quarta-feira, 25 de junho de 2014

Gibis podem ser aliados das crianças na construção da leitura


Por Ana Cássia Maturano




A personagem mais popular das histórias em quadrinhos, em nosso país, vai completar 50 anos. Várias gerações a acompanharam e presenciaram suas mudanças: sua aparência é outra, transformou-se em uma bela mulher e se casou. Com aquele garoto dos cabelos espetados, que passou a infância tentando roubar seu coelho azul.

Com certeza eles dispensam apresentações. Mônica, Cebolinha, Sansão e toda a turminha são conhecidos da maioria das pessoas. Até dos sexagenários, que na época de seu lançamento já tinham seus 10 anos. Fãs não faltam.

Assim como as críticas. Para muitos a Mônica não passa de uma feminista, outros torcem o nariz para os produtos associados aos personagens. Sem contar os que não conseguem enxergar nada em suas histórias que possa contribuir para a formação dos pequenos.

Assim como qualquer tipo de literatura, os quadrinhos passam uma visão de mundo e valores. Não é diferente com os dessa turma. No entanto, eles também trazem conflitos humanos e personagens com as mais diferentes características. O livro “Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis”, de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso (Artmed, 2005), aponta algumas características nem sempre vistas, como a questão infantil da inserção no grupo e saída da família, ou mesmo a fobia encontrada no personagem Cascão, que morre de medo da água.

Outras críticas recebidas pelas HQs se referem ao seu valor literário. Geralmente são consideradas de baixa qualidade, sendo desnecessário as crianças lerem, pois não seria nada mais que um passatempo. No entanto, seu formato alia texto e imagem, como os livros ilustrados, facilitando o trabalho do leitor principiante, assim como sua linguagem mais ágil. Algumas histórias sem texto estimulam o desenvolvimento da linguagem quando a criança é solicitada a contá-la com suas palavras. Elas podem ser uma ferramenta importante no processo de construção da leitura pelos pequenos.

Isso deveria ser mais explorado pelas escolas, sobretudo nos anos iniciais do ensino fundamental. Muitas vezes, os alunos são obrigados a trabalhar com textos desinteressantes para a idade, como os jornalísticos (as escolas adoram pedir-lhes que leiam notícias de jornal já no primeiro ano).

Nessa época, mais que refinar o interesse e a experiência, é necessário cultivar o gosto pela leitura. Os gibis costumam fazer isso. Conheço adultos que leem muito, inclusive livros considerados cultos, e que começaram lendo esse tipo de publicação. Inclusive, já existem versões dos gibis da Turma da Mônica em inglês e espanhol, algo que poderia ser aproveitado por essa disciplinas na escola.

Parabéns à Mônica pelos 50 anos e a toda a turminha. Obrigada pelas histórias e aventuras. A torcida é para que continuem alegrando as crianças por muitos e muitos anos.

Fonte: G1

Pediatras americanos recomendam ler para bebês desde seu nascimento

Leitura estimula aquisição da linguagem e capacidade de comunicação.
Associação recomenda que pais leiam pelo menos até filho fazer 3 anos.


Da AFP

  Pais devem ler para estimular aquisição da linguagem e habilidades de comunicação, segundo Associação Americana de Pediatria (Foto: B. Boissonnet/BSIP)  
Pais devem ler para estimular aquisição da linguagem e habilidades de comunicação, segundo Associação Americana de Pediatria (Foto: B. Boissonnet/BSIP)
 
A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomendou, nesta terça-feira (24), que os pais leiam para seus filhos do nascimento até pelo menos os três anos para estimular a aquisição da linguagem e outras capacidades comunicativas.

"Ler histórias com regularidade para crianças pequenas desde o seu nascimento estimula de forma ótima seu cérebro e reforça a relação com os pais em um momento crucial de seu desenvolvimento. Em contrapartida, as crianças desenvolvem a linguagem, o aprendizado da leitura e adquirem capacidades sócio-emocionais para o resto de suas vidas", explicou a AAP.

Esta recomendação se apoia no fato cada vez mais reconhecido pelos neurologistas de que uma parte importante do desenvolvimento do cérebro se dá nos primeiros três anos de vida.

A AAP recomenda aos pediatras que, durante suas consultas, promovam com os pais esta aproximação à leitura para recém-nascidos até os três anos de idade, quando as crianças entram no ciclo pré-escolar.
A academia destacou que uma criança em cada três nos Estados Unidos chega à pré-escola sem os conhecimentos necessários para aprender a ler.

A academia de psiquiatria lembrou que, a cada ano, 75% das crianças e 80% dos que vivem abaixo do limite da pobreza nos Estados Unidos não atingem um nível de leitura suficiente no quinto ano do ensino fundamental, ou seja, aos oito ou nove anos de idade.

A APP pede a "seus membros que incentivem todos os pais a ler em voz alta textos para seus filhos pequenos, o que pode reforçar a relação entre ambos e prepará-los para adquirir linguagem e as primeiras bases da alfabetização".

Embora alguns pais com nível superior leiam poesia e façam os filhos ouvir Mozart desde que estão na barriga da mãe, estudos mostram que muitos outros não leem histórias para os filhos com a frequência recomendada pelos cientistas.

Esta é a primeira vez que a AAP publica este tipo de recomendações, com as quais incentiva os pediatras a dar, além de conselhos, livros infantis para famílias carentes.

Fonte: G1

quinta-feira, 19 de junho de 2014