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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Zoo City

"Zoo City", de Lauren Beukes (ainda não publicado em Portugal)

O conceito por detrás deste livro é fenomenal. Nesta África do Sul, bem como no resto do mundo neste romance, as pessoas que matam outras, ou cujas acções resultam na morte de alguém, seja de forma propositada ou não, recebem de “presente” um animal místico que lhes concede poderes mas também os marca de forma bem visível como assassinos, isto porque o animal não pode estar muito tempo afastado do seu “dono” sob pena de ambos sofrerem dores horríveis.
Premissa interessante, certo?

A protagonista é também muito complexa. Ganhou o seu animal devido a um terrível acidente com um familiar e a sua vida folgada nunca mais foi a mesma. Vive agora num bairro degradado, usando o seu poder para encontrar objectos perdidos e mal conseguindo pagar as dívidas que adquiriu noutros tempos.
As personagens deste livro são todas muito “feridas”, na medida em que quase todas têm animais místicos e são todas bastante complexas. Consegui relacionar-me com quase todas elas (excepto o vilão). E até mesmo o romance está interessante, com todas as suas reviravoltas.
A reviravolta final, confesso, apanhou-me totalmente de surpresa, mas não gostei muito da resolução do mistério. Faz sentido mas era demasiado conturbada para ser bem aproveitada no pouco tempo que restava à narrativa. Mas aquela cena com os gémeos a lutarem … chiça que me arrepiou toda.

Custou-me um pouco a gostar da escrita mas quanto mais penso neste livro mais pareço gostar dele.

Em suma, recomendo a leitura deste romance pelas personagens, pelo conceito, e porque a componente social aqui é bastante sagaz e crítica.

Sinopse (em inglês):
Zinzi has a Sloth on her back, a dirty 419 scam habit and a talent for finding lost things. But when a little old lady turns up dead and the cops confiscate her last paycheck, she’s forced to take on her least favourite kind of job – missing persons.
Being hired by reclusive music producer Odi Huron to find a teenybop pop star should be her ticket out of Zoo City, the festering slum where the criminal underclass and their animal companions live in the shadow of hell’s undertow.
Instead, it catapults Zinzi deeper into the maw of a city twisted by crime and magic, where she’ll be forced to confront the dark secrets of former lives – including her own.

domingo, 23 de abril de 2017

Dia Mundial do Livro

Hoje é o dia Mundial do Livro, e porque a literatura é algo de universal e há bons livros em todo o mundo, eu decidi ver os livros que já li e escolher um de cada país que já visitei através da nacionalidade do seu autor (nota, eu contei o país de nascimento dos autores e não a sua residência, mas na maioria dos casos coincidem). Nos países e que li muito autores, escolhi um dos meus livros favoritos do país, dos que só li um, fica a menção desse mesmo (independentemente de ter amado ou não o livro). E não incluí a BD que já me levou a visitar estes e muitos outros países
Vamos ver quantos países já visitei?

Afeganistão: "Mil Sóis Resplandescentes", de Khaled Hosseini;
África do Sul: "Zoo City", de Lauren Beukes;
Albânia: " Palácio dos Sonhos", de Ismaïl Kadaré
Alemanha: "O Leitor", de Berhard Schlink;
Angola: "Os Transparentes", de Ondjaki;
Argentina: "Ficções", de Jorge Luís Borges;
Austrália: "A Filha da Floresta", de Juliet Marillier;
Brasil: ""Onze Minutos", de Paulo Coelho;
Canadá: "A História de uma Serva", de Margaret Atwood;
Cazaquistão: "Os Guardiães da Noite", de Sergei Lukyanenko;
Coreia (Sul): "Anna Dressed in Blood", de Kendare Blake;
Cuba: "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino;
Espanha: "O Mapa do Tempo", de Félix J. Palma;
Fiji (ilhas): "Slave to Sensation", de de Nalini Singh;
França: "A Loja dos Suicídios", de Jean Teulé;
Hungria: "As Velas Ardem até ao Fim", de Sándor Márai;
Itália: "Acabadora", de Michela Murgia;
Índia: "Entre os Assassinatos", de Aravind Adiga;
Inglaterra:  "A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells;
Irão: "A Fenda", de Doris Lessing;
Irlanda: "O Quarto de Jack", de Emma Donoghue;
Islândia: "A Raposa Azul", de Sjón;
Japão: "The Edge of Tomorrow", de Hiroshi Sakurasaka;
México: Como Água para Chocolate", de Laura Esquível;
Moçambique: "Terra Sonâmbula", de Mia Couto; 
Perú: "A Casa dos Espíritos", de Isabel Allende
Portugal: "O Futuro à Janela", de Luís Filipe Silva;
República Checa (Austro-Hungaro): "A Metamorfose", de Franz Kafka; 
Rússia: "The Death of Ivan Ilych", de Leo Tolstoy;
Suécia: "Os Homens que Odeiam as Mulheres", de Stieg Larsson;
Ucrânia: "Solaris", de Stanislaw Lem;
U.S.A. (Estados Unidos da América): "Sunshine", de Robin McKinley;
Zimbabué: " A Rapariga no Comboio", de Paula Hawkins

São 33 países, o que é bastante pouco, tendo em conta que existem 193 (segundo a ONU), mas lá chegaremos!
E é possível que me tenha esquecido de alguns aqui na minha listas.

Entretanto, graças ao grupo "World Book Tour", no facebook, tenho lido um livro de um país diferente todos os meses. E vocês podem juntar-se a qualquer momento. Venham!
Este mês estamos de visita à Alemanha, daí que eu esteja a ler o "Assim Falava Zaratustra", de Friedrich Nietzche. A lista deste desafio virá em breve. Estejam atentos!


quarta-feira, 1 de março de 2017

Mil Sóis Resplandescentes

"Mil Sóis Resplandescentes (A Thousand Splendid Suns)", de Khaled Hosseini (Editorial Presença)

Opinião:
Já há muito tempo que um livro não me fazia ficar a pensar tanto em algo, durante e depois de eu terminar a sua leitura. Com cada leitura aprende-se algo. Seja da natureza humana, seja de ciência, ou de vida, mas quando se lê algo que está tão enraizado numa cultura, numa nação, num povo e numa religião que, apesar de tanta mediatização acaba por nos ser ainda tão desconhecido, parece que absorvemos ainda mais.
"Mil Sóis Resplandescentes" é ficção mas usa momentos-chave da história do Afeganistão, tradições da religião muçulmana e do povo afegão, para dar vida a uma história que mexeu comigo. Nesta história acontece uma tragédia a seguir à outra, de tal forma que já esperamos o pior de cada situação e é isto que, normalmente, acaba por acontecer mas não é por isso que o livro é menos interessante. Mesmo no fim, quando algo de bom acontece, há algo de bem pior que acaba por estragar a felicidade que nunca é completa.
A narrativa foca-se em duas mulheres com passados muito diferentes mas cujas vidas se cruzam de uma forma muito desumana. As duas acabam por criar um laço muito forte, após um começo espinhoso, e vão lutar pela sua liberdade numa casa e num país que não lhes garante segurança nenhuma em tempos difíceis.
Mariam e Laila são duas personagens muito diferentes mas que descobrem ter muito em comum.

Na verdade a única coisa que eu posso dizer de mal deste livro é realmente o facto ser tão trágico que já sabemos de antemão que cada nova coisa vai terminar da pior forma possível. Podemos não saber ao certo o que é mas já esperamos tudo. E não é que isso seja mau porque há vidas assim, onde tudo corre mal e as poucas coisas que trazem um pouco de felicidade acabam por ser pequenas demais.


"Mil Sóis Resplandescentes" é um livro poderoso porque nos embrenha no Afeganistão e nas vivências dos seus habitantes, na sua história, na sua riqueza e pobreza, e nas personagens cujas vidas conhecemos desde a infância. É inquietante, é brutal e mexeu muito comigo. Fiquei com muita vontade de saber mais sobre o povo Afegão e já vi vários documentários desde então. também estou a pensar ler o Alcorão, por pura curiosidade.
Isto, mais que outra coisa qualquer, é testemunho de como este livro mexeu comigo. É de livros assim que precisamos. Não em grandes doses, mas um de vez em quando é bom para nos tirar da nossa zona de conforto, levar-nos a conhecer outras realidades.
Está mais que recomendado e pretendo ler mais obras deste autor.

Sinopse:
Mil Sóis Resplandecentes é um romance pleno de sensibilidade que conta já com mais de meio milhão de exemplares vendidos e os lugares cimeiros dos tops dos diversos países onde se encontra publicado. Tendo como pano de fundo as convulsões sociopolíticas que abalaram o Afeganistão nas últimas três décadas, conhecemos Mariam e Laila, duas mulheres que a guerra e a morte obrigam a partilhar um marido comum e cuja coragem lhes permitirá lutar pela sua felicidade num cenário impiedoso. Uma obra inesquecível que evoca o que há de mais intrínseco a todos os seres humanos: o direito ao amor, a um lar e à integridade.

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