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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Usbequistão, encruzilhada de civilizações (13).

 

 

Boukhara é uma cidade com mais de 2000 anos de existência.

Situada na rota da seda, não beneficiou dos favores arquitectónicos de Tamerlão, mas mantem-se uma das cidades mais interessantes da Ásia Central. A influência persa é maior do que em Samarcanda ou Tashkent.

A sua cultura é secular. Aqui nasceu Avicena (980-1037), um enciclopedista antes da Enciclopédia. Chegaram até nós mais de 200 tratados escritos por ele, abrangendo filosofia, medicina, astronomia, geografia, matemática ou poesia. É indiscutivelmente um dos grandes vultos da cultura medieval islâmica. O seu tratado de Medicina marcou a especialidade até ao Século XVIII.

A praça principal de Boukhara é a Praça Labi i Kauz. Em persa, esta expressão quer dizer Junto à piscina. A cidade caracteriza-se pela existência de grandes piscinas nas praças principais. Até 1920, existiam duzentas. Serviam de abastecimento de água e de refrescamento dos habitantes nos dias muito quentes do Verão, mas também eram origem de um ambiente insalubre. Por isso, só algumas sobreviveram.

Em Labi i Kauz podemos ver um caravançarai, ponto de hospedaria das caravanas da rota da seda.

 


A madraça Nadir Divan Beghi, era inicialmente também um caravançarai. Foi construída no primeiro quartel do Século XVII.




 Junto à madraça construiu-se também no Século XVII uma khanaka, na realidade uma residência para alojamento e local de encontro de peregrinos sufis e dervixes.

 



No jardim, um monumento a Nasreddin, uma figura muito pitoresca da cultura muçulmana. Desde o Século XIII que se contam histórias sobre ele, juntando humor e pedagogia acompanhados por uma certa irreverência.

Também aqui é muito popular.

 



E finalmente a piscina que dá o nome à praça.

 


                                                                    Fotografias de 29 de Setembro de 2024

                                                                                             José Liberato



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

São Cristóvão pela Europa (298).

 

 

 

Passemos à Região francesa de Hauts de France.

 

Em La Houssoye, a Igreja Matriz é dedicada a São Cristóvão. Foi completamente remodelada em 1753. O tijolo é o elemento predominante.

Contem uma imagem em madeira policromada do Século XVIII. E um baixo-relevo também em madeira no púlpito. Este não é frequente, dado que eloquência não é seguramente uma virtude habitualmente atribuída a São Cristóvão…

 






Na cidade de Albert, no departamento da Somme, a Basílica de Nossa Senhora de Brebières foi inaugurada em 1895 em estilo neobizantino.

A igreja é encimada por uma estátua dourada da Virgem da autoria do escultor francês Albert Roze (1861-1952). A cidade e a igreja foram martirizadas na I Guerra Mundial, tendo a igreja sido quase totalmente destruída em 1915. A estátua dourada ficou, no entanto, pendurada num equilíbrio instável durante todo o restante da guerra. Correu a lenda segundo a qual, quando caísse, a guerra terminaria. E realmente em 1918 caiu e a guerra terminou... Foi refeita pelo mesmo escultor quando a basílica foi integralmente refeita.

No interior, uma estátua de madeira policromada, muito anterior à igreja, e um mosaico ao estilo bizantino.

 






                     Fotografias de 23 de Setembro e 6 de Outubro de 2024

                                                                                    José Liberato




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

São Cristóvão pela Europa (297).

 

 

 

 

Continuo o périplo pela Região francesa do Pays de la Loire.

A Igreja de Saint Martin de Connée, situada no departamento de Mayenne, é do final da Idade Média.

Contém um notável fresco representando São Cristóvão. A cor negra deriva da oxidação do pigmento vermelho. Foi pintado na época da construção.

 



O departamento de Sarthe é atravessado pelo rio Sarthe cujas margens são belíssimas:





 Aqui se situa Vézot e a sua igreja românica de São Dinis. Rodeado de frescos medievais, uma imagem antiga do nosso Santo.

 



 

                        Fotografias de 21 de Setembro de 2024

                                                                  José Liberato

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (12).

 

 

 

Elemento importante de uma civilização é a gastronomia.

O Usbequistão não é excepção.

O prato nacional é o osh, mais conhecido pelo seu nome russo: plov. Trata-se de um prato de arroz com carne (geralmente de carneiro), cenouras, grão, abóbora. Cada região tem a sua variante. É o prato por excelência das grandes festas como é o caso dos casamentos.

 




As sopas têm um papel importante na cozinha usbeque. São as shurpa. Espessas e com carne e vegetais.

 


Os manta são raviólis ao vapor com recheio de carne e cebola. Diferenciam-se pela sua dimensão. Mas há mais pratos onde a massa está presente. A origem é certamente chinesa.




De salientar que, no Usbequistão, a apresentação dos pratos é um elemento essencial do prazer de comer.

 



Os doces mostram a influência turca.



 

                                      Fotografias de 25, 26 e 27 de Setembro e 2 de Outubro de 2024


                                                                                    José Liberato 


 

 

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

São Cristóvão pela Europa (296).

 

 

 

Saint Christophe en Champagne é uma comuna do departamento francês de Sarthe.

A sua Igreja Matriz é uma igreja românica do Século XII ou mesmo anterior, profundamente restaurada já no Século XXI graças ao dinamismo do Presidente da Câmara Municipal que me acompanhou durante a visita, o que muito agradeço.

O tecto é um extraordinário exemplo de casco de barco invertido, composto por inúmeras pequenas tábuas. Os vitrais modernos dedicados a São Cristóvão são da autoria do artista Bernard Quesniaux.

No altar-mor uma imagem do nosso Santo.

 








Ainda no departamento de Sarthe, a Capela de Notre Dame de l’Épine no município de Teloché foi construída pelos habitantes depois das grandes aflições que viveram durante a Guerra dos Cem Anos.

A capela foi revestida ainda no Século XV por frescos murais de grande qualidade. Um deles representa São Cristóvão.

 




                                    Fotografias de 21 e 22 de Setembro de 2024

                                                                    José Liberato

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (11).

 

 

 

Tamerlão decidiu em 1398, regressado da Índia, mandar construir em Samarcanda uma mesquita que ultrapassasse tudo quanto havia de belo no Islão. Recrutando os melhores artesãos disponíveis usando os métodos habituais, pondo 95 elefantes a arrastar toneladas de mármore, conseguiu realizar os seus sonhos que hoje são visíveis na Mesquita de Bibi Khanoun. 35 metros de altura, minaretes de 50 metros.

Bibi Khanoun foi a primeira esposa de Tamerlão, era de origem chinesa, e aqui foi sepultada debaixo de uma cúpula azul.

 





 

Não encontramos cães no Usbequistão, como acontece nos países muçulmanos, mas os gatos estão por todo o lado…

 



                                    Fotografias de 28 e 29 de Setembro de 2024

                                                                                     José Liberato

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (10).

 

 

 

Tamerlão, no intervalo das suas atrocidades, regressava sempre a Samarcanda e trazia sempre consigo artesãos de todas as cidades que pilhava com o objectivo de embelezar a sua cidade favorita.

Situada entre as montanhas do Pamir e os desertos da Ásia Central, a cidade prosperou com o poder ficando famosa pela sua fruta: maçãs, melões, romãs.

Ruy González de Clavijo, diplomata, enviado de Henrique III de Castela junto de Tamerlão, escreveu sobre a cidade, considerando-a maior que Sevilha a qual no início do Século XV era ela própria uma grande cidade.

A esta luz, é particularmente impressionante a Necrópole Chah-i- Zinda, um complexo de mais de vinte mausoléus, construídos ao longo de oito séculos e montra espectacular da arte cerâmica dos Séculos XIV e XV.

 








                                            Fotografias de 28 de Setembro de 2024

                                                                             José Liberato