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O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira, 15. Foi outro recorde de emprego gerado em março. Para abril, Carlos Lupi, titular da pasta, promete novo recorde.
O detalhe é que a partir da busca do jornalista Vitor Nuzzi pelos arquivos do acumulado de geração de empregos, temos os seguintes dados, a título de comparação entre governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso.
Recuperação econômica à parte, é bem verdade que Lula enfrentou apenas um ano – no máximo dois – de crescimento próximo de zero. Mas também é verdade que parte do cenário para que isso ocorresse tem méritos de políticas adotadas pela gestão – a maioria, políticas não macroeconômicas, registre-se.
Aos dados:
Período | Saldo de empregos | Média anual |
1995-2002 | 796.967 | 99.621 |
2003-2009 | 8.716.082 | 1.245.154 |
Sendo maldoso de um lado, arredonda-se para 8 milhões o resultado de 2003-2009. E, generosamente, facilita-se para o outro lado, inflando para 1 milhão as vagas do período 1995-2002. O resultado é: 8 para 1.
Opa! Oito a um é Santos e Guarani pela Copa do Brasil.
Com o acúmulo de 2010 de 700 mil empregos gerados, a diferença aumenta, porque somam-se 9,4 milhões de empregos. Em abril, a expectativa é de 340 mil contratações a mais do que demissões, de modo que o Brasil ultrapassaria em quatro meses todas as vagas criadas em 2009, o ano em que o país decresceu 0,2%.
E vejam que, nessa toada, mais um ou dois meses e o jogo vai ficar 10 a 1, quase a maior goleada dos Meninos da Vila até o momento, aplicada sobre o Naviraiense, também pela Copa do Brasil. Os santistas ganharam de 10 a 0, o que torna a comparação meio capenga, mas enfim.
Diferentemente de outros períodos, houve algum crescimento do salário médio de admissão. Quando há muita rotatividade, a tendência do ordenado médio é ser rebaixado, já que a pessoa sai de um lugar para ganhar menos em outro. No trimestre, aumentou 4,37% em relação a 2009. Talvez a crise tenha atrapalhado o parâmetro do ano passado.
Mas o ministro Lupi foi indiscreto na coletiva para dar seu parecer de torcedor pleno: "O maior segredo da aprovação do governo Lula é a valorização salarial. Quando a oposição descobrir isso, já terá perdido a eleição".