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terça-feira, maio 24, 2016

Os colégios subvencionados, a economia de mercado, os casos de polícia, a juventude do PSD, as agências de comunicação e as estratégias de Passos & Cristas

1. Passos Coelho, com a coerência, rectidão e lisura que o povo lhe reconhece, veio carpir-se pelos professores dos colégios privados que eventualmente fiquem no desemprego. Nem vale a pena referir que, previsivelmente, alguns desses professores serão necessários nas escolas públicas; o que aqui me interessa vincar, mais uma vez, é a vigarice política deste indivíduo, o governante que mais gente mandou para o desemprego, que mais famílias desestruturou desde que há memória. Vergonha na cara, não existe.
2. Economia de mercado. É muito bonita para os outros, mas não serve, quando precisamos de pagar favores.
3. Excelente reportagem no «6.ª às 9», na RTP. Ficámos a saber, em mais um episódio em que o Estado é posto ao serviço dos interesses particulares, que, em várias ocasiões, as escolas públicas foram impedidas de abrir turmas, para as quais tinham disponibilidade, obrigando, de facto, os alunos a inscreverem-se nesses colégios particulares, no outro lado da rua. Há aqui bom trabalho para Ministério Público, PJ, etc.
4. Casos de polícia: isto tresanda a tráfico de influências e corrupção. Também seria bom que alguém denunciasse ao Ministério Público a manipulação (coacção?) que os interessados no actual status quo exercem sobre crianças que vêm para a rua manifestar-se.
5. As agências de comunicação a trabalhar: a JSD, elaborou (boa piada) um cartaz com Mário Nogueira a fazer de Stálin e Tiago Brandão Rodrigues em pose de marioneta. Presumo que boa parte desses meninos pense que o Estaline possa ser um émulo do Darth Vader.. 
6. A ideia que dá é que o PSD, para além de não ter um pensamento, também não tem estrategas, e que tudo está entregue às tais agências de manipulação. Muito me espantaria que a generalidade dos cidadãos veja alguma razoabilidade na subvenção destas escolas, havendo oferta pública. Muitos percebem, mas ao contrário da percepção dessas luminárias que orientam o partido: há alguém a beneficiar ilegitimamente dos favores do Estado, e o PSD aparece a dar-lhes cobertura -- é isso que é apreendido pelos cidadãos. Outra coisa que os portugueses não percebem (ou então percebem-no muito bem) é a propalada ameaça à chamada (e gasta) "liberdade de escolha" -- como se alguém impeça, quem queira e possa, de se inscrever em qualquer colégio, religioso ou laico. É a vigarice posta em marcha pelos interessados.
7. Felizmente, as pessoas não são estúpidas, principalmente quando se trata do seu dinheirinho. Continua, psd, que vais bem. Cristas, apesar das parvoíces que diz, parece ser mais esperta e dramatiza menos.

domingo, maio 08, 2016

Clarice Expector

e então, o «Eixo do Mal», que nunca perto resolveu perorar sobre o Aborto Ortográfico, a propósito das declarações de Marcelo, em Moçambique. 
Não me vou debruçar sobre a questão político-diplomática, porque nem sequer é relevante, mas sobre as declarações de Clara Ferreira Alves e Daniel Oliveira, deixando de parte Pedro Marques Lopes e Luís Pedro Nunes, não por menosprezo, mas por considerar que os primeiros têm mais responsabilidades no que à questão respeita.
Antes de mais, convém dizer o óbvio: qualquer pessoa tem o direito (e, em alguns casos, o dever) de defender o que acha o mais apropriado, ou, neste particular, o menor dos males. Deve fazê-lo, porém, com honestidade intelectual e, já agora, tratando-se de pessoas com acesso ao espaço público, com um mínimo de substância. Ou então abster-se de debater assuntos para os quais não estão preparados ou a que não atribuem grande importância, sob pena de transformarem o programa numa coisa abaixo de cão, que foi o que ontem aconteceu.
Clara Ferreira Alves, jornalista e literata. em descabelo, disse enormidades, falsidades, parvoiçadas. Não me dou ao trabalho de descriminá-las, quem quiser que vá ver.  Diga-se, a propósito que a indivídua, não obstante os dislates, se deu ao luxo de pronunciar o P da palavras percepção, que em Portugal (estou a pensar no leitores brasileiros) é uma consoante muda... A senhora, que passa por intelectual -- numa sociedade em que quem consegue juntar duas palavras com sentido, merece esse qualificativo --, sempre foi muito poucochinho. Demonstrou-o mais uma vez neste tema, como também, no bloco seguinte, sobre política de Educação, saindo-se com o último soundbite do CDS e do PSD: Tiago Brandão Rodrigues, o actual ministro da Educação está 'capturado' por Mário Nogueira. As clarices do costume.
Sobre esta senhora já gastei demasiado as teclas, espero não voltar a falar dela, a não ser por boas razões, o que me espantaria.
O caso de Daniel Oliveira já fia mais fino. Não o conheço pessoalmente. Leio-o e oiço-o com atenção, As suas posições são, na maioria dos casos, muito próximas das minhas. Por outro lado, trata-se de uma das pessoas que melhor escreve na imprensa portuguesa. Por isso, foi com bastante irritação, até porque me soou a falso, o modo blasé (se não fosse Daniel Oliveira, escreveria bovino) com que se pronunciou sobre o assunto: é uma questão que o maça...
Numa coisa o acompanho, a única, parece, que sobre este assunto lhe provoca reacção: o 'nacionalismo' analfabeto com que se fala da nossa língua, para concordar com ele que a língua portuguesa é tanto dos portugueses como dos brasileiros, dos angolanos, etc. Mas, sobre este aspecto, escreverei outro post sobre as más razões de se ser contra o Aborto Ortográfico.