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Por Moriti Neto
Sem discussão. O Santos foi, disparado, melhor que o São Paulo no jogo de ontem, na Arena Barueri. O time da Vila jogou de forma leve, solta, com toques rápidos e lances inteligentes. A maior posse de bola santista não foi daquelas improdutivas, de simples domínio territorial.
São-paulino que sou, óbvio, sofri com a superioridade do adversário. O Tricolor não “andava” em campo. Pra variar, se mostrou acéfalo na meia cancha e ineficiente pelas laterais. Nada de cerebral na armação e nenhuma jogada de linha de fundo. Impaciente, eu pedia insistentemente (sabe aquela coisa de torcedor que assiste pela TV e “participa” do jogo?) que Hernanes e Marcelinho Paraíba mostrassem que estavam em campo. O primeiro até que tentou, mas normalmente era barrado em suas arrancadas e não achava com quem tabelar. O segundo esteve completamente apático. Não chutou, não lançou, nada que lembrasse o bom meia atacante de outros tempos e vários clubes.
No intervalo, fiquei imaginando quem Ricardo Gomes poderia colocar para melhorar a organização. E o nome que veio à cabeça foi justamente aquele que o técnico usaria: Cléber Santana. Em algum momento, pareceu que o nível de construção das jogadas evoluiria. Ledo engano. Poucos minutos, e o novo atleta tricolor estava contaminado pelo estilo previsível do jogo são-paulino.
Nas “alas”, Jean, mais uma vez, deu mostras de que pode render bem como volante, mas é uma nulidade atuando pelo lado. A saída de bola pela direita era uma piada. Na esquerda, Jorge Wagner buscou o jogo, só que nunca será daqueles jogadores que chegam à linha de fundo e fazem cruzamentos para trás, conscientes, buscando o atacante em melhor posição. No máximo, vai fazer o velho e já manjadíssimo levantamento do bico da área e esperar que alguém aproveite a tal “bola alçada”. Aliás, foi assim, numa cobrança de escanteio, que Roger (minha nossa!) fez o gol são-paulino.
No final do jogo, fiquei, sim, decepcionado. Não pela merecida vitória do Santos, que tem um time promissor, com jogadores refinados como Neymar, Ganso, Robinho e, quem sabe, Giovanni, caso tenha condições de jogar em bom ritmo ao menos num tempo das partidas. De repente, depois de tanto marasmo técnico no futebol tupiniquim, a equipe do litoral possa brindar aos amantes do esporte com espetáculos técnicos e inventivos. Mas, enfim, minha decepção ficou por conta de perceber que o São Paulo continua com os mesmos problemas de 2009 e sem nenhuma capacidade de reinventar-se.
A infeliz declaração de Ceni
Não sou daqueles que defende um ídolo do clube de coração de forma incondicional. Rogério Ceni, com todos os serviços prestados ao São Paulo, muitas vezes perde a chance de ficar quieto. Ontem, ao falar sobre a paradinha de Neymar e dizer que ele aproveite para fazer isso por aqui, pois na Europa não seria permitido, o goleiro desqualificou o País em que vive e ainda quis posar de guardião das regras futebolísticas, como se fosse um exemplo a ser seguido. Neymar, sobre a situação, foi na mosca, dizendo que esse tipo de lance tem que ser usado contra goleiro que se adianta demais. No final das contas, Rogério, ficou mesmo mal pra você.
A visão santista da partida aqui.