas independentemente disso era o líder de uma facção palestina que luta contra a ocupação do seu país, alvo de terrorismo de estado.

Para os retardados, tão lestos em vociferar contra o Hamas, e tão contidos em condenar Israel, eis o seguinte;

1. O Hamas não é um grupo terrorista -- ou é-o tanto como o foram o PAIGC, o MPLA e a FRELIMO -- ou seja é um grupo insurgente que luta contra a ocupação estrangeira do seu território, recorrendo, por vezes, a acções terroristas, aliás imperdoáveis, como as dos ataques aos kibutz em 7 de Outubro de 2023, com a chacina que se conhece.

2. O estado de Israel é dirigido por terroristas, e por um primeiro-ministro que é também um vulgar vigarista de delito comum. A barbárie de uns não absolve ou justifica a barbária de outros. Qualquer analista ou comentador que não se apresente isento, independentemente de maior ou menos simpatia por um dos lados, não passa de um vulgar charlatão.

3. Tenho visto alguns dos pobres pivôs da CNN-Portugal (o canal noticioso menos mau, excluindo o Now, que ainda vejo pouco), tenho visto e ouvido parte daquelas verduras classificar o Hamas como terrorista. Estes meninos mereciam orelhas de burro, e talvez os professores de "comunicação social" das universidades que frequentaram. Quem designa o Hamas como terrorista são os israelitas, americanos e respectivos aliados; países do próximo e médio-oriente, a começar pela Turquia, não os designam assim. A estes meninos deveria ensinar-se-lhes de uma vez por todas que, por uma questão de compostura, não podem chamar terroristas nem ao Hamas nem já agora ao governo israelita, uma vez que isso significa tomar partido por um dos lados. E o papelito do pivô, por exemplo, não é esse.

4. Para alguns observadores: independentemente de uma maior ou menor ocorrência por cá dessa coisa estranha que dá pelo nome de antissemitismo, classificar como tal todos quantos criticam o governo criminoso de Israel é demonstração pura do seu analfabetismo funcional -- ou então, uma vez mais, da sua charlatanice.