Me lembrou o Heitor Cardoso que esse Voyage fora preparado pelo Agenor Schons, o "Baby", e o motor teve preparação do Jorge Martinewski. Eu lembro do "Baby" e do filho dele, o Ricardo, pois eles ajudaram a preparar o Uno que o meu tio (Noel "Paulista" Teixeira) correu nas 12 de 1996 em parceria do Ícaro Schons. Por sinal, era o Ícaro quem fazia dupla com o Tavares no Gaúcho de Marcas em 1990. Inicialmente eles corriam com um Uno, mas com o desfavorecimento do regulamento em relação aos carrinhos italianos, o jeito foi trocar de marca. Tavares foi para as 12 Horas precisando de um parceiro e para dividir o volante contou com a ajuda do campeão do Marcas daquela temporada, Vitor Hugo Castro.
A prova, como alguns lembraram, foi bastante disputada, com diversos carros trocando a ponta da prova, Opalas, Chevettes, Voyages, até que dois desses últimos começaram a se destacar, o #17 de Tavares/Castro e o #62 do trio Luiz Carlos Ribas/Jorge Fleck/Carlos Augusto de Souza. Este acabou sendo o mais rápido das horas finais, já que após problemas com os freios, vinha descontando a diferença de uma volta e meia até conseguir ultrapassar o #17 e cruzar a linha de chegada em primeiro. Ao término de 12 Horas, os dois concluíram com exatas 494 voltas pelos 3.016 m do circuito.
Apesar de toda a festa da equipe do carro #62, o carro acabou sendo desclassificado, em razão de que a equipe não permitiu a vistoria técnica, ficando o vencedor oficial o #17 da dupla Tavares e Castro.
E é sobre o Vitor Hugo Ribeiro de Castro que trata o post de hoje, que traz um breve resumo da carreira dele que é o maior vencedor na história das 12 Horas de Tarumã. Vencedor na Geral nos anos de 1990, 1993, 1996, 1997 e 2002 e ainda tendo conquistado o primeiro lugar em sua categoria nos anos de 1989 e 2000, Vitor foi um mestre na pilotagem de provas longas. Aprendizado que, segundo ele, veio na época das provas longas do kart, no final dos anos 70 e início dos 80, onde
conquistou várias vitórias.
O sobrenome Castro deve muito do seu sucesso a essa prova tão especial. E não é para menos. Contando apenas as classificações no Geral, Vitor tem cinco vitórias, o saudoso Luis Alberto (“Castrinho”) tem quatro e Christian (filho do Luis Alberto) já possui três vitórias. E vejam que as participações “em família” foram poucas. Apenas em 2002 que Vitor e Luis venceram juntos e foi em 2009 que Luis e Christian repetiram o feito. Ao todo 12 troféus de primeiro lugar. E os adversários
que se cuidem: Vitor já passou para o lado de dentro do pitlane há algum tempo, mas seu filho Pedro vai acelerar forte no Tubarão #5 ao lado de Tiel de Andrade e Bruno Justo e seus sobrinhos Christian e Matheus estarão a bordo do MRX #28 junto de Juliano Moro e do Jurássico “Paulinho” Hoerlle. Alguma dúvida de que o nome Castro tem grandes chances de estar no lugar mais alto do pódio? É o que veremos a partir da meia noite de hoje.
Abaixo uma série de imagens da trajetória de Vitor Hugo Ribeiro de Castro nas pistas.
Com Waldir Buneder venceu os 200 km de Tarumã em 1981.
O início nos carros se deu na categoria Fiat 147 (#87), em 1981.
A parceria com “Paulinho” Hoerlle iniciou em 1983.
Em 1984 participou da Copa Itali de Turismo com um Voyage...
...mesmo carro que era utilizado na Hot Car.
O Campeonato Regional de Turismo oportunizou a formação da dupla dos irmãos Castro pela primeira vez.
“Castrinho” sempre apoiou muito o irmão Vitor nas pistas.
Em tempos de crise, Vitor e “Paulinho” uniram forças no Gaúcho de Marcas em 1990. A crise foi espantada da melhor forma possível: além do título no Marcas, Vitor conquistou sua primeira vitória nas 12 Horas ao lado de Carlos Tavares, em 1990.
Ter ganho o campeonato de 90 não diminuiu as dificuldades para manter a equipe na pista.
Em 1993 mais uma vitória nas 12 Horas, agora correndo com o Voyage #7 em parceria com Sérgio Cardoso e Luiz Ernani Mello.
Na histórica vitória do último carro de turismo a conquistar a prova (1997), Vitor estava lá, correndo ao lado de Luciano Marx, Luiz Carlos Ribas e Rodrigo Ribas.
Sua última vitória foi em 2002 ao lado do irmão e de “Paulinho” Hoerlle e Antônio Fornari.
Fonte das imagens: revista Podium Graphic, jornal Zero Hora, jornal Esporte Motor, arquivo família Marx, Vilson Barbosa e site Inema.