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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Dangerous Women

"Dangerous Women", antologia com contos de Brandon Sanderson, Caroline Spector, Carrie Vaughan, Cecila Holland, Diana Gabaldon, Diana Rowland, George R.R. Martin, Jim Butcher, Joe Ambercrombie, Joe R. Lansdale, Lawrence Block, Lev Grossman, Megan Abbot, Megan Lindholm, Melinda M. Snodgrass, Nancy Cress, Pat Cadigan, S.M. Stirling, Sam Sykes, Sharon Kay Penman, Sherrilyn Kenyon

Opinião:
Sem dúvida que esta antologia nos traz mulheres fortes, cheias de garra, capazes de lutar pelo que acreditam e de inspirar outros a fazer o mesmo, quer elas sejam as boas ou as más da fita.
Dangerous Women reúne alguns dos melhores contos que li este ano e quase todos os contos estão num patamar bem alto, tirando dois ou três que foram mais fracos.
Gostei muito das histórias, das protagonistas e da riqueza das histórias e diversidade de pontos de vista. Aconselho! Mesmo a quem não se acha muito fã de ficção curta.

"Some Desperado", de Joe Abercrombie (narrado por Stana Katic)
A protagonista é uma espécie de criminosa em fuga de outros criminosos, e está metida num grande sarilho logo no início. A forma como ela se desenrasca e se consegue defender é digna de se ver. O mais interessante para mim, neste conto, foi a forma como a protagonista foi tão bem apresentada ao leitor. Ficamos a conhecer várias facetas dela num curto espaço de tempo e a sua atitude na batalha fina surpreendeu-me, na positiva. O fim propriamente dito é bastante aberto mas compreensível. O único senão do conto é o início mais moroso e o facto de os vilões serem muito estereotipados.
Nota: 7/10

"My Heart is Either Broken", de Megan Abbot (narrado por Jake Weber)
Este foi um dos meus contos favoritos da antologia. Fala-nos de um casal que está destroçado pelo desaparecimento da sua filha. O que realmente me cativou foi o facto de ser narrado na perspectiva do marido e vermos a sua crença, a início parece inabalável, sendo aos poucos corroída pela semente da dúvida. No fim nada é certo mas também o leitor fica com os mesmos receios. Adorei!
Nota: 8.5/10 

"Nora's Song", de Cecila Holland (narrado por Harriet Walter)
Gostei muito desta família real e de como elas interagiam, de como eram tão unidos à mãe e tão distantes em relação ao pai (coisa que rapidamente se entende porque acontece). O facto de a narradora ser a Nora, uma das crianças mais pequenas, também me agradou. Dava ao texto um ar mais inocente mas ao mesmo tempo muito inquisidor.
Infelizmente o final bastante inacabado deixou-me insatisfeita. E aqui a "mulher perigosa" é mais ambígua.
Nota: 6/10

"The Hands that are not There", de Melinda M. Snodgrass (narrado por Jonathan Frakes)
A história aqui começa num bar onde um homem se senta com um estranho e este lhe conta uma história mirabolante que poderá ou não ser verdadeira. A premissa por si só é banal e confesso que não me senti cativada a início, no entanto quando a Sammy entrou em cena a coisa mudou de figura. Sedutora, confiante e imprevisível. Uma verdadeira Dangerous Woman.
No final fica a dúvida se o estranho estaria a inventar tudo aquilo ou se poderia mesmo ser verdade.
Nota: 5.5/10

"Bombshells", de Jim Butcher (narrado por Emily Renkin)
Raios! Não devia ter lido este conto antes de ler todos os livros da série Dresden. Mega spoilers!
Mas esquecendo isso por um bocado, este conto segue uma missão da nova aprendiz de feiticeira, numa aventura feita só de mulheres, cheias de determinação e com o "Power of the Rack", como diz a própria protagonista.
Cheio de acção, bons diálogos e humor, gostei desta aventura e da surpresa final que fez com que o conto tivesse um significado bem grande até para a série principal de Dresden Files. Gosto disso!
Nota: 7/10 

"Raisa Stepanova", de Carrie Vaughan (narrado por Inna Korobkina)
Uma história diferente das outras que já li da autora. Fala-nos de uma piloto de avião de guerra, durante a 1ª Guerra Mundial, ou alguma semelhante, e de como as mulheres tinham de ter muito carácter para estar na força aérea. A mentalidade caseira e patriótica da protagonista salta à vista em cada palavra e foi uma mudança boa.
Não gostei particularmente do final mas fora isso achei a protagonista muito forte e guerreira, e gostei do foco da história.
Nota: 7/10

"Wrestling Jesus", de Joe R. Lansdale (narrado por Scott Brick)
Um, se não mesmo o meu conto favorito da antologia. Não tem meias medidas com as palavras ou com as situações porque passa o protagonista. E só bem depois do meio é que ficamos a saber afinal quem é a mulher perigosa desta história. A sua ausência e a sua quase inexistência acabam por tornar a experiência ainda melhor, visto que quase tudo fica à imaginação do leitor. O seu feitiço será real ou fruto da imaginação de Jesus?
Mas o melhor do conto é mesmo o elo que se cria entre Jesus e Marvin. Muito especial!
Nota: 9/10 

"Neighbors", de Megan Lindholm (narrado por Lee Meriwether)
Gostei muito do tema deste conto: Alzheimers. Aqui conhecemos uma senhora já com uma certa idade, que vive só. Tem uma vizinha com Alzheimers que desaparece uma noite depois de a visitar e, a partir daí, a sua vida nunca mais será a mesma. Ver o progresso da doença escrito desta forma foi bastante intrigante e fantasioso, mas não menos penoso.
Nota: 7.5/10 

"I Know How to Pick 'Em", de Lawrence Block (narrado por Jake Weber)
O ambiente neste conto é bastante sombrio. Nenhuma das personagens é amistosa e o protagonista, que é quem está em foco, é especialmente intenso. O final, apesar de ser algo de prever, acabou por surpreender pela sua crueza . O melhor é mesmo a personalidade fria do protagonista e a força da narração.
Nota: 7.5/10 

"Shadows for Silence in the Forest of Hell", de Brandon Sanderson (narrado por Claudia Black)
Uma história muito interessante que se passa em volta de uma estalajadeira que não é bem aquilo que parece à primeira vista. A protagonista é a personagem mais bem construída mas, como sempre, o autor consegue que todas as outras sejam marcantes à sua maneira. A história e a luta (mental e física), bem como todo o sistema de magia aqui apresentados, são memoráveis. Só achei que a acção se arrastou um pouco de mais no início. Fora isso, vale mesmo a pena.
Nota: 8/10  

"A Queen in Exile", de Sharon Kay Penman (narrado por Harriet Walter)
Embora ache a história em si interessante, isto era matéria para dar um livro e não um conto. Teria sido muito mais proveitoso se o conto se focasse apenas numa cena da história desta rainha no exílio e não tentasse descreve grande parte da sua vida adulta em algumas páginas. O que acontece é que não há personagens interessantes, a acção salta muito e a prosa tem escassez de profundidade, já que não se debruça em nada ao pormenor.
Nota: 4.5/10 

"The Girl in the Mirror", de Lev Grossman (narrado por Sophie Turner)
Aquela que era uma premissa muito interessante acabou por perder algum alento com uma prosa pouco enérgica. Faltava-lhe ânimo e havia demasiadas coisas a distrair a atenção do leitor. Não havia um foco real. As coisas iam acontecendo para serem giras mas não senti grande ligação nem com as personagens nem com a escola de magia.
Nota: 5/10  

"Second Arabesque, Very Slowly", de Nancy Cress (narrado por Janis Ian)
Uma história muito rica! Em poucas palavras percebemos que o mundo está um caos e como as regras da sobrevivência nele operam. A nossa protagonista é uma mulher considerada já velha entre os seus, embora não seja muito, e como ela lida com a sua crescente debilidade e como acaba por influenciar, sem saber bem como, outros mais novos a tomarem decisões que alterarão para sempre a vida de todos eles.
Adorei o conceito, a prosa e o final.
Nota: 7.5/10 

"City Lazarus", de Diana Rowland (narrado por Scott Brick)
Com um protagonista tudo menos ortodoxo, que nem sequer pode ser chamado de anti-herói, foi na sua personalidade que residiu grande parte da força deste conto. A localização e o problema da cidade, como uma personagem por si só, foi do que mais manteve o meu interesse.
A mulher perigosa deste conto é fácil de adivinhar mas as suas motivações só transparecem aos poucos. A sua manipulação dos personagens é refrescante.
Nota: 7.5/10 

"Virgins", de Diana Gabaldon (narrado por Alan Scott-Douglas)
Uma coisa que me intriga neste conto, e não tem mesmo nada a ver, é porque este título? Parece-me a mim que nenhuma destas personagens é propriamente virgem. Ehehe!
Este foi o meu primeiro contacto com a famosa escritora Diana Gabaldon e confesso que a prosa me agradou bastante. No entanto o machismo é bastante intenso em toda a trama e eu não posso ignorar isso, mesmo tendo em conta que isto se pasou há uns bons séculos atrás, quando as mulheres pouco mais eram que objectos.
Confesso, algumas cenas aqui deixaram-me desconfortável e isso não é coisa fácil de se fazer. Bom sinal? Claro!
O problema é que não consegui simpatizar muito com os protagonistas,  o que me parece que será um empecilho caso eu alguma vez pretenda ler a série Outlander.
Prosa impecável, crueza que chegue e sobre, mas uma história que embora interessante acabou por se arrastar bastante e, na verdade, não surpreendeu muito.
Nota: 6.5/10 

"Hell Hath no Fury", de Sherrilyn Kenyon (narrado por Stana Katic)
Este conto é um dos mais rurais pois, apesar de se focar num grupo de jovens moderno, passa-se numa cidade fantasma, amaldiçoada, onde coisas estranhas acontecem e são despelotadas muito graças a uma dessas jovens que é uma espécie de medium.
Apesar do início bastante comum, gostei de como o folclore foi usado e da própria protagonista. O final pareceu-me demasiado feliz.
Nota: 6.5/10 

"Pronoucing Doom", de S.M. Stirling (narrado por Claudia Black)
Embora este conto seja bastante expositivo, eu na verdade gostei muito da protagonista e especialmente do conceito por detrás deste mundo envolto em caos. A força das mulheres nesta religião que as mesmas criaram é extraordinária. E gostei de como elas iam inventando as leis e os rituais à medida que deles iam precisando. Na prosa notava-se a hesitação da protagonista, mas também a sua resolução.
Os temas aqui abordados também são muito interessantes e algumas das abordagens e escolhas dão que pensar, quer seja pelo uso abusivo dos recursos do planeta, como pela culpabilidade da sociedade por ignorar os sinais de abusos nos seus vizinhos, ou pela transferência de justiça para as mãos do povo, que não pode apenas decidir qual o castigo mas deve também reforçá-lo e viver com isso na sua consciência.
Nota: 7.5/10 

"Name the Beast", de Sam Sykes (narrado por Janis Ian)
Os saltos de cena deste conto poderiam ter sido bons instrumentos para manter o suspense do leitor, e na realidade ao princípio funcionou, mas depois comecei a ficar confusa, a misturar as sequências e a perceber que na verdade o leitor acaba por não saber nada de nada da espécie de criaturas que aqui são descritas. Só sabemos que são selvagens, letais e que tem inteligência talvez superior à dos humanas. O que realmente as motiva? Porquê aqueles alvos? Não sabemos, e isso para mim não é suficiente.
A relação entre o casal de estranhos seres estava muito interessante, mas nem isso nem a relação da fêmea com a filha foram suficientes para me convencer.
Nota: 4/10 

"Caretakers", de Pat Cadigan (narrado por Maggi-Meg Reed)
Talvez o conto mais familiar de toda a antologia, não com uma, mas sim duas mulheres perigosas (ou poderei até dizer mais).
Também esta história fala da velhice e até de Alzheimers, mas do ponto de vista das duas filhas de uma pessoa doente. Não há aqui fantasia, nem sequer um grande mistério. É uma história de relacionamentos, de consciência, de vida e de decisões. Eu gostei muito!
Nota: 7.5/10 

"Lies My Mother Told Me", de Caroline Spector (narrado por Jenna Lamia)
Este conto está empatado com o "Wrestling Jesus". Já tinha ouvido falar da série de livros Wild Cards (organizado do George R.R. Martin) mas nunca tinha lido nada da série e agora fiquei super-curiosa!
O conceito é muito rico mas realmente o que me prendeu neste conto, além da escrita, foram as personagens. Em poucas linhas elas ficam definidas e depois vamos ficando a cohecê-las cada vez melhor. Em pouco tempo sabemos muito sobre as três mulheres desta história, e o seu inimigo (se é que lhe podemos chamar assim). A premissa tem tanto de divertida como mórbida: uma mulher, cujo poder é o de criar bolhas a partir da sua gordura, está a participar numa parada quando a multidão é atacada por zombies.
Muito bom!
Nota: 9/10 

"The Princess and the Queen", de George R.R. Martin (narrado por Ian Glen)
Ora eu já tinha lido algo do Martin mas realmente este conto não me convenceu. Não porque não fosse interessante mas porque o autor comprimiu a história para caber no formato de um conto e por mais que a prosa seja interessante, o facto de nos debitar informação constantemente e nos apresentar dezenas de personagens que depois acabam por ter pouca relevância (ou cuja relevância se perde porque é tão pouco o espaço para as conhecermos).
A história é super-interessante mas não era para ser um conto, era para ser, no mínimo, uma noveleta. Assim não cativa.
Nota: 5.5/10 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

::Autor:: Sherrilyn Kenyon

Biografia (via Wook):
A escritora norte-americana Sherrilyn Kenyon é uma das fundadoras do género do romance paranormal e conhecida pela sua aclamada série Predador da Noite, sobre guerreiros imortais. Publicada em mais de trinta países, e com milhões de cópias vendidas, os seus livros têm presença garantida nos topos de vendas do New York Times, Publishers Weekly e USA Today. Uma autora de culto a nível internacional, escreve também romances históricos com elementos paranormais sob o pseudónimo Kinley MacGregor.
Sherrilyn Kenyon vive em Nashville, Tennessee, com o marido, três filhos e os animais de estimação.

Livros que li do autor:
Amante de Sonho (Predador da Noite 1) - Opinião
O Natal de um Predador da Noite (conto) - Opinião
The Begining(conto) - Opinião
Prazer da Noite (Predador da Noite 2) - Opinião

Trabalhos editados em Português:
Amante de Sonho, Saída de Emergência (2009)
Acheron, Casa das Letras (2009)
Prazer da Noite, Saída de Emergência (2009)
Abraço da Noite, Chá das Cinco (2010)
Dança com o Diabo, Chá das Cinco (2010)
O Beijo da Noite, Chá das Cinco (2010)
Jogos na Noite, Chá das Cinco (2011)
Sedução na Noite, Chá das Cinco (2011)
Pecados na Noite, Chá das Cinco (2011)
À Solta na Noite, Chá das Cinco (2011)
O Lado Negro da Lua, Chá das Cinco (2012)
O Caçador de Sonhos, Chá das Cinco (2012)
O Diabo Também Chora, Chá das Cinco (2012)
À Luz da Meia-Noite, Chá das Cinco (2013)
Só em Sonhos, Chá das Cinco (2014)
Noite Silenciosa, Chá das Cinco (2014)

A visitar: Site da Autora, Goodreads da Autora

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Prazer da Noite

"Prazer da Noite (Predador da Noite 2)", de Sherrilyn Kenyon (Edições Chá das Cinco (Grupo Saída de Emergência)) 

Sinopse: 
Querida leitora,
Alguma vez quis saber como era ser imortal? Viajar pela noite caçando os vampiros que perseguem os humanos? Ter riqueza e força ilimitadas? Essa é a minha vida e é escura e perigosa. Sou herói de milhares, mas ninguém me conhece. E adoro todos os minutos. Pelo menos era o que eu pensava até que, certa noite, acordei algemado ao meu pior pesadelo: uma mulher conservadora, de camisa apertada de cima a baixo. Ou, no caso de Amanda, abotoada até ao queixo. É inteligente, sensual, espirituosa e não
quer ter nada a ver com o paranormal, por outras palavras, comigo.
A minha atracção por Amanda Devereaux vai contra tudo aquilo que represento. Já para não dizer que, da última vez que me apaixonei, isso me custou não só a minha vida humana como a minha alma. Ainda assim, sempre que olho para ela, dou por mim a desejar tentar de novo. A desejar acreditar que o amor e a lealdade existem. Ainda mais perturbador, dou por mim a perguntar se haverá alguma forma de uma mulher como Amanda amar um homem cujas cicatrizes da guerra são profundas, e cujo coração foi ferido por uma traição tão selvagem que não sei se voltará a bater de novo.
Kyrian da Trácia


Opinião: 
Depois de ter lido Amante de Sonho, o primeiro desta série,  não ter apreciado muito, ainda assim decidi dar uma hipótese a Prazer da Noite, já que o tinha cá em casa e ainda tinha esperanças que a série ficasse melhor.

Em Prazer da Noite somos realmente introduzidos à sociedade dos Predadores da Noite, o que faz, em parte, com que o primeiro livro pareça algo redundante.
Tal como tinha acontecido anteriormente, adorei as bases para esta série: a mitologia greco-romana e o oculto em geral. Ainda assim, acho que nesse aspecto o livro anterior foi muito mais interessante e explorou melhor este lado da trama.Talvez por isso, e por se ter focado um pouco demais no casalinho principal, o enredo deixou algo a desejar. Não que fosse mau de todo mas tinha demasiadas lacunas e acabou por reservar muito poucas surpresas. Para mim o que realmente estragou este livro foi o final. Foram poucas as vezes que desprezei tanto um desfecho. Sabem quando parece que o autor nem se esforçou por fazer algo diferente, arriscado? Quando tudo pareceu encaixar demasiado bem, demasiado convenientemente? Pois foi um final desses, e eu fiquei muito decepcionada com o confronto final entre o Kyrian e o mau da fita, especialmente porque os poderes da Amanda apareceram do nada. Muito conveniente!

A nível de personagens, como quase todas as mulheres, sou muito imparcial quando o protagonista é um macho cheio de cicatrizes emocionais do passado. Pelo menos na ficção. Dito isto, gostei dessa parte da história, embora tivesse gostado de saber mais sobre a ex-mulher do Kyrian.
E por falar em Kyrian, achei que ele, a Amanda e mais algumas personagens secundárias que trilharam as páginas, foram bem desenvolvidas. E não fosse pelo facto de a Amanda de repente descobrir que tem poderes fantásticos, tudo teria sido muito bem conseguido a nível de desenvolvimento de personagens. Posso dizer que, definitivamente, não foi culpa das personagens o eu não ter apreciado mais este livro. Até porque o relacionamento dos protagonistas se desenrolou bem.

Passando à prosa, posso dizer que, no geral, gostei mas não fiquei propriamente fã da autora, especialmente porque desgostei com especial fervor das cenas mais sensuais (não as sexuais) porque a autora estava sempre a repetir o quanto a Amanda e o Kyrian se sentiam atraídos um pelo outro, e era tão repetitivo! Simplesmente pareciam-me demasiado frequentes, demasiado semelhante e sem grande charme. Já as cenas mais explícitas estavam bem conseguidas, especialmente a cena das amarras, pela sua carga emocional e pelo impacto que teve nas personagens.
Havia, no entanto, outra grande falha na prosa da escritora, que se notava com especial intensidade nas cenas de acção, que eram ridículas e sem qualquer genica. E os diálogos então ... ai os diálogos nas cenas de acção! Só de pensar até me arrepio, de tão más que eram.

Em suma, este livro não me surpreendeu, apesar de os protagonistas me terem conquistado. Simplesmente achei a história demasiado fraca e a acção demasiado repetitiva e com vários buracos inexplicáveis. Não tenho intenções de voltar à série predadores da Noite, com muita pena, já que adoro a mitologia destes livros.

Tradução (Rita Guerra), Capa, Design e Edição:
Tenho de dar os parabéns à tradutor pelo bom trabalho. Embora certas expressões não caíssem muito bem, quase sempre o texto fluía na perfeição.
Quanto ao design de capa, bem, não é que seja totalmente do meu agrado (O Kyrian é loiro!), mas prefiro-o, mil vezes, ao novo que por aí circula (à direita). No que refere ao design interior, a Chá-das-Cinco não decepciona, com uma edição cuidada e muito agradável de folhear.

terça-feira, 1 de março de 2011

::Conto:: The Beginning

"The Beginning (Predador da Noite 0.1), de Sherrilyn Kenyon (ainda não publicado em Portugal)

Sinopse:
Esta é uma curta história, escrita há muitos anos pela autora, como uma introdução ao mundo dos Predadores da Noite. No original esta história é parte integrante do volume "Acheron", mas em Portugal não sei se acontece o mesmo.

Opinião:
Li este conto apenas por curiosidade, e como é uma espécie de prequela a toda a a saga dos Predadores da Noite, achei que não fazia mal lê-la depois de ler o Amante de Sonho.

A história do conto é curta, mas dá-nos uma visão do que se passará nos volumes seguintes e introduz-nos a Acheron, Simi (que eu já tinha adorado no conto de Natal), a Artemis e dois dos Predadores da Noite que surgirão nos volumes seguintes.
Os diálogos estavam muito bons, mas as descrições nem tanto, especialmente quanto ao 'tele-transporte' do Acheron e à forma como ele comunicava com a Artemis. Devia ter sido mais explicado e aprofundado, quando na verdade a autora se limitou a dizer que ele se 'tele-transportou' e nada mais.

As personagens mostraram-se bastante interessantes e apelativas, o que é bastante bom para um conto tão curto. Gostei especialmente do final, que conseguiu surpreender.

Em suma, foi um conto interessante e que deixa no ar expectativas quanto à saga.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

::Conto:: O Natal de um Predador da Noite

"O Natal de um Predador da Noite" de Sherrilyn Kenyon (Edições Chá das Cinco (grupo Saída de Emergência))

Opinião:
Mesmo só tendo lido o primeiro livro da Saga Predador da Noite, não tive dificuldade em ler este livro. Não conhecia nenhumas das personagens, mas foi fácil não confundi-las. Acho até que esse é um dos melhores "tratos" da escritora.
Foi divertido ler sobre algumas destas personagens, mas infelizmente não consegui "conectar-me" com o Gallagher.
A autora praticamente tentou contar-nos toda a sua história de vida neste pequeno conto, e isso acabou por não funcionar bem, além de que só nos deu pontos negativos deste personagem, o que tornou impossível sentir pena pelo sofrimento dele.


Tradução (Rita Guerra):
Muito melhor que no primeiro volume que li, gostei bastante desta tradução, embora visse uma ou outra palavra que poderia ter sido mais bem escolhida, não foi nada que incomodasse.


Em suma, é um conto engraçado, que mostra algumas personagens bem interessantes, como a Simi, mas que pouco mais consegue fazer. Ainda assim, recomendo a quem tenha lido pelo menos dois livros da Saga (eu só li um, mas parece-me que já leu o segundo estará mais à vontade com as personagens).

Podem fazer o download gratuito do conto AQUI.


terça-feira, 29 de junho de 2010

Amante de Sonho

"Amante de Sonho (Predador da Noite 0.5)" de Sherrilyn Kenyon (Edições Chá das Cinco (Grupo Saída de Emergência))

Sinopse:

Grace Alexander, uma bonita terapeuta sexual de Nova Orleães, julgava estar destinada a uma vida sem paixão. Até ao dia em que a amiga Selena a convence de que, por artes mágicas, poderá convocar um escravo de amor durante um mês. Certa de que a magia da amiga irá falhar, Grace deixa-se levar pela brincadeira.
Opinião: 
Como amante (*pun intended*) que sou da mitologia (de todo o tipo) não pude deixar de adorar essa parte da história, que me pareceu ter sido bem aproveitada pela autora, especialmente aquando a personificação das divindades. E esta vertente tem, definitivamente, pano para mangas e acredito que a autora o explore nos restantes livros da saga.
Quanto à história em si, a ideia é interessante e foi bem apresentada e explorada. Quem nunca imaginou "o que aconteceria se uma personagem saltasse para fora de um livro"? E melhor, quem nunca quis ver um autêntico "Deus grego"?
Tudo isso está incluído neste livro, e muito bem.
As duas personagens principais são divertidas e ambas têm virtudes e defeitos, o que as torna um pouco mais "amistosas". Achei também que o facto de o Julian ser o amante perfeito, foi bem explorado. Aliás, dir-se-ia mesmo, perfeito demais, mas isso já é outra história.
O amor dos dois não surgiu do nada, o que foi uma mudança agradável já que normalmente neste tipo de romance apaixonam-se mal se vêm. Com a Grace e o Julian, as coisas foram progredindo à medida que se foram conhecendo melhor, o que pareceu muito mais natural.
Só achei um pouco "chata" a parte da história relacionada com a Grace. Tanto o antigo namorado (que miraculosamente encontraram uma noite num bar, e que em seguida levou uma tareia), como o caso do paciente stalker. Simplesmente tudo isso me pareceu estar lá para encher palha, embora nos mostrasse um lado mais protector do Julian, achei que estes dois foram momentos mal aproveitados. O mesmo já não aconteceu com a história dos pais da Grace, que achei um toque bem interessante.
Houve bastante desenvolvimento de personagens, o que permitiu que acabasse por gostar da Grace e do Julian, apesar das coisas que ele fez no passado (e que não têm perdão nem desculpa).

Em suma, foi uma leitura divertida, mas que não me cativou como outras do género. As cenas mais "escaldantes" não estavam "quentes" o suficiente (ver tradução) e algumas pareciam mesmo vindas do nada, o que era algo estranho.
Gostei muito do uso das mitologias e da introdução de vários e diferentes divindades que deram um gostinho subliminar à narrativa.
Gostava de ler o segundo livro, mas possivelmente fá-lo-ei em Inglês (ver tradução), com muita pena minha.

Tradução (Eduardo Fernandes):
Infelizmente acho que muita da razão porque não desfrutei mais deste livro foi pela tradução. Muitas das palavras pareciam-me desadequadas e as cenas de sexo não eram escaldantes, muitas vezes, graças à escolha do vocabulário. E bem sei que o português é traiçoeiro, mas não era só nestas cenas que eu sentia uma certa "irritabilidade" com a tradução.
Em termos gerais está correctamente traduzido, mas talvez esteja demasiado fiel ao original, o que lhe tira um certo "lirismo" e cria um entrave na leitura.
Também achei que fizeram falta umas quantas notas de rodapé, especialmente para esclarecer sobre as várias figuras mitológicas que foram surgindo. Eu por acaso conhecia-os quase todos, mas nem toda a gente é igual e uma notinha de rodapé vinha bem a calhar (pelo menos para os deuses menos conhecidos).

Capa & Design: 
O design interior está simples mas bem conseguido. Já a capa, embora envolvente e cativante, cedo se torna desleal pois não representa em absoluto a personagem que a autora tão bem descreve. Julian, o personagem principal, deveria ter cabelo loiro, olhos azuis celeste e a barba feita; enquanto que o homem na capa tem  cabelos escuros, barba e olhos de um verde azulado. E também não percebi o porquê da mansão. Na história não é referida nenhuma mansão. Já a lua cheia foi um toque interessante.
Gostei muito foi da encadernação que não se deformou nem um bocadinho mesmo depois de eu escancarar o livro (não devia fazê-lo, eu sei).

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