Mostrando postagens com marcador bebê. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bebê. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Orientações sobre como ler para bebês e crianças pequenas

leitura bebes 2

Leitura para bebês e crianças pequenas: isso faz sentido? As evidências dizem que sim. A leitura deve ser um hábito a ser formado da mesma maneira que ensinamos as crianças a comer, dormir, tomar banho. Ler na Primeira Infância ajuda no desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, no sucesso escolar. Mas como ler para crianças que ainda não foram alfabetizadas ou nem sequer aprenderam a falar?
Reunimos algumas orientações a seguir. Elas fazem parte da cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras, elaborada pelo IAB para ajudar pais e cuidadores a lerem para bebês e crianças pequenas:
Como ler?
Leia conversando: leitura deve ser envolvente, interativa. Deixei que a criança pegue o livro, vire as páginas, leve à boca. Estimule que a criança observe as imagens e, aos poucos, as palavras também.
Durante a leitura, faça perguntas e observações. Dê um tempo para a criança observar e pensar. Converse antes e depois da leitura: “como será esse livro?”, “o que será que vai acontecer nessa história?”, “do que mais você gostou?”.
Quando ler?
Leia sempre que a criança pedir e estabeleça um ou dois horários em que você vai ler com a criança todos os dias. É assim se forma o hábito. Na hora do banho, da soneca ou na hora de dormir são algumas sugestões. Mulheres grávidas também podem exercitar a leitura com seus bebês. Leia seus poemas favoritas, cante cantigas, converse com ele.
Onde ler?
Não existe desculpa para não ler. Você pode ler com as crianças em casa (no sofá, na cama, na sala), nos momentos de espera (no ônibus, na sala de espera), na rua (estimule a criança a observar sinais, letreiros, cartazes) e até mesmo durante as compras (observando rótulos de produtos).
**
Agora que você já sabe que ler para os pequenos é importante e já sabe como iniciar essa atividade, não perca mais tempo! Comece hoje mesmo a desenvolver o hábito da leitura com as crianças ao seu redor.
(Na imagem acima, o pequeno Murilo manuseia a Coleção Pequenos Leitores)

Promoção da leitura: componente essencial na Primeira Infância

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Nunca é cedo demais para começar a ler para e com as crianças. A leitura é um hábito que desde a gestação já produz efeitos no bebê em crescimento e poderá fazer toda a diferença na vida acadêmica futura dele.
São fortes as evidências que apontam para a importância da leitura. De acordo com pesquisas recentes, por volta dos 36 meses (3 anos) uma criança criada numa família com nível socioeconômico mais elevado tem um vocabulário 3 vezes maior do que outra criada em lares pobres: 1.200 versus 400 palavras, respectivamente. As pesquisas apontam que essa criança que fala 1.200 palavras ouviu cerca de 50 milhões de palavras, cerca de 40 milhões A MAIS do que a criança que só fala 400 palavras. Ou seja, ouvir histórias desde a mais tenra idade pode ajudar a diminuir essa diferença, principalmente em lares menos favorecidos.
Diante dessas e de outras evidências, diversas instituições e organizações vêm trabalhando duro para promover a leitura desde o berço. Nesta última quinta-feira foi a vez da Academia Americana de Pediatria publicar diretrizes recomendando fortemente que os pediatras aconselhem os pais a lerem para seus bebês. A recomendação é histórica: é a primeira vez que Academia se pronuncia sobre o assunto. De acordo com as novas diretrizes, os pediatras serão orientados a recomendar aos pais que façam leituras diárias com seus filhos pequenos.
Mas, afinal, qual o segredo da leitura? São dois. O primeiro tem a ver com os livros – eles são escritos com uma linguagem mais parecida com a linguagem da escola. A criança amplia o vocabulário e se habitua a estruturas sintáticas mais complexas. Segundo, livro é um excelente veículo para promover a interação entre adultos e crianças, pais e filhos. A mistura dos dois ingredientes – livros e interações – torna a vacina mais potente. Brincar e conversar também ajudam, mas conversar com livros e em torno de livros ajuda ainda mais.
Desde sua fundação, o IAB trabalha para promover políticas e práticas de leitura desde o berço. Uma das nossas ações é o Guia IAB de Leitura, que traz 600 títulos indicados para crianças de 0 a 6 anos de idade, e a Cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras, que ajudam pais a cuidadores a lerem para bebês e crianças pequenas. Além disso, como parte das atividades da Universidade da Primeira Infância, o grupo de coaches do Instituto trabalha capacitando pais em diversos municípios para exercitarem a leitura com seus filhos pequenos.
Em 2010, o IAB organizou o seminário internacional Leitura desde o berço: políticas sociais integradas para a Primeira Infância, que trouxe ao Brasil especialistas estrangeiros no assunto cujas apresentações foram registradas em uma publicação de mesmo nome. Mais recentemente, o IAB organizou em parceria com pesquisadores da Universidade de Nova York um ciclo de palestras em Boa Vista (RR), no âmbito do Programa Família que Acolhe, e deu início a um projeto de pesquisa que vai mensurar o impacto no desenvolvimento das crianças da leitura feita pelos pais.

Fonte: Instituto Alfa e Beto

Pesquisa mostra impacto da leitura no cérebro das crianças

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Ler para crianças durante a Primeira Infância é importante para seu desenvolvimento educacional – e essa é uma prática que vem sendo cada vez mais incentivada pelas entidades da área, sendo uma das prioridades do Instituto Alfa e Beto.
Um novo estudo vem reforçar essa recomendação e revela qual é o efeito da leitura no cérebro dos pequenos. A pesquisa foi lançada há duas semanas pela Pediatric Academic Societies, dos Estados Unidos, e mostra que quanto mais cedo os bebês têm contato com a leitura, mais seus cérebros desenvolverão conexões neurais relacionadas ao entendimento da linguagem.
Isso significa, segundo os pesquisadores, que o efeito positivo da leitura para a compreensão da linguagem e expansão do vocabulário é equivalente ao ensino de regras de sintaxe, que acontece nas aulas de gramática. Mais uma prova de que a leitura para bebês influencia diretamente na alfabetização dos pequenos na idade certa.
Para realizar a pesquisa, os estudiosos analisaram entrevistas concedidas por 19 famílias com filhos na pré-escola, sendo 40% delas de baixa renda. Nos questionários, os pais precisaram falar sobre sua rotina de leitura com as crianças, incluindo a idade com que os pequenos foram apresentados aos livros e o conteúdo da leitura a que foram expostos.
Em seguida, neurologistas analisaram o comportamento cerebral das 19 crianças enquanto elas escutavam uma história. Os exames constataram que a atividade na parte do cérebro responsável pela compreensão da linguagem era mais intensa nas crianças que tiveram contato com a leitura mais cedo e com maior frequência.
John S. Hutton, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, acredita que a descoberta vai auxiliar pesquisas futuras para, em breve, responder a questões como por quanto tempo e com que frequência é necessário ler para as crianças pequenas.
A pesquisa foi tema de uma reportagem recente da revista americana Time. Consulte também a pesquisa completa (ambos em inglês).

Leitura para e com as crianças: da gestação aos 5 anos

Por Equipe Instituto Alfa e Beto


Criar o hábito de leitura em família é uma forma especial de estabelecer relações e fortalecer laços afetivos. Além das conversas entre pais e filhos, a leitura realizada em família é comprovadamente responsável por melhorar o desempenho escolar das crianças. Mas isso não significa que você precisa esperar até a criança ingressar na escola para começar a ler com ela. Pelo contrário. Quem lê para os bebês garante a eles um vocabulário maior.
Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores das universidades do Estado da Pensilvânia, Califórnia Irvine e Columbia (as três nos Estados Unidos) mostrou que crianças que conheciam mais palavras aos dois anos de idade estavam mais bem preparadas, tanto no âmbito acadêmico quanto de comportamento, quando chegaram à pré-escola. Elas registraram melhores resultados em leitura e matemática, mais autocontrole e menos problemas de ansiedade. Ou seja, quanto antes a leitura começar, melhor.
Por mais que exista boa vontade da família em ler para as crianças na Primeira Infância, muitas vezes há dúvidas sobre como isso deve ser feito, principalmente quando se trata de bebês bem pequenos. Para ajudar nessa interação, nós elaboramos uma lista de como fazer a leitura para as crianças, desde a gravidez (sim, os bebês entendem a leitura quando ainda estão dentro da barriga!) até os 5 anos de idade. Mas atenção: não significa que depois dos 5 anos o hábito deve ser deixado de lado. Ele apenas vai ganhar reforço e complemento com o apoio dos educadores.

Durante a gestação
  • Leia seus livros preferidos, de preferência em voz alta.
  • Cante cantigas, recite poemas e converse com o bebê enquanto acaricia a barriga.
Primeiros três meses de vida
  • Aproveite momentos da rotina, como a hora do banho e da amamentação, para contar histórias, caprichando na entonação.
  • Peça a participação de todos na família. A leitura não é uma prática que deve ser feita apenas pela mãe. Pais, avós, tios e irmãos podem ajudar. Se houver outra criança em casa, peça que ela leia seus livros preferidos para o bebê – isso vai incentivar o aprendizado dos dois. 
De 3 a 12 meses de vida
  • Quando a criança já começa a desenvolver mais controle dos movimentos e consegue segurar objetos leves, você já pode entregar livros nas mãos dela. Há opções emborrachadas e com cantos arredondados que podem ser manuseadas por bebês sem riscos de acidentes, inclusive na hora do banho.
  • Leia apontando as figuras e as palavras para a criança. Assim ela vai criar associação entre aquela imagem e a palavra que está escutando.
  • Após os seis meses, quando o bebê já pode consumir outros alimentos além do leite materno, aproveite enquanto ele come para contar histórias.
  • Nessa fase, os livros preferidos das crianças são aqueles que mostram fotos de outros bebês e também livros que mostram expressões faciais, sorrisos e choros, por exemplo.
Dos 12 aos 24 meses de vida
  • Livros com objetos familiares, como brinquedos e alimentos, são os preferidos nessa fase. As crianças também gostam de histórias que contem rotinas do dia, como uma visita na casa dos avós e cenas familiares.
  • Quando estiver na rua, também incentive a leitura. Aponte imagens, letras e palavras e peça para ela tentar adivinhar.
  • Não force a criança a ler. Leia enquanto ela está interessada, mesmo que seja por alguns minutos todos os dias. Aos poucos, vá aumentando o tempo de leitura.
 Dos 24 aos 36 meses de vida
  • Apresente livros com mais de uma palavra por página.
  • Leia nos momentos de espera, como no ponto de ônibus ou na recepção de um hospital. Crianças nessa fase são inquietas, a leitura vai ajudá-las a se concentrar.
  • Apresente histórias com rimas e onomatopeias e peça para a criança reproduzir os sons.
  • Leia preferencialmente histórias engraçadas, pois nessa fase as crianças já estão desenvolvendo o senso de humor.
Dos 3 aos 5 anos de idade
  • Introduza narrativas mais complexas, como contos, fábulas e roteiros de aventura. Histórias da Bíblia também podem ser adaptadas para que a criança compreenda o texto.
  • Não leia apenas livros. Jornais, revistas e capas de DVDs com o resumo da história também podem despertar o interesse.
  • Peça para que a criança leia a história para você. Diga para ela caprichar na fala.

Para todas as idades
  • Leia todos os dias. Esse é um hábito que a gente cria, assim como sentar para almoçar, escovar os dentes e deitar para dormir.
  • Leia várias vezes a mesma história. Ao contrário dos adultos, as crianças gostam de escutar as mesmas histórias diversas vezes. Com isso, elas desenvolvem a compreensão do contexto.
  • Pergunte para a criança quais são suas histórias favoritas e leia para elas.
  • Quando ler histórias repetidas, peça para a criança ajudar a contá-la, pois ela já vai conhecer o enredo. Mesmo assim, coloque emoção na leitura, como se fosse a primeira vez.
  • Apresente livros novos. Não é porque a criança gosta de uma história que você só vai ler aquela. Diga “vamos ler algo novo? Depois nós lemos sua história”, e combine com ela quando isso será feito. E, é claro, cumpra o que prometeu.

*****
Quer saber mais sobre como ler para crianças? Faça o download da cartilhaPrimeira Infância, Primeiras Leituras.
Quer saber quais livros ler para as crianças? Confira o Guia IAB de Leitura, com os 600 livros que toda criança deve ler antes de entrar para a escola
Quer saber mais sobre leitura na Primeira Infância? Clique aqui.

Ler para o bebê ajuda na formação de vocabulário

Criado em 09/11/15 10h03 e atualizado em 09/11/15 10h36 
Por Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
São vários os benefícios de ler para crianças pequenas. Pesquisas mostram que crianças que têm o hábito de ouvir histórias desenvolvem um vocabulário muito mais rico, aos três anos de idade, que outras que não tiveram esse estímulo.
Estudos também afirmam que crianças que têm contato com boas histórias na primeira infância têm maior motivação escolar aos sete anos, menor índice de repetência aos 14 e melhores níveis sócio-econômicos aos 42.
Além disso, a leitura em família reforça os vínculos com os pais, favorece a criatividade e a imaginação e auxilia na processo de alfabetização.
Saiba mais:
 Fonte: EBC

Pediatra dá dicas de como exercitar a leitura em cada fase da infância

Por Dr. Mário Roberto Hirshheimer - Presidente da SPSP Fonte:Pediatra Orienta - SPSP


As experiências vivenciadas pelas crianças têm grande influência no seu desenvolvimento. Tudo o que as crianças experimentam no mundo externo (vivências e estímulos cognitivos, sensoriais e afetivos) desempenham um papel em sua constituição como indivíduos. Uma importante vivência é ler para elas. A leitura é tão importante, que “receitar livros” se tornou uma recomendação médica.
receite_um_livro
A campanha Receite um livro é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
Benefícios da leitura na primeira infância:
• Fortalece o vínculo com quem lê para ela (pais, familiares ou cuidadores).
• Desenvolve a atenção, a concentração, o vocabulário, a memória e o raciocínio.
• Estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.
• Ajuda a criança a perceber e a lidar com os sentimentos e as emoções.
• Auxilia no desenvolvimento da empatia (a capacidade de colocar-se no lugar do outro).
• Ajuda a minimizar problemas comportamentais, como agressividade, hiperatividade e comportamento arredio.
• Auxilia na boa qualidade do sono.
• Desenvolve a linguagem oral.

Como ler para crianças de 0 a 6 anos
A partir da 25ª semana de gravidez, o bebê já consegue “sentir” o som e ouvir a voz da mãe. Por isso ele reage quando escuta canções e a voz dela e se mexe dentro da barriga. Isso que significa que ele escuta e já está, de certa forma, em comunicação com a mãe. Assim ele nasce com essa memória. O bebê é muito sensível à entonação da voz e é graças a ela que começa a construir significado. A vida cotidiana está cheia de ordens (“não mexa”, “escove os dentes” etc.). Por isso, é necessário oferecer às crianças outro linguajar, isto é, a da escuta, da leitura em voz alta.
Contar histórias é uma prática importante, pois caracteriza um momento de extrema conexão entre a criança e o cuidador, já que, além do conteúdo que está sendo passado, há troca de olhares e contato afetivo, que são muito importantes para a criança desde os primeiros meses de vida. Mesmo que a criança não compreenda ainda o significado das palavras, ela compreende as expressões faciais, o gesto de carinho e a suavidade do tom de voz. Por isso, esses momentos são de interação muito significativos.
A leitura tem papel fundamental no desenvolvimento da linguagem. Por isso, os livros devem fazer parte do universo do bebê desde o nascimento. Quando os cuidadores estão lendo, eles descobrem a estrutura da linguagem e, pouco a pouco, percebem que são as imagens e as letras que fazem os pais contarem as histórias. Assim, a criança vai descobrindo, aos poucos, que as letras são símbolos e que os textos contêm significados.
A leitura deve ser um momento prazeroso, tanto para as crianças quanto para os adultos. Por isso, é importante que os pais escolham livros, histórias, canções, jogos e brincadeiras de que eles também gostem e que remetam às experiências agradáveis que eles tiveram na sua infância. O foco aqui é ser espontâneo e expressar afetividade pelo bebê e não iniciar um processo precoce de alfabetização ou realizar atividade com finalidade pedagógica.
Para que a leitura se torne hábito e contribua efetivamente para o desenvolvimento, ela deve fazer parte da rotina de cuidados do bebê, assim como a alimentação e os rituais da hora de dormir. Então, é preferível ler pequenos textos todos os dias a ler um livro inteiro em um único dia e depois esperar uma semana até a próxima leitura.
Do nascimento até por volta dos 3 anos, os bebês costumam manipular o livro para ganhar familiaridade com ele. Aos poucos vão compreendendo que esse objeto tem significado. Então, é bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita.
De 0 a 5 meses
Os bebês começam a prestar atenção nos gestos dos pais e a imitar os sons. Aos quatro meses, já podem olhar as imagens de um livro, como a pessoa que lê para ele. Afinal, a palavra “cavalo” não dá a forma do cavalo. Então é necessário mostrar-lhe a imagem do cavalo para que ele possa interiorizá-la. Então, os pais podem:
• Apontar as figuras que estão no livro e dizer em voz alta o nome daquilo para o qual o bebê estiver olhando;
• Virar as páginas de acordo com o interesse do bebê;
• Representar com gestos ou com a voz a figura que estiver mostrando para o bebê;
• Imitar os sons que o bebê faz e observar sua reação.

De 6 meses a 1 ano
Nessa fase, a leitura já é bem interativa e os pais devem conversar com a criança sobre as figuras, as formas, as palavras e os sentimentos, relacionando-os com a vida cotidiana. Os bebês, quando conseguem se sentar, já conseguem segurar os livros e também colocá-los na boca. Nessa fase, os pais podem:
• Nomear as figuras que o bebê aponta no livro ou aquelas em que ele fica interessado;
• Ajudar o bebê a virar as páginas do livro;
• Transmitir o clima da história por meio da entonação da voz, de gestos e de expressões faciais;
• Conversar com o bebê e fazer perguntas sobre as coisas que ele está ouvindo ou fazendo. Por exemplo: “Olha o cachorrinho. O cachorrinho faz au-au”;
• Seguir as indicações do bebê para ler mais, repetir ou parar.

É bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita
É bom ter livros de borracha, de plástico, de tecido e com texturas para o bebê manusear livremente e outros para a leitura propriamente dita
De 1 ano a 2 anos
Nessa fase, a criança consegue escolher um livro e entrega-lo aos pais para que o leiam. Também aponta as figuras e copia as expressões e os gestos do adulto que está lendo para ela. Assim, os pais podem:
• Usar diferentes vozes para representar os diversos personagens das histórias;
• Fazer perguntas para que a criança responda apontando. Por exemplo: “Onde está o gato? ”, “Quem faz miau? ”;
• Incentivar que ela faça o som de determinado animal. Por exemplo: “Como a vaca faz? Mu!”;
• Sorrir e responder quando a criança falar ou apontar;
• Deixar a criança virar as páginas do livro;
• Ler a mesma história várias vezes, se a criança quiser;
• Acrescentar mais palavras quando a criança apontar uma imagem. Por exemplo: “Menina. Essa menina é bonita”;
• Fazer outras perguntas sobre as figuras que ela apontar. Por exemplo: “Cadê o cabelo da menina? ”, “E o cabelo da mamãe? ”, “E o seu cabelo? ”;
• Nomear e demonstrar ações e emoções nas histórias. Por exemplo: “A menina está rindo”. E então rir para o bebê;
• Levar sempre um livro quando sair com o bebê e ler para acalmá-lo ou distraí-lo.

De 2 a 4 anos
Essa é a fase em que as crianças mais gostam de exercer a previsibilidade e, por isso, gostam que os pais leiam as mesmas histórias várias vezes. Também repetem palavras e frases e participam mais da leitura. Os pais podem:
• Fazer perguntas sobre as imagens do livro para que a criança responda. Por exemplo: “O que é isto? ”;
• Ler livros que apresentem ações que as crianças já entendem como inusitadas. Por exemplo, “Os três lobinhos e o porco mau”, ou “O cachorro que faz miau”;
• Valorizar todas as perguntas e comentários que a criança faz, pois são boas oportunidades para começar uma conversa;
• Dar espaço para que a criança faça comentários sobre alguma figura ou palavra;
• Incentivar a criança a contar sua história favorita, de sua própria maneira;
• Levar a criança a bibliotecas ou livrarias para escolher livros ou ouvir histórias;
• Mostrar para a criança como as coisas que acontecem com os personagens são parecidas com algo que ela mesma já fez ou viu;
• Falar sobre os sentimentos dos personagens e perguntar se ela já sentiu a mesma coisa;
• Deixar que a criança conte o que acontece em seguida ao ler histórias já conhecidas.

De 4 a 6 anos
Nessa fase, as crianças escolhem os livros que querem que os pais leiam e fazem perguntas sobre as coisas que acontecem neles. Também corrigem os pais quando eles pulam uma parte de um livro já familiar e conseguem contar uma história conhecida com as próprias palavras. Os pais podem:
• Conversar de forma espontânea sobre os assuntos do livro;
• Responder com interesse às perguntas e os comentários da criança;
• Mostrar para a criança que você está lendo as palavras do livro;
• Ler a história do jeito que o autor escreveu, sem alterar as palavras estranhas e diferentes que ampliam o vocabulário da criança.

A importância do texto escrito
• Apresenta frases completas, sem omissões típicas da fala;
• Respeita a concordância de tempo e, dessa forma, ajuda a compreender a ordem natural dos eventos;
• Utiliza algumas categorias gramaticais com maior frequência do que a fala, especialmente advérbios, preposições, conjunções e pronomes;
• Estimula e permite à criança memorizar, decorar, repetir palavras e frases, antecipar cenas e, dessa forma, ampliar seu repertório semântico e sintático. Isso contribui para:
o Trabalhar a pronúncia das palavras
o Promover maior consciência fonológica
o Conhecer e apropriar-se do universo discursivo;
• Introduz personagens diversos, que permitem à criança sair de si e estabelecer relações de previsibilidade de comportamentos, sentimentos e ações. Isso contribui para:
o O desenvolvimento das habilidades como falar e escutar e das relações sociais
o A criança sentir-se parte da comunidade a que ela pertence.

___
Relator:
Dr. Mário Roberto Hirshheimer

Presidente da SPSP.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Pediatras americanos recomendam ler para bebês desde seu nascimento

Leitura estimula aquisição da linguagem e capacidade de comunicação.
Associação recomenda que pais leiam pelo menos até filho fazer 3 anos.


Da AFP

  Pais devem ler para estimular aquisição da linguagem e habilidades de comunicação, segundo Associação Americana de Pediatria (Foto: B. Boissonnet/BSIP)  
Pais devem ler para estimular aquisição da linguagem e habilidades de comunicação, segundo Associação Americana de Pediatria (Foto: B. Boissonnet/BSIP)
 
A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendou, nesta terça-feira (24), que os pais leiam para seus filhos do nascimento até pelo menos os três anos para estimular a aquisição da linguagem e outras capacidades comunicativas.

"Ler histórias com regularidade para crianças pequenas desde o seu nascimento estimula de forma ótima seu cérebro e reforça a relação com os pais em um momento crucial de seu desenvolvimento. Em contrapartida, as crianças desenvolvem a linguagem, o aprendizado da leitura e adquirem capacidades sócio-emocionais para o resto de suas vidas", explicou a AAP.

Esta recomendação se apoia no fato cada vez mais reconhecido pelos neurologistas de que uma parte importante do desenvolvimento do cérebro se dá nos primeiros três anos de vida.

A AAP recomenda aos pediatras que, durante suas consultas, promovam com os pais esta aproximação à leitura para recém-nascidos até os três anos de idade, quando as crianças entram no ciclo pré-escolar.
A academia destacou que uma criança em cada três nos Estados Unidos chega à pré-escola sem os conhecimentos necessários para aprender a ler.

A academia de psiquiatria lembrou que, a cada ano, 75% das crianças e 80% dos que vivem abaixo do limite da pobreza nos Estados Unidos não atingem um nível de leitura suficiente no quinto ano do ensino fundamental, ou seja, aos oito ou nove anos de idade.

A APP pede a "seus membros que incentivem todos os pais a ler em voz alta textos para seus filhos pequenos, o que pode reforçar a relação entre ambos e prepará-los para adquirir linguagem e as primeiras bases da alfabetização".

Embora alguns pais com nível superior leiam poesia e façam os filhos ouvir Mozart desde que estão na barriga da mãe, estudos mostram que muitos outros não leem histórias para os filhos com a frequência recomendada pelos cientistas.

Esta é a primeira vez que a AAP publica este tipo de recomendações, com as quais incentiva os pediatras a dar, além de conselhos, livros infantis para famílias carentes.

Fonte: G1

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Como incentivar seu filho a ler antes dele aprender a ler


Muitas vezes me fizeram essa pergunta. Conte histórias para ela, desde cedo, coisa de dias mesmo. Adultos gostam de conversar com o bebê fazendo aquela voz irritante de adulto falando como um bebê, acho que se o bebê falasse com certeza reclamaria, como em “olha quem está falando”. Por isso, aproveite seus momentos calmos com o bebê para contar histórias com sua voz normal, a criança agradece e isso melhora sem dúvida sua relação com aquele ser humano para o resto da vida. 

Conheço pais que dizem “mas é um bebê, não sabe nada”. Ora, por isso mesmo você deve começar a apresentar-lhe o mundo através das histórias. 

Conte qualquer história, importa mais a forma como se conta do que a história em si. Aprenda a adaptar, e muitas vezes adaptar é apenas tirar os excessos de erotismo e violência que as histórias trazem. Criança não é idiota, e aqui fica minha crítica a vários livros e autores infantis e suas histórias imbecis. Criança gosta de aventura, amor, drama, suspense, mistério e terror em tramas bem montadas assim como qualquer adulto. Os contos infantis clássicos trazem tudo isso, “a roupa nova do rei” e “a bela adormecida” são contos infantis, para citar dois dos que mais gosto. 

Desconfio que os filhos gostam mesmo é de histórias que ocorreram com os pais, e nessa hora eu aproveito para inventar bastante. As crianças adoram. Também é muito legal contar as histórias que nós escutamos quando crianças, como Comadre Florzinha, Pai do Mangue, Perna Cabeluda, entre outras. Além de garantir uma diversão, mantém a tradição viva por mais uma geração. Uma pesquisa nas lendas urbanas locais também pode ajudar, caso você não conheça. 

Essa fase em que a criança não lê ainda, é muito muito importante, pois ela aprende a entrar na história, e ter um livro por perto é bom para ela associar de onde vem a história. Nessa fase pré alfabetização o contato com os livros deve ser frequente, os livros podem fazer parte dos brinquedos das crianças e servir como um brinquedo. Eu sugiro livros de páginas resistentes e que tenham imagens, muitas imagens. Não precisa ter letra nenhuma, apenas imagens para que a criança possa folheá-lo com interesse. Se puder, faça uma estante para os livros ao alcance da criança, para que ela possa buscá-los sozinha. É surpreendente. 

Livros de pano, de plástico, de espuma, de madeira, do que for. Livros de 0,50 centavos e de 1 real não podem ser considerados livros caros, e tem vários por aí. São sempre bem-vindos e as crianças gostam muito. 

Leia sempre. O exemplo arrasta. Os maiores leitores que eu conheço tinham alguém da família como um grande leitor. Ler é diferente de estudar, a leitura por prazer é diferente da leitura utilitária. Em geral quem lê tem o seu lugar de ler, uma rede, um sofá, e você vai gostar de encontrar seu filho sua filha lendo lá igual a você um dia. 

Frequente feiras de livros, livrarias e bibliotecas com as crianças, elas precisam entender que livro é apenas livro e que existem vários, inúmeros deles por aí. Certa vez vi numa livraria uma criança com medo de pegar livros na seção infantil, a mãe do lado marcando em cima para que ela não fizesse bagunça, enquanto minha filha estava sentada com vários livros espalhados. Criança e livro precisam ter uma relação intima. 

Fantoches e dedoches fazem sucesso nessa fase, sempre tenha alguns para contar histórias com mais apelo dramático. 

Meninos gostam de heróis e meninas gostam de princesas, e não foi a Disney que determinou isso, por mais que as teorias da conspiração digam o contrário. Você pode aproveitar a história para ensinar algo, é por isso que os contos infantis são um sucesso desde sempre. Se você quer ensinar o valor da lealdade, dos respeito aos mais velhos, da honra, da calma, enfim, do que quiser passar como valor para a criança, conte histórias. Vale muito mais do que horas repetindo isso e aquilo. E a criança aprende bem mais rápido. 

 Livros podem ser lidos de diversas maneiras, não espere a criança aprender a ler para iniciar seu contato com os livros e o que eles contêm: mágica. Não é fácil fazer tudo isso e mesmo fazendo pode não garantir que sua criança se torne uma ávida leitora. Mas com certeza terá feito a infância dela mais bacana.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Como fazer um bebê gostar de ler?

É desde o colo que se alimenta o hábito da leitura, despertando no bebê o gosto de ouvir as palavras 

Texto Maria Slemenson e Marion Frank

Foto: Marcella Briotto
Foto: Para desfrutar do prazer da leitura, nunca é cedo demais!
Para desfrutar do prazer da leitura, nunca é cedo demais! 
Quem se dedica a ler para uma criança desde os seus primeiros meses de vida, valoriza o ato da leitura e estreita os laços afetivos com ela. O fato de ser apenas um bebê não é impedimento para manter os livros afastados da rotina diária. Ao contrário. É desde o colo da mãe ou do pai que o bebê pode/deve se aproximar desse universo mágico, despertando o prazer de ouvir o som das palavras, por exemplo.

A fase seguinte acontece a partir dos três a quatro meses, quando ele consegue manter-se sentado. "O bebê começa então a demonstrar um envolvimento físico com o livro", lembra Theodora Maria Mendes de Almeida, diretora do colégio Hugo Sarmento, há 46 anos em atividade na capital paulista. "E se sente tão atraído que deseja conhecer esse objeto com a boca, o que é muito importante".

As dicas aqui em destaque pretendem, portanto, ajudar os pais durante os primeiros contatos dos seus bebês com os livros. São dicas que não devem ser utilizadas para ensinar a ler e a escrever, mas sim despertar o prazer da leitura - o que seguramente vai acontecer, se forem aplicadas com naturalidade no dia a dia.

Use sonoridade das palavras
A musicalidade das palavras é o que mais desperta a curiosidade do bebê. Ele se diverte bastante com esse tipo de sonoridade, ainda mais ouvindo a voz da mãe ou do pai. O ideal é ler histórias de frases curtas, que repetem palavras, o que ajuda a identificar os sons; poesias e cantigas também causam grande efeito.

Desperte o olhar
As cores das ilustrações, assim como as texturas às vezes presentes nos desenhos, têm grande poder de sedução sobre os bebês. Em uma livraria, há sempre gente preparada para ajudar a escolher o livro de recursos gráficos mais adequados para despertar os sentidos de quem tem pouca idade.

Tato: ativar!
Exatamente porque o bebê vai se envolver fisicamente com o objeto que tem em mãos, livros de plástico e/ou de tecido são os mais indicados nesta etapa inicial de contato com a leitura.

A distração faz parte
É natural que o seu filho se distraia após as primeiras páginas, mas o ritual da leitura, quando praticado com regularidade, vai criar o hábito até mesmo tenra idade - prepare-se para ver o bebê reagindo ao som da leitura ou ao estímulo das cores e formas dos desenhos com sorrisos, gestos etc. "E se o seu bebê for superativo, capaz de ficar parado apenas cinco minutos, saiba que esse contato com o livro já está de bom tamanho", salienta Theodora Maria Mendes de Almeida.

Sempre à mão da criança
É importante deixar os livros ao alcance da criança, tanto faz a idade. Serve de estímulo à iniciativa de ela pegar e se distrair sempre que sentir vontade.

Dicas para os pais! Veja algumas ideias de como a mãe e o pai podem se comportar no cotidiano de modo a despertar ainda mais o interesse por livros em seu bebê:

1. Selecione bem
Escolha um livro rico em ilustrações, de cores e formas atraentes. E cuja narrativa seja marcada pelo ritmo e pela repetição - mesmo com poucos meses de vida, o bebê é capaz de reconhecer a voz da mãe e/ou do pai que leem para ele, sentindo-se protegido com isso.

2. Preocupe-se com o ambiente da leitura
Sente-se em local confortável, procure relaxar, pois o seu bem estar irá contaminar o bebê acomodado no seu colo. Leia de modo a valorizar as rimas e as repetições de vocábulos, lembre-se que a criança se sente atraída pelos sons das palavras.

3. Incentive a descoberta
Mostre as ilustrações bem de perto à medida que aparecem no livro. E deixe que o bebê "experimente" o que lhe chamou a atenção, agarrando ou levando à boca o objeto - é o seu modo de se envolver com o universo desconhecido de um livro.

4. Solte a voz!
Para o adulto que se sente por alguma razão constrangido de ler em voz alta, a recomendação é, primeiro, se inteirar da história que vai ler de modo a se sentir familiarizado com ela; e, depois, não se preocupe com o próprio desempenho, afinal, trata-se de um ritual entre pais e filhos - ninguém vai atuar como juiz ou dar nota.

5. Crie o hábito
Do mesmo modo que existe a hora de comer, dormir, passear etc., é importante criar a hora da leitura do bebê, investindo no hábito que vai, com o passar do tempo, tornar a criança um leitor.
 

Fonte Educar para Crescer

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ler para os pequenos

Ninfa Parreiras


Ao ouvir histórias, os bebês, assim como as crianças, têm seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social estimulado.

Por que as crianças gostam de ouvir histórias? A história contada é diferente da lida? São questões que devem ser discutidas entre os educadores e também no seio das famílias. A leitura é um alimento necessário para a participação na vida social e para a formação cidadã da criança. Ao aprender a ler, ela se apropria do mundo ao seu redor. Isso se dá quando diferentes práticas de leitura acontecem.

As crianças hoje são levadas para a escola cada vez mais cedo, onde ela precisa brincar, aprender e ser cuidada. Brincar é uma atividade necessária para todos. Na infância, a brincadeira possibilita o exercício da fantasia e facilita a comunicação. Mesmo que não haja brinquedos, a criança os inventa. Desde pequena, ela estabelece uma relação com algum objeto ao seu redor, que pode ser um brinquedo ou também um livro. É por meio do contato com esses objetos que ela vai conhecer as coisas e as pessoas: ao tocar, ao levar à boca, ao sentir o que existe perto dela.

Ao mesmo tempo, a entrada no universo da linguagem se dá antes mesmo de a criança ingressar na escola. A maneira como os adultos a cuidam: o olhar, os gestos, os ruídos (desde os sons sem sentido às cantigas), tudo isso inaugura o processo de aproximação com a leitura. Antes da comunicação verbal, o bebê aprende a não verbal, revelada pelos modos como os adultos interagem com ele.

Em pesquisa recente da Fundação Itaú Social, 96% dos brasileiros consideram importante ou muito importante o incentivo à leitura para crianças de até 5 anos. Porém, apenas 37% dos entrevistados leem livros ou contam histórias para elas. Por que poucos adultos leem para as crianças?

A leitura não atrapalha o desenvolvimento escolar da criança, ela é uma ferramenta para os pais e educadores. As crianças precisam ouvir histórias para aguçar sua imaginação. Isso facilita o processo de letramento, de aquisição da leitura e escrita autônomas. Ao ouvir histórias, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social é estimulado.

Os educadores podem e devem criar situações lúdicas, em que os sons e as palavras são os instrumentos para introduzir a criança no mundo da literatura. Ao cantar versos para as crianças ou juntamente com elas, o educador traz um ritmo e uma melodia que são repetidos por elas. Novas palavras e novos sons são descobertos. Ao fazer uma roda e ler uma história ou um poema, o educador estabelece um momento de encantamento e descobertas.

Muitas vezes, por falta de informação ou de esclarecimentos, o contato com a leitura se dá de uma forma mecânica e pouco natural. Ao cantar (cantigas de ninar e de roda, adivinhas, parlendas) para os bebês e crianças, os adultos contribuem para a aproximação deles com a literatura. A tradição oral revela um manancial de expressões que podem iniciar os pequenos no universo literário. Ao mesmo tempo, a cultura letrada está cada vez mais perto de nós.

Antes de a criança frequentar a escola, os pais deveriam envolve-la com a literatura, seja por meio de acalantos, das cantigas, seja por meio de livros de histórias e de poesia. É importante a criança ouvir o texto lido. Um conto lido é diferente de uma história contada. O que está escrito tem pausas, silêncios, ritmos próprios da língua escrita. A voz e a cadência da leitura marcam uma relação de confiança, de acolhimento para quem ouve. Para tanto, é necessário que o local seja preparado para o conforto das crianças, estejam sentadas ou deitadas. O adulto deve ler e ao mesmo tempo olhar para as crianças. Não deve se preocupar com conteúdos pesados (a violência, por exemplo) que estejam em textos ficcionais. A ficção é uma coisa que foi criada para divertir, distrair quem lê. As crianças sabem que nos livros há histórias cheias de encantamento, de fantasias, de terror. Elas precisam disso para viver, para elaborar as vicissitudes da vida cotidiana.

Quando sonhamos, reproduzimos imagens e sensações que fogem ao nosso controle, à nossa razão. As histórias ficcionais são feiras também desse material: da desrazão, daquilo que não tem explicação racional. Esses elementos presentes na literatura ajudam as crianças a entenderem os mistérios da nossa existência: o crescimento, as mudanças no corpo, as separações e as faltas.

As famílias devem se comprometer com o trabalho desenvolvido pela escola. O educador pode convidar os responsáveis pelas crianças para encontros com a leitura de obras selecionadas. Por sua vez, pedir a criança para trazer um livro de casa é uma maneira de conhecer o repertório da família. Um convite aos pais para irem à escola lerem ou contarem uma história pode ser um passo para um vínculo entre a escola, a família e a leitura.

Ninfa Parreiras – psicanalista, professora, autora de obras literárias e de ensaios para adultos, como O Brinquedo na Literatura Infantil: uma leitura psicanalítica (Biruta) e Do ventre ao colo, do som à literatura: livros para bebês e crianças (RHJ).
 

Fonte: Carta Fundamental, n.43, p.20-21, nov. 2012