Destaques

sábado, abril 28, 2007

O Rei perdeu - o resto - da majestade

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foto: estadao.com

(Não é futebol nem cachaça. Pode ser um pouco de política)
Este post é um protesto pela atitude retrógrada de Roberto Carlos (o rei, não o lateral), ao usar de todos os meios para impedir a venda dos exemplares da sua biografia (não-autorizada) escrita pelo jornalista Paulo César Araújo, fã confesso do cantor.
O livro, Roberto Carlos em Detalhes, descreve episódios da vida privada do cantor que eram desconhecidos do grande público. Não se sabe qual parte do relato - até onde se sabe apurado com fontes seguras e uma baita louvação ao cara - desagradou RC, mas o fato é que na sexta uma audiência de conciliação entre autor, editora e o cantor terminou em um acordo para o recolhimento dos 11 mil exemplares ainda em estoque, retirada dos exemplares das lojas e tentativa de recuperar todos os livros vendidos.
Paulo César ainda tentou contornar a situação. Sugeriu que as partes que desagradassem RC fossem retiradas de futuras edições. Abriu mão dos direitos pelo livro. Não adiantou.
O advogado de RC comemorou o acordo como "uma vitória da intimidade do Roberto". Já o defensor da editora Planeta, Ronaldo Tovani, afirmou que o autor aceitou o acordo pelo carinho que tem pelo Rei.
Essa versão não bate com a foto do escritor com os olhos vermelhos publicada na Folha de São Paulo. Me parece que ele não aceitou nada, e sim que a editora abriu as pernas por medo do grande processo que lhe poderia cair às costas.
O acordo põe fim ao processo de crime contra a honra na 20ª Vara Cível de São Paulo e à ação cível movida no Rio, que pedia indenização por perdas e danos. Não sei qual a base jurídica para as reclamações de RC, se é que ela existe. Mas olhando assim, de longe, parece que a liberdade de expressão ficou arranhada, não?

Em tempo: enquanto escrevia este post entrei no site do Submarino e consegui encomendar o livro. Será que vai chegar? Daqui alguns anos, quanto eu vou conseguir pelo exemplar?

PCC usou computador da Secretaria de Administração Penitenciária para fazer sua contabilidade

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Deu no Terra:

Investigações do Ministério Público de São Paulo concluíram que líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teriam usado computadores e papéis oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado para controlar a contabilidade dos lucros com o tráfico de drogas dentro e fora das prisões. (...)

A contabilidade teria sido registrada em papéis oficiais com computador da SAP instalados na Penitenciária Nestor Canoas, em Mirandópolis. (...)

A SAP distribuiu ontem nota afirmando desconhecer a acusação e que tão logo seja comunicada oficialmente determinará abertura de sindicância para apurar a suposta responsabilidade de seus funcionários.

Será que a contabilidade garantiu a emissão das notas fiscais e o pagamento dos imposto s, assim, direitinho?

Opção pelo papelão?

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Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência
O instrutor musical e Presidente da República,
Lula, dá dicas a dona Marisa na guitarra doada
pelo grupo mexicano RBD para o Fome Zero. A
Agência Brasil foi camarada ao não publicar
a foto em que o mandatário empunhava a guitarra.


Foto oficial da peleja com o mesmo grupo mexicano
no Palácio da alvorada. Lula marcou um de
pênalti, mas seu time perdeu por 7 a 6. Na verdade, o
post começou com essa foto. Não pude deixar de
publicar a outra, apesar de não ser nem futebol, nem
política. Opa, Denúncias!.



P.S.: Incluo marcadores nesse post, pra facilitar futuras incursões estatísticas dos companheiros. Mas como não queremos dificultar a vida, três marcadores bastam, na minha opinião: Futebol, Política e Cachaça.

Em resposta ao argentino

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Sem dúvida, esse blog é plural. Além de ter oito autores representando cinco times diferentes, também conta com parceiros, dos quais muito se orgulha, de diferentes cantos do Brasil e, por que não, do planeta. São cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos, pernambucanos, portugueses, espanhóis, açorianos, uruguaios e... argentinos. Sim, até porque é impossível falar de futebol sem falar de argentinos, como não dá pra não falar desse esporte sem mencionar italianos, ingleses, franceses, uruguaios etc, etc, etc, goste-se ou não do seu estilo de jogo.

Por conta disso, foi postado aqui o gol de Messi contra o Getafe. Bonito gol, digno de ser postado e, como todos aqui são amantes do belo futebol, digno de ser assistido. Mas não é o gol mais bonito de todos os tempos. E está longe, como diz o comentário do companheiro Esteban, de Cordoba, de significar que os argentinos são maiores que os brasileiros.

Quantos argumentos dizer contra isso? Dá quase uma bíblia, o antigo e o novo testamento. Mas o que achei curioso mesmo é ele dizer que nenhum brasileiro fez gol parecido com o de Messi. Cita Pelé, Robinho, Ronaldo, Ronaldinho e desdenha Kaká, Rivaldo e Romário. Quis se ater a Pelé e disse que o "gol de placa" do Maracanã (acho que é a esse a que ele se refere, já que foram tantos que Pelé fez driblando meio time) não foi filmado. Certamente uma invenção coletiva de brasileiros para serem superiores aos argentinos, em uma época na qual os hermanos não tinham sequer uma Copa do Mundo em seu cartel.

Mas tudo bem, descontemos isso. Fiquemos com brasileiros que talvez Esteban não conheça. A fatalidade fez com que ele não conhecesse Dener, morto prematuramente em um acidente, e que fez um golaço onde sai do meio-de-campo, com direito a drible da vaca. E que tal Don Giovanni quando jogava pelo Santos contra o Guarani? Veja, Esteban, um gol de craque.

Mas não vamos ser tão patrioteiros. Há gols feitos com seqüências de dribles em toda a história do futebol, e teve gente que fez gols contra times um pouquinho mais fortes que o portentoso Getafe. Quem quiser, pode conferir no YouTube. Mas se Esteban quiser se deleitar só com Pelé, o maior de todos, também pode conferir no link. Ali, vai poder assistir à decisão de Libertadores entre Peñarol e Santos, disputada em... Buenos Aires, vulgo um "campo neutro". Os portenhos lotaram o estádio pra ver o espetáculo de um time brasileiro, embora tivessem secado seus maiores rivais.

Vendo Pelé, o companheiro argentino pode se perguntar, entre ele e Maradona:

- quem tem mais Copas do Mundo?
- quem venceu mais Mundiais Interclubes?
- quem ganhou mais Libertadores?
- quem ganhou mais títulos nacionais?
- quem fez mais gols?
- quantos gols de cabeça cada um marcou?
- quantos gols cada um fez com a perna que "não era a boa"?
- quem precisou sair do seu país natal pra ser reconhecido internacionalmente?

A respeito da última pergunta, é importante falar que outro grande jogador argentino, Di Stefano, não só teve que sair do seu país pra ser reconhecido (jogou no Real Madrid, que chegou a fugir de um jogo contra o Santos para manter sua aura na década de 1960) e até se naturalizou espanhol. Após refletir calmamente, Esteban pode fazer como El Pibe e vestir a verde-amarela. Não ofende ninguém, ao contrário, é uma honra pra quem gosta de futebol. E eu tenho certeza de que você gosta, amigo.

Descontando o imponderável, Santos é favorito

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O favoritismo do Santos na final do Paulistão, na minha opinião, é considerável. Como escrevi no Visão Oeste, principalmente devido à liderança de quatro de seus jogadores: Fábio Costa, Antônio Carlos, Maldonado e Zé Roberto.

O meia Cléber Santana, vice-artilheiro do Paulistão, com 11 gols, está devendo. Mas é um jogador importante atualmente nos 11 do Santos. Mal ou bem, é insubstituível. Nem Tabata, nem Pedrinho, taticamente, substituem Santana, por mais que ele esteja devendo. Se for pra substituir, é melhor tirar Rodrigo Souto e recuar Santana.

O favoritismo do Santos se deve também ao seu preparo físico. O Antonio Mello custa caro, assim como Luxemburgo, mas é a velha questão do custo/benefício.

De qualquer maneira, o futebol é também regido pelo imponderável (uma coisa que o Paulo Vinícius Coelho equivocadamente não considera). O São Caetano ser campeão paulista não está fora dos prognósticos.

sexta-feira, abril 27, 2007

Reforço de responsa

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A política brasileira é pródiga em dar guarida a astros populares em decadência. Depois de Frank Aguiar e Clodovil, para citar os últimos, eis que ganhamos Gretchen como possível futura representante popular. Hoje, segundo informações do Terra e do Tutty Vasques, a rebolativa cantora, intérprete de sucessos inesquecíveis como Freak le Boom Boom e Conga Conga Conga, filiou-se ao PPS. Sua intenção seria disputar a prefeitura da cidade de Itamaracá, a 40 km de Recife.

Cantor frustrado

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Além de um início de, digamos assim, senilidade, o senador Eduardo Suplicy mostra mais uma vez que é um cantor frustrado.
Desta vez, Racionais MC's foram citados - ou cantados - pelo senador em uma situação no mínimo estranha. Suplicy soltou a voz na tensa reunião da Comissão de Constituição de Justiça do Senado, para tentar convencer os doutos pares de que a redução da maioridade penal não é o caminho para o país.
Aqui, link para o G1.
Quando ouvi no rádio o áudio do momento, tirei o fone do ouvido. Fiquei constrangida por ele.
Sempre que pode, Suplicy solta a voz durante um discurso ou entrevista. Dizem as más línguas que esse hábito começou depois que ele se livrou da repressão da ex-mulher, Marta Suplicy, mas deixo o assunto para os sites de fofoca.
O senador começou seu repertório com Blowing in the Wind. Aqui, vídeo da formatura da FGV-SP, em setembro de 2006. A música foi entoada também em outras oportunidades. (Não consegui me cadastrar no Youtube para mostrar o vídeo aqui na página).
Mas e agora? Qual será a próxima canção entoada pelo senador?
Aqui o link para o espetáculo do senador cantando Racionais.

Falta mais política e, pior, cachaça!

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Com a iminência de nosso festejado milésimo post, publicado há alguns dias, tive a idéia de bêbado de analisar tudo o que motivou postagens neste blog, durante quase 11 meses de existência. Óbvio que eu já tinha constatado (e todos os visitantes também) que o assunto predominante aqui é futebol - e é até complicado pensar que não seja. Mas eu queria saber o quanto escrevemos mais sobre o ludopédio em relação à política e à cachaça. E foi muito. Pela minha estatística etílico-científica, os 1.000 posts foram divididos da seguinte forma:

628 - Futebol (62,8%)
147 - Política (14,7%)
98 - Cachaça (9,8%)
49 - Futebol e cachaça (4,9%)
39 - Futebol e política (3,9%)
23 - Nenhuma das alternativas (2,3%)
10 - Política e cachaça (1%)
4 - Futebol, política e cachaça (0,4%)
2 - Auto-referência (0,2%)
De prima, já adianto que quase nunca estou completamente sóbrio e, por este singelo motivo, os números absolutos podem variar caso alguém se proponha a refazer a contagem e seleção. Mas, mesmo com possíveis imprecisões, não deve ficar muito diferente do que está aí. O que importa saber não é a predominância do futebol, mas o quanto política e cachaça representam neste blog.
E, nos primeiros mil posts, representaram muito pouco - 14,7% e 9,8%, respectivamente. Se somarmos ao futebol os itens "futebol e cachaça" e "futebol e política", o nobre esporte bretão chega a impressionante marca de 716 posts, ou 71,6% do total. É muito. Do jeito que vai, o blog poderia ser rebatizado de "Futebol e, eventualmente, Política e Cachaça".
Nessa auto-crítica, poderia-se considerar que o blog surgiu em pleno clima de Copa do Mundo, quando futebol era praticamente o único assunto no fórum. Cachaça mantinha um segundo lugar distante e acabou sendo superada pela política com os longos meses de batalha nas Eleições 2006. O item "nenhuma das alternativas" abrangeu Fórmula 1, Tênis e bizarrices de internet. Como "auto-referência", o primeiro e o milésimo.
Buenas, de qualquer forma, parabéns a todos - blogueiros e visitantes. O milésimo post foi um show de bola. Resta, agora, discutirmos um pouco mais de política. Porque cachaça, como alertou o Glauco no cabeçalho do blog e me recordou o companheiro Nicolau, "é sempre melhor bebê-la".

Retificação

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O e-mail da Fifa é padrão. Antes de o Paulo Vinícius Coelho ter publicado em seu blog, o parceiro Observatório Verde tinha publicado a mesma resposta, a eles também oferecida.

Na visão dos jornalistas palmeirenses que mantém o Observatório pra criticar a mídia sãopaulina, quer dizer, a mídia esportiva na cobertura do alvi-verde, a mensagem da Fifa mostra que só falta um aval do Comitê Executivo e não que a questão será reavaliada.

No mesmo blog, eles citam o ofício em que a diretoria do Palmeiras se baseou pra dizer que a Fifa reconhecia a Copa Rio 1951 como título mundial.

Este post é mais uma retificação com o blog parceiro do que pra opinar mais. Se bem que é curioso a visão distinta das coisas. "O PVC é um palmeirense fajuto", escreveu um dos observadores verdes.

DENÚNCIA: Mexeram com uma instituição nacional!

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Enquanto o Congresso discute medidas neofascistas como redução de maioridade penal e quetais, crimes hediondos são cometidos com desfaçatez e isso sequer é debatido pela nossa classe política. Refiro-me ao fato da descoberta ontem, na Zona Norte da capital paulista, de uma envazadora clandestina que vendia cerveja falsificada para toda a região de Pirituba.

Segundo o portal G1, policiais invadiram, por volta das 16 h, o local e fizeram a apreensão. Os meliantes compravam cerveja de qualidade inferior (qual seria?), trocavam seu rótulo pelo de marcas grandes e vendiam por um preço maior. O maquinário para perpetrar tal delito consistia em uma gigantesca estrutura que desentortava tampinhas e fazia a lavagem para remoção do rótulo sem danificação.

Ou seja, todo material era original. “Falso só o principal, o líquido”, relata o delegado titular do 33º Distrito Policial, Jair Vicente. A polícia fechou também um segundo prédio, onde seria feita a distribuição do produto. Nos dois lugares, policiais apreenderam 375 caixas de cerveja, num total de 9.000 garrafas de 600 ml.

Agora, essa legislação frouxa enquadra esse legítimo crime lesa-pátria como um simples "crime contra relações de consumo", com pena que varia de dois a cinco anos de prisão. Onde estão nossos representantes para endurecer a punição contra esses bárbaros?

Dura realidade

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O time do Corinthians que perdeu para o Náutico no Pacaembu ontem por 2 a 0, na estréia do técnico Paulo César Carpegiani, é uma dura realidade para a Fiel, que no ano dourado de 2005 foi iludida com o título conquistado pela MSI. A equipe que jogou contra o Náutico foi a seguinte:

Jean, Eduardo Ratinho (Lulinha), Betão, Marinho e Carlão; Marcelo Mattos, Magrão, Rosinei (Marcos Tamandaré) e Everton; Arce (Alisson) e Wilson

quinta-feira, abril 26, 2007

Celso Amorim propõe jogo valendo subsídios agrícolas

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Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em entrevista coletiva em Brasília, antes de embarcar para o Chile, o presidente Lula revelou um sonho: realizar uma partida entre uma seleção do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e outra européia.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, por sua vez, sugeriu que "esta partida poderia decidir os subsídios que os agricultores europeus recebem". A piada foi para o título.

Antes de algum manguaça começar a escalação, o argentino La Nacion também andou interessado nas opiniões do mandatário brasileiro sobre o esporte bretão. Perguntaram quem era melhor: Ronaldinho Gaúcho ou Messi. Lula diz que o brasileiro é mais completo por ter mais idade. Ele cobrou liderança de Ronaldinho, porque ele é o melhor. Tudo está no Último Segundo.

No meu time do Mercosul, Messi disputaria vaga com Kaká, mas isso é outra discussão.

Depois de palpitar sobre futebol, Lula embarcou para o Chile, onde ocorre a versão Latino Americana do Fórum Econômico Mundial. Ele e a anfitriã Michelle Bachelet são os únicos chefes-de-Estado presentes.

Fifa responde a PVC. Será que o Della Monica ficou sabendo?

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O Paulo Vinícius Coelho, em seu blog no Lance!, conta que mandou um e-mail pra Fifa perguntando se o Palmeiras era realmente campeão mundial de clubes. Ele diz que os cabras demoraram um mês para responder.

Ele mantém a íntegra do email que vai traduzido aqui para quem tiver preguiça de ler em inglês:

Constatamos que o pedido de que se considerasse a Copa Rio 1951 como o primeiro Campeonato Mundial de Clubes, em uma primeira fase, foi encaminhada em nível administrativo pela Secretari-Geral da FIFA. No entanto, diante da importância da questão, ela terá de ser submetida ao Comitê Executivo da FIFA. O próximo encontro do Comitê Executivo será sediado em Zurique, em 27 de maio de 2007.
Em resumo, o Palmeiras pode ser o primeiro campeão mundial de clubes da história, mas ainda não é. Pelo menos para a Fifa.

Será um dos maiores papelões da história da cartolagem brasileira se o tal do Comitê Executivo decidir que a Copa Rio vale nada.

Para a minha pessoa, o título de 1951 teve sua função comprometida quando a diretoria resolveu buscar reconhecimento oficial. A conquista após a Copa do Mundo de 1950, perdida em pleno Maracanã, só servia para os parmeristas das antigas demonstrarem conhecimento sobre o time – recurso, aliás, mais manjado do que dizer que Oberdan Cattani foi o melhor arqueiro da história do clube.

Motivo de pilhéria

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Mais uma vez o presidente norte-americano George W. Bush mostra seu incrível senso de oportunismo em meio a um grupo folclórico africano. Vejam que bela performance desse verdadeiro artista...

quarta-feira, abril 25, 2007

Ciro Gomes: "Se eu disser que não sou, não estaria sendo honesto"

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A entrevista do deputado federal pelo Ceará dono da maior votação proporcional do país em 2006, Ciro Gomes, admite sem pestanejar que é candidato à Presidência da República em 2010. "Se eu disser que não sou (candidato), não estaria sendo honesto", disse o parlamentar em entrevista ao jornal SP-Semana Popular (fora do ar às 16h40 desta quarta-feira).

Na mesma entrevista, Ciro aponta que a hegemonia do PSDB Paulista, de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, "tem horror a pobre", e que "se for nordestino e preto, então, nem se fala!" Sem papas na língua, deixa claro que é candidato sim, mas da situação: "Se o projeto que o presidente Lula iniciou for interrompido, e o Brasil voltar atrás para essa hegemonia que o Serra e o FHC representa, isso seria um retrocesso cruel, mortal para nosso país".

Algumas páginas depois
Na mesma terceira edição do SP, jornal semanal novo na cidade, um perfil do deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) é curioso. Ele diz que trabalha pelo povo "loucamente", que já apresentou quatro projetos de lei (a maior parte sabidamente repetidos, mas esse mal é do Parlamento), a liberação de verbas do Ministério das Cidades e um projeto da Casa Clô, para a geração de renda de mulheres.

Fotos de mulheres, críticas ao Metrô e à situação da escola pública – com a Apeoesp como fonte – dão idéia de que tucano o jornal parece não ser. Não há muitos anúncios. Um divertido infográfico de "quem é quem" na máfia dos bingos, fotos de mulheres boazudas e colunistas, muitos colunistas. Não li as edições anteriores.

terça-feira, abril 24, 2007

Post 1000

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Arte: Carmem Machado

Um bar com cara de anos 1950 em pleno bairro de Pinheiros, na São Paulo do século XXI. Os pôsteres e discos de Elvis Presley convivem harmoniosamente com o retrato de João Paulo II e outro menor, de Bento XVI, colados na geladeira de cerveja. Ali foi onde surgiu a idéia de se fazer um blog que reunisse os três temas que fascinam os palpiteiros que escrevem neste espaço. Também foi nas mesas da calçada da Fradique Coutinho que inúmeras discussões saíram da internet e tomaram corpo, sempre acompanhadas do líquido sagrado vendido pelo simpático dono do recinto.

Por isso, neste milésimo post do Futepoca (desculpa aí, Romário!), resolvemos homenagear o local mais freqüentado pelo coletivo que faz este blog: o bar do Vavá, menos conhecido como Gardenburger, o nome "oficial". Para tanto, o próprio, nascido Washington Cardoso Salvador em 7 de agosto de 1946, concedeu uma hora e meia de entrevista para Eduardo Maretti, Glauco Faria e Marcos Palhares, com fotos da futepoquense extra-oficial Carmem Machado. Era uma tarde de sábado e o cenário não poderia ser outro: uma das indefectíveis mesas de plástico do recinto, com as indispensáveis cervejas que o calor e o momento exigiam.

Publicamos aqui a primeira parte da entrevista de alguém que sintetiza os três temas do Futepoca. Vavá jogou e foi técnico em times amadores, tendo sido reserva do Jabaquara, também é ex-árbitro profissional, militou no PMDB e recebeu em seu bar figuras como Fernando Henrique Cardoso, Orestes Quércia e Marta Suplicy. Além de tudo, agüentou durante meio século toda sorte de manguaças. Durante o animado papo, muitas lembranças. Por vezes, seus olhos marejaram. Mas nem assim o sorriso saía de seu rosto. Abaixo, a história do homem.


::Qual memória mais antiga você tem do futebol?
Com o futebol foi o seguinte: comecei a jogar moleque, na Vila Sônia. Na delegacia de hoje tinha um campo, que era do Botafogo, a gente brincava lá. Depois, me mudei para a Vital Brasil, onde meu pai tinha comprado um bar.

::Seu pai gostava de futebol?
Não, não... Se ele tinha um time de preferência eu não tenho essa lembrança. Ele era muito atribulado, minha mãe era muito doente, tinha um problema que, graças ao bom Deus tive a felicidade de ajudar ao descobrir um bom médico. Ela tinha um problema intestinal, uma retoclite ulcerativa, que dava hemorragias todo dia. Consequentemente, atingia um nível de anemia gravíssima e constante. Então, estava sempre de cama, branquinha, amarelinha... Eu que cuidava, era filho, enfermeiro, médico, tudo. Meu pai tinha que trabalhar para sobreviver.

Fotos: Carmem Machado
O apelido vem da linha do São Paulinho, time da
várzea do bairro do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.
Centroavante goleador, este Vavá garante que era
mais habilidoso do que o chará campeão do
mundo em 1958.

::Você começou a jogar onde?
No Butantã, tinha um time que a molecada formou chamado o São Paulo Futebol Clube, o São Paulinho. Tinha uma rádio, a Rádio São Paulo, acho, cuja torre ficava no bairro. Não me lembro em que época foi, eu devia ter uns oito anos, era tudo moleque. E era quando meu pai estava em casa que podia ir lá.

::Você tem um irmão mais velho e outro mais novo?
Isso.

::Por que você começou a torcer pro São Paulo?
Comecei a torcer para o São Paulo porque, na Vila Sônia, o São Paulo foi campeão em 1953. A molecada da rua gritava "São Paulo, São Paulo, São Paulo". A gente se deixa contagiar pela molecada. E eu aderi também, porque a gente jogava bola na rua de terra, descalço. Meu irmão já gostava do Santos. Acho que por causa da Era Pelé, e com razão. Acho que não existe nenhum brasileiro que não tenha o dever de torcer para o Santos, porque era uma máquina. Era uma alegria ver o time do Santos jogar até contra o seu próprio time do coração. Era uma arte, uma academia, uma aula para quem sabe o que é futebol, o que é belo e clássico. Isso é importante. Eu também passo até a ter dois times (risos).

::Qual foi o jogo mais incrível que você viu na vida?
Que eu assisti foi no Morumbi, Santos 6, São Paulo 2. O que ouvi pelo rádio e jamais vou esquecer: Santos 4, Milan 2 (risos). Marcou minha vida e minha história, e até no céu irei relatar esse fato.

::Por que são tão especiais?
No Morumbi, me lembro que o Santos jogou com Kaneco na ponta direita, Mengálvio e Dorval de centroavante – o Coutinho não jogou – Pelé e Pepe. Me lembro que o Dorval foi escalado como centroavante e, no dia seguinte, saiu até no jornal, uma atuação espetacular: "Viajei seis horas para ganhar de seis", disse o Dorval (risos). A aula de futebol era tão grande que eu até aplaudia os jogadores do Santos. E a turma do São Paulo que estava do lado reclamava: "Pomba! Você é sãopaulino e fica torcendo pro Santos?" "Não, é a arte!" Aí, um negrão se levantou: "Deixa o garotão aí, ele tá certo" (risos).

O irmão mais novo, João, no balcão do Gardenburger.

::Fosse hoje em dia, você não estaria aqui para contar...
Não estaria, com essa ignorância total, tamanha. As torcidas estavam todas juntas. Não posso afirmar com certeza absoluta, mas não havia torcida uniformizada. Me parece que não havia nem torcedores em campo ou do Santos, me parece.

::Por que seu apelido é Vavá?
Quando a gente tinha esse timinho, em 50 e pouco, formaram a linha. Nas peladas, eu fazia muitos gols e eu era um cara ao contrário do Vavá, extremamente habilidoso.

::Melhor do que o Vavá?
Não, não, era habilidoso no sentido de burilar a bola. Matava também, mas era mais hábil. Me lembro bem, era Julinho na ponta direita, Bernardes na meia direita, Vavá, o Pelé e um cara que era muito parecido, um sósia do Zagallo. Então, cada um levava um apelido. Já era o Brasil campeão de 1958, tinha 12 anos, era uma molecada que jogava, mas não teve muita notoriedade, porque não tinha campo. Jogava na antena da rádio São Paulo. Quando começou a receber adversários na Rádio São Paulo, alguém fazia coisas desagradáveis, estragava uma planta ou alguma coisa, de modo que acabaram não cedendo mais o campo. Como havia a dificuldade de andar eu e o Pelezinho e um outro cara que me parece que era o Tarcísio, as estrelas do time, tínhamos dificuldades. Eu não poderia ir para outros bairros jogar, por causa do problema da minha mãe e do meu pai. Então, o time acabou parando.

::Naquela região, no Butantã e na Vila Sônia, tinha quantos times?
No Butantã tinha muitos times. Naquela época, revelou o Aldo e o Joãozinho, que acabou indo para o Jabaquara, em Santos, e que teve algum problema no joelho. O próprio Toninho Riset jogou no Comercial de Ribeirão Preto. O Batista, o apelido para nós era Dica, morreu de graça. O pai dele era um dos donos do Itapecirica Sociedade Anônima. Ali tinha o Estrela, o Ouro Verde, o Canto do Rio, o Pirajussara, o próprio Butantã, o Palmeirinha e o São Paulinho que era tudo garotada.

::Era muito forte a várzea?
Sim. Onde hoje tem a escola de polícia, tinham cinco campos de futebol. Tinha uma competiçãozinha. Uma vez teve um campeonato de uma revista chamada Turfe Ilustrado. E era tanta cobrança em mim para fazer o gol, que uma vez fiz um sem querer. Diziam: "Olhe que hoje você vai ter que fazer uns três". O nervosismo era tamanho que não saia jogada. Uma hora a bola veio, eu me enrosquei com ela e caminhei para dentro do gol -- o goleiro estava fora; caminhei com a bola no meio das pernas, andando, mas sem condições psicológicas de chutá-la. Fiz o gol. Ela que acabou entrando, ou me levando para dentro do gol (risos). Então, hoje eu falo, não é assim, a cobrança, a pressão é muita.

::Depois do fim do São Paulinho, você jogou em outros times?
Joguei no Maria Luiza, no Butantã, era mais garoto. No Pirajussara também. Eu era centroavante. Depois que passei a decrescer, por causa de um problema respiratório, passei a jogar de quarto zagueiro. E tinha algum destaque também. Mas aí esse Joãozinho, nunca esqueço, ele achava... Porque se eu tivesse que dar a bola a você, marcado, não daria no seu pé, mas do seu lado, no espaço vazio, para que você fosse buscar a bola...

A devoção ao papa João Paulo II divide
espaço com pôsteres de Elvis Presley. O
atual pontífice, Bento XVI, tem menos
destaque: é o santinho vermelho acima
da cabeça de Wojtyla.



::Você diz que burilava a jogada... Com que jogador você acha que parecia?
Minhas canelas não têm marca, eu me achava muito parecido com o Pagão. Eu limpava o lance. O Pagão era mestre, fácil. Saía com toque de bola rápido.

::Mas a marcação era diferente...
É, hoje a marcação é mais de perto, é mais ferrenha, mais física. Até acho que há muita complacência dos árbitros, o futebol está menos técnico e mais violento.

::Era outro futebol.
Era outro, tinha distância, cada um poderia mostrar mais as suas qualidades. O cara chegava depois, agora chega na dividida. Essa ação, eu até atribuo, e acho que ele foi o precursor da coisa, ao mestre Oswaldo Brandão, popular Caçamba, um técnico também vencedor. "Chega antes, senão, chega junto" (risos). Ele falava isso.

::Você pensou em ser jogador profissional?
Pensei. Mas tive uma bronquite, um problema respiratório grave etc. Estava com 16 ou 17 anos. Quando esse amigo, João de Bato, me levou para o Jabaquara, em Santos, em 1962 -- O Santos era uma máquina. O técnico era Dom Ernesto Filpo Nuñes. Eu era um cara tão burro e acanhado, de moleque... Tinha, claro, a torcida do Jabaquara, e algumas moças que assistiam a gente ouvia. O Filpo falava para cair para a esquerda, para tirar o Del Poso, central do time reserva. O zagueiro central fora da área, né? Aí eu ouvia alguma falar: "Olha as pernas dele". Aí acabava, eu ficava acanhado. Burro demais, né. Aí o Filpo: "Deixa el Pibe", que era para elas ficarem quietas para eu poder jogar bola.

::Por quanto tempo você ficou no Jabaquara?
Acho que fiquei seis meses. Uma vez eu estava até escalado para jogar contra o Comercial de Ribeirão Preto, mas não passei no exame médico. O doutor Washinton de Giovani era o médico do Jabaquara e foi presidente do clube. E no jantar, ele viu que eu tremia. Ele falou que eu não estava em condições psicológicas. Se jogasse, capaz que não tivesse nada. Aí eles improvisaram outro jogador, um tal de Sauí, carioca. Era Marcos, Lara -- que morreu em campo, do coração -- Sauí, Alcides e Bragança, na ponta esquerda que era filho do dono de uma rádio da cidade.

::E você também foi árbitro?
Depois.

::E o que é melhor, ser árbitro de futebol ou dono de bar? Ou mesmo jogador, você está falando que tinha muita pressão...
Árbitro é muito mais difícil. Eu, graças a Deus, nunca tive problemas. Juvenil, aspirantes de São Paulo, Campeonato Brasileiro que apitei. Agora, é duro. Vi outros que abandonaram. Um que foi apitar Primavera de Indaiatuba, não sei se existe ainda. Ele foi mal e os caras quiseram pular o muro, e ele teve de tirar a roupa de árbitro e sair correndo. Iam agredi-lo. Outro amigo meu, que era até gay, apitou Maf de Piracicaba, os 22 queriam bater nele. Conseguiu desagradar a todos. Porque esse negócio de compensar, aí você se machuca. Entende?

::Por quanto tempo você foi árbitro?
Por uns sete anos. Depois, abandonei.

::Qual foi o jogo mais complicado que você apitou?
O mais complicado que apitei, que senti medo, medo mesmo, foi no Campeonato Alagoano. Entre o Clube Sportivo Alagoano, o CSA, e o Clube de Regatas Brasil. A federação alagoana pediu árbitros à federação de São Paulo. Eu, para mostrar serviço, levantei o braço. No estádio, eu sempre era o mais atrasado. Os assistentes pegaram as bandeirinhas e foram para o campo. Dali a pouco, voltaram correndo, ofegantes: "O cara do CSA ameaçou a gente com o revólver, falou que se o CSA não ganhar a gente não sai vivo daqui." Aí, quem ficou com medo fui eu. Porque não vi o cara. Fui para campo e pedi: "Vocês vão me apontar quem era o cara". Peguei orientações do Coronel Ney Aguiar, Mario Francisconi, essa turma toda. Qualquer coisa, a orientação era chamar o chefe do policiamento. Se fosse o caso, era dizer que não tinha condições para começar o jogo e acabou. Queria saber quem era o cara. E batemos bola, e eles não conseguiram me apontar. E eu fiquei com medo. Aí começou o jogo, eu, antipedagógico, com o apito na boca, com medo. O cara piscava, e eu pá, parava o jogo. O Brasil, com empate era campeão. O CSA precisava ganhar. Sabe se árbitro torce para não sair gol? Eu, Washington Cardoso Salvador, torci para não sair gol (risos).


No sentido anti-horário, a partir do
topo: Marcos Palhares, Eduardo Maretti
e Glauco Faria. Vavá, de costas. Na mesa, claro, cervejas...

Na França, empate técnico no segundo turno

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Segundo a AFP, pesquisa do instituto Sofres aponta vantagem de apenas 2 pontos percentuais para o conservador Nicolas Sarkozy contra a socialista Ségolène Royal (cuja acentuação é o inferno dos redatores).

O Vermelho traduziu um curioso gráfico do Le Monde (à esquerda) que mostra o cenário político da França. As extremas esquerda e direita diminuíram sua participação, em benefício dos centros -- centro-esquerda, centro-direita e centro propriamente dito. A participação de François Bayrou foi determinante, como já apontava o primo francês do Conselheiro Acácio, para a chegada ao segundo turno.

Segundo a pesquisa do Instituto Sofres, cuja abrangência e credibilidade são completas incógnitas para a minha pessoa, 46% dos eleitores do centrista migrariam para a socialista e apenas 25% iriam para Sarkozy. O UDF de Bayrou faz parte da coalizão de governo encabeçada por Jacques Chirac, da UMP, partido de Sarkozy.

O mesmo Vermelho jura que a esquerda se uniu a Ségolène . Como a esquerda só se une na cadeia e seu extremo nem representa 10% do eleitorado, tudo depende de mais eleitores de centro optarem pela socialista.

O mais divertido é que os imigrantes, sem direito a voto torcem contra o conservador. Embora Ségolène não represente tanta abertura assim para estrangeiros instalados ilegalmente no país.

É difícil ser sindicalista

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Nessa segunda, dia 23, as centrais sindicais organizaram manifestações em todo o país para tentar evitar que o Congresso derrube o veto presidencial a uma emenda feita pela oposição na Lei da Super-receita, a chamada Emenda 3. A mudança vai facilitar para que empresas contratem trabalhadores como pessoas jurídicas, e naõ mais com carteira assinada. Se a prática, hoje já muito comum na área jornalística, se espalhar para os outros setores, será uma morte virtual dos direitos trabalhistas. Nada mais de férias, FGTS, seguro-desemprego. Em São Paulo, essas manifestações incluíram paralisação de duas horas no Metrô e nos ônibus municipais.

De manhã, o Luciano Faccioli, na Record, falava que “greve prejudica trabalhadores”. Mostrava filas enormes de carros, um trânsito enorme, ônibus lotados. E, sobre o motivo da paralisação, algumas palavras perdidas no meio da matéria. Nenhuma imagem dos atos feitos pelos sindicalistas. Nenhuma análise sobre a ameaça aos direitos trabalhistas e outros impactos da Emenda 3, nem que fosse a favor. O enfoque se repete em toda a mídia: paralisação prejudica trabalhadores. No ônibus, um manguaça comenta: “E quem se ferra é o povo, que não tem nada a ver com isso”. Eu acho que tem, apesar da Record discordar.

Chefe-de-Estado bêbado que se preze

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Foi enterrado nesta terça-feira, dia 24, o ex-presidente Russo Boris Ieltsin, aos 76. Ele morreu na segunda, 23. Ao contrário do que apostavam seus fãs espalhados pelos botecos do mundo, seu fígado permanecia intacto, quiçá em verdadeira conserva em meio alcóolico. A causa da morte, a depender do tradutor, foi insuficiência cardiovascular ou ataque cardíaco (que pode ser muitas coisas).

Ele foi o primeiro presidente eleito da Rússia e o primeiro chefe-de-Estado do gigante asiático depois do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Para os anais da história, entrou como o presidente bêbado, que despachava, dava entrevistas e participava de atos públicos sob efeitos de algumas doses a mais do que recomenda o equilíbrio sobre duas pernas.

As cerimônias serão comandadas por três bispos da Igreja Ortodoxa Russa, na Igreja do Cristo Salvador, reformada em sua gestão . É o primeiro funeral cristão para um líder russo desde a revolução de 1917. O dia é de luto oficial no país governado por Vladimir Putin. O corpo de Ieltsin não será enterrado no Kremilin, diferente de quase todos os líderes comunistas.

Ele governou de 1991 a 1999, quando renunciou depois de uma segunda ofensiva militar na Chechenia.

A maioria dos russos acha o legado do presidente-manguaça ruim, embora outros, como o presidente atual, prefiram se referir ao papel para a "consolidação" (seja lá o que isso signifique) das instituições "democráticas" (idem) no país.

Os dois lados discutem isso exaustivamente, nas mesas de bar, como forma de homenagear o morto.

A BBC fez uma seleção de fotos. Só a 8 e a 9 é que dão a dimensão histórica do líder para a embriaguez global.

Inter: o novo Cruzeiro?

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As notícias da vez dão conta que a relação entre Abel Braga e o Internacional está cada vez pior. No final de semana, o Globo Esporte anunciou com todas as letras que o técnico havia sido demitido; teve que voltar atrás depois, porque essa notícia não procedia. De qualquer modo, das duas uma - ou Abel cai fora (e o exterior é uma boa saída) ou será chutado pelo Inter ainda nesse semestre.

A instabilidade entre técnico e clube, somado ao mau desempenho do Internacional dentro de campo, fazem com que um paralelo salte aos olhos. Será o Internacional de 2007 uma reedição do Cruzeiro de 2004?

Relembrando: em 2003, o Cruzeiro teve um ano mágico. Sob o comando de Luxemburgo no banco e Alex no campo, o clube celeste ganhou Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. A expectativa era que o domínio do time se consolidasse no ano seguinte com a conquista da Libertadores e o Mundial. Mas o castelo cruzeirense ruiu em poucos meses. O ano de 2004 começou com a estranha contratação de Rivaldo, que dava na cara que não ia dar certo. Ainda em fevereiro Luxemburgo foi demitido - por desavenças com os dirigentes, dizem - e Rivaldo pediu para sair, em solidariedade. Paulo César Gusmão assumiu o time e ainda foi campeão mineiro, mas o restante da temporada foi extremamente chocho. Muito, muito pouco para o que o Cruzeiro sugeria que iria se tornar no final de 2003.

Agora é a vez do Inter! Como todo time que ganha títulos importantes no Brasil, o Colorado foi extremamente adulado pela mídia, que fez questão de falar de seu "profissionalismo" e "planejamento". No Gauchão, o Inter começou com o time reserva, foi mal, pôs o titular para ver se se salvava mas não deu certo. E ainda contou com uma boa dose de azar ao cair num dos grupos mais difíceis da história recente da Libertadores.

O Internacional tenta se reerguer. Provavelmente sem Abel Braga e certamente sem reforços de impacto para o restante da temporada. Pode ser que faça um bom Brasileirão? Sim, pode. Eu tenho certeza que não será rebaixado e nem passará perto disso. Mas qualquer coisa abaixo do título será pouco para o clube que dominou o mundo em 2006 e parecia que repetiria a dose nos anos seguintes.

Marcos cansou de ser "bonzinho"

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Quase no final da recuperação de mais uma contusão, a 13ª da sua carreira, o goleiro Marcos, do Palmeiras, perdeu a paciência. Vítima contumaz de choques nem sempre acidentais com atletas adversários, agora diz ter achado a fórmula para não se machucar: ser "maldoso". Ontem, ele disse ao Terra que está cansado de "jogadores burros".

"Jogador esperto sabe quando não vai chegar na bola. Todo mundo fala que ele (Reginaldo) não teve intenção de me machucar, mas ele foi em cima de mim. Não iria alcançar a bola", declarou o goleiro, também lembrando do lance contra o Corinthians, em 2006, em que dividiu uma jogada com o atacante Rafael Moura e fraturou a clavícula.

Para exemplificar o que julga como postura de proteção do arqueiro, Marcos comentou ao portal G1 a dividida entre Aloísio e Fábio Costa na partida entre Santos e São Paulo pelo campeonato paulista. "Eu vi o lance. Não acho que o Fábio tenha sido maldoso. Ele é esperto e se protegeu. Coisa que eu vou começar a fazer agora. Vou ser maldoso mesmo. Chega de querer me preocupar com os outros, querem ser bonzinho, porque dá nisso. O único prejudicado sou eu. Vê se alguém sai daquele jeito para dividir com o Fábio? Agora comigo todo mundo vem matando" analisou.

Parecendo mesmo farto de ter a carreira prejudicada por contusões, o que lhe valeu a exclusão da Copa em 2006, Marcos resumiu sua nova filosofia de jogo. "Goleiro tem que levantar o joelho na dividida. Eu não estava fazendo isso para não machucar ninguém, porque se pega nas costas pode ser complicado. Mas ninguém pensa em mim. O cara (Reginaldo) deu no meio. Vou agora esperar o lance e dar no meio também. Estou cansado de me quebrar. Não vou ser tão limpo porque isso está só me prejudicando".

segunda-feira, abril 23, 2007

O melhor goleiro do Brasil

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Em diversas vezes que um time pequeno perde para um grande, tomando aquela pressão típica, o goleiro acaba parecendo. São inúmeras finalizações e boa parte delas inevitavelmente pára no arqueiro. Afinal, ele está lá pra isso e, mesmo que seja meia-boca, vai rebater bolas e acabar parecendo bonito pra torcida (inclusive do adversário). Daí aquele lugar comum quando o time toma quatro do grande: "se não fosse fulano de tal no gol, poderia ser de sete ou oito".

Mas difícil mesmo é quando o outro time ataca pouco, quase não finaliza, e o goleiro tem que manter a concentração para, em uma eventual bola, decidir a partida. Aí se pode diferenciar um grande jogador.

Ontem, a um minuto de partida, as poças do Morumbi ajudaram o ataque do Bragantino. Do nada, a equipe do interior chegava à meta de Fábio Costa. Um gol àquela altura, com um gramado onde o futebol era quase impraticável, dificultaria demais a vida do Santos. Mas o arqueiro alvinegro foi rápido, saiu corajosamente e fechou o ângulo, fazendo uma defesa gigantesca. Salvou o seu time.

46 minutos do segundo tempo. Depois de passar a partida inteira assistindo ao jogo, sem qualquer ameaça ao seu gol e saindo bem nas teimosas bolas aéreas que o Bragantino insistia em jogar na área peixeira, Fábio Costa vê Bill à sua frente, sozinho. Cresce pra cima do atacante e pratica outra defesa. Um milagre.

Naquele momento, uma subversão da lógica. Em geral, quando o adversário perde uma chance, a torcida se aquieta diante da ameaça. Mas Fábio Costa inverte o jogo. Quando faz uma defesa difícil, daquelas que o torcedor já coloca a mão na cabeça pensando no inevitável, comemora a façanha e acua a trupe adversária, fazendo a sua torcida vibrar junto com ele.

Mais magro, ágil, seu temperamento também mudou. Quando sofreu o gol de Ricardinho em 2001 insinuou que a culpa era de seu companheiro André Luiz, que havia escorregado no cruzamento de Gil. Um argumento aceitável para um torcedor, inadmissível para um colega de trabalho. Ontem, ao contrário, depois do jogo condenou as vaias a Cléber Santana por ele ter errado um pênalti. Postura de líder, não de torcedor.

Por tudo isso, é hoje o melhor goleiro do Brasil. Diferenciado, vibrante, já faz por merecer uma chance na seleção. E calou a minha boca. Quisera eu que todos os jogadores santistas que critico fizessem isso. Mas esperar algo semelhante do Rodrigo Tiuí é demais...

Será possível evitar a final inglesa?

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Amanhã começa a fase semifinal da Copa dos Campeões da Europa. O título tem tudo para ser inglês, afinal só o combalido Milan poderá evitar esse acontecimento, e poucos esperam que isso aconteça.
Os confrontos são:
Manchester United x Milan (amanhã) e Chelsea x Liverpool (quarta).
No primeiro, o favoritismo é francamente inglês. O Manchester tem voado em campo. Venceu a Roma, nas quartas-de-final, por inacreditáveis 7 x 1 e é o atual líder do Campeonato Inglês. Neste jogo, no entanto, o zagueiro Rio Ferdinand é desfalque. No time italiano, Dida é dúvida, por conta de uma luxação no ombro direito. No Italiano, está em quarto lugar, lutando para, pelo menos, assegurar uma vaga na Champions do ano que vem. Mas dizem que esse negócio de tradição pesa muito. Há poucas camisas tão importantes como a rossonera. O jogo promete.

No segundo confronto, o Chelsea deve passar, com seu futebol sem brilho mas eficientíssimo. Os times estão em segundo e terceiro lugares no Inglês, mas a vantagem do Chelsea é enorme: 12 pontos de vantagem. Tem Lampard e Drogba no meio. Só que passaram no sufoco pelo Valência, empatando em casa em 1 x 1 e vencendo na volta por 2 x 1, com direito a gol aos 45 do segundo tempo. Já o Liverpool passou tranqüilo pelo PSV, somando 4 x 0 nos dois confrontos. No meio, tem o Gerrard e o Mascherano, que parece ter se adaptado ao futebol inglês.
É, só vai ter diversão na Champions, até o final. Até dá vontade de simular uma gripe pra assistir sossegada em casa.
(com colaboração de Glauco Faria)

Religião, medicina, imprensa e cachaça

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No ônibus, um padre senta ao lado de um sujeito completamente bêbado, que tenta, com muita dificuldade, ler um jornal. Logo, com voz empastada, o bêbado pergunta ao padre:
- O senhor sabe o que é artrite?
Irritado com o bafo de cana do homem, o pároco responde:
- É uma doença provocada pela vida pecaminosa e desregrada: mulheres, promiscuidade, farras, excesso do consumo de álcool, drogas, fumo e outras coisas do demônio!
O bêbado cala-se e continua com os olhos fixos no jornal.
Alguns minutos depois, achando que tinha sido muito duro com o manguaça, o padre tenta amenizar:
- Há quanto tempo o senhor está com artrite?
- Eu não tenho isso não, padre. Segundo o jornal, quem tem é o Papa!

Com JaDILLson, S.Paulo é humilhado: 4 a 1

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Foi o pior jogo do São Paulo que assisti nos últimos 20 anos. Nem as goleadas de 7 a 2 para a Portuguesa, em 98, e de 7 a 1 para o Vasco, em 2001, foram tão vexaminosas. Naqueles jogos, apesar da pane total, o time ainda procurou jogar bola, arriscar jogadas de ataque. No sábado, depois de abrir 1 a 0 com Ilsinho, o tricolor sumiu. Parecia o Brasil no jogo contra a França, em julho do ano passado.
Dali em diante, não ouvi mais o locutor falar o nome do próprio Ilsinho e muito menos de Hugo, Leandro e, principalmente, Jadílson. Ou JaDILLson, pois está me lembrando muito a pior contratação do São Paulo em todos os tempos, o tal artilheiro do Goiás na Copa João Havelange de 2000. O Júnior está sendo injustiçado. Pela regularidade, merece ser titular absoluto.
Não cheguei a me chatear com o resultado; ao contrário, fiz até piada e achei muito bem merecida essa derrota. Mas fiquei perplexo com o São Paulo: ninguém, mas ninguém mesmo, jogou absolutamente nada. O São Caetano passeou, sobrou em campo. Mais humilhante ainda foi que, após marcar o terceiro gol (e daquele jeito, com chapéu no André Dias e tudo), o Azulão tirou o pé.
O quarto gol só saiu porque o São Paulo tava dando muito mole, mas o time do ABC já não fazia esforço algum para atacar. Ou seja: se continuasse pressionando no ataque, teria feito cinco, seis, sete. Fácil. Quando Rogério Ceni ajoelhou mais uma vez na frente de um adversário (isso me irrita) e Douglas passou por ele para fechar a goleada, comecei a rezar para o jogo acabar. Pensei que o São Caetano ia fazer o mesmo que o Corinthians fez com o Santos no Pacaembu, em 2005. Mas o time do Dorival Júnior tirou o pé, graças a Deus!
Vergonha. Deu vergonha de torcer para o São Paulo no sábado. Por isso mesmo não vou fazer côro com a mídia e a maioria da torcida, que já está pedindo a cabeça do Muricy. Não acho um erro absurdo entrar com Josué como único volante e confiar em André Dias na zaga. Nem condeno o fato de Jorge Wagner e Júnior não estarem entre os titulares. O fato é que o Muricy não podia prever que Ilsinho, Souza, Hugo, Leandro e Jadílson fossem se esconder no jogo. Isso aí é metade do time! O técnico não é culpado por isso, nem o Aloísio, que ficou isolado.
Foi um vexame difícil de acreditar que estava acontecendo. Mas talvez sirva como oportunidade para o Muricy dar um belo de um esporro nesses caras. Se mesmo assim não surtir efeito, o São Paulo será mais um Internacional neste ano. (Foto de José Patrício/AE)