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domingo, 14 de abril de 2024

Argélia: o tempo da fraternidade? (18).

 


 

 

Em Tibhirine, a 95 quilómetro a Sul de Argel situa-se o Mosteiro de Nossa Senhora do Atlas.

Criado por monges trapistas em 1939, desenvolveu desde então uma acção importante no desenvolvimento agrícola da Região onde se implantou. O mosteiro sempre teve uma atitude ecuménica, ao ponto de, na falta de uma mesquita na aldeia vizinha, ter cedido as suas próprias instalações para os muçulmanos exercerem o seu culto.

Ficaria dramaticamente célebre na noite de 26 de Março de 1996.

Em plena Guerra Civil, um comando de terroristas tomou facilmente o mosteiro e raptou quase todos os monges. Nunca mais foram vistos com vida. Os seus corpos foram encontrados sem cabeça um mês depois. Nunca foram identificados os perpetradores do crime.

Hoje, respira-se no mosteiro um ambiente tranquilo, embora a memória do acontecido esteja presente. Ainda hoje, e não obstante a convivência com as populações locais persistir, os monges só vão à aldeia, por exigência das autoridades, sob escolta policial.

Curiosamente, o sino só é autorizado uma vez por ano, no dia de Páscoa.

 







 

                                    Fotografias de 19 de Outubro de 2023

 

                                                                          José Liberato


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

domingo, 15 de novembro de 2020

Are you talkin' to me?




Ilustração de Vítor Higgs
 


Are you talkin’ to me?, a primeira parte de uma looonga crónica dedicada a Taxi Driver, de Martin Scorsese. Em «Péssima Companhia», no Diário de Notícias, aqui

 













quarta-feira, 8 de abril de 2020

A porta do Oriente (37).




A dinastia Hariri tem desempenhado um papel crucial na vida política do Líbano dos últimos 30 anos.
De origens humildes, Rafic Hariri (1944-2005), muçulmano sunita, foi Primeiro-Ministro entre 1992 e 1998 e entre 2000 e 2004. Homem de negócios bem sucedido na Arábia Saudita, ele era da confiança da Casa real saudita.. Foi um adversário firme da influência síria no Líbano.
A sua participação na reconstrução de Beirute foi sempre vista com suspeição.
Foi assassinado pela explosão de um automóvel-bomba quando passava numa avenida de Beirute em 2005. Tudo indica que os sírios não terão sido estranhos ao sucedido.
No local do atentado foi erigido um monumento:








Junto à mesquita Mohammad Al-Amin, principal de Beirute está sepultado o antigo Primeiro-Ministro e os guarda-costas que com ele morreram:






O filho, Saad Hariri, nascido em 1970 em Riad, tem também a nacionalidade saudita. Foi Primeiro-Ministro entre 2009 e 2011 e entre 2016 e 2019. Foi protagonista de um episódio rocambolesco quando, aparentemente sob coacção, anunciou a sua demissão a partir da Arábia Saudita. A comunidade internacional reagiu fortemente e Saad regressou ao Líbano, retirando o pedido.
Acabou por se demitir em consequência das exigências revolucionárias mas é aparentemente o membro da actual elite dirigente mais próximo de compreender o impasse a que o Líbano chegou. Admitiu a formação de um governo por si chefiado e composto de independentes. A isso se opuseram o Hezbollah e os seus aliados tácticos cristãos (o Presidente Aoun e o seu genro e até Janeiro de 2020 Ministro dos Negócios Estrangeiros). 

Fotografias de 13 de Novembro de 2019

José Liberato





sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

O Castigo Corporal perante a Pedagogia e o Direito Português.






Mandou sair o pessoal. E diante de todos os internados, sem hesitar, nem se preocupar com a corpulência do fugitivo, nem com os possíveis maus instintos de mais de um cento de delinquentes e de indisciplinados que tinha na sua frente, deu-lhe as palmatoadas precisas para ele perder a ideia de nova fuga.
Foi remédio santo.
Restitui-se à Casa a paz e a disciplina, Diluiu-se a lenda da reacção bolchevista; e, durante muito tempo, desapareceram as fugas.







quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

A cor da nostalgia

 
 


















 
 
Não, não são as imagens macabras de Ingrid Escanilla – e acho que deviam ver quem é, ou foi até há dias, Ingrid Escanilla. Mas, como disse a Elena Piatok quando me mandou estas imagens, vindas do El País, o México, o seu amado México, não é só uma terra feminicida. É muito mais do que isso, é o país do maior mercado de comida do mundo, Central de Abasto, aqui exibido num colorido de fazer doer a vista – e, para a Elena, de fazer doer um coração imenso, mas cheio de saudades.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Vou lá visitar pastores.

 
 

 
          Esta aldeia é Santo Stefano de Aspromonte e nunca fui lá, nem sequer a Aspromonte, Calábria. Pastores de Aspromonte é daqueles livros hoje esquecidos de um autor hoje esquecido, Corrado Alvaro, o que é injusto. Um livro de uma beleza de cortar a respiração (e talvez a partir da dureza daquela vida se compreenda a dureza das gentes, e até o poder que hoje tem a ‘Ndragheta, agora muito superior ao poder da Camorra, dizem). Anda-se actualmente, e bem, a editar entre nós muitos livros de viagens, em belas colecções, esta era uma muito obra merecedora e vencedora. Ah, e Norman Lewis, senhores editores, não se esqueçam de Norman Lewis.








 
 

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Cosas que não entendo.


 



Por muito que tente perceber, não percebo. Esta é uma iniciativa do progressista Podemos e do não menos progressista Ministério da Igualdade espanhol. O resultado é alargar o conceito de violência sexual mas, ao mesmo tempo, baixar as penas para os agressores. Por muito que tente perceber, não percebo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Ana Mendieta | Carl Andre









Não conhecia nada disto, mas a soberba revista do El País deu-ma a conhecer, a artista de origem cubana Ana Mendieta. Em 1985, caiu de uma janela em NY, uns dizem que foi acidente, outros suicídio, muitos homicídio, às mãos do companheiro, o escultor minimalista Carl Andre, que foi julgado – e ilibado. Apesar disso, muitos e muitas continuam a jurar que é culpado, lançaram movimentos e petições e, mais grave ainda, invadem as suas exposições, tentam – e conseguiram – destruir-lhe a carreira. Há muito de fascismo nisso. Muito, muitíssimo.