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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Promoção da leitura: componente essencial na Primeira Infância

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Nunca é cedo demais para começar a ler para e com as crianças. A leitura é um hábito que desde a gestação já produz efeitos no bebê em crescimento e poderá fazer toda a diferença na vida acadêmica futura dele.
São fortes as evidências que apontam para a importância da leitura. De acordo com pesquisas recentes, por volta dos 36 meses (3 anos) uma criança criada numa família com nível socioeconômico mais elevado tem um vocabulário 3 vezes maior do que outra criada em lares pobres: 1.200 versus 400 palavras, respectivamente. As pesquisas apontam que essa criança que fala 1.200 palavras ouviu cerca de 50 milhões de palavras, cerca de 40 milhões A MAIS do que a criança que só fala 400 palavras. Ou seja, ouvir histórias desde a mais tenra idade pode ajudar a diminuir essa diferença, principalmente em lares menos favorecidos.
Diante dessas e de outras evidências, diversas instituições e organizações vêm trabalhando duro para promover a leitura desde o berço. Nesta última quinta-feira foi a vez da Academia Americana de Pediatria publicar diretrizes recomendando fortemente que os pediatras aconselhem os pais a lerem para seus bebês. A recomendação é histórica: é a primeira vez que Academia se pronuncia sobre o assunto. De acordo com as novas diretrizes, os pediatras serão orientados a recomendar aos pais que façam leituras diárias com seus filhos pequenos.
Mas, afinal, qual o segredo da leitura? São dois. O primeiro tem a ver com os livros – eles são escritos com uma linguagem mais parecida com a linguagem da escola. A criança amplia o vocabulário e se habitua a estruturas sintáticas mais complexas. Segundo, livro é um excelente veículo para promover a interação entre adultos e crianças, pais e filhos. A mistura dos dois ingredientes – livros e interações – torna a vacina mais potente. Brincar e conversar também ajudam, mas conversar com livros e em torno de livros ajuda ainda mais.
Desde sua fundação, o IAB trabalha para promover políticas e práticas de leitura desde o berço. Uma das nossas ações é o Guia IAB de Leitura, que traz 600 títulos indicados para crianças de 0 a 6 anos de idade, e a Cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras, que ajudam pais a cuidadores a lerem para bebês e crianças pequenas. Além disso, como parte das atividades da Universidade da Primeira Infância, o grupo de coaches do Instituto trabalha capacitando pais em diversos municípios para exercitarem a leitura com seus filhos pequenos.
Em 2010, o IAB organizou o seminário internacional Leitura desde o berço: políticas sociais integradas para a Primeira Infância, que trouxe ao Brasil especialistas estrangeiros no assunto cujas apresentações foram registradas em uma publicação de mesmo nome. Mais recentemente, o IAB organizou em parceria com pesquisadores da Universidade de Nova York um ciclo de palestras em Boa Vista (RR), no âmbito do Programa Família que Acolhe, e deu início a um projeto de pesquisa que vai mensurar o impacto no desenvolvimento das crianças da leitura feita pelos pais.

Fonte: Instituto Alfa e Beto

Pediatra dá dicas de como exercitar a leitura em cada fase da infância

Por Dr. Mário Roberto Hirshheimer - Presidente da SPSP Fonte:Pediatra Orienta - SPSP


As experiências vivenciadas pelas crianças têm grande influência no seu desenvolvimento. Tudo o que as crianças experimentam no mundo externo (vivências e estímulos cognitivos, sensoriais e afetivos) desempenham um papel em sua constituição como indivíduos. Uma importante vivência é ler para elas. A leitura é tão importante, que “receitar livros” se tornou uma recomendação médica.
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A campanha Receite um livro é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
Benefícios da leitura na primeira infância:
• Fortalece o vínculo com quem lê para ela (pais, familiares ou cuidadores).
• Desenvolve a atenção, a concentração, o vocabulário, a memória e o raciocínio.
• Estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.
• Ajuda a criança a perceber e a lidar com os sentimentos e as emoções.
• Auxilia no desenvolvimento da empatia (a capacidade de colocar-se no lugar do outro).
• Ajuda a minimizar problemas comportamentais, como agressividade, hiperatividade e comportamento arredio.
• Auxilia na boa qualidade do sono.
• Desenvolve a linguagem oral.

Como ler para crianças de 0 a 6 anos
A partir da 25ª semana de gravidez, o bebê já consegue “sentir” o som e ouvir a voz da mãe. Por isso ele reage quando escuta canções e a voz dela e se mexe dentro da barriga. Isso que significa que ele escuta e já está, de certa forma, em comunicação com a mãe. Assim ele nasce com essa memória. O bebê é muito sensível à entonação da voz e é graças a ela que começa a construir significado. A vida cotidiana está cheia de ordens (“não mexa”, “escove os dentes” etc.). Por isso, é necessário oferecer às crianças outro linguajar, isto é, a da escuta, da leitura em voz alta.
Contar histórias é uma prática importante, pois caracteriza um momento de extrema conexão entre a criança e o cuidador, já que, além do conteúdo que está sendo passado, há troca de olhares e contato afetivo, que são muito importantes para a criança desde os primeiros meses de vida. Mesmo que a criança não compreenda ainda o significado das palavras, ela compreende as expressões faciais, o gesto de carinho e a suavidade do tom de voz. Por isso, esses momentos são de interação muito significativos.
A leitura tem papel fundamental no desenvolvimento da linguagem. Por isso, os livros devem fazer parte do universo do bebê desde o nascimento. Quando os cuidadores estão lendo, eles descobrem a estrutura da linguagem e, pouco a pouco, percebem que são as imagens e as letras que fazem os pais contarem as histórias. Assim, a criança vai descobrindo, aos poucos, que as letras são símbolos e que os textos contêm significados.
A leitura deve ser um momento prazeroso, tanto para as crianças quanto para os adultos. Por isso, é importante que os pais escolham livros, histórias, canções, jogos e brincadeiras de que eles também gostem e que remetam às experiências agradáveis que eles tiveram na sua infância. O foco aqui é ser espontâneo e expressar afetividade pelo bebê e não iniciar um processo precoce de alfabetização ou realizar atividade com finalidade pedagógica.
Para que a leitura se torne hábito e contribua efetivamente para o desenvolvimento, ela deve fazer parte da rotina de cuidados do bebê, assim como a alimentação e os rituais da hora de dormir. Então, é preferível ler pequenos textos todos os dias a ler um livro inteiro em um único dia e depois esperar uma semana até a próxima leitura.
Do nascimento até por volta dos 3 anos, os bebês costumam manipular o livro para ganhar familiaridade com ele. Aos poucos vão compreendendo que esse objeto tem significado. Então, é bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita.
De 0 a 5 meses
Os bebês começam a prestar atenção nos gestos dos pais e a imitar os sons. Aos quatro meses, já podem olhar as imagens de um livro, como a pessoa que lê para ele. Afinal, a palavra “cavalo” não dá a forma do cavalo. Então é necessário mostrar-lhe a imagem do cavalo para que ele possa interiorizá-la. Então, os pais podem:
• Apontar as figuras que estão no livro e dizer em voz alta o nome daquilo para o qual o bebê estiver olhando;
• Virar as páginas de acordo com o interesse do bebê;
• Representar com gestos ou com a voz a figura que estiver mostrando para o bebê;
• Imitar os sons que o bebê faz e observar sua reação.

De 6 meses a 1 ano
Nessa fase, a leitura já é bem interativa e os pais devem conversar com a criança sobre as figuras, as formas, as palavras e os sentimentos, relacionando-os com a vida cotidiana. Os bebês, quando conseguem se sentar, já conseguem segurar os livros e também colocá-los na boca. Nessa fase, os pais podem:
• Nomear as figuras que o bebê aponta no livro ou aquelas em que ele fica interessado;
• Ajudar o bebê a virar as páginas do livro;
• Transmitir o clima da história por meio da entonação da voz, de gestos e de expressões faciais;
• Conversar com o bebê e fazer perguntas sobre as coisas que ele está ouvindo ou fazendo. Por exemplo: “Olha o cachorrinho. O cachorrinho faz au-au”;
• Seguir as indicações do bebê para ler mais, repetir ou parar.

É bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita
É bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita
De 1 ano a 2 anos
Nessa fase, a criança consegue escolher um livro e entrega-lo aos pais para que o leiam. Também aponta as figuras e copia as expressões e os gestos do adulto que está lendo para ela. Assim, os pais podem:
• Usar diferentes vozes para representar os diversos personagens das histórias;
• Fazer perguntas para que a criança responda apontando. Por exemplo: “Onde está o gato? ”, “Quem faz miau? ”;
• Incentivar que ela faça o som de determinado animal. Por exemplo: “Como a vaca faz? Mu!”;
• Sorrir e responder quando a criança falar ou apontar;
• Deixar a criança virar as páginas do livro;
• Ler a mesma história várias vezes, se a criança quiser;
• Acrescentar mais palavras quando a criança apontar uma imagem. Por exemplo: “Menina. Essa menina é bonita”;
• Fazer outras perguntas sobre as figuras que ela apontar. Por exemplo: “Cadê o cabelo da menina? ”, “E o cabelo da mamãe? ”, “E o seu cabelo? ”;
• Nomear e demonstrar ações e emoções nas histórias. Por exemplo: “A menina está rindo”. E então rir para o bebê;
• Levar sempre um livro quando sair com o bebê e ler para acalmá-lo ou distraí-lo.

De 2 a 4 anos
Essa é a fase em que as crianças mais gostam de exercer a previsibilidade e, por isso, gostam que os pais leiam as mesmas histórias várias vezes. Também repetem palavras e frases e participam mais da leitura. Os pais podem:
• Fazer perguntas sobre as imagens do livro para que a criança responda. Por exemplo: “O que é isto? ”;
• Ler livros que apresentem ações que as crianças já entendem como inusitadas. Por exemplo, “Os três lobinhos e o porco mau”, ou “O cachorro que faz miau”;
• Valorizar todas as perguntas e comentários que a criança faz, pois são boas oportunidades para começar uma conversa;
• Dar espaço para que a criança faça comentários sobre alguma figura ou palavra;
• Incentivar a criança a contar sua história favorita, de sua própria maneira;
• Levar a criança a bibliotecas ou livrarias para escolher livros ou ouvir histórias;
• Mostrar para a criança como as coisas que acontecem com os personagens são parecidas com algo que ela mesma já fez ou viu;
• Falar sobre os sentimentos dos personagens e perguntar se ela já sentiu a mesma coisa;
• Deixar que a criança conte o que acontece em seguida ao ler histórias já conhecidas.

De 4 a 6 anos
Nessa fase, as crianças escolhem os livros que querem que os pais leiam e fazem perguntas sobre as coisas que acontecem neles. Também corrigem os pais quando eles pulam uma parte de um livro já familiar e conseguem contar uma história conhecida com as próprias palavras. Os pais podem:
• Conversar de forma espontânea sobre os assuntos do livro;
• Responder com interesse às perguntas e os comentários da criança;
• Mostrar para a criança que você está lendo as palavras do livro;
• Ler a história do jeito que o autor escreveu, sem alterar as palavras estranhas e diferentes que ampliam o vocabulário da criança.

A importância do texto escrito
• Apresenta frases completas, sem omissões típicas da fala;
• Respeita a concordância de tempo e, dessa forma, ajuda a compreender a ordem natural dos eventos;
• Utiliza algumas categorias gramaticais com maior frequência do que a fala, especialmente advérbios, preposições, conjunções e pronomes;
• Estimula e permite à criança memorizar, decorar, repetir palavras e frases, antecipar cenas e, dessa forma, ampliar seu repertório semântico e sintático. Isso contribui para:
o Trabalhar a pronúncia das palavras
o Promover maior consciência fonológica
o Conhecer e apropriar-se do universo discursivo;
• Introduz personagens diversos, que permitem à criança sair de si e estabelecer relações de previsibilidade de comportamentos, sentimentos e ações. Isso contribui para:
o O desenvolvimento das habilidades como falar e escutar e das relações sociais
o A criança sentir-se parte da comunidade a que ela pertence.

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Relator:
Dr. Mário Roberto Hirshheimer

Presidente da SPSP.

sábado, 30 de agosto de 2014

Leitura na infância favorece a inteligência

Roberta Machado
Publicação: 27/08/2014 

Estudo que acompanhou diversos gêmeos idênticos por anos mostra que uma boa relação com a literatura no início da vida afeta positivamente diversas habilidades cognitivas na adolescência.
 


Um estudo realizado com gêmeos idênticos no Reino Unido mostra que ler bem no início da infância pode afetar positivamente a inteligência da pessoa para o resto da vida. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Edimburgo e pela King’s College de Londres, comparou o nível de leitura de 1.890 pares de irmãos por nove anos e constatou que os indivíduos que se davam bem com os livros a partir da fase de alfabetização desenvolveram habilidades cognitivas superiores na adolescência. A vantagem intelectual dos leitores, aponta o estudo, não foi restrita ao jeito com as palavras e se estendia também à capacidade de raciocínio em testes não relacionados com a literatura. Os resultados podem influenciar na forma como especialistas lidam com a educação infantil.

As crianças acompanhadas foram submetidas a exames de leitura e de inteligência aos 7, 9, 10, 12 e 16 anos. Eles passavam por testes de vocabulário e compreensão de texto, além de terem o conhecimento sobre autores populares sabatinado. A desenvoltura não verbal também foi testada em atividades que mediam o pensamento abstrato e a lógica dos pequenos. Como resultado, aqueles que liam melhor que seus irmãos também tinham desempenho superior em testes de inteligência em cada fase da vida.

“Podemos apenas especular as causas”, ressalta Stuart Ritchie, pesquisador de psicologia na Universidade de Edimburgo e principal autor do trabalho, publicado recentemente em Child Development. Ele aponta que há duas causas principais que podem ligar a leitura ao desenvolvimento da inteligência: “Primeiro, ler permite que as crianças pratiquem habilidades de pensamento, como imaginar outras pessoas, momentos, lugares e objetos que não estão diretamente na frente delas. Essas habilidades abstratas podem ser úteis em testes de inteligência e na performance intelectual de forma geral. Segundo, ler pode levar crianças a praticarem a concentração e o tipo de habilidades necessárias em situações nas quais testes de QI são feitos.”
Crianças em escola francesa: relação com a leitura começa muito antes do processo de alfabetização, dizem especialistas

Influência genética
A participação de gêmeos idênticos no estudo permite que os pesquisadores minimizem a influência de diferenças genéticas ou de criação no desenvolvimento das crianças. “Nunca dá para se excluir fatores genéticos, e acho que os pesquisadores não pretendem fazer isso. Por isso usaram gêmeos. Mas a questão é que a leitura é um fator determinante, com certeza, pois as crianças que não tinham essa habilidade tão desenvolvida ficaram um pouco para trás, mesmo sendo gêmeos”, analisa Augusto Buchweitz, pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul. “Eles trabalharam com crianças que estavam num ponto inicial com o mesmo nível de inteligência, mas que, depois da aprendizagem da leitura, manifestaram diferenças”, ressalta o especialista.

As desigualdades de inteligência e de talento para a leitura testadas resultariam, portanto, das experiências que os gêmeos não partilharam, como um professor ou um grupo de amigos. De acordo com o estudo, as influências positivas fazem a diferença desde os 7 anos de idade, quando o destaque na leitura já resulta em melhor desenvolvimento cognitivo.

Para Buchweitz, o segredo está na plasticidade do cérebro infantil. No início da vida, a mente é especialmente receptiva a novos estímulos e tem uma grande capacidade de adaptação. “Nosso cérebro não está programado para ler. Ele não aprende naturalmente como a gente aprende a falar”, explica o brasileiro. “A criança tem de se adaptar a algo que não é natural a ela, ou seja, a leitura, e isso faz com que o cérebro dela se adapte e desenvolva outras habilidades.”

Para os autores do trabalho, a descoberta pode ser uma importante ferramenta para pais e educadores. Como a leitura é um talento que pode ser aprendido e desenvolvido, investir nessa atividade desde o início da infância poderia influenciar a inteligência de forma positiva até a vida adulta. Alunos que não recebem incentivo à leitura desde cedo poderiam sofrer não somente no processo de alfabetização, como também teriam a inteligência prejudicada de forma geral.

Educadores ressaltam que o contato com a leitura, dentro e fora da escola, é fundamental. E esse contato se dá de muitas formas além da de ter um livro nas mãos. A relação com as palavras começa muito antes da alfabetização, como quando o pequeno vê os pais lendo algo ou ouve uma história contada por um adulto. “A atividade de leitura fica carregada de sentido. Se alguém lê um livro para mim, um dia eu poderei ler sozinha. Não é o objeto em si que faz a mágica. O que faz sentido é aquilo que muda a relação que o ser humano tem com esse objeto”, afirma Maria do Rosário Longo Mortatti, presidente da Associação Brasileira de Alfabetização (ABAlf) no biênio 2012-2014.

Nunca é tarde
 
Embora o estudo reforce a importância da leitura desde cedo, os resultados não apontam claramente para uma idade ideal de alfabetização. “Podemos dizer que, ao menos nos termos das variáveis que analisamos, nós não encontramos nenhum efeito negativo na leitura em idade precoce”, ressalta o pesquisador Stuart Ritchie. A vantagem na inteligência foi constatada, inclusive, em crianças que se destacaram em fases posteriores da infância, mostrando que o investimento na literatura também gera frutos em crianças que receberam o estímulo um pouco mais tarde.

No Brasil, o Ministério da Educação estipula que as crianças sejam alfabetizadas até os 8 anos, mas não especifica em que idade esse processo deva ser iniciado. A especialista Maria do Rosário Mortatti, que também é professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, acredita que o estímulo da leitura deva ser reforçado desde a primeira infância, muito antes de o processo formal de alfabetização ser iniciado. “A idade tem função para certos marcos escolares, rituais escolares. E muitas vezes não tem fundamentação científica nenhuma. Muitas vezes, é uma questão simples, são vagas que estão disponíveis”, alerta a educadora. “A oportunidade de a criança ler ou ouvir textos é imprescindível, e isso é desde bebê.”

Comparação de gêmeos

O Estudo do Desenvolvimento Precoce dos Gêmeos (Teds, na sigla em inglês) é um grande levantamento feito com gêmeos idênticos nascidos no Reino Unido entre 1994 e 1996. Originalmente, a amostra incluía dados de 8.163 famílias, acompanhadas em 1 momentos diferentes da vida dessas crianças. Os dados colhidos servem de base para uma série de pesquisas até hoje e são uma importante fonte para a comparação de desenvolvimento de crianças com similaridades genéticas e de criação. 

Fonte: em.com.br