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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Geladeira quebrada vira biblioteca pública em praça de Araraquara, SP

Felipe Turioni 
Do G1 Araraquara e Região

"Geladeiroteca" customizada tem livros de diversos autores e assuntos. População pode realizar trocas e levar obras para casa.

Geladeiroteca em Araraquara (Foto: Felipe Turioni/G1) 
Geladeira customizada possui acervo com livros e revistas (Foto: Felipe Turioni/G1)
 
Uma geladeira quebrada passou a ter um destino diferente em uma praça na região central de Araraquara (SP). Nas prateleiras do antigo refrigerador, ao invés de condimentos e comida, estão livros. A ‘Geladeiroteca’ ganhou uma customização de um artista plástico local e chama atenção de quem passa pela Praça das Bandeiras, na Rua Voluntários da Pátria (Rua 5).

“A ideia pode parecer estranha, mas foi uma alternativa encontrada para conseguir deixar os livros ao ar livre, sem se preocupar com a chuva, por exemplo”, explica a atriz Fabiana Virgílio, idealizadora do projeto. “Poderia ser uma caixa de acrílico, mas não teria a mesma graça, além disso, a gente sempre abre uma geladeira quando está com fome e por que não abrir uma para alimentar a alma?”, acrescenta.

Dentro do refrigerador há obras de diversos autores e diferentes temas, desde literatura infantil até livros específicos de administração, economia e política. O ‘abastecimento’ inicial da geladeira foi feita pelos idealizadores, mas a proposta é que as pessoas também façam doações no local e troquem as obras. “Não queremos manter nenhuma amarra e a ideia é que os livros fiquem livres, as pessoas possam pegar, ler ali na praça, levar pra casa, trocar por algum outro livro”.

Customizada pelo desenhista Hugo Elias, a ‘Geladeiroteca’ pretende transmitir a ideia de coletividade do projeto. “Os desenhos lembram isso, essa troca, e é o que queremos manter”, diz a atriz. Algumas livrarias, sebos e centros espíritas doaram algumas obras para o acervo.

Geladeiroteca em Araraquara (Foto: Felipe Turioni/G1) 
Livros podem ser lidos no local ou levados para casa (Foto: Felipe Turioni/G1)
 
Para o porteiro Anderson Deodato, de 26 anos, a ideia é criativa. “Chamou a minha atenção e eu abri a geladeira, sem saber se poderia pegar algum livro. Depois perguntei ao pessoal que estava no bar e disseram que podia pegar e levei o ‘Pequeno Príncipe’ para casa”, comenta. “Hoje vim de novo para ver se a geladeira estava lotada para eu trazer alguns que minha mãe não tem interesse em guardar mais”, completa.

Amigos da praça

A idealizadora da ‘Geladeiroteca’ é integrante da Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, formada em 2010 para revitalizar o espaço, que vinha sendo utilizado para consumo e tráfico de drogas. “A praça era considerada a ‘cracolândia’ da cidade, e não havia melhor maneira de mudar a situação investindo na transformação do ser humano com cultura”, observa.

A associação será formalizada em breve. Na terça-feira (19), às 22h, haverá uma assembleia de fundação dos Amigos da Praça das Bandeiras para acertar os detalhes da oficialização. “Precisamos nos formalizar para obter mais apoio”, explica Virgílio. A proposta da associação é fazer eventos culturais no local. Atualmente, a praça recebe shows e games nos finais de semana.

Fonte: G1

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Circulação de livros

Talita Rustichelli
vida@folhadaregiao.com.br

Projeto "Pontos de leitura" ganha novos espaços, na praça João Pessoa e pronto-socorrodo bairro São João; a ideia é distribuir exemplares para que as pessoas criem o hábito de ler.


Na maioria das vezes a literatura precisa ir até o público para fisgá-lo definitivamente. Projetos para proporcionar o acesso à leitura têm sido popularizados no mundo todo, como o BookCrossing (em português, cruzamento de livros), que surgiu nos Estados Unidos e chegou a outros países, inclusive ao Brasil.

A ideia deste projeto, por exemplo, é distribuir livros em bancos de praças e outros locais, para que as pessoas possam levar, ler e depois colocar de volta em circulação nas ruas, a fim de que outros possam fazer o mesmo.

Em Araçatuba, para fortalecer o hábito da leitura, a Secretaria de Cultura do município implantou o projeto "Pontos de Leitura". Em lugares estratégicos da cidade, são disponibilizados gratuitamente livros, revistas, jornais e afins, para que a população possa ler, levá-los, trocá-los ou devolvêlos, sem necessidade de nenhuma burocracia.

Ontem, o pronto-socorro municipal localizado no bairro São João ganhou um Ponto de Leitura. "Não é necessário fazer nenhum cadastro, tanto para utilizar quanto para doar. Quem quiser doar, basta deixar o material na estrutura que está identificada com uma placa", explica o secretário de cultura, Hélio Consolaro.

A autônoma Aliete Oliveira Cruz, 49 anos, ficou contente ao saber do projeto e ficou estimulada a fazer doações. Enquanto aguardava uma amiga ser medicada no pronto-socorro, pegou um livro e embarcou na leitura. "Eu não conhecia o projeto e era inesperado encontrar livros disponíveis aqui. É ótimo porque ajuda a colocar a mente para funcionar e incentiva as pessoas que estão ali em um momento 'ocioso' a lerem".

Na semana passada, outro novo ponto foi instalado na Praça João Pessoa, em parceria com uma comerciante apaixonada pela leitura, Madalena Carlini, 69, e com a empresa Chade & Cia, que cedeu a estrutura, uma geladeira com porta de vidro e sem motor. A estrutura foi chumbada no local no dia 28 de abril e os livros começaram a ser doados e disponibilizados a partir do dia 29.

SONHO

Madalena, que procurou a Secretaria de Cultura para propor uma parceria e foi responsável pela mobilização de alguns dos doadores, conta que tem neste projeto a realização de um sonho antigo. "Minha vontade é ver as pessoas lendo, aproximá-las do mundo da leitura. Adoro ler e creio que quem se aproxima realmente desse universo fica fascinado", afirma.

Segundo Consolaro, a cidade possui outros três pontos de leitura: um no pronto-socorro municipal do bairro Santana, um na Prefeitura (sala de espera da Secretaria da Fazenda) e outro na recepção da Secretaria de Cultura. "A ideia é expandir ainda mais o projeto, levando-o a outros bairros da cidade. Interessados em apoiar com doações de livros ou estruturas podem procurar a Secretaria", diz.


Único compromisso é passar o livro adiante ou deixar em lugar público

Diferente do projeto araçatubense Pontos de Leitura, o BookCrossing não se limita a ação de "libertar" livros na rua. Os livros são registrados no site (no Brasil, http://www.bookcrossing.com.br/) e recebem um número de identificação, o que permite uma forma de rastreamento.

Depois, o doador avisa quando e em que parte da cidade irá deixar o livro. O objetivo é que alguém o recolha e, através do número de identificação, registre no site que o encontrou. A inscrição no site é gratuita.

Derivado do BookCrossing, no Brasil foi implantando o Livro de Rua (http://www.livroderua.com.br/), cuja proposta é circular os livros também em áreas carentes e ainda instalar as "bibliotecas da liberdade" nesses locais.

Assim como o projeto araçatubense "Pontos de Leitura", qualquer pessoa pode levar quantos livros quiser, sem necessidade de fazer cadastro e sem a obrigação de devolver os exemplares. Porém, o único compromisso é passar o livro adiante ou deixar em lugar público.

O projeto teve início em 2009 no Rio de Janeiro, sob coordenação do Instituto Ciclos do Brasil, e se expandiu para outras cidades, como São Paulo, onde chegou neste mês de abril, Belo Horizonte e Brasília.

Em Brasília, há também o projeto Parada Cultural, a partir da iniciativa de um comerciante, que instalou inicialmente uma pequena biblioteca em seu açougue. Outras minibibliotecas estão disponíveis em pontos de ônibus da cidade.