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Gustavo Oliveira: 'meritocracia' |
Doriva: criação de 'fato novo' |
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O adeus do último atleta que entrou em campo em 16/07/1950 |
Um chute forte, de perna direita, e a bola passou entre Barbosa e a trave: 'Maracanazzo' |
A Roma indispôs Ghiggia com o Uruguai |
Vã esperança: imprensa tupiniquim tentou forçar um 'tapetão' pra anular título uruguaio |
Frame do vídeo no exato momento da mentira |
Com Jairzinho, 'Furacão da Copa' de 1970: 'Amo o Brasil e torço pelo país', disse Ghiggia |
Credencial de Ghiggia para a Copa de 2014 |
Leandro Pereira chuta; Souza, Dória e Rogério Ceni 'assistem'; 1 x 0 |
Victor Ramos sobe sozinho e comemora após testar para a rede: 2 x 0 |
Rafael Marques faz 3º - no jogo e dele sobre Rogério Ceni neste ano |
Cristaldo cabeceia livre e completa o 'chocolate' do Palmeiras: 4 x 0 |
Capa desta sexta-feira (28/11/2014) do jornal Lance! Futepoca publicou isso ontem |
TV Brasil derrota Globo no Recife com Série C do Brasileirão
(...) TV Brasil experimentou a liderança da audiência no último domingo (3), no Recife, com a transmissão do jogo entre Santa Cruz e Betim, válido pelas semifinais da Série C do Campeonato Brasileiro.Para fazer as contas: média de 126,5 mil domicílios, picos de 213,4 mil. Só em Recife. Vai, Santinha!
Durante a transmissão da partida que garantiu o time pernambucano na segunda divisão do futebol nacional, a emissora pública registrou média de 11,5 pontos de audiência e picos de 19,4.
A Globo, que transmitia a Série A do Brasileirão, ficou em segundo lugar, com apenas 8,5 pontos. (...) Cada ponto equivale a 11 mil domicílios na Grande Recife.
Em crise, São Paulo 'Fashion Week' é sacaneado no Twitter oficial do adversário |
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Goleada sofrida por santistas na Espanha continua repercutindo negativamente |
Rede Globo e CBF: relações promíscuas |
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Plantão da Record nos anos 1930 |
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Inauguração do Pacaembu, em 1940 |
Bellini com Paulo Machado de Carvalho, o 'Marechal da Vitória' |
Outro dia eu tava passando a vista por notícias sobre o São Paulo e li que o Dagoberto tinha sentido um incômodo no joelho esquerdo. Incômodo?!? O que é esse incômodo? Por que não - e simplesmente - dor? Pior é que, em quase todos os portais, a informação sobre o atacante foi veiculada de forma absolutamente idêntica: incômodo. Esse eufemismo tem sido bastante utilizado pela mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...). Há um mês, o flamenguista Felipe estava com um incômodo no ombro. No final de abril, circulava a notícia de que o vascaíno Leandro tinha "sofrido" um incômodo. E muitas, muitas outras notícias com esse mesmo termo aparecem em rápida busca no Gúgou. Virou chavão - e todo mundo macaqueia. Isso me parece preguiça de perguntar. Porque o médico do clube, ou preparador físico, deve chegar para os jornalistas depois do treino e dizer, no seu "dialeto" próprio: "Fulano tá com um incômodo". E ninguém pergunta o que é isso, se é dor, se é fisgada, se está latejando, sei lá. Contentam-se com o incômodo e repassam a (des)informação para o leitor. Quanta bobagem! Comentando o fato com o camarada Glauco, ele lembrou muito apropriadamente do slogan de um velho comercial de absorvente feminino: "Incomodada ficava a sua avó!". É verdade: naquele tempo, os jogadores ficavam só contundidos, mesmo.
A Interzionale de Milão comunicou hoje, em seu site, que chegou a um "acordo amigável" para a rescisão de contrato do manguaça brasileiro Adriano (foto). Segundo o clube, os documentos foram registrados na manhã desta sexta-feira. Em entrevista ao canal SporTV, o empresário Gilmar Rinaldi disse que o atacante já pensa em voltar ao futebol e que está mantendo a forma numa academia. "A rotina de Adriano é de cuidado com a forma física. Ele teve um problema no tornozelo e a parada ajudou para que ele pudesse se recuperar", disse. "Ele queria sair da Inter pelo desgaste que aconteceu, natural pelo tempo que esteve lá. E a mesma coisa acontece com o país, já que ele sofreu uma cobrança enorme da imprensa", emendou Rinaldi. Em oito anos, Adriano, que tinha contrato até 2010, marcou 74 gols pela Inter.
Entre milhões de arquivos jogados pela internet, encontrei um recorte de jornal (à direita) da década de 1970 com uma "seleção da rodada" (provavelmente do Campeonato Paulista, mas não descobri o ano). Curioso é que a tal "seleção" começa com dois técnicos muito conhecidos hoje em dia: Geninho, que na época era goleiro do São Bento de Sorocaba, e Nelsinho Baptista, que jogava como lateral direito pelo São Paulo. O texto do jornal (também não sei qual é, mas parece a finada Gazeta Esportiva) diz o seguinte:
Goleiro - Geninho, do São Bento, garantiu a vitória sobre o Comercial, em Ribeirão Preto.
Lateral direito - Nélson, do São Paulo, atacando com objetividade e marcando bem.
Completavam a tal "seleção": Klein, do Paulista de Jundiaí (central), Araújo, do Noroeste (quarto zagueiro), Isidoro, da Portuguesa (lateral esquerdo), Marinho, do Juventus (armador), Pedro Rocha, do São Paulo (armador), Antonio Carlos, da Portuguesa (ponta direita), Toninho, do Marília (ponta de lança), Serginho Chulapa, do São Paulo (centroavante) e Edu, do Santos (ponta esquerda) - este último merece ter registrado o comentário sobre sua atuação: "Fez dois gols e apavorou a defesa da Portuguesa Santista".
Duas frases da equipe esportiva da Rádio Eldorado, ontem, na transmissão de São Paulo 2 x 1 Ponte Preta:
- Você não acha que está faltando um pouco de brilho ao Richarlyson?
- É fato que ele nunca ameaça o Aranha...
Há algumas semanas, os jogadores manguaças Pituca e Agenor, do Paraná Clube, tomaram umas a mais e se envolveram numa briga em uma casa noturna de Curitiba. A imprensa esportiva, pra variar, desceu a ripa nos dois. Por isso, quando o volante Pituca fez o primeiro gol do Paraná na goleada por 4 a 0 sobre o CRB, na terça-feira passada, imitou um brinde junto com o colega de copo Agenor. A torcida não gostou. "-Foi uma forma de protesto, pois a imprensa noticiou coisas que não eram verdade", afirmou Pituca, ao Lance!. Pois é. O que não era verdade é que eles tomaram "só uma"...
Foi pelo post do Frédi, ontem, que fiquei sabendo da morte do ex-volante Chicão (foto), titular do São Paulo na década de 1970, que assumiu a posição de Roberto Dias, outro que se foi recentemente. Longe de mim contestar sua violência em campo, eternizada pelo lance em que pisa cruelmente sobre a perna quebrada do meia Ângelo, do Atlético-MG, na decisão do Campeonato Brasileiro de 1977. Em divididas com Chicão, como diria o "China" Juarez Soares, "cada enxadada era uma minhoca". E se hoje condenamos a postura do palmeirense Kleber, não podemos aliviar a barra do ex-volante, agora falecido. Mas devemos contextualizar o futebol daquela época, muitas vezes considerado "pra macho". Não que hoje a violência seja menor, claro. Porém, vejamos o brilhante texto de Marcelo Rezende (aquele) e Mílton Costa Carvalho para a revista Placar, em 1980, sobre a decisão do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Atlético-MG. Foi o primeiro relato jornalístico do que que se dizia dentro de campo e, assim, começamos a entender que, se Chicão era "bandido", nenhum outro era "mocinho". Confiram, com grifos meus:
Começa a partida. O Flamengo parte para a primeira falta, prometida por Tita: um pontapé no joelho de Jorge Valença. Éder corre, Nunes também:
– Calma – diz Nunes – que aqui é o Maracanã e te meto porrada.
São três minutos e o Atlético desce para o ataque. Júnior acerta a perna de Chicão, que retruca:
– Não avança não, filho da ..., que vou te pegar.
(...)
Júnior balança a cabeça. Raul incentiva e protesta:
– Aqui não tem homem? Isso não é gol que se tome. Vamos entrar firme, dar porrada. Cadê os homens?
Corre a partida. Chicão manda pôr na roda, Chicão pega Zico, que reage:
– Olha aqui, se me pegar de novo eu te quebro. Vai pra...
Chicão coloca o dedo na cara de Zico:
– Sossega, guri.
(...)
Outro gol de Reinaldo – machucado, capenga, ele empata o jogo. Instala-se uma crise na defesa do Flamengo. Um xinga o outro, Zico grita:
– Agora vamos ganhar. Quero um time de macho. Nesta porra mando eu.
(...)
Reinaldo cai em campo – sente o músculo, faz cera, xinga a mãe do juiz.
José de Assis Aragão revida:
– Quebro a cara desse moleque. Tá expulso!
Do túnel, Reinaldo adverte:
– Cuidado, vai ser gol! Faz a falta em Nunes. Mata ele, Silvestre!
Nunes invade, Silvestre hesita. João Leite grita:
– Quebra ele, pega firme!
Gol de Nunes, o gol do título. Em seguida, Chicão é expulso. Palhinha, também:
– Tá satisfeito, seu juiz de merda? Você queria o Flamengo, não é mesmo?
Nunes ri:
– Calma, garotada, que agora é que a festa vai começar.
Zico emenda: – Vai tomar seu banhinho lá dentro e deixa o campeão dar seu baile.
(A íntegra está aqui)
Inspirado nos companheiros do Observatório Verde, que fazem crítica de mídia em relação àquilo que é noticiado sobre o Palmeiras, vi uma nota hoje no Uol que não pode deixar de passar por esse tipo de análise.
O portal anunciava: "Sem Corinthians, ibope do futebol cai 11% na Globo". A nota, assinada por Daniel Castro, começava assim: "A queda do Corinthians para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro evidenciou ainda mais a importância do clube [grifo meu] para o desempenho da Globo no Ibope de São Paulo."
No que o colunista de televisão se baseava para fazer tal afirmação? Segundo dados de audiência do Ibope sobre a Série A do Brasileirão, a emissora registrou média de 19,7 pontos na Grande São Paulo, contra 22,2 do mesmo período em 2007, o que representaria uma queda de 11%.
A grande questão é: por que isso evidenciaria a importância do Timão para o Ibope da emissora? No pé da nota, por exemplo, há uma informação interessante. O Brasileirão na Band cresceu 21% em audiência, passando de uma média de 4 pontos em 2007 para 4,9 neste ano. Ou seja, a queda do Corinthians, segundo a tese, só fez mal para a vênus platinada...
Mas outros fatos não são ditos. Por exemplo, a simples evidência de que a Globo vem perdendo audiência ano a ano desde 2004, passando de 22,6 pontos de média para 18 no primeiro semestre. Nada a ver com o time do Parque São Jorge estar na Série A ou B. Em se tratando de Campeonato Brasileiro, em 2007, a audiência do Timão (na primeira divisão) na TV aberta (Globo e Bandeirantes) caiu 16% em relação ao ano anterior. Uma queda, diga-se, inferior à geral do Brasileirão (18,5%), que chegou no ano passado a 26 pontos (21,8 na Globo), enquanto em 2006 foram 31,9 pontos (25,8 na Globo).
Trocando em miúdos, a média geral de audiência da emissora carioca vem caindo antes de 2008, assim como a do Brasileirão. Atribuir a queda de agora ao Timão na Série B é de um achismo digno de nota. Aliás, segundo os números e a análise pouco cuidadosa, a manchete bem poderia ser:
O Futepoca gosta de reclamar da mídia. Critica, chia, boqueja, tira onda, se diverte (essa lista de links poderia ir longe).
Foto: Youtube
Mas Luciano do Valle anda, já há algum tempo, merecendo uma homenagem semelhante àquelas normalmente dedicadas a Galvão Bueno.
O exaustivo levantamento de pérolas durante suas transmissões de Pequim foi motivado pela constatação de que rir das preciosidades é até uma forma de espantar o sono. Mas quando a "piada" é sem querer, fica feio...
Na semi-final brasileira do vôlei de praia em que Márcio e Fábio Luiz venceram Ricardo e Emanuel, o locutor torcia descaradamente pela segunda dupla, a favorita e dona do ouro olímpico em Atenas. Por isso, não se conformava com o que via. E dá-lhe pérolas.
"[A minha dupla favorita] tá começando a pegar no tranco, que nem carro de manhã."
"Saque tático do Ricardo (pausa dramática). E tem que ter frieza. Se for um pouco mais forte, fica fácil, se for mais fraca, fica na rede."
"Ricardo tem um saque chatinho quando passa da rede. Esquisitinho".
"Não dá para dizer que ganhando o primeiro set vai ganhar o jogo, mas é meio caminho andado."
"O torcedor brasileiro vibra mesmo sabendo que o ponto foi contra o Brasil"
E quando veio o informe sobre a brilhante participação brasileira na maratona de natação, modalidade estreiante nos jogos, veio uma ótima:
"Maratona [de natação]! O próprio nome já diz, que é uma prova de resistência".
Repeteco
Há pouco, durante final, quando o Brasil teve de se contentar com mais uma medalha de prata, Luciano do Valle voltou a carga. Desta vez só tive paciência para anotar esta, no começo do jogo, quando parecia que a dupla canarinho iria manter o padrão de jogo da semi-final.
"Não gosto de fazer previsão, porque ninguém aqui é vidente. Mas quando o Fábio Luiz tá com moral para defender, atacar e bloquear, hãm... Nem Ricardo e Emanuel conseguiram parar."
Hãm, melhor não comentar.
Mas depois do tie break, veio uma discussão com o Álvaro José sobre a evolução chinesa em 24 anos de participação em olimpíadas. Espelhar-se na China seria a solução para o Brasil? Veja bem:
"Precisamos colocar a cabeça no lugar. É simples. Mas parece que é complicado."
E quem discorda?
Os adversários sempre criticam a "mídia são-paulina" por exaltar o "planejamento" do clube da Vila Sônia. Muitas vezes, têm toda razão. Eu pergunto, por exemplo: cadê o Reasco? Sim, aquele lateral-direito equatoriando comprado pelo São Paulo da LDU em 2006, cujo contrato termina em agosto próximo. Que logo na estréia sofreu uma lesão na fíbula, voltando ao time só no ano seguinte. Que virou titular quando Ilsinho foi para a Ucrânia mas, em jogo contra o Botafogo carioca, em agosto de 2007, fraturou a tíbia da perna esquerda e precisou ser novamente operado. Que retornou seis meses mais tarde e se machucou de novo, por isso não atua desde 8 de março, na derrota para a Portuguesa. Cadê ele? Dizem que o São Paulo não tem interesse em renovar seu contrato. E aí? A gloriosa mídia esportiva não vai apontar o dedo para esse "furo n'água" do São Paulo? Do time que só faz contratações acertadas, que não gasta dinheiro à toa, que é exemplo no planejamento e na recuperação de atletas?
Fuçando na internet, não consegui descobrir quanto o clube gastou com Reasco. Um cara de um site são-paulino especula que tenha sido algo em torno de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 2,8 milhões, na época, e de R$ 2,4 milhões hoje). Alguém pode até considerar que o valor é baixo, que o Reasco deu azar pelas seguidas contusões. É um bom argumento, mas quando ele esteve em campo, em plenas condições, não convenceu ninguém - prova disso é que Muricy preferia improvisar o Souza. Outros podem até aceitar a tese do palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista ao Futepoca e Diplô, de que o São Paulo contrata um monte de jogadores porque já sabe que vai vender outros. Reasco seria parte dessas contratações "por baciada", para suprir buracos como a venda de Ilsinho. Tudo bem, pode até ser uma opção. Mas nada disso muda a minha opinião de que a compra do Reasco foi, pura e simplesmente, um erro. Isso a "mídia são-paulina" parece não ter a menor vontade de dizer. E em agosto, Reasco irá embora sem deixar saudades. Como Dill, Rondón, Vélber, Leandro Bomfim, Rodrigo Fabri & companhia ilimitada. Isso é planejamento?