terça-feira, 4 de novembro de 2008

No limite

Continuando com a retrospectiva fotográfica do Ronaldo Nique, hoje publico algumas do Regional de Turismo de 1986, quando ele formou dupla com o Marcelo Aiquel no Chevette #53 e também algumas de 87, quando ele voltou a correr em um carro preparado pelo "Diko". Por falar nisso, encontrei uma boa imagem deste último que será publicada aqui até o fim da semana.


Em 1986 o grid do Regional de Turismo crescia exponencialmente. Carros de todas as marcas instaladas no país estavam na pista. A Fiat tinha o Uno e o 147. A GM o Chevette e o Chevette Hatch, a Ford o Escort e a VW o Passat, Gol e Voyage. Em um click, como esse abaixo, era possível pegar vários carros diferentes disputando posição. Era a tônica do campeonato. Abaixo uma rodada do Chevette #60 da dupla Luiz Ernani Mello/ Paulo Jacometti na saída da curva 1 assustou todo mundo, mas parece que não houve maiores problemas.

O campeonato despertava tanto interesse que naquele ano a revista Quatro Rodas veio fazer uma matéria, mostrando os carros, o bom público, os pilotos e por aí vai. Houve inclusive um comparativo entre todos os modelos, realizado por um piloto de testes da revista. Abaixo um registro do Chevette #53 sendo guiado durante o teste.

Em uma das provas em Guaporé ocorreu um forte acidente envolvendo Ronaldo Nique. No meio do "Esse", o piloto acertou em cheio o Uno #13 - que devia estar parado na pista - do piloto Ícaro Schons, mas não sei se era exatamente ele que estava a bordo naquele momento. A batida destruiu o Fiat e danificou bastante o Chevette, como pode ser visto nas imagens abaixo.

Já em 1987, Ronaldo pilotou o Chevette #60, mas não me recordo quem foram seus parceiros. Sei que neste mesmo ano o João Sant'Anna, o Giolvani Fagundes e o Amedeo Ferri guiaram esse carro. Vejam na segunda imagem a tocada agressiva do piloto, atirando a traseira do carro, em plena curva 1 de Tarumã. Sensacional.

Assim que der, mas algumas para a apreciação de todos.

Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O primeiro de muitos

Em 1980, Antônio Fornari continuou competindo na categoria dos Fiats. Naquele ano iniciava uma parceria com o preparador Ivan Hoerlle e os resultados daquele ano eram um indício do que viria pela frente. No Brasileiro, classificou-se entre os dez melhores e no Gaúcho travou grandes disputas com Aroldo Bauermann. O campeonato tinha seis etapas. Aroldo chegou na última com apenas um ponto de vantagem sobre Fornari e saiu de lá com um de desvantagem, dando a Fornari o seu primeiro título da carreira, após alguns vices nos anos 70 (1974 - Dodge 1800 - e 75 - Maverick, na Divisão 1). O título foi muito disputado, tanto é que Fornari obteve apenas uma vitória no campeonato, em uma prova em Guaporé. Abaixo uma imagem do piloto e do carro campeão.


No ano seguinte, Fornari encarou o desafio de manter o título no Gaúcho, mas encontrou pela frente a forte Jardim Itália, que arrebatou os dois primeiros lugares, restando a ele o terceiro lugar. Fornari ainda participou do Fluminense, onde chegou na última etapa como líder e o favorito ao título, mas uma rodada em Jacarepaguá o fez ficar com o vice. No Brasileiro foi o nono colocado. Abaixo, várias imagens daquele ano.

O campeonato Gaúcho de Fiat 147 de 1982 foi disputadíssimo e Fornari travou duelos inesquecíveis com Renato Conill e Paulo Hoerlle (campeão e vice). Abaixo algumas imagens daquele ano.


1983 marcaria o início de uma dupla das mais vitoriosas da história do automobilismo gaúcho. Antônio Fornari se uniria a Paulo Hoerlle, irmão do seu preparador Ivan, e juntos entraram no primeiro Brasileiro de Marcas e Pilotos com um Fiat 147. A parceria mostrava sinais de que tinha sido acertada e logo na terceira etapa daquele campeonato, as 12 Horas de Goiânia, a vitória chegou, derrotando mais de 40 adversários. A dupla ainda contou com a presença do piloto Carlos Alberto Petry na pilotagem do Fiat #99. Fornari ainda hoje diz que essa foi uma das maiores vitórias de sua carreira. Abaixo um registro da prova de Tarumã daquele campeonato e também outro, de uma prova de kart, que Fornari participou naquele ano.


Para 1984 o Fiat 147 fora substituído pelo Oggi e a dupla continuou participando do campeonato nacional, obtendo alguns bons resultados, entre os quase 60 carros que participavam da competição. Em paralelo, Paulo Hoerlle competia na Copa Itali de Turismo (Gaúcho de Marcas) e para auxiliá-lo na conquista do título, Fornari inscreveu o Oggi #199 na última etapa do campeonato, conforme pode ser visto na terceira imagem abaixo.

Em 1985 viria o primeiro título da dupla, no Campeonato Regional de Turismo, com o mesmo Oggi com o qual eles competiram no Brasileiro de Marcas do ano anterior.


No ano seguinte o Fiat Uno aposentou o Oggi e o bi-campeonato escapou por pouco. Waldir Buneder conquistou o título com a dupla Fornari/Hoerlle ficando em segundo.


O regulamento de 1987 não dava muitas chances às equipes que competiam com Fiat Uno e após algumas provas, tendo inclusive obtido a pole position da primeira etapa, o carro foi substituído pelo Escort, com o qual eles permaneceram até o início dos anos 90.


Na prova de abertura do Regional de Turismo de 1988 a dupla conquistou mais uma vitória e manteve-se entre os primeiros colocados na classificação ao longo de todo o campeonato. Na imagem abaixo uma disputa de Fornari com o irmão, "Neco", que levava o #35, tradicional da família, em outro Escort.


Além de continuar competindo no Regional de Turismo de 1989 com Paulo Hoerlle, Antônio Fornari teve a oportunidade de guiar o segundo carro da Equipe Rinaldi Racing, chefiada pelo inesquecível Dino Di Leone, pilotando um Voyage ao lado de Amadeo Moeller. Fornari inclusive conquistou uma vitória na etapa de Cascavel.


Como podem ver, a história de Antônio Miguel Fornari é longa e vitoriosa. A década de 90 traria outros tantos títulos a este grande piloto.

Fonte das imagens: arquivo Antônio Fornari, jornal Zero Hora, arquivo Ricardo Trein e revista Auto Esporte.

domingo, 2 de novembro de 2008

Falando nos brutos...

Estive ontem no Tarumã, onde foi disputada a última etapa do Gaúcho de Marcas. Em meio aos carros, a estrutura da Fórmula Truck vai sendo montada. Um dos caminhões que puxa as carretas que trazem toda a tralha é esse FNM aí embaixo. Que maravilha.


Dois caminhões que vão disputar a prova já chegaram. Os demais estão a caminho.

Abaixo alguns clicks da última etapa do Marcas.

Os resultados da prova de ontem estão no site da APPA-RS.

Desafio da Semana

Já que semana que vem teremos a Fórmula Truck em Tarumã, vamos ver se o pessoal lembra desse "bruto". Quem era o piloto? Onde? Quando?


Mãos à obra!

F1

Todas as atenções estão voltadas para Interlagos. Em meio ao farto material do Ronaldo Nique, encontrei alguns registros da presença dele nos boxes de Jacarepaguá, em 1984. Olhando as imagens, a gente nota como muita coisa mudou na Fórmula 1. Nos carros e nos boxes. Na última aparece um baita "bota" que fazia seu batismo na categoria.


Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

sábado, 1 de novembro de 2008

Antônio Miguel Fornari

Como disse no post do último Desafio, há algum tempo que estava tentando um contato com o Antônio Miguel Fornari, na minha opinião, um dos melhores pilotos que essa terra já produziu.

Fiquei impressionado com a memória dos blogueiros que comentaram, especialmente o "Big Richard" que deu detalhes até sobre o abandono do trio, completado pelo Paulo Hoerlle e pelo Renato Conill nas Mil Milhas de 1982.

A história daquele post começou há umas duas semanas, quando, para minha surpresa, tive o prazer de receber na minha casa o próprio piloto que trouxe consigo uma mala recheada de história. Nela estava toda a trajetória dele nas pistas, desde sua estréia, há (incríveis) 39 anos.

Caramba! E agora? O que vou fazer com tudo isso? Levaria semanas para ver tudo e fazer um filtro, pois seria impraticável tentar publicar todas aquelas relíquias, devido a expressiva quantidade de material. Pois o próprio "Neni" tratou de me ajudar na pesquisa e juntos criamos uma linha do tempo, buscando realçar os principais fatos de sua longa e vitoriosa carreira. O papo foi excelente e fiquei impressionado com a gentileza dele para com o amigo aqui. A visita que estava programada para mais ou menos uma hora de duração, pois ele tinha outros compromissos, me fez perder a noção do tempo e ficamos cerca de cinco horas conversando (eu mais ouvindo e babando do que outra coisa). Simplesmente demais.

Bom, todos sabem que a paixão de Antônio Fornari pelo automobilismo surgiu dentro de casa, motivada pela brilhante carreira do pai, Breno, nas competições, desde os anos 50. A imagem abaixo mostra a família reunida, com Breno à esquerda, Carlos Alberto, o "Neco" ao centro e "Neni" à direita.

Pois logo após completar 18 anos e providenciar a carteira de habilitação, lá estava "Neni", meio a contra gosto do pai, alinhando um Simca na prova Vale do Jacuí, disputada entre as cidades de Cachoeira do Sul e Rio Pardo em Agosto de 1969. O piloto utilizava o número 135, pois a categoria dos estreantes começava pelo numeral 100. A estréia foi cheia de fortes emoções, sendo que uma capotagem e a eliminação da prova foi uma delas. Já na prova seguinte viria a primeira vitória. O patrocínio era da Sabren, revenda Simca de Porto Alegre, onde hoje fica a Brozauto, na Avenida Farrapos. O nome era a fusão da Sagol - que na época era a empresa dona de uma rede de postos de combustível, que incluía o posto do avião, no centro da cidade - e de Breno Fornari, um dos donos da revenda.

A participação de "Neni" nos Simcas durou até 1970 e incluiu algumas provas no Braço Morto, na praia do Imbé. A imagem abaixo mostra o piloto naquela praia, usando o capacete do Aroldo Bauermann, que apesar de ser apenas um guri, já tinha até capacete.


A partir de 1971, o Simca foi deixado de lado, embora naquele ano, o pai Breno ainda utilizasse modelo semelhante em algumas provas. Descobri que "Neni" também correu de Fusca, como pode ser notado na imagem abaixo, quando fez dupla com Edgar Echel na prova 500 km de Tarumã.


Outra categoria que eu sinceramente não sabia que constava do currículo do piloto era a Fórmula Ford, na qual ele competiu entre 1972 e 73, com o chassi que pertencera ao seu pai. Vejam essa imagem rara.


Ainda em 1972, um registro da prova 12 Horas de Tarumã, quando correu em dupla com Ervino Einsfeldt no Corcel deste último. Ervino aparece ao fundo de boné.


Um Dodge 1800 foi adquirido em 1973 e com ele a dupla pai e filho pode competir em algumas provas longas como as 6 Horas de Tarumã, imagem abaixo e nas 12 Horas de Tarumã de 74, quando eles obtiveram a 9ª posição na classificação geral.

O Dodge foi então substituído pelo Maverick, sempre levando na porta o tradicional #35, que participava nas competições no estado e fora dele. Com esse carro, a dupla pai e filho obteve a 7ª posição ao final das 12 Horas de Tarumã. "Neni" utilizou o Maverick de 1975 a 77, ano em que também teve algumas participações em provas de kart. Na primeira imagem abaixo aparecem os carros de Fornari, Carlos Alberto Kuenzer (irmão do "Chico Bala") no Maveco #53, o Rommel Pretto no Opala #56 e um Opala branco #57 que não sei quem pilotava.

Com o lançamento da categoria dos Fiats, em 1978, o piloto foi um dos primeiros a adquirir um modelo na revenda Jardim Itália. No ano seguinte defendeu as cores da Sbardecar.

Esse foi um resumo dos primeiros 10 anos de automobilismo de Antônio Fornari. Ainda vem muito mais por aí. Não percam.

Fonte das imagens: arquivo Antônio Fornari.