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sábado, 21 de agosto de 2010

Bibliotecas circulantes levam livros até aos locais mais remotos de SP

15/08/2010

Hoje, a cidade conta com quatros ônibus biblioteca. Todos os dias, cada um deles sai da garagem com acervo de aproximadamente cinco mil livros. O ponto final tem endereço: 20 bairros da periferia.



Fonte: Antena Paulista

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Biblioteca móvel leva leitura e cidadania às comunidades de Araxá

Criado há dez anos pela bibliotecária Maria Clara Fonseca, o projeto Embarque nas Letras disponibiliza um ônibus que circula diariamente os bairros da cidade mineira de Araxá, levando livros e serviços de informação utilitária.

Inaugurada em abril do 2000, a Biblioteca Móvel de Araxá percorre atualmente 24 bairros – visita em média de três bairros por dia – aos quais leva seu acervo com mais de 6.500 livros. Em cada bairro, permanece estacionado de duas a três horas, e retorna ao local a cada dez dias. “O maior número de empréstimos se destina ao público infanto-juvenil”, informa a Maria Clara Fonseca, ao destacar que o projeto, vinculado à Biblioteca Pública Municipal Viriato Correia, foi inspirado no Carro Biblioteca, do Centro de Extensão da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG.

Após a implantação do projeto e o acompanhamento dos quatro primeiros anos de funcionamento, a biblioteca móvel tornou-se objeto de pesquisa do mestrado de Maria Clara, intitulado “Biblioteca Pública: da extensão à ação cultural como prática de cidadania”. A pesquisa mostra a experiência de otimização da unidade móvel além da oferta de livros como principal fonte de informação.

Atualmente, o projeto está sendo reavaliado por uma equipe de profissionais do serviço de extensão e da pesquisa do o Centro Universitário do Planalto de Araxá (Uniaraxá), objetivando maior envolvimento dos estagiários e a implementação de novas ações. “O convênio entre Prefeitura Municipal de Araxá e o Uniaraxá está sendo renovado em julho de 2010, por um período de mais quatro anos. A expectativa é que, a partir do segundo semestre, possamos reiniciar uma nova etapa do projeto da biblioteca móvel”, informa.

Ampliação

Ao longo dos anos, o projeto conseguiu abrir novas perspectivas de serviços à comunidade. “A leitura e o empréstimo de livros deixaram de ser exclusivos, pois outros serviços essenciais à cidadania passaram a ser programados e oferecidos pelos estagiários, através da informação oral e utilitária, com o objetivo de esclarecer dúvidas, orientar e encaminhar o cidadão às fontes certas para a solução dos problemas do dia-a-dia”, diz Maria Clara.


Ela explica que o primeiro serviço disponibilizado na Biblioteca Móvel foi a Assistência Judiciária Gratuita do Uniaraxá, com a participação de alunos do curso de Direito. “Em seguida, outras instituições aderiram ao projeto, a exemplo da Agência da Previdência Social, do Sine-Araxá e do Procon. Sempre que solicitadas, essas instituições disponibilizam serviços e treinamentos aos estagiários para atuarem como agentes multiplicadores de informações nas comunidades mais distantes do centro da cidade”.

Atualmente, o projeto está sendo reavaliado por uma equipe de profissionais do serviço de extensão e da pesquisa do Centro Universitário Uniaraxá, objetivando maior envolvimento dos estagiários e a implementação de novas ações. “O convênio entre Prefeitura Municipal de Araxá e o Uniaraxá encontra-se em processo de renovação e a expectativa é que, a partir do segundo semestre, possamos iniciar uma nova etapa do projeto da biblioteca móvel”, informa.

Leitura é carro chefe

Maria Clara destaca que a leitura continua sendo o carro-chefe da Biblioteca Móvel, que leva consigo outros serviços essenciais à cidadania. “Como um importante equipamento cultural que há dez anos circula os bairros da cidade, o projeto contribui de forma significativa para a formação de cidadãos conscientes e participativos. A leitura é um instrumento fundamental para a ampliar o conhecimento e tomar o cidadão um conhecedor de seus direitos, tornando-o mais ativo na sociedade”, avalia.


Maria Clara pondera que a Biblioteca Pública, em sua sede fixa, atende na grande maioria pessoas letradas e que muitos não usufruem desses serviços por não possuírem um nível mínimo de letramento. “Mas é possível criar alternativas de acesso à informação que não está disponível nos livros. A informação oral e interpessoal é uma forma bastante eficaz, principalmente em atendimento a esse 'não público', que carece de maior esclarecimento e orientação nas suas necessidades básicas do dia a dia. Assim, ao oferecer outros meios de atendimento, a Biblioteca passa a ser um espaço de inclusão promovendo a cidadania de forma integral”, afirma.

E completa: “Da tradicional função de ir ao encontro da comunidade para levar a cultura e a educação, surge a necessidade de a Biblioteca Pública tornar-se mais útil socialmente. Para isso, é necessário que o serviço prestado fora de sua sede vá além da oferta de livros e exerça uma ação educativa na comunidade. Essa ação é um processo que envolve a comunicação entre pessoas e estabelece o diálogo”.

Maria Clara explica que o projeto atingido seus principais objetivos, que são: realizar trabalho em parceria com as instituições locais; organizar um serviço de informação utilitária na Biblioteca Móvel; evitar que o cidadão se desloque do seu bairro em busca de informações; descentralizar o posto de atendimento das agências centrais; capacitar estagiários e torná-los agentes multiplicadores de informação; levar o serviço de informação utilitária a todos os bairros da cidade; e criar na comunidade uma cultura informacional para o exercício da cidadania.

Além da Biblioteca Móvel, Maria Clara é responsável pela implantação de outros projetos, tais como a ampliação e melhoria da Biblioteca Pública Municipal de Araxá (1998) – Mudança de sede na “Casa do Poeta”; implantação da Seção Braille “Dona Nemen” (2001); reestruturação e infraestrutura da Biblioteca Pública Municipal de Araxá (2007); e Projeto de Acesso à Informação Digital (2008), os dois últimos em convênio com a Secretaria de Estado da Cultura.

“Agradeço ao CRB-6 pelo convite e pela oportunidade de divulgar o projeto da biblioteca móvel. Espero que a minha experiência possa servir a outras localidades. Assim como vários profissionais nos visitaram para implantar o projeto em suas cidades, podem surgir outros interessados, através da divulgação do Boletim do Conselho”, comenta Maria Clara, ao fornecer seu email para contato: clara@uniaraxa.edu.br.

Matéria publicada em 09/07/2010

sábado, 31 de julho de 2010

Projeto possibilita leitura em ônibus

Vinícius Fonseca

Paranavaí - A rotina dos usuários do transporte coletivo de Paranavaí (Noroeste) está mais leve. É que na cidade foi implantado neste mês o projeto ''Leitura Sem Fronteiras'', que distribui livros nos coletivos.

Na próxima semana, haverá estreia de uma nova etapa, com encenações de teatro. As peças poderão ocorrer dentro do terminal do município ou mesmo durante a viagem. Ao todo são 15 atores, divididos em grupos de três ou quatro pessoas. O projeto começou com a distribuição de sacolas com mais de 20 livros em toda a frota viária da cidade. ''Os passageiros podem ler durante a viagem ou mesmo emprestar as obras por até um mês'', comenta Alexandre Costa Santiago, gerente da Viação Cidade de Paranavaí (VCP).

Programa distribui livros nos coletivos de Paranavaí

Segundo ele as sacolas contêm clássicos da literatura, além de revistas e almanaques de palavras cruzadas. Os interessados em continuar a leitura em casa devem preencher uma lista distribuída junto com a bolsa. ''Todas as obras são catalogadas, apenas as revistas e os almanaques não precisam ser devolvidos'', esclarece Santiago.

A campanha conquista cada vez mais adeptos e os empréstimos das literaturas têm sido maior desde seu início. Para o gerente, esse comportamento já era esperado e cumpre com o objetivo do projeto. ''O Leitura Sem Fronteiras tem o objetivo fazer com que a população tenha aceeso há esse livros e o aumento na adesão dos passageiros mostra que isso está acontecendo'', argumenta.

Os livros utilizados no projeto foram doados pela Fundação Cultural de Paranavaí através da Biblioteca Municipal Julia Wanderley. Para o Diretor Presidente da instituição, Paulo Cesar de Oliveira, a campanha tem um impacto positivo sobre toda a população. ''Essas ações de incentivo à leitura são importantes pois contribuem até mesmo para formação dos nossos cidadãos''.

O Rotary financiou a produção das sacalas. Essa união em torno do ''Leitura Sem Fronteiras'', além de seu ineditismo são destacados por Oliveira. ''A gente percebe que todo mundo comprou a ideia e o fato de os livros estarem disponíveis dentro dos ônibus é um atrativo''.

Serviço: As doações de livros e revistas podem ser enviadas para a Biblioteca Municipal Julia Wanderley, em Paranavaí. Mais informações pelo telefone (44) 3902-1019.

Matéria publicada em 23/07/2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cobrador monta biblioteca itinerante em ônibus de Brasília

Acervo com 4.000 títulos foi montado a partir de doações. Passageiros podem retirar livros de graça.

Com a ajuda de doações, o cobrador Antonio Conceição Ferreira montou uma biblioteca itinerante em Brasília dentro do ônibus onde trabalha.

Os passageiros podem retirar os livros de graça para ler durante a viagem ou levá-los para casa.

No início, Antonio ficou com medo de fixar o porta-livros no ônibus. Achou que alguém até podia reclamar, mas a biblioteca itinerante já tem quase um ano e até agora só recebeu elogios.

“Às vezes, estou em pé, o ônibus lotado, e, ainda assim, dá um tempinho, pego o livro, abro, continuo lendo e o tempo passa mais rápido”, diz Adriana Leandro, operadora de telemarketing.

Quem lê anota o nome numa ficha e devolve o livro quando quiser. "Não cobro nada. É só apenas o incentivo à leitura para que o trabalhador tenha um poder crítico e incentive o seu filho no caminho da educação”, afirma Antonio.

Acervo

O acervo fica guardado num quartinho alugado do outro lado da rua onde ele mora. São pilhas e pilhas de livros e revistas: 4.000 títulos que valem mais do que o salário de R$569 dele.

“A minha idéia começou eu colocando o livro em cima da caixa do cobrador. O passageiro passava olhando, via o título”, conta Antonio. “Aí, teve uma passageira que ficou olhando e perguntou: ‘Cobrador, o senhor gosta de ler?’ Falei: ‘Gosto’.” E, a partir de então, ele começou a receber doações.

“Só educação que dá uma vida melhor para o ser humano”, diz o cobrador, que nasceu no interior do Maranhão e mora no Distrito Federal num quarto e sala no fundo de um terreno com a mulher e dois filhos.

Fonte: G1

sábado, 24 de abril de 2010

No Dia Mundial do Livro, professor mostra devoção à literatura

O professor pernambucano aposentado Rafael de Menezes, de 80 anos, se dedica a levar cultura e conhecimento às pessoas.

Esta sexta é o Dia Mundial do Livro, uma data perfeita pro Jornal Nacional apresentar a você o professor aposentado Rafael Menezes. Ele tem 80 anos e uma vontade imensa de ajudar as pessoas.

O velho ônibus, com jeito de sucata, leva um tesouro feito de papel, tinta e letras. A biblioteca ambulante vai ao encontro dos leitores, em locais movimentados do Recife. Na estação central do metrô, a surpresa. “Literatura de graça, não paga nada. Pode acreditar”.

Só um presente assim é capaz de atrair quem tem tanta pressa. Tem gente que enche os braços de livros. “Cinco. São pra mim e pras minhas irmãs. Eu tenho quatro irmãs e elas adoram ler também”.

Só no metrô, são distribuídos 800 por dia. As crianças descem o morro para embarcar nas aventuras dos livros.

Professor, ele seguiu a profissão dos pais e dos nove irmãos. Aos 80 anos, Rafael de Menezes se orgulha em ser um semeador de livros.

“É uma semeadura. Estes livros são plantados e frutificam e estas frutas realmente reanimam e alimentam. A educação faz a pessoa crescer”.

Os livros foram ocupando mais e mais espaços na vida do professor. A casa que ele morava se transformou numa biblioteca com cerca de 10 mil exemplares. O corredor foi tomado pelas prateleiras e a antiga cozinha ficou lotada. São tantos livros que o professor teve que procurar outro endereço pra morar.

Ele compra a maior parte dos livros, mas quando precisa de reforço, é só convocar os ex-alunos. São mais de 25 mil voluntários. “Espero que seja de bom proveito para as pessoas que precisem”.

O professor já montou dez bibliotecas em vários estados do Nordeste e faz doações para outras 20. Aposentado, ele nem pensa em parar.

“Isso não para nunca. Isso vai passar para os meus filhos, se quiserem, para os meus amigos, descendentes. Nós temos que fazer com que o povo abra a mente”.

Veja o vídeo

Fonte: Jornal Nacional

sábado, 20 de março de 2010

No meio do caminho tinha um livro

Ideias inovadoras promovem a leitura, provando que com o estímulo certo cidadãos de todas as idades e classes sociais podem se tornar amantes das letras
 
Ele segura um livro de noções de eletricidade e explica que o volume foi o primeiro de sua coleção. Achada na famosa esquina das avenidas São João com Ipiranga, no centro de São Paulo, a obra foi salva de um destino que, para o catador de papel Severino Manoel de Souza, seria um “crime”: o reuso do papel. “Se um livro desses for para a reciclagem, quando ele for picotado, vai dar meio quilo”, avalia. “Isso vai render 10 centavos, não dá para comprar nem um pãozinho. Foi quando eu senti que era um crime.” Severino conta que assim iniciou uma coleção de livros, todos achados na rua. “Quando eu tinha uma faixa de 450, 500 livros, tive a ideia de montar a biblioteca.”

Hoje, no número 711 da avenida Prestes Maia, região central da capital, funciona a Biblioteca Comunitária Prestes Maia, dentro de um prédio ocupado pelo Movimento dos Sem-Teto do Centro de São Paulo (MSTC). “Não foi tanto por mim, foi pelo carinho que eu tenho pelo pessoal aqui dentro, pelo carinho que eu tenho pelas famílias daqui, pelo carinho que eu tenho pelas crianças.” E elas, juntamente com os jovens e adolescentes, formam um contingente de 600 pessoas, parte das 468 famílias que moram no local. Ao todo, são dois mil moradores.

Essa história foi apresentada no vídeo Um Abrigo entre os Livros, de 2006 – produzido pelas Edições SM, com direção de Luaa Gabanini e roteiro e pesquisa de Fabio Weintraub. Como ela existem muitas outras, mas não se sabe o número. Segundo a doutora em ciência da informação ?Elisa Machado, não existe um levantamento sobre o assunto. No entanto, para sua tese de doutorado “Bibliotecas Comunitárias Como Prática Social no Brasil”, defendida em 2008, a pesquisadora levantou 350 dessas experiências e estudou, detidamente, 29 casos. “Encontrei de tudo [entre os criadores dessas iniciativas]. Professores, pedreiros, catadores de lixo, ex-seminaristas, enfim, pessoas das mais diversas formações – ou sem nenhuma formação”, diz. Em comum, segundo Elisa, apenas a vontade de difundir a informação e o conhecimento.


Cultura e lazer

A tese de Elisa Machado relata algumas dessas iniciativas, como a Biblioteca Solidária, criada em São José dos Campos, interior de São Paulo, pelo bibliotecário Sidnei P. Rosa. “Sidnei propôs à Secretaria de Cultura daquele município a criação de uma biblioteca pública no seu distrito”, escreve a pesquisadora no trabalho. “Tendo em vista a recusa da proposta, decidiu montar uma biblioteca comunitária em sua casa.” Outro caso exposto é do ex-seminarista Devanir Amâncio, que montou, na cidade de São Paulo, a Biblioteca dos Garis. Há também a Biblioteca Comunitária T-Bone, que o açougueiro Luiz Amorim criou, em Brasília, dentro de seu estabelecimento. “Essa situação perdurou até que a Vigilância Sanitária fechou o açougue por causa da ‘convivência’ indevida entre livros e carnes”, comenta a pesquisadora na tese. “Foi a partir desse incidente que a biblioteca foi transferida para uma casa próxima.”

Para o antropólogo Felipe José Lindoso, também editor e estudioso do mercado editorial e das políticas públicas para o livro no Brasil, um dos aspectos mais interessantes sobre essas iniciativas populares é a posição que ocupam. “Elas borram totalmente a distinção entre ‘cultura’ e ‘lazer’”, afirma. “Ali se encontram os livros didáticos e de referência, que ajudam ?alunos de todos os níveis de escolarização a fazer seus trabalhos, romances de todos os tipos, livros de autoajuda, manuais técnicos, revistas e jornais.”

Letras e pneus


É esse o caso da Borrachalioteca, criada pelo borracheiro Marcos Túlio Damascena, no município de Sabará, em Minas Gerais. Desde 2002, quando ele levou os primeiros livros para a borracharia onde trabalha com o pai, o seu Joaquim, a biblioteca não parou mais de crescer. “A comunidade vinha aqui todos os dias para ler jornal”, conta Marcos Túlio. “Aí, eu, que sou um amante dos livros, pensei: por que não colocar alguns livros também?” Foi com essa ideia na cabeça que Marcos foi até a biblioteca pública da cidade solicitar ajuda. “Fui até lá e pedi alguns livros”, diz. “Eles doaram 70. Em 2004, nós já tínhamos mais de 500.” Com sete anos de vida, a Borrachalioteca possui dez mil volumes em seu acervo na borracharia e mais cinco mil disponíveis numa segunda unidade, a Sala São Salvador – além de fama nacional, sobretudo depois de um destaque no programa Globo Repórter, da Rede Globo, em 2005. “Quando a gente saiu na imprensa, imagine no que resultou”, diz o borracheiro, que hoje estuda letras, com meia bolsa paga pela universidade graças à notoriedade conferida por sua iniciativa. A Borrachalioteca também organiza ações de incentivo à leitura. “A biblioteca tem de ser viva, não adianta você só deixar os livros lá”, diz Marco Túlio.

Mediação


As atividades complementares que Marcos Túlio realiza consistem, segundo os especialistas, num ponto fundamental do trabalho que toda biblioteca deveria desenvolver: a mediação de leitura. Ou seja, ir além da oferta de obras, garantindo que os leitores, ou futuros leitores, estabeleçam sua própria relação com o livro. “A maioria das pessoas conhece pouco as narrativas literárias”, explica a coordenadora do instituto A Cor da Letra, Márcia Wada. O instituto, fundado em 1998, realiza ações socioeducacionais e culturais. Para Márcia, existe um longo caminho até que as pessoas adquiram gosto pelos livros. “Uma vez presenciei uma situação muito curiosa”, relata. “Um grupo de jovens que a gente formou num dos projetos foi até o Parque do Ibirapuera para fazer umas leituras para crianças. Fui lá visitá-los e, quando cheguei, havia um guarda do parque de pé ao lado deles, e os meninos todos assustados. O guarda estava dizendo que não entendia o que eles estavam fazendo ali. Ou seja, num parque enorme, aonde as pessoas vão para andar de patins, de bicicleta, para brincar e fazer as mais diversas coisas, os meninos não podiam estender um tapete, colocar uns livros e ler para as crianças.” Segundo Márcia, a situação se resolveu, mas só depois de todos serem levados até a administração para conseguir uma autorização para... Ler.

Livros na bike


O projeto de Robinson Padial, o Binho Poeta, não tem nada de convencional. O comerciante criou a Bicicloteca que, como o nome denuncia, leva os livros para “passearem” sobre duas rodas pelas ruas do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. “Eu tinha vontade de sair emprestando livros”, afirma Binho, que desde 1997 promove em seu bar o sarau Noite da Vela, ao qual os frequentadores vão para ouvir música, declamar poesias e ler trechos de obras. “Aí eu pensei numa bicicleta.” A ideia nasceu anos atrás, durante uma das edições da Expedición Donde Miras, uma caminhada que reúne pessoas em itinerâncias por todo o país. Numa dessas andanças, Binho comprou uma bicicleta velha por R$ 39 e a encheu de livros. “E aí a gente foi trocando livros com as pessoas. Foi bem interessante esse processo.”
Em 2008, a iniciativa passou por uma requalificação. Isso graças ao dinheiro conseguido com o Prêmio Vivaleitura, iniciativa do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MinC), da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), e que faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) do governo brasileiro. Com a verba, Binho adquiriu duas bicicletas novinhas em folha e mais 250 títulos para seu acervo, hoje com quatro mil volumes.

Desde então, foram testados diferentes formatos para o funcionamento da Bicicloteca. Até que, há dois meses, Binho achou o jeito ideal. “Agora a gente decidiu ficar em dois pontos de ônibus, locais de grande circulação aqui. A gente enche os dois cestos de cada uma e estaciona lá.” O horário de funcionamento da Bicicloteca é das 10h às 17h, e a receptividade dos moradores, segundo Binho, é a melhor possível. “Não acontece, por exemplo, de as pessoas não devolverem o livro”, diz. “É incrível porque, como o nosso projeto é para desburocratizar o acesso, a pessoa não precisa dar nada além do nome, mesmo assim, todos os livros são devolvidos.” 
Estação biblioteca
Um outro exemplo de cuidado dos usuários com os livros pode ser conferido no projeto Embarque na Leitura, idealizado pelo Instituto Brasil Leitor (IBL) e desenvolvido pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) desde 2004. O trabalho consiste na criação de bibliotecas nas estações. A primeira surgiu em 1º de setembro de 2004, na estação Paraíso. Hoje, fazem parte do projeto as estações Tatuapé, Luz, Largo Treze e Santa Cecília, além de uma unidade na estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Juntas, as seis unidades disponibilizam um acervo de 22.569 livros a 31 mil sócios. Ao todo, já foram feitos 270 mil empréstimos. O maior exemplo do êxito do projeto é o índice de não-devoluções das obras: 0,24%, o que equivale a um livro não devolvido a cada 400 emprestados. “Contrariando todos os pessimistas e confirmando nossas expectativas, o brasileiro respeita muito os livros e as bibliotecas”, informa a assessoria do Metrô. O projeto também oferece uma agenda de atividades ligadas à literatura, como tarde de autógrafos, conversas com escritores e contação de histórias. As bibliotecas funcionam de segunda a sexta-feira, das 11h às 20h.

Mundo de histórias


Programa BiblioSesc chega ao Sesc São Paulo com acervo de mais de sete mil volumes e atendimento nas zonas Leste e Sul da capital.
Há cinco anos rodando o país, por meio de iniciativas de outros departamentos do Sesc no Brasil, o programa BiblioSesc, há dois meses, faz parte das atividades do departamento regional de São Paulo. São dois caminhões com 3.800 livros cada um, para empréstimo sem a cobrança de nenhuma taxa. Nessa primeira fase de implantação podem ser encontrados em oito pontos da cidade, quatro locais na Zona Leste e quatro na Zona Sul. “O BiblioSesc é considerado pelo Sesc um programa porque tem uma ação contínua”, explica Francis Manzoni, assistente da Gerência de Ação Cultural (Geac) na área de literatura. “Ele começou como uma experiência no Sesc Pernambuco, levando livros para comunidades carentes, lugares onde não há bibliotecas disponíveis.” Esse foi o critério utilizado também pela experiência do Sesc São Paulo. “Foram escolhidas unidades que têm um entorno formado por bairros afastados e onde não há bibliotecas”, afirma Francis. “Interlagos e Itaquera são regiões distantes do centro e foram lugares onde o Sesc teve forte demanda de comunidades interessadas em receber esse tipo de serviço.”


O caminhão chega aos pontos onde fica estacionado – incluindo as duas unidades que sediam o programa – uma vez por semana, e o horário de atendimento é das 10h às 15h30. Segundo Francis, as equipes de implantação ainda estão trabalhando para que o programa atinja a plenitude de seu potencial de atendimento. “No começo, como estamos em período de implantação, o BiblioSesc está atendendo semanalmente”, explica o assistente. “Então, por exemplo, toda quinta-feira o caminhão estará na Praça Trabalhadores do Comércio. Mas a meta é atingir dez pontos com atendimento quinzenal. Assim, as comunidades vão se acostumar com os empréstimos e devoluções a cada quinze dias.” De acordo com Francis, está em andamento a aquisição de mais títulos infantis, pois esses primeiros meses revelaram que as crianças são as que mais procuram os caminhões cheios de livros. Segundo Francis, já se percebeu que esse é um “público em expansão no BiblioSesc de São Paulo.” “Mas isso não exclui, de maneira nenhuma, a terceira idade, adultos, famílias etc., que vão encontrar romances, clássicos e literatura contemporânea, e poderão compartilhar isso com filhos, netos e amigos”, diz. Além das estantes cheias de livros e do atendimento de pessoal treinado, o BiblioSesc oferece também um ambiente que convida à leitura. “Nós pensamos no início que, como as pessoas podem retirar o livro e levá-lo para casa, sem nenhum custo, elas não fossem ficar no caminhão. Mas, ao contrário, elas ficam, principalmente as crianças, que brincam e leem em torno do caminhão. Por isso, do lado de fora [de cada caminhão], há mesas para a consulta local, para leitura de revistas e jornais. As pessoas estão percebendo a biblioteca volante como um novo ponto de encontro nas comunidades.”
No que diz respeito aos títulos que podem ser encontrados no BiblioSesc, a diversidade mais uma vez marcará a ação do Sesc. Embora haja uma especial preocupação em oferecer e apresentar aos usuários clássicos e contemporâneos da literatura mundial, outros gêneros também poderão ser encontrados. “O BiblioSesc oferece livros diversos e que possam interessar a quaisquer pessoas, em diálogo com o repertório de leitura dos usuários nos bairros atendidos. Nosso objetivo é que comecem a ler e que tomem gosto pela leitura”, diz Francis. “Não pretendemos dizer o que é boa literatura, excluindo outros tipos de leitura. É claro que vamos oferecer a produção que consideramos importante, mas teremos um pouco de tudo.”

Outro serviço que o BiblioSesc irá oferecer é uma programação de Literatura que irá enriquecer o atendimento, contemplando, além do empréstimo de obras sem combrança de nenhum tipo de taxa, também o incentivo à leitura. “Esse será um diferencial do regional de São Paulo”, adianta Francis. “Já na programação de lançamento, de 16 de outubro a 15 de novembro (veja mais informações no site http://www.sescsp.org.br/), o BiblioSesc oferece contação de histórias, encontros com escritores, intervenções artísticas, apresentações musicais, rodas de leitura, brincadeiras, oficinas e toda uma programação que irá propor a mediação da leitura, o que é muito útil porque, junto à oferta de livros, damos importância para a mediação entre livros e leitores, entre os conteúdos dos livros e o repertório e campos de interesse do leitor.

Conhecimento ambulante


Iniciada com o escritor Mário de Andrade, nos anos 1930, ideia de biblioteca circulante é retomada pela prefeitura de São Paulo.

Durante a gestão do prefeito Fábio da Silva Prado, entre 1934 e 1938, a cidade de São Paulo, mais especificamente o centro, viu rodar por suas ruas uma curiosa novidade: uma biblioteca circulante que “passeava” pela cidade a emprestar livros para quem se interessasse. A ideia era simples, mas ao mesmo tempo genial. Se nem todos podem ir até os livros, eles iriam até as pessoas. Quem teve o insight? O escritor Mário de Andrade, criador e primeiro diretor do Departamento de Cultura da cidade –, um órgão que pode ser chamado de avô da Secretaria Municipal de Cultura.
O acervo ambulante começou a rodar em 1935, mas com o passar dos anos, e das gestões, a iniciativa não se manteve exatamente na pauta do dia. No entanto, 70 anos depois, os paulistanos voltam a conviver com a antiga criação de Mário, reformulada, e instalada em ônibus. Ônibus-bibliotecas. “A gente pode dizer que o ônibus-biblioteca foi criado pelo Mário de Andrade”, comenta Marta Nose Ferreira, coordenadora dos serviços de extensão da prefeitura. “Ao longo de todos esses anos, a iniciativa foi sendo mantida de maneira bastante tímida, até que teve um ápice na década de 1990, quando havia dez desses veículos, que cobriam 40 roteiros da cidade.” Porém, os ônibus foram quebrando, os livros se deteriorando e o serviço mais uma vez quase cai no esquecimento. “Mas agora, desde 2007, nós estamos nos esforçando para requalificar esse projeto”, explica Marta. “Hoje temos quatro veículos que rodam de segunda a domingo, em diferentes pontos da cidade.” Cada um dos ônibus percorre 28 bairros, todos localizados em regiões afastadas do centro expandido da cidade. “O Mário começou com veículos rodando pelo centro, mas é óbvio que, em 1935, não existia essa periferia que temos hoje”, retoma a coordenadora. “Por isso a gente agora faz o contrário, vai para todas essas outras regiões e não abrange mais o centro, já que há mais opções de acesso à informação na região central do que nessas outras localidades.”

Os veículos ficam estacionados nos bairros das 10h às 15h, período em que os quatro funcionários de cada ônibus, segundo Marta, veem o acervo de quatro mil livros sofrer uma circulação vertiginosa. “Nós temos uma média diária de 250 visitantes”, revela a coordenadora. “Se você fizer as contas, tendo em vista que o ônibus fica cinco horas no local, dá uma média de uma pessoa a cada um minuto e meio.” Marta conta que, por mês, a biblioteca ambulante empresta livros para uma média de 25 mil pessoas.
Quanto ao acervo, a coordenadora ressalta que, nos ônibus, não há o que chama de “preconceito literário”. Ou seja, encontra-se de tudo: do autor russo Dostoievski às aventuras do bruxo inglês Harry Potter, passando pelo best seller vampiresco Crepúsculo e também por livros que ensinam artesanato ou que dão dicas de economia doméstica. “A gente tem tentado se manter sempre muito antenado com o que as pessoas procuram”, conta Marta. “Se alguém chega querendo um livro que não tem no ônibus, nós mandamos como dica para o departamento que faz as aquisições. A ideia é sempre ir ao encontro do que o leitor quer.” E uma surpresa: embora bruxos, guerreiros e vampiros façam um tremendo sucesso com as crianças e jovens – público predominante dos ônibus-biblioteca – um livro que, segundo Marta, “não para na estante” é o clássico A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. “Temos demandas muito interessantes”, complementa. “Poesias de Mário Quintana e obras de Dostoievski, por exemplo, que não é um escritor popular e tão fácil de ser lido.” Marta relata ainda que, diante do que é presenciado a cada visita dos ônibus, a equipe começou a questionar mitos como os de que o brasileiro não lê ou o jovem ou as pessoas de classes sociais mais baixas ou mesmo os moradores da periferia. “Eles não leem ou não tem acesso à leitura?”, pergunta.

Incentivo à leitura


Unidades do Sesc realizam projetos e mantêm programas que difundem a importância do livro

Não é de hoje que o livro e a leitura estão entre os focos de atuação do Sesc São Paulo. São projetos pontuais, programas de caráter permanente e bibliotecas que, juntos, representam mais uma ação da instituição voltada à educação não formal. “O Sesc já tem um trabalho de incentivo à leitura em curso há muito tempo”, enfatiza Francis Manzoni, assistente da Gerência de Ação Cultural (Geac) na área de literatura. “São oito bibliotecas funcionando nas unidades Santo André, Campinas, Carmo, Ribeirão Preto, Piracicaba, Pinheiros, Araraquara e Pompeia. Todas oferecem empréstimo domiciliar, como o BiblioSesc, e nas demais unidades existem espaços de leitura com revistas, jornais e alguns livros para consulta local.”
Entre os exemplos dessa atuação encontra-se o programa Meus Livros de Viagem (foto), realizado pelo Sesc Consolação desde fevereiro de 2009. Trata-se de uma ação conjunta das equipes da biblioteca e o departamento de turismo social da unidade, que oferece uma seleção de obras literárias para serem consultadas e emprestadas ao viajante durante as excursões.

Outra atividade que merece destaque é o projeto Tertúlia, idealizado por Tiago Novaes. Descrita por Francis como “uma abordagem mais especializada sobre literatura”, a ação, desenvolvida de outubro a dezembro nas unidades Pinheiros, Ipiranga, Araraquara e São Carlos, consiste em encontros com escritores como Antonio Cícero e Ferreira Gullar comentando a obra de Fernando Pessoa, por exemplo, ou Cláudio Willer falando sobre Hilda Hilst ou ainda Bernardo Ajzenberg falando sobre Philip Roth. No Sesc Pompeia, a versão do projeto Tertúlia tem reunido tradutores de grandes escritores estrangeiros como Kafka, Virginia Woolf, Miguel de Cervantes, Fiódor Dostoiévski, Charles Baudelaire, Leon Tolstói, Gabriel Garcia Marques, entre outros. “Tradutores não são autores, mas participam de um modo indispensável na inserção de uma obra literária e do universo de um autor em uma língua, em outro universo linguístico, no modo mais particular de comunicação de um povo. Já publicaram, são em geral também autores, mas têm um estudo tão profundo, por meio da tradução, que podem falar sobre os escritores que traduziram com uma propriedade incomparável.” Em novembro, no Sesc Ipiranga, o projeto trará a escritora e professora de teoria da literatura e de literatura comparada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria Esther Maciel para falar sobre o autor argentino Jorge Luis Borges, no dia 12, e o escritor e dramaturgo Márcio Souza para analisar a obra do paraense Inglês de Souza, introdutor do naturalismo na literatura brasileira.

No Sesc Araraquara, a literatura se destaca no projeto De Quem É Essa História, realizado desde 2007, cujo objetivo é estimular o hábito da leitura. O formato é o de contação de histórias. “A equipe aborda a produção literária infanto-juvenil por década. Neste ano, eles estão na década de 1980”, comenta Francis.

Com curadoria de Elizabeth D’Angelo Serra e direção artística de Márcio Pontes, o projeto, este ano, irá mostrar as inovações na produção desse gênero literário.

Na unidade Carmo, o livro vai até as empresas por meio do programa Baú de Letras. São caixas que se transformam em estantes e ficam disponíveis por dois meses nas empresas que se cadastram no programa. “Essa ação tem dado resultados há muitos anos no Sesc de todo o país, revela Francis. “Ela continua viva porque tem uma eficácia muito grande. Dentro de uma empresa, imagine, as pessoas não têm muito tempo de ir até uma biblioteca, de explorar títulos e conhecer autores.”

Já na terceira edição, o projeto Versões, criado e desenvolvido no Sesc Campinas, se volta para a literatura contemporânea brasileira e propõe encontros entre autores. “Um escritor escolhe o trabalho de outro para comentar e ambos se encontram. As escolhas se interligam de forma a criar um panorama da produção literária atual, comenta Heloísa Pisani, técnica da área de literatura da unidade. “Em outubro, Marcelino Freire comentou Santiago Nazarian, que indicou Ana Paula Maia como tema. Esta, por sua vez, preferiu a escritora Índigo, que falou sobre Rodrigo Lacerda. Fazem parte do programa workshops com os escritores, saraus e oficinas de produção de texto. Já o Sesc Ipiranga realiza o Versatilidades, desde março, com o objetivo de misturar várias linguagens artísticas para discutir literatura. Passaram pela unidade, em 2009, Marcelino Freire, Adriana Lisboa e João Anzanello Carrascoza. Shows, murais, espetáculos de teatro, filmes, leituras e saraus compõem a versatilidade da Literatura e dos autores.

Projetos como o Literatura Plural, que esteve na pauta de outubro do Sesc Osasco, têm experimentado diferentes vivências com a palavra e com a literatura, em permanente diálogo com zonas de interesse e territórios de leitura identificados na região.

No entrecruzamento com outras linguagens artísticas, a literatura está sempre presente na programação do Sesc. A exposição Quem Quiser que Conte Outra, em destaque no Sesc Santana durante os meses de outubro de 2009 a fevereiro de 2010, é um projeto que tem como objetivo discutir a importância dos contos de fada e da tradição oral. Por meio de uma grande instalação cenográfica são apresentadas histórias coletadas e recontadas dos Irmãos Grimm, das quais destacam-se Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, Branca de Neve, Cinderela, entre outras.

Para saber detalhes sobre os programas e mais informações sobre os projetos basta consultar o Em Cartaz.

Fonte: Revista E SESCSP

segunda-feira, 1 de março de 2010

Projeto "Leitura para todos"


Quando fazia pós-doutorado em Buenos Aires, a professora do curso de Letras da UFMG Maria Antonieta Pereira observou que era grande o número de pessoas que lia nos metrôs. Ao retornar da capital da Argentina, resolveu adaptar a situação à realidade de Belo Horizonte. Foi assim que a professora – que é também coordenadora Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão A tela e o texto – teve a ideia do Projeto Leitura para Todos.

Em novembro de 2004 foi lançado o projeto-piloto, que colocou, atrás de cada assento de algumas linhas de ônibus da cidade, uma lâmina plastificada do tamanho de uma folha A4 contendo um conto, poesia ou crônica de autores brasileiros – conhecidos ou não. O blog acompanhou um usuário no ônibus que lia o poema “Saudade” do escritor Machado de Assis.



O projeto Leitura para todos tem como seu principal objetivo contribuir para a elevação dos níveis de leitura da população em geral. Considerando que o livro no Brasil é muito caro e que as bibliotecas são raras, o projeto propõe-se a disseminar textos de qualidade entre leitores que não têm acesso aos mesmos. Tendo em vista que no transporte coletivo circulam diariamente milhares de pessoas, as quais estão assentadas e com tempo disponível para leitura, o projeto Leitura para todos divulga textos da Literatura Brasileira em ônibus de Belo Horizonte e Contagem. Os textos são plastificados em lâminas tamanho A4, em frente e verso, e dependurados por alças na parte traseira dos bancos. A proposta de leitura nos ônibus foi também implantada em Diamantina, durante o 36º Festival de Inverno da UFMG, e em Recife.

Fonte: mg.gov.br/blog

UFMG e BHTrans ampliam projeto Leitura para Todos

 A UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte), ampliam a partir de hoje o projeto Leitura para Todos. Duzentos e setenta veículos de 26 linhas municipais (veja lista abaixo) passarão a contar com textos da literatura brasileira. O projeto é desenvolvido na Universidade pelo programa A Tela e o Texto, da Faculdade de Letras (Fale).

O projeto tem como propósito levar de forma gratuita e descontraída textos de escritores nacionais à população belo-horizontina. As obras são apresentadas no formato A4 e plastificadas, e afixadas com cordões de náilon na parte traseira dos bancos dos coletivos, permitindo que o passageiro tenha acesso a elas durante a viagem.


Exemplar de Lâmina de Literatura Brasileira
para fixação nos ônibus

O objetivo dos idealizadores é expandir o projeto a todas as linhas de ônibus da capital mineira, despertando atenção e interesse pela leitura em pessoas de diferentes faixas etárias, além de tornar a viagem menos monótona. A UFMG e a BHTrans buscam parceiros dispostos a apoiar a expansão do projeto.

Em 2007, o Leitura para Todos foi o vencedor do prêmio Viva Leitura 2007 do Ministério da Educação na categoria "Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas e universidades".

Linhas contempladas
SC01B (Contorno B)
1030 (Avenida - Mangabeiras)
1207C (B. das Indústrias 4ª Seção - Sta. Mônica)
1404A (Palmeiras - Alípio de Melo)
2151 (Vista Alegre - Serra)
2212A (Jardim Atlântico)
303 (Santa Cecília - Est. Diamante)
304 (Jatobá IV - Est. Diamante)
3052 (Est. Diamante - BH Shopping via Havaí)
3054 (Milionários - Centro)
308 (Tirol - Est. Barreiro)
326 (Vale do Jatobá - Est. Barreiro)
3302A (Nova Pampulha)
4107 (Alto Caiçara - Serra)
4113 (Bom Jesus - BH Shopping)
503 (Santa Rosa - Aparecida - São Luís)
621 (Lagoa - Est. Venda Nova)
623 (Vila Santa Branca - Est. Venda Nova)
625 (Maria Helena B - Est. Venda Nova)
8001A (Ana Lúcia - BH Shopping)
8107 (Concórdia - São Pedro)
8203 (Renascença - Buritis)
9031 (N. Sra. de Fátima - Centro)
9209 (Sagrada Família - Gutierrez)
9408 (Sta. Efigênia - Pe. Eustáquio)
9503 (Taquaril - Jaraguá)

Com informações da Gerência de Marketing e Comunicação da BHTrans

Fonte: UFMG

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Leitura no Ônibus tem aceitação de usuários de coletivos portovelhense


O Projeto Leitura no Ônibus, idealizado pelo Coordenador do Grupo de Educação Fiscal do Estado de Rondônia – GEFE, Orlando Pereira da Silva Júnior, que visa incentivar a leitura da população Portovelhense, além de levar informação sobre seus direitos como cidadão, foi realizado com grande sucesso na manhã deste sábado 30 de janeiro.

A equipe do GEFE percorreu algumas paradas de ônibus da Avenida Sete de Setembro entregando a cartilha intitulada “Um Convite a Cidadania”, que traz informações sobre o pagamento de tributos e seu destino e a importância de se exigir a Nota Fiscal.

Foram entregues cerca de 350 livros que poderiam ser lidos nos coletivos ou levados para casa e após concluir a leitura o cidadão se compromete em deixar o livro dentro do próximo coletivo a ser utilizado para que mais pessoas possam ler a obra.

O projeto se repetirá no último sábado de cada mês e além das cartilhas, o Coordenador espera firmar parceria com várias editoras para que a população tenha mais opções de leitura durante seu trajeto no transporte coletivo.

Quem tiver interesse em colaborar com o projeto pode levar sua doação literária na Coordenadoria da Receita Estadual no Grupo de Educação Fiscal localizado na Rua Presidente Dutra em frente ao Sesc Esplanada.

De acordo com o Senhor João Santana, usuário freqüente de transportes coletivos, a iniciativa do projeto é válida já que assim a população terá muito mais conhecimento sobre seus direitos enquanto cidadão, além do incentivo a leitura.

Acompanhados pela mídia local a equipe finalizou o trabalho na Rodoviária Municipal, e pretende nas próximas campanhas estender a entrega das obras por vários bairros da Cidade.

Divulgação: Comunicação Social - GEFE/SEFIN

Fonte: Rondônia ao vivo