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“Vai ter volta”.
Era assim, com raiva, que Neymar falava aos repórteres depois da
derrota do Santos para o Bolívar em que ele recebeu banana,
mexerica, pedra e demais objetos, além de ter sido caçado em campo.
O que os bolivianos não previam é que o regresso pudesse ser tão,
mas tão amargo.
Começou aos 4 minutos, com uma finalização com efeito de Elano, que pegou o arqueiro Arguello, que tem pinta de cantor de tango, no contrapé. O Bolívar tinha vindo à Vila Belmiro com esperanças. Afinal, era o primeiro clube boliviano a chegar na fase de mata-mata da Libertadores, tendo vencido uma peleja na fase de classificação fora de La Paz. E chegava com a vantagem conquistada na partida de ida. Seu treinador, Ángel Guillermo Royos, comandou o Barcelona B e se diz “descobridor” de Messi. Mas o Bolívar sentiu o golpe. Aos 8 e aos 9, teve dois amarelos contra si e o descontrole já era evidente.
Como numa luta de boxe,
em que um mina a confiança do rival com golpes, mas também
psicologicamente, o Peixe já havia deixado o Bolívar mais qeu abatido. E os adversários ficaram ainda
mais com o pênalti cometido pelo argentino Arguello, que empurrou
Edu Dracena na área. Aos 22, Neymar não perdoou e se tornou o maior artilheiro da Era pós-Pelé, de forma isolada, com um gol a mais que
Serginho Chulapa e João Paulo.
O golpe fatal viria aos
27. Neymar dá um passe de trivela, simplesmente genial, e Ganso se
ajeita na área para marcar de letra. Antológico. Ali, se fosse de
fato uma luta de boxe, o árbitro teria dado nocaute técnico e
parado a luta. Mas no futebol isso não é possível. Virou um
massacre.
Majestade |
Elano, Ganso e Neymar
marcariam mais uma vez cada um; Alan Kardec faria o seu e Borges, que
entrou em seu lugar, também anotou. Um 8 a 0 que é a maior goleada
da Libertadores de 2012. Sem lances duvidosos a favor do Alvinegro,
com ambos os times com onze jogadores até o final. Inconteste. Ficou barato, diante das circunstâncias, para os visitantes.
E Ángel Arroyo, que
disse, brincando, não conhecer Neymar, hoje o 16º maior artilheiro da história alvinegra, talvez tenha visto que a provocação (em
todos os níveis) do jogo de ida não tenha sido uma ideia brilhante. Em um só jogo, tomou a mesma quantidade de gols que sofreu nas outras sete partidas da Libertadores.
E a história segue sendo escrita.