Compartilhe no Facebook
CLÓVIS MESSIAS*
Ao idealizar o sistema viário Rodoanel, o falecido ex-governador Mario Covas (foto) garantiu que não haveria pedágio. Mas aí vieram seus colegas de PSDB Geraldo Alckmin e José Serra e o dito ficou pelo não dito. Surdez oportuna. O Rodoanel, que deve ganhar 13 praças de pedágio nas rodovias Bandeirantes, Anhangüera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bitencourt, atingem uma distância aproximada de 20 a 28 quilômetros do Marco Zero da cidade de São Paulo.
Provavelmente, o governador Mario Covas, na época, estava se referindo a uma Lei de 1953 que veta a cobrança de pedágios num raio de 35 quilômetros da Praça da Sé. Chegando no butiquim, um "gorosista permanente" comemorava a fala do deputado estadual Carlos Gianazzi, do PSol, que disse, na tribuna da Assembléia Legislativa: "-Vou protocolar junto ao Ministério Público a proibição da cobrança de pedágio no Trecho Oeste do Rodoanel, fundamentada em Lei de 55 anos atrás, que nunca foi revogada e está, portanto, em plena vigência". Gianazzi afirma que, com a cobrança, haverá um verdadeiro caos no trânsito da capital, pois os motoristas desviarão suas rotas para não arcarem com essa despesa.
Perplexo, o inocente amigo freqüentador lembrou: "-Antes tarde do que nunca. Será que os legisladores aprenderam a legislar?". Mas eu lembrei ao distraído: "-Por que os outros deputados não acompanharam o Gianazzi com apartes ou confirmações em defesa da causa pública? Foi uma ave isolada, em vôo solo. E o preço do silêncio será de R$ 1,20 por eixo".
*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.