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quarta-feira, novembro 06, 2024

ucraniana CCLXVI - e agora?

A retumbante vitória de Trump não vai deixar apenas Zelensky certamente de malas aviadas e em maus lençóis; deixa-nos também, UE, com uma relação com a Rússia em cacos. Não vale a pena repisar a subserviência e a estupidez das lideranças europeias, que, com honrosas excepções, se esqueceram de que tinham não apenas um vizinho poderoso a Ocidente, mas também a Leste -- que, seguindo a "estratégia" burra dos neocons que mandam em Washington, menorizaram o colosso russo, pobres coitados. Menorizaram a Rússia, hostilizaram-na e lançaram-na nos braços da China. Mais uma vez na história da política externa norte-americana, conseguiram o oposto do que pretendiam.

E agora as von der Leyen, a fulana da Estónia que ficou com a alegada política externa europeia, a chanfrada do Parlamento Europeu e o Costa e as suas pontes vazias e para lado nenhum?... Vamos ter cinco anos com estes tipos ou tratarão rapidamente de virar o bico ao prego, ou, melhor, serão esvaziados do excesso de protagonismo que, principalmente a Ursula se autoatribuiu, no meio dos scholz e outros macrons?

Sim, Trump é imprevisível, mas não é estúpido, e tem instinto, como se vê. E J. D. Vance, que provavelmente lhe sucederá na presidência dos Estados Unidos, tem um pensamento bastante estruturado. É isolacionista e não vai em wokismos anti-Putin. Há uns meses, ainda antes de Kamala, picava: "Queres que o teu filho morra no estrangeiro numa guerra estúpida? Vota em Biden." Eloquente, ainda mais se nos lembrarmos que Vance é um antigo combatente, no Afeganistão. 

Mais ou menos à margem: quem ainda vai atrás de televisões, centrais de propaganda como a cnn central, reproduzindo-a bovinamente? "Empate técnico", não era? Eu sempre tive um feeling de que Trump ganharia, mas nunca desta maneira. Aliás, creio que nem o próprio.

domingo, agosto 25, 2024

América. votar em que manicómio?

Se fosse americano, provavelmente votaria em branco. 

Ou talvez em Kamala Harris, para evitar o manicómio evangélico, que apoia Trump, fanáticos e doidos varridos, na primeira linha contra o direito das mulheres a abortar, que ensinam livremente o criacionismo em escolas ("Deus criou o mundo em seis dias, e ao sétimo descansou."). Por outro lado, Trump tem a seu crédito duas coisas: a administração que liderou não iniciou nenhuma guerra (embora o Irão não tivesse sido atacado por uma unha negra...) e, como tenho dito, multimilionário, Trump pertence à categoria dos que compram presidentes; é suficientemente rico para ser comprado -- embora eu esteja convencido de que ele não tem vergonha nenhuma em beneficiar-se usando o lugar.

A sua política em relação à China foi brutalmente agressiva, mas não creio que vá muito mais além do da de Joe Biden; tal como, em relação à Israel e à Palestina, a sua política não difere em nada, a não ser que por Trump a coisa já estava feita, enquanto que com o actual presidente o massacre é mais lento, à mistura com declarações pias e humanistas. Lágrimas de crocodilo.

Em relação a Kamala, muito mais gira que Trump, é verdade e, supostamente, com uma sensibilidade social que Trump não tem. Mas fica-se por aqui. Não sei nada sobre a política interna americana, nem estou muito interessado. Sei que os democratas estão minados pela corrupção (não sei se mais se menos que os republicanos), que a vigarice interna é tal, que Sanders foi descaradamente roubado nas eleições internas há oito anos em benefício da geena Clinton. E isto sem falar no manicómio woke.

Mas como sou europeu, neste momento prefiro a vitória de Trump, com a esperança de que ele não seja um boneco do complexo militar-industrial americano, e se ponha fino com o Putin. Coisa que os imbecis desta administração não conseguiram, porque os neo-cons que lhes dão umas "lições" de geopolítica e os patrões da indústria de armamento, que lhes pagam, acharam que o Putin não era osso duro de roer, pobres estúpidos.

Putin fará o que quiser e ditará a paz nas suas condições, a não ser que o plano que está por detrás das acções do caquético Biden -- uma guerrazinha na Europa, quiçá, e com os anões do Velho Continente veneradores e obrigados, a servi-lo --, vá em frente com a vitória de Harris, o que também não é certo.

De resto, nada é certo nas eleições americanas; apenas Trump parece perceber que com a Rússia, e em especial com a Rússia de Putin, não se brinca. E, portanto, estou aqui para ver e aplaudir, assim o espero, mais uma derrota dos Estados Unidos -- que os patetas nos querem vender como fonte de virtudes democráticas, mas que, em política externa, não tem passado de coio ou palanque de vulgares bandidos e criminosos de guerra.  

quarta-feira, março 29, 2023

quando um presidente norte-americano usa a palavra democracia, ou os mortos não (se) contam

 País de plutocratas, assente sobre o genocídio dos indígenas, racismo estrutural e imperialismo predatório (um pleonasmo), em que uma inegável liberdade de expressão, de credo e iniciativa individual não esconde uma colossal massa amorfa de subcidadãos largados à sua sorte e consumidores escravizados, pasto fértil dos mercados, desde logo o negócios das armas, tão importante dentro de fronteiras como fora delas. Os mortos não (se) contam.

Banda sonora: Khail El'Zabar, em tempos Clifton Blackburn...  

terça-feira, março 07, 2023

(ucranianas CLXXI bis)

 Em tempo: devo ter sofrido um curto-circuito, pois esqueci-me de dizer, a propósito deste arrazoado, que nem uma palavra a respeito do imperialismo americano. Talvez pela sua benignidade, trazendo consigo a democracy. Que o digam, entre outras, os milhares de iraquianos com as família destroçadas. Mas, claro, nessa altura havia as armas de destruição maciça, cujas provas da existência Durão Barroso viu.

segunda-feira, outubro 24, 2022

de acordo com o Sarkollande (ucranianas CXXXVII)

 A lei do mais forte não deve prevalecer, disse Macron em Roma.  Ferpeitamente! No entanto, este sonso sarkollande em segunda mão não se referia ao óbvio -- a circunstância de as forças armadas americanas serem. só por si, maiores e mais poderosas que as de todos os outros países juntos. É por isso que, conhecendo-lhes o cadastro, dou sempre de mãos postas graças a deus por haver pelo menos um país no mundo que os obriga a pensar várias vezes antes de cada golpada.  

quinta-feira, outubro 20, 2022

quem deu gás aos aiatolas? (adivinha

antiamericana primária, secundária e terciária): pois quem houvera de ser? Sempre os mesmos. E porquê? (pergunta incrédula: o Grande Satã?...): porque um primeiro-ministro iraniano achava que os proventos do petróleo, também ele iraniano, deveriam reverter para o... Irão -- e não para a Anglo-Persian Oil Company. E o que faz a CIA, mancomunada com os ingleses? Instiga a revolta junto do clero xiita com ascendente sobre o povo ignaro (Mossadegh era um jurista laico, intelectual e cosmopolita, além de patriota). E a partir daí foi sempre em crescendo de miséria política até à revolução islâmica de 1979, em que por justiça poética, o fantoche que ocupava o trono (filho, aliás, de um usurpador militar que se autoproclamou xá) foi atirado borda fora pelos mesmo aiatolas que, no início do seu ridículo reinado, tudo haviam feito para derrubar o verdeiro estadista.

terça-feira, janeiro 07, 2020

os bárbaros

Sem abordar a questão do Médio Oriente, que tem de ser vista à luz de um secular mosaico pluriétnico, registo: se o general iraniano  Qasem Soleimani não estava no Iraque propriamente em missão de Boas Festas -- e com isto não faço nenhum juízo de valor --, e que, portanto, é uma baixa de guerra, onde se dá e leva, a circunstância de o idiota do Trump ter ameaçado o património histórico do Irão, é revelador de que, apesar de nos Estados Unidos se situarem algumas das melhores universidades do mundo com a respectiva massa crítica, a verdade é que praticamente tudo o que o antiamericanismo mais larvar deita cá para fora não anda longe da verdade. Sim há um Wilson e um Rossevelt, um Walt Whitman e um Mark Twain, mas são enfeites; o focinho da América é mesmo a cara do actual presidente (e já agora do seu secretário de estado) -- e nisso muito mais verdadeiro do que aquela figura de vitelo desmamado do Clinton ou de um porventura equívoco chamado Obama.  

quarta-feira, julho 18, 2018

cacarejos sobre a cimeira Putin-Trump

No meio do cacarejar geral, ainda não li ou ouvi nada a respeito da declaração de Putin e Trump sobre a necessidade da defesa do estado de Israel. Declaração que se conjuga  com a questão da Palestina e, mais premente ainda, o problema do Irão. Putin poderá ser essencial para travar os ímpetos belicistas da administração americana e do seu instável presidente e do governo de Netanyahu, pois é no Médio Oriente que se joga a segurança mundial, muito mais do que nas Coreias. Enfim, coisas de somenos; o que interessa é o folclore do Trump e a nada inocente diabolização do Putin, mais do que suficiente para desviar as atenções do essencial.

terça-feira, março 27, 2018

pulhítica externa

Diga-se que até estou admirado com o nosso governo, com uma atitude própria, se bem que alinhada com os aliados -- como parece que não podia deixar de ser --, no que concerne a mais esta estória mal contada. 
Mesmo que tenham sido os russos, ninguém acredita piamente nos aldrabões deste lado: ontem eram as interferências do Kremlin nas eleições americanas, que afinal parece que provêm dum consórcio anglo-americano; hoje é a putéfia que espancava o Trump nas nalgas, já multimilionária à custa deste franjinhas que anda sempre metido em sarilhos e para o qual já não há cu que aguente.

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

O Trump a entrar nos eixos

Enfim, ainda estou para ver, dada a natureza da personagem. No entanto, um avisozinho a Israel, contra a extensão dos colonatos, não para solucionar o problema, mas para dar a ideia de alguma imparcialidade, aliás impossível no actual contexto internacional. Só que aquele problema não é regional, por isso os EUA vão procurando ganhar tempo. Tem sido essa a sua política para a região.
Por outro lado, acabamos de assistir à condenação da política russa na Ucrânia, por parte da embaixadora americana na ONU. Das duas uma: ou Trump já está devidamente enquadrado pelo complexo militar-industrial, que é o que determina em boa parte a geopolítica dos EUA, ou tratou-se de declarações para europeu ouvir e aquietar.

domingo, janeiro 29, 2017

América: o desfile dos horrores

Sem contar com Obama, acho que tenho de recuar a Jimmy Carter para encontrar um presidente decente dos Estados Unidos. Reagan, foi aquela desgraça do reaganomics e o presidente que empurrou os Sandinistas para os braços da URSS, porque aquela testa não concebia outra coisa senão apoiar um ditador anticomunista, mesmo que fosse um ladrão reles e sanguinário. O colapso da União Soviética, esgotada e com pés de barro, era uma questão de tempo, como se viu, quando tudo se esfumou. Bush pai, embora tenha conseguido formar uma coligação de grande significado para reverter a invasão do Koweit por Saddam Hussein, internamente, foi uma anedota. Clinton, com aquele ar de vitelo mas desmamado, além de idiotices como a criação do Kosovo, temos de agradecer-lhe a desregulação do sector bancário de retalho, que viria a descambar na crise de 2008. Uma vergonha. De W., nem vale a pena falar. Trump ainda agora começou; não sei como irá acabar, se irá acabar.  Mas se acabar antes do termo do mandato, significa que, a substituí-lo, ficará aquela aberração do tea party, chamado Pence, tão do agrado do Bible Belt e do Ku-Klux-Klan, talvez ainda mais perigoso. Trump não tem ideologia, é um vendedor de banha-da-cobra, e defenderá tudo e o seu contrário, como é seu hábito. O outro talvez já fie mais fininho. 
Por outro lado, a reacção popular, dos presidentes de câmara e governadores da América civilizada, dos magistrados, são um sinal de esperança. 

quinta-feira, janeiro 19, 2017

Barack Obama

Quando Obama ganhou as primeiras eleições, escrevi isto. No fim do segundo mandato, escreveria praticamente o mesmo. Na política interna, tanto quanto me é dado ver, foi um extraordinário presidente, pois recebeu o país nas lonas, conseguindo recuperar a economia e o emprego. O que seria se o recebesse numa situação de normalidade... No entanto, os problemas 'raciais' (não há raças humanas...) agravaram-se e o mal-estar de que os analistas têm falado deixa este amargor na véspera de deixar o cargo.
Nunca fui muito optimista, mas estava longe de imaginar que o mundo estaria como está hoje, em grande parte por responsabilidade dos antecessores de Obama, uma vez que não se pode recriminar o presidente cessante por ter querido retirar as tropas americanas do lodaçal iraquiano, crime da administração anterior, contra a qual esteve. Se o acordo com o Irão ou o restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba, para além da execução do bin Laden, são feitos assinaláveis, não escondo que me desapontou a sua moleza diante do governo radical israelita, no que respeita à política de colonatos; e a forma pouco hábil com que lidou com a Rússia, saindo, aliás, a perder em toda a linha no confronto que alimentou -- ou deixou alimentar -- com Putin, sem benefício para o Ocidente, mas certamente regalando alguns falcões e a indústria de armamento.

sexta-feira, dezembro 30, 2016

o enigma Obama

Ainda não descortinei a estratégia de Obama, a dias de abandonar a Casa Branca: o arrufo com Netanyahu, depois de dois mandatos de passividade e até de humilhação; o coroar das tensões com a Rússia, com a expulsão de diplomatas, já respondido na mesma moeda. Quer condicionar Trump?  Mas não está em condições de o fazer.Há uma coisa que confrange: este lento e dir-se-ia inglório agonizar de uma administração liderada por um homem superior, que parece capturado por outros poderes. Guantanamo aí está para levantar as maiores dúvidas acerca do raio de acção do ainda presidente americano: o mesmo que tendo assistido em directo ao abate de Bin Laden, se mostra incapaz de cumprir uma promessa eleitoral, repetida na segunda campanha, de mandar encerrar aquela prisão.

terça-feira, novembro 22, 2016

Tulsi Gabbard

... e de repente, uma visão. Tulsi Gabbard, congressita democrata, apoiante de Bernie Sanders, veterana da Guerra do Iraque e surfista, encontra-se com Trump. Não por ter passado a achar que este é aproveitável em várias matérias, mas porque numa questão fundamental, ela percebe que 1) o inimigo é o radicalismo islâmico; e 2) que a escalada com a Rússia não traz nada de bom. Vale a pena ler o seu comunicado. 
Oh, les beaux esprits (não ela e o Trump, claro, mas ela e eu)...

quarta-feira, novembro 09, 2016

aliviado, mas apreensivo

(continuação do post anterior)

A derrota de Hillary Clinton, uma falcoa despreparada e simplória (lembrar que apoiou a invasão criminosa do Iraque, ao contrário de Obama), deixa-me aliviado. A perigosíssima derrapagem da política externa americana em relação à Rússia (não sei o que pensar sobre Obama, a este propósito), pode ter sido travada. O resto é escuridão.

eleições americanas: o boi e a tontinha (conjecturas)

Vou para a cama, com a sensação de que o boi do Trump ainda pode ganhar isto. Se fosse n-americano, talvez votasse num terceiro candidato, eventualmente Jill Stein; ou talvez em Hillary, aterrorizado. Mas como sou europeu, medomedo, tenho é desta tontinha, que parece querer afrontar a Rússia (com os europeus a fazerem o papel de idiotas úteis). O que será o neo-isolacionismo americano, pretensamente defendido por Trump, é para mim um mistério. E, se calhar, para ele também.

terça-feira, março 04, 2014

do Século XIX às Invasões Bárbaras, passando por MST

Quando vejo o John Kerry dizer que a Rússia está a comportar-se como uma potência do séc. XIX (no que tem inteira razão, olha a novidade...), não devia esquecer-se que o país dele, já este século, a propósito da II Guerra do Iraque, teve uma actuação não do século XIX, mas do tempo das Invasões Bárbaras -- que foi isso que significou o saque e o morticínio de Bagdade.
Portanto, quando oiço estes gajos, rio-me porque não os posso mandar à merda.
Já os papagaios e as papagaias dos telejornais -- sufoco com tanta estupidez e analfabetismo. Até agora, e ouvi pouca gente, só o Sousa Tavares disse coisas acertadas.