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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Artigo: Leitura de Barraco: efeitos de leitura em uma Biblioteca Itinerante

Autores: Adenilson Alves, Lucília Maria Sousa Romão

Resumo: O presente trabalho destaca a criação de uma biblioteca itinerante que busca promover espaços de leitura e interpretação num assentamento rural, na região de Ribeirão Preto. Considerando que, para a maioria do s leitores brasileiros, o principal espaço de acesso aos livros é a biblioteca e sabendo que, muitas vezes, ela deixa de cumprir sua função social, servindo apenas como um mero depósito de livros, procuramos, por meio do acervo da biblioteca Basílio da Gama, distribuir cestas de hortaliças com livros, cestas estas muito usadas em horas de trabalho e muito significativas para esse sujeito. Assim, criamos uma biblioteca itinerante, também muito próxima dos sem-terra, tão afetados pelos deslocamentos no espaço geográfico.

Texto Completo: PDF

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cobrador monta biblioteca itinerante em ônibus de Brasília

Acervo com 4.000 títulos foi montado a partir de doações. Passageiros podem retirar livros de graça.

Com a ajuda de doações, o cobrador Antonio Conceição Ferreira montou uma biblioteca itinerante em Brasília dentro do ônibus onde trabalha.

Os passageiros podem retirar os livros de graça para ler durante a viagem ou levá-los para casa.

No início, Antonio ficou com medo de fixar o porta-livros no ônibus. Achou que alguém até podia reclamar, mas a biblioteca itinerante já tem quase um ano e até agora só recebeu elogios.

“Às vezes, estou em pé, o ônibus lotado, e, ainda assim, dá um tempinho, pego o livro, abro, continuo lendo e o tempo passa mais rápido”, diz Adriana Leandro, operadora de telemarketing.

Quem lê anota o nome numa ficha e devolve o livro quando quiser. "Não cobro nada. É só apenas o incentivo à leitura para que o trabalhador tenha um poder crítico e incentive o seu filho no caminho da educação”, afirma Antonio.

Acervo

O acervo fica guardado num quartinho alugado do outro lado da rua onde ele mora. São pilhas e pilhas de livros e revistas: 4.000 títulos que valem mais do que o salário de R$569 dele.

“A minha idéia começou eu colocando o livro em cima da caixa do cobrador. O passageiro passava olhando, via o título”, conta Antonio. “Aí, teve uma passageira que ficou olhando e perguntou: ‘Cobrador, o senhor gosta de ler?’ Falei: ‘Gosto’.” E, a partir de então, ele começou a receber doações.

“Só educação que dá uma vida melhor para o ser humano”, diz o cobrador, que nasceu no interior do Maranhão e mora no Distrito Federal num quarto e sala no fundo de um terreno com a mulher e dois filhos.

Fonte: G1

terça-feira, 22 de junho de 2010

Projeto Cidadão - Jeito criativo de proporcionar leitura

A S.O.S Pequeninos lança biblioteca itinerante com caixas plásticas que se transformam em prateleiras em cada local

Lu Dressano

Uma biblioteca itinerante terá início nas próximas semanas para despertar o desejo de leitura em 3,7 mil meninos e meninas de 25 entidades assistidas pela S.O.S Pequeninos. Uma doação de 600 títulos pelo Colégio Porto Seguro, de Valinhos, resultou na criação do Projeto Conhecer e o inusitado é a forma encontrada para andar com os livros e os filmes didáticos pedagógicos: tudo será acomodado em caixas plásticas que se transformarão em prateleiras no local a ser montado. “Como não temos um carro apropriado, esta foi a forma encontrada para levar e atender toda a comunidade”, resume a presidente da organização não-governamental, Stella Marcondes Martins.

A creche Tia Lea, no Jardim São Pedro, será a primeira a receber a novidade. Durante um mês, crianças com idade entre 3 e 6 anos terão a chance de começar a ampliar o universo de informações.Depois, a biblioteca muda de lugar. E para preparar os monitores de cada entidade, um curso de formação de biblioteca foi ministrado e envolveu 31 participantes. Os voluntários da S.O.S Pequeninos conseguiram ajuda com profissionais da área e até uma apostila foi elaborada para orientar as atividades.

Busca por valores

Há nove anos, quatro mães conscientes da importância da formação moral de seus filhos se juntaram para buscar fortalecimento em valores humanos. Passaram a incluir na rotina das crianças um dia para a discussão de temas como amor, solidariedade, respeito, ajuda e gratidão. Os encontros aconteciam na Igreja Nossa Senhora das Dores, no Cambuí. O grupo começou com sete crianças, em seis meses eram 25 e em um ano já contava com 45. Era o início da S.O.S Pequeninos.

A fundadora e presidente da organização é Stella Marcondes, uma “católica rebelde” como ela mesma se define. Arquiteta e mãe de três filhos explica: “Ajudar só meus filhos não resolvia mais. Em pouco tempo tive a sensação de que a minha família era muito maior e os benefícios que buscava para os meus quis estender a todos”. Para Stella, só a educação não basta para formar uma pessoa, há necessidade de uma busca espiritual, mas direcionada para a aplicação diária. “Isso é imprescindível para toda e qualquer pessoa que se sensibilize com as diferenças sociais e sonhe com um mundo melhor para todos”, acredita.

Noventa voluntários (com idade entre 13 e 60 anos), parcerias com empresas, a contribuição mensal de 40 sócios e mais os eventos promocionais formam a base solidária para atender cada entidade “naquilo que realmente precisam”, diz a fundadora. Este ano, as ações estiveram voltadas para reformas e melhorias nos espaços físicos. As 25 entidades recebem orientação de uma equipe técnica e o grupo voluntário ganha suporte e direção na identificação e consolidação das ações.

O núcleo de voluntariado conta também com a atuação dos jovens, “que desde cedo recebem informações e percebem a importância do social hoje. Eles podem promover mudanças mais rápidas e significativas”, aponta Stella. A participação da moçada gerou o Projeto Recreando, em que mensalmente são realizadas oficinas de teatro, de contadores de histórias, de esporte e de recreação. “Brincadeiras e diversão ajudam a passar valores éticos”, ressalta a fundadora.

Dia dos pequeninos

Para marcar o Dia das Crianças foi lançado em outubro do ano passado o dia dos pequeninos. A comemoração deste ano promete repetir um programa com festas e passeios oferecidos durante dois meses. As crianças até 18 anos são divididas em grupos e participam de atividades bastante diferentes de suas rotinas. “Vamos investir neste projeto para poder a cada ano apresentar algo mais às crianças e jovens e poder transformar em sorrisos uma realidade triste e sofrida”, diz empolgada a fundadora.

A biblioteca itinerante tem data marcada para setembro para iniciar as atividades. As crianças contarão com opções de leitura diversificada e as escolhas passam pela Coleção Pequenos Amigos, em que um dos títulos é O Golfinho; encontram uma fábula indígena recontada em O Melhor de Mim para o Melhor dos Mundos; as tradicionais de La Fontaine, entre outras.

AS ENTIDADES

Instituto Educacional Professora Maria do Carmo Arruda Toledo
Creche Santa Rita de Cássia/Ilce da Cunha Henry
Centro de Formação Semente da Vida
Lar Escola Jesus de Nazaré
Grupo das servidoras, Léa Duchovni de Campinas
Associação Campineira de Recuperação da Criança Paralítica
Instituto Dom Nery
Associação do Pão dos Pobres de Santo Antonio
Fundação Bezerra de Menezes
Serviço Social da Paróquia São Paulo Apóstolo
Serviço Social Nova Jerusalém
Associação Projeto Quero-Quero
Centro Educacional de Assistência Social Menino Jesus de Praga
Creche Gustavo Marcondes
Creche Mãe Luiza
Centro Educacional Integrado
Associação dos Amigos da Criança (AMIC)
Casa da Criança Madre Anastácia
Fundação Douglas Andreani
Grupo Comunitário Criança Feliz
Casa da Criança de Sousas
Associação de Educação do Homem de Amanhã
Creche Mãe Cristina
Núcleo Assistencial Gerônimo Mendonça
Lar Pequeno Paraíso

SAIBA MAIS

S.O.S Pequeninos

Av. Dr. Sílvio de Moraes Salles, 101, Cambuí- Fone: 3294-4772


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Passo Fundo (RS) tem maior índice de leitores do país

Por André Trigueiro

Nosso programa é sobre iniciativas bem sucedidas de estímulo à leitura em nosso país. Em média, cada brasileiro lê menos de dois livros por ano. A repórter Roberta Salinet mostra o que tem feito a diferença em Passo Fundo (RS), onde a média de leitura é de 6,5 livros por habitante/ano.
A palavra falada, escrita, contada, pensada ou não pronunciada, seja qual for a forma que tenha, sempre fez parte da minha vida. Li muito durante a minha infância e sigo assim até hoje. Sempre me comoveu demais saber que meu pai, já falecido, havia lido uma enciclopédia inteira numa biblioteca pública de Passo Fundo porque não tinha dinheiro para comprar livros. Antes de me formar jornalista me formei professora de literatura. Por isso a leitura faz parte da minha vida, tanto, tanto, que me arrisquei a falar um pouco sobre isso antes de contar a experiência maravilhosa que foi para mim produzir essa matéria para o Cidades e Soluções.

Passo Fundo é uma bela cidade de 185 mil habitantes no norte do Rio Grande do Sul e assim como tantas outras tem problemas nas áreas de segurança, saúde… estamos no Brasil.
Mas Passo Fundo é diferente de todas as outras cidades brasileiras quando o assunto é leitura, literatura. Isso porque a cidade é palco de um encontro sem igual, que a cada dois anos reúne escritores e leitores: a Jornada Nacional de Literatura.

Na preparação para os encontros, os alunos das redes particular e pública têm contato com as obras, discutem em sala de aula e se preparam de tal forma, que quando encontram os autores já estão íntimos dos livros.

A conseqüência desse namoro com a literatura é concreta: o maior índice de leitores do país. Uma média por habitante de 6,5 livros lidos ao ano, três vezes maior do que a brasileira.

Bem, assim que recebemos o convite, feito pela equipe do programa, para contar a solução adotada por Passo Fundo para atingir esse índice, partimos eu e o repórter cinematográfico Jeferson Barbosa. A produção do VT teve o auxílio da produtora Natália Fávero.
Isso foi depois de um domingo inteiro de orações para que o tempo melhorasse e que a chuva, que tem sido constante aqui no sul, nos desse uma trégua. Deu certo.

Na nossa jornada encontramos seu Martins, motorista do ônibus Fabuloso, uma biblioteca itinerante que percorre as escolas do município. Logo que gravei a entrevista com ele tive certeza de que tudo sairia conforme o esperado. Seu Martins passa horas com os olhos grudados nos livros enquanto as crianças visitam o Fabuloso.
“A leitura transforma, abre a mente, me faz ser um pessoa provida de senso crítico, é a faculdade que eu não pude fazer”, me disse ele.

Bem, depois disso ainda visitamos o Mundo da Leitura, um espaço da Universidade de Passo Fundo (UPF), onde alunos especiais da APAE se divertiam com um teatro de sombras, conferimos a alegria dos estudantes no Largo da Literatura e por fim, contamos a história de Gustavo Melo, um jovem escritor pernambucano que trocou o mar pelo frio de Passo Fundo. Tudo isso mostrado através da percepção estética apuradíssima do Jeferson, que é incansável em buscar ângulos novos para ressaltar a beleza das cenas…

Bem, está sendo uma delícia dividir com os telespectadores a alegria de perceber que há soluções para problemas considerados graves, como a questão da leitura em nosso país.
E se o exemplo do Circo das Letras, idealizado em Passo Fundo por uma professora chamada Tânia Rösing, hoje reconhecida por alguns dos maiores escritores do Brasil e do Mundo, inspirar alguém que assita a reportagem a fazer o mesmo em sua cidade, nosso trabalho vai ter valido ainda mais a pena.

Roberta Salinet, repórter da RBS TV - Passo Fundo