Daisy Trombeta
Não adianta torcer o nariz. Desligue a televisão, abaixe o som, abra um livro e se deixe levar pela história ali contada. Se você é daqueles que escova os dentes na frente do computador, não tem problema. A internet oferece boas opções de leitura
Seja por prazer, seja por obrigação, uma coisa é certa: ler é uma necessidade básica de todo vestibulando. Para tornar a tarefa menos dolorosa, o segredo é reservar um tempo, todos os dias, para mergulhar nas histórias. O ideal é desligar os aparelhos eletrônicos e voltar a atenção somente à construção dos textos, sem esquecer de observar a parte gramatical.
A fórmula nem sempre será agradável. O importante é aguçar a criatividade e nunca esquecer de estar atualizado. Além dos livros, é importante dedicar um tempo aos jornais, aos sites e às revistas.
Conforme Adriana Lebkuchen, professora de gramática e produção de textos em Joaçaba, no Meio-Oeste, para manter o gosto pelas histórias é preciso tornar a companhia dos livros um hábito. A imaginação é desenvolvida desde cedo, ainda na infância. Mas quem pulou alguma das etapas, deve ler “mesmo que seja por obrigação”.
Na infância, o encanto começa pelo visual, passa para o concreto e estaciona na imaginação. Quem não teve o incentivo dos pais e dos professores precisa trabalhar mais os estímulos.
Começar lendo títulos do momento pode ser um segredo para criar gosto pela atividade. Quem não desgruda do computador, tem a opção de acessar os arquivos digitais ou os sites de notícias. Tudo vale para incrementar o vocabulário.
Nada disso deve ser feito com desatenção, segundo a professora de gramática. É bom que a leitura seja contextualizada com os dias atuais. Uma das consequências da falta de gosto pelas páginas literárias é a dificuldade de interpretação.
Adriana explica que um livro pode ser comprado somente pelo título atraente. E deve ser observado como um produto de desejo.
– Quem não gosta de ler, deve passear em uma livraria como se fosse ao shopping. Olhar para os livros como olha para um sapato e comprar nem que seja pelo título – diz.
Caso nada disso funcione, o jeito é ler por obrigação. E isso deve começar com antecedência. Para quem vai prestar vestibular, por exemplo, a literatura brasileira terá de virar companheira de rotina pelo menos um ano antes da prova.
Manual de leitura para o vestibulando
Sérgio Murilo Machado, professor de literatura e língua portuguesa do Colégio Catarinense, fez uma espécie de manual de leitura para o vestibulando. Leia atentamente e aproveite. Ainda dá tempo de se preparar.
O QUE LER
Tudo o que puder. Não siga apenas uma linha. Leia romance, contos, reportagens e até gibi.
O QUE PRIORIZAR
Comece lendo as leituras obrigatórias do vestibular, principalmente se não tem o hábito da leitura. Lembre-se: o tempo é curto.
A ESTRATÉGIA PARA LEITURA
Quanto à leitura obrigatória para o vestibular, comece pelos mais fáceis. Quem vai fazer o concurso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo, pode iniciar pelo 13 Cascaes. É um livro de contos, que fala sobre a cultura mané. Da até para ler um conto por dia.
COMO LER
O ideal é ler, marcar as passagens importantes e fazer um fichamento. Então, no fim do ano, é só ler os resumos e os fichamentos.
ALÉM DA LITERATURA
Leia jornais e revistas, pelo menos uma publicação por semana. Os jornais de domingo, por exemplo, fazem um resumo da semana e já falam sobre o que vai acontecer nos próximos dias.
O QUE É IMPORTANTE LER NOS JORNAIS
Prefira os assuntos que te aguçam a curiosidade. Mas não deixe de fora política, economia e atualidades. Os vestibulares cobram cada vez mais atualidades e questões interdisciplinares.
PARA LEMBRAR
A catástrofe no Japão, junto com todas que estão acontecendo. A questão ambiental está muito forte. As mudanças do mundo Árabe e as crises financeiras também tem que serem analisadas.
Matéria publicada em 20/04/2011
Fonte: Diário Catarinense