Mostrar mensagens com a etiqueta Timor. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Timor. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Da vida académica.

. . .
.
.
Os directores do ISCIA e do IDN-TL a protocolarem juntos e em público





 

«O Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA) assinou, na tarde de ontem, um protocolo de cooperação com o Instituto de Defesa Nacional de Timor Leste (IDN – TL), com vista à formação na área das ciências do mar.

O director do ISCIA, Teixeira Carneiro, realça que o IDN-TL tem competências idênticas às do IDN de Portugal, mas com competências acrescidas na área do ensino superior clássico, funcionando também como um instituto superior ou politécnico. E é neste último âmbito que foi protocolada a colaboração com o instituto superior aveirense, bem como com outras instituições de ensino superior portuguesas.

A escolha do ISCIA para a cooperação formativa com o IDN-TL deve-se não só às valências académicas que o instituto aveirense ministra na área das Ciências do Mar e também de Estratégia e de Defesa Nacional, mas também pelo facto do director do IDN-TL, comandante Donaciano Gomes, ser, actualmente, aluno de um mestrado do ISCIA

 

Ao Senhor Comandante Donaciano Gomes, Ilustre Director do Instituto de Defesa Nacional de Timor Leste, Malomil deseja as maiores venturas no seu Mestrado sobre Gestão Portuária, que certamente concluirá sem dificuldades de maior.

 
 
 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Timor na II Guerra.

.
.



 





Se o título Timor na II Guerra Mundial situa temporalmente os acontecimentos de que fala este blogue, o subtítulo Contributos para uma memória portuguesa do conflito explica em grande parte a motivação para o colocar em linha. Não consigo deixar de ter a sensação de que a memória é uma coisa à qual nós, portugueses, somos naturalmente avessos quando a mesma não nos é simpática e o caso da ocupação de Timor, primeiro pelos Aliados em finais de 1941 e depois pelo Japão entre 1942 e 1945, é um desses casos.

A descoberta deste pedaço particular de memória nasceu de um fascínio de infância pela figura de um tio-avô, que nunca conheci, morto naquela ilha enquanto combatia a ocupação japonesa. A descoberta recente de que este fora, mais do que um resistente à invasão, um informador activo dos serviços secretos australianos, não só renovou o meu fascínio pela personagem como despertou um ainda maior interesse pelos acontecimentos da época. Daí ao recolher de toda a informação que conseguia encontrar sobre o assunto foi um passo. Depois, veio a natural vontade de começar a divulgar os resultados da recolha. Uma vez estabelecido o propósito de a dita divulgação ser o mais abrangente possível, a imagem como ferramenta de comunicação impunha-se como indispensável e a hipótese de um blogue surgiu como natural.

Acontece que imagens do período da II Grande Guerra em Timor, ou mesmo anteriores, é coisa que infelizmente rareia. Tirando as imagens que a equipa de reconhecimento da Secção de História Militar australiana fez entre o final 1945 e início de 1946, já após o fim da guerra, praticamente não há, penso, imagens publicadas que documentem o período da ocupação. O facto de a então colónia portuguesa estar desde há muito isolada, aliado à destruição dos centros urbanos do território e à desestruturação da sociedade provocada pela guerra, poderá ter contribuído decisivamente para este rarear de imagens. A procura de fotografias tornou-se portanto numa actividade paralela à da leitura e é assim que um dia, numa visita ao “e-Bay”, encontro uma das poucas imagens de que tenho conhecimento da sociedade europeia em Timor no período imediatamente antes da guerra. É uma foto de um almoço ou jantar, de homens impecavelmente vestidos de branco como seria costume nos “trópicos”, e na qual a figura central é um menino timorense descalço e fardado de grumete. Assim que ampliei a fotografia no ecrã do computador pareceu-me reconhecer dois dos comensais, ambos na mesma mesa: o Governador da colónia, Ferreira de Carvalho, e o deportado republicano Cal Brandão. Depois de confrontar a imagem com outras, continuo convencido das respectivas identidades. À mesma mesa, provavelmente num salão do Sporting ou do Benfica de Díli, estavam o representante do regime e um deportado político. Não será motivo para grande espanto se pensarmos que o número total de europeus na ilha deveria andar na época entre os quatrocentos e quinhentos e que aos deportados políticos era dado o direito a exercer a profissão.

Dei portanto um lugar de destaque à referida fotografia no blogue, com o pedido de colaboração dos leitores que, podendo, forneçam pistas para a identificação das restantes figuras na imagem. Estou em crer que, mesmo pelas ausências — as senhoras por exemplo — é uma fotografia fiel da sociedade europeia, em Díli, na época. Será também muito bem-vinda a colaboração de quem possa ter em casa outras imagens com importância para o estudo deste período em Timor. Algumas já chegaram, com muito interesse, com origem no corpo expedicionário que, em 1945 / 1946, esteve encarregue de ajudar no restabelecimento da soberania portuguesa no território. Uma versão do blogue em inglês está a ser preparada. Estou certo de que bons contributos poderiam vir de países como a Austrália ou o Japão e esta será uma forma de o abrir a um muito maior número de leitores.

João Tinoco