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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Sala de Leitura Salim Miguel do HU/UFSC humanizando a hospitalização

A Sala de Leitura Salim Miguel (SSM) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) foi inaugurada no dia 08 de novembro de 2005, com o objetivo de contribuir com o processo de humanização e incentivar o hábito da leitura de pacientes internos, externos, acompanhantes e servidores do HU, além de agregar valor aos serviços oferecidos pela instituição.


A Sala de Leitura Salim Miguel é um espaço destinado aos pacientes internados ou não, seus acompanhantes e servidores lotados no HU, com o objetivo de contribuir com a humanização hospitalar, incentivar o gosto e o hábito da leitura de pacientes internos, externos, acompanhantes e servidores além de agregar valor aos serviços oferecidos pela instituição.

A SSM proporciona aos seus usuários, além da leitura atividades culturais e de entretenimentos como teatro, dança, recitais poéticos dentre outros.


O acervo é formado por obras de vários gêneros, como: literatura brasileira, estrangeira, infantil e auto-ajuda. Além de revistas, gibis e jornais, todos doados pela comunidade.

O acervo inicial foi doado pelo Projeto Sala de Leitura da White Martins juntamente com o Grupo Editorial Record. Na oportunidade foi doado 1.000 obras, quinhentos títulos de todos os gêneros literários.


Atualmente o acervo é composto por, aproximadamente, 4.000 obras graças a colaboração da comunidade que não mede esforços para realizar sua doação.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Encantados pela leitura

Professora concretiza um sonho de criança e cria, na Escola Classe 04 da Vila Buritis, uma sala de livros onde os estudantes praticam um exercício dos mais saudáveis: trabalhar com a imaginação

Ana e Jane entre as crianças: viagem ao mundo da literatura e
das revistas em quadrinhos mudou a rotina da escola.
Quem não gostava de ler adquiriu o hábito de forma prazerosa

Desde a primeira vez em que colocou os pés na escola, Ana dos Reis Pereira de Sousa - na época, com sete anos - decidiu que seria professora. Apaixonou-se pelos livros de literatura e pelas poesias de Cecília Meireles(1): “Troc… troc… troc… troc… Ligeirinhos, ligeirinhos / Troc… troc… troc… troc… Vão cantando os tamanquinhos…”, já decorava a pequena Ana em uma escola rural no interior de Unaí, Minas Gerais. Quando entoou pela primeira vez a chamada Canção dos tamanquinhos, o gosto pela leitura criou asas e a menina encantada com as coisas finalmente conseguiu realizar o sonho de ensinar. O tempo passou e, agora, aos 46 anos, e depois de 25 em sala de aula, Ana quis voar mais alto e há duas semanas abriu uma sala de leitura na Escola Classe 04, na Vila Buritis, em Planaltina. A professora passou a fazer o que fizeram com ela: estimular as crianças a entrar no mundo da imaginação.

Nem mesmo uma artrose foi suficiente para desanimar Ana, readaptada pela Secretaria de Educação do Distrito Federal para desenvolver atividades extracurriculares que exijam menos esforço físico. Ao contrário, a jovem senhora de cabelos curtos e vermelhos demonstra irreverência e força de vontade para trabalhar. Foi ela quem montou a sala de leitura, acompanhada pela colega de profissão Jane Marques Bacelar, 41 anos. “E com sinal verde da direção da escola”, fez questão de mencionar.

A sala de leitura, há cinco anos, era um desejo tanto das crianças quanto dos professores. Como não havia espaço para ler, um armário de ferro com rodinhas e cheio de livros era passado de sala em sala. “Era o chamado Bibliocar. Eles escolhiam o livro que queriam e devolviam depois que terminavam de ler”, contou a diretora, Sueleny Teles Pires Ghillioni. As prateleiras onde estão os livros de literatura ficam em uma salinha de poucos metros quadrados, mas ninguém precisa se espremer para ficar à vontade. Algumas carteiras e cadeiras ficam no canto da parede para quem quiser ler sentado, mas dois tapetes ao centro são ainda mais chamativos. Antes de entrar na sala, as crianças tiram os sapatos e logo se espalham pelo chão.

Mundo infantil
Tudo é muito divertido na salinha batizada de Mundo Encantado da Leitura. As mesas são revestidas de papel de bichinhos e as paredes receberam pintura colorida para receber os alunos. Ao fundo, destaca-se o desenho de Peter Pan e Sininho saindo de um livro. Um pouco mais abaixo, vem a mensagem: “Tenha pensamentos felizes”. É como se, ao entrar na sala, as crianças entrassem na própria história contada nos gibis e livros infantis. Pelas paredes, também não podiam faltar as poesias de Cecília Meireles. Aluna do 4ª ano, Sara dos Santos, 9 anos, se entusiasma com toda a decoração: “Acho aqui muito lindo. O tapete é bem macio”. A coleguinha Raviny Kaylen do Carmo, da mesma idade, emenda: “Tem também muitos desenhos e as tias ensinam para a gente um monte de brincadeiras”.

Cerca de 500 alunos de quatro a 10 anos frequentam a sala pelo menos uma vez por semana. Para a Páscoa, as professoras organizaram um concurso para eleger o desenho mais bonito a partir da leitura de um livro. Uma centopeia de brinquedo é a mascote da turma e passeia pelas estantes. Nesse concurso, os pequenos terão de escolher um nome criativo para o bicho. Quem vencer ganhará um ovo de Páscoa. “Uma mãe já veio à escola para conhecer a centopeia e ajudar o filho a escolher um nome para ela”, contou Sueleny.

Prazer de estudar
A inauguração da sala de leitura serve de incentivo até mesmo para aquelas crianças que não têm o hábito de ler. Várias brincadeiras são realizadas durante o tempo em que meninos e meninas usam o espaço. “Tem até guerra de almofadas”, contou a professora Ana dos Reis. Tudo para deixar o ambiente escolar ainda mais prazeroso. Mas ir para a sala de leitura não é sinônimo de bagunça: as crianças têm de obedecer regras, como falar baixo e colocar o livro no mesmo lugar onde o pegaram. Aquele que insistir em desrespeitar as normas é levado para uma cadeirinha amarela, como em Supernanny(2), onde fica sentado para refletir.

Por enquanto, apenas alunos da Escola Classe 04 frequentam a sala de leitura, mas a intenção é abrir o espaço à visitação da comunidade. Para a professora Jane Marques, a iniciativa tem dado certo e pode beneficiar mais crianças. “É uma atividade prazerosa. A gente vê a alegria das crianças em virem para a sala.” Aliás, toda a decoração foi custeada pelas professoras da sala de leitura. Ana dos Reis teve de fazer um empréstimo. “Isso aqui não foi um gasto. Todo diamante, ouro e riqueza do mundo é pouco para esse investimento”, resumiu. Mas o melhor ainda está por vir. “Queria na verdade montar uma biblioteca com computador e todos os recursos, mas um dia eu chego lá”, garantiu a mulher dos sonhos encantados.

1 - Cecília Meireles
A poeta, pintora e professora nasceu no Rio de Janeiro em 9 de novembro de 1901. Teve importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação. Ela, inclusive, foi quem montou a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro, no ano de 1934. Cecília Meireles teve três filhas com o pintor Fernando Correia Dias, entre elas a atriz Maria Fernanda Meireles. Cecília morreu aos 63 anos, vítima de câncer.

2 - Supernanny
É um programa de televisão criado na Inglaterra e adaptado em outros países, entre eles o Brasil, onde é exibido pelo SBT e apresentado pela psicopedagoga Chis Poli. A ideia é mostrar ao público como lidar com crianças difíceis, estabelecendo limites e agregando noções básicas de disciplina.

O número 500
Número aproximado de alunos, entre quatro e 10 anos, que frequentam a sala de leitura

Colabore
A Escola Classe 04 de Planaltina está aceitando doações de livros de literatura atualizados. Quem puder ajudar pode ligar para 3901-4439