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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Foi notícia em 1983

As vitórias dos gaúchos Aroldo Bauemann e Renato Conill (Voyage #48) na prova 1000 Quilômetros de Brasília e do trio Paulo Hoerlle, Antônio Miguel Fornari e Carlos Alberto Petry (Fiat 147 #99) nas 12 Horas de Goiânia, ambas válidas pelo primeiro Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, foram destaque em 1983. 
 


Fonte das imagens: revista Auto Esporte e www.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Há 40 anos

Encotrei a família Hoerlle no último sábado, o Paulo, o Nelson (Tio Mestre) e o Guilherme. Acabamos falando do Petry, das corridas com os DKW's e por aí vai. E sobre aquela imagem do DKW #5, publicada há poucos dias, o "Paulinho" me comentou que aquele carro era dele, o mesmo com o qual ambos haviam corrido juntos algumas provas. Naquela prova em questão, os 500 km de Tarumã de 1972, Hoerlle correu no #88 em parceria com Roberto Giordani. Petry correu com César Ramos.

Nas imagens abaixo, aparecem também o Fusca #14 da dupla "Sapinho"/"Janjão" e o #73 dos irmãos Rosemberg.




Fonte das imagens: arquivo Francisco Souza, Luiz Gustavo Tarragô de Oliveira e calendário Mahle - acervo Paulo Trevisan.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Petry

Pô, Petry! Nem deu tempo de me despedir.

Valeu cada minuto das conversas que tivemos. Ouvi com atenção as tuas histórias e aprendi muito. Agradeço teu incentivo e tua constante participação. O blog vai ficar menos interessante sem a tua presença...

Carlos Alberto Petry, piloto nas décadas de 70 e 80, nos deixou na noite de domingo. Que Deus o tenha.


Fonte da imagem: arquivo Francisco Souza.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reconhecimento e gratidão

Mais algumas imagens enviadas pelo Carlos Alberto Petry.

A primeira é da final do Campeonato Gaúcho de Divisão 1, na qual Petry foi o vencedor da Classe A para veículos até 1600 cc. Mais abaixo aparece uma disputa entre ele (esquerda) e seu amigo Cezar Augusto Duarte Ramos (direita), de Caxias do Sul. Petry lembra que o Cezar correu na inauguração do Tarumã com uma Simca Esplanada vermelha que era do pai dele. Por fim, o Fiat 147 #1 de 1978 durante a primeira etapa da categoria, disputada em Guaporé.




Antes de encerrar vai uma homenagem a ele. Por ocasião da confraternização de final de ano na oficina dos Hoerlle, realizada em Dezembro último, encontrei esse diploma que fora entregue ao "Beto", após conquista do título de Campeão Gaúcho de Automobilismo na Divisão 1, Classe A. "Beto" dedicou o título ao preparador Ivan Hoerlle, que o mantém exposto em sua oficina até os dias de hoje.


Fonte das imagens: arquivo Carlos Alberto Petry e arquivo pessoal.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Baú do Petry

E o Carlos Alberto Petry, ou simplesmente "Beto", piloto das antigas e blogueiro assíduo, encontrou alguns recuerdos no seu baú e enviou para dividir com a turma. Vejam que bacana esse DKW na prova seguinte à inauguração do Tarumã.


Lembram daquele Fusca Divisão 3 #18 com aquela enorme tomada de ar, que mais parecia de um Fórmula 1 da época? Pois é, era do próprio "Beto". A imagem abaixo é da prova 500 km de Tarumã, disputada no dia 23 de Março de 1974, quando "Beto" correu em dupla com o piloto Antônio Dionizio Luft (ao volante). No registro ainda aparecem o #36 dos irmãos Echel, o #47 do "Janjão" Freire e do "Zaíco", o #73 dos irmãos Rosemberg, o #70 do Vitor Mottin e o Aroldo Bauermann e mais outros dois que não consegui identificar.


Abaixo o registro do Paulo Hoerlle (#19) nos VW, na equipe Avanço HP, tendo ao lado o "Beto" no #18. Dia desses falamos sobre o "Paulinho" nos Passats e aí está a sua estreia com o modelo.


Termino o post de hoje com uma imagem das 12 Horas de Tarumã de 1975, quando o "Beto" e o "Paulinho" formaram a dupla que finalizou em segundo lugar na Classe A (até 2 litros), sendo nono no geral, depois de largar na 29ª posição entre os trinta e cinco inscritos.


Ainda essa semana tem mais do baú do Petry.

Fonte das imagens: arquivo Carlos Alberto Petry.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Confusão de neurônios

Lembram daquela sucata de 147 que foi publicada aqui no blog na semana passada? Pois o Carlos Alberto Petry atendeu o pedido do amigo aqui e nos conta em detalhes a história daquela pancada.

"Em 1983 a CBA organizou o Campeonato Brasileiro de Marcas, com as quatro montadoras existentes no país se fazendo presentes. Aqui no RS houve uma repetição do ano de 1982, com duas categorias distintas, Chevette e Fiat, mas com preparo de motor idêntico ao do brasileiro. Até um determinado momento no ano, as provas eram corridas separadas, uma para os Chevettes outra para os Fiats.

Embora os Fiats fossem ligeiramente mais rápidos, resolveram unir as duas provas, com classificação geral e também por marcas. Não me recordo com precisão, mas numa das primeiras provas com ambas as marcas, foi que aconteceu o acidente.

O grid de largada era ocupado pelos Fiats aproximadamente até a décima posição e os Chevettes dali para traz. Largamos e, sempre com os Fiats à frente, completamos a primeira volta.

Acontece que um Chevette que não lembro qual, logo após a largada, teve rompimento do anel de vedação do filtro de óleo, e contornou a Curva Um, “lambuzando” o asfalto de óleo. Acho que ninguém viu nada, pois quando completamos a primeira volta havia bandeira verde. Me recordo que eu estava em 5º, o Quadrado liderava, seguido pelo Castrinho, Paulinho Hoerlle e o delegado Ribas em 4º. Foi o tal do “deixa que eu rodo” com todo mundo dando pião, uns saindo pra dentro, outros pra fora, outros ainda ficando parado na pista. O certo é que ninguém ficou por menos que dois giros sobre si mesmo. Aparentemente terminado o “salseiro”, milagrosamente ninguém havia batido em ninguém.

Eu estava parado com a traseira quase tocando “nas latas” do lado de fora da um. Alguns centímetros à frente estava o Castrinho com o seu carro apontando para minha porta direita, quase colado no guard rail.

Era gente correndo pra todo lado, quando surgiu o Manivela com o Chevette perdido, duas rodas na terra e duas no óleo. Pensei: vai me esmagar contra o carro do Castrinho e engatei a primeira e arranquei, pensando em escapar daquele Chevette que vinha a uns 150 km/h. Pensei errado. O Manivela ganhou a briga com o óleo e me encheu em plena pista. O resultado está na foto.

Conclusão: fraturei o tornozelo do pé esquerdo, mas a pancada na cabeça fora tão forte que gerou um baita confusão. Deu mistura de neurônio, alguns do lado direito foram parar na esquerda e vice versa. Prontamente atendido, fizeram uma bota de gesso no pé direito. Sem poder dirigir, fui conduzido à Taquara e já em casa, um ortopedista local foi lá, liberar o pé direito e fazer uma bota de gesso no esquerdo, que era o que realmente eu havia fraturado. E olha que lá em Tarumã ainda assisti a prova que re-largou, pulando num pé só que era exatamente o fraturado, e sentindo a dor no outro que não tinha nada. A pancada na cabeça foi realmente muito forte, e provocou rompimento de uma “peça” que eu nem sabia que tinha, uma tal de janela oval, fruto de uma fissura no crânio com 14 cm de extensão. Para completar o quadro há que se acrescentar fratura em três costelas.

Concluindo, cumpre-me a obrigação de dizer que o Manivela não teve absolutamente culpa alguma e que se eu não tivesse movimentado meu carro, talvez ele tivesse evitado o acidente.
Igualmente dizer que os profissionais que me prestaram os primeiros socorros foram muito eficientes e que se protegeram o pé errado foi por informação erradas que eu prestei, em função de uma desorientação mental que era tão imperceptível que nem eu percebia e que só vim a perceber o acordar no dia seguinte e encontrar sangue na fronha do travesseiro.

Nesta época eu voava planadores no Aeroclube Albatroz em Osório e estava prestes a participar de minha primeira competição de vôo a vela que iria ocorrer em Palmeiras das Missões. O médico especialista que me tratou me proibiu definitivamente os planadores e eu, muito a contra gosto, cumpri suas determinações, após ele me mostrar vários livros sobre acidentes com planadores provocados por pilotos com labirintite.

Finalmente esclareço que doeu sim a pancada, muito mesmo e se estou aqui contando o ocorrido devo talvez ao capacete de kevlar que meu amigo Farina trouxe da Alemanha. Aliás Sanco, seria oportuno se ter notícias dos primos Farina, o Ernesto e o Carlos Alberto que foram tetra campeões brasileiros de Rallye."


Como disse o Petry, naquele dia ele deveria ter recebido uma nova certidão de nascimento...

Valeu, Petry!

Fonte da imagem: arquivo Carlos Alberto Petry - foto Vilsom Barbosa.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Essa doeu

Faz tempo que recebi essa do "Ratão". O Fiat 147 - ou o que sobrou dele - é do nosso amigo Carlos Alberto Petry, que dia sim, dia também dá uma passada por aqui.

Pelo que consta, o registro é de 1983. Já havia pedido ao Petry que contasse a história, e ele só me disse que doeu.

Vamos ver se ele nos dá mais detalhes.

Vai que é tua, Petry!

Fonte da imagem: arquivo Carlos Eugênio, enviado por João Cláudio Muller.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pole sem vitória

Para começar bem a semana aí vai mais uma bela passagem do Carlos Alberto Petry. A prova citada por ele foi disputada no dia 20 de Junho de 1976 e valeu pela terceira etapa do Campeonato Gaúcho de Divisão 1.

Aproveito para dedicar esse post aos amigos Ivan, Nelson e Guilherme Hoerlle mais o Franco Bulich, com os quais tive o prazer de conversar no último sábado à noite.

Vai, Petry!

"Ao piloto Bruce McLaren é atribuída a seguinte máxima: “Vencer não é o mais importante, mas é sempre melhor que chegar em segundo”.

Pois bem, esta estória é de uma corrida que eu tinha tudo pra ganhar, deveria ganhar, mas cheguei em segundo, em razão de um componente que sequer é aceito por muitos, a sorte, ou se preferirem o azar.

Íamos correr as 6 Horas de Tarumã em 1976, tudo dentro dos conformes, o Paulinho Hoerlle fazendo dupla comigo no Passat 18 da Avanço HP e o Toninho Luft, fazendo dupla com a Aiser Hehn no Passat 20 da Calçados Bibi.

Sexta feira, treinos livres, chovia horrores em Tarumã, levamos para pista o carro 19 da Avanço HP que na realidade era o carro do Paulinho, para não arriscar nada com o meu na chuva. Demos algumas voltas e recolhemos, pois não havia as mínimas condições de se aproveitar o treino.

A tomada de tempo era dividida em duas seções de 30 minutos cada uma. Nós recém tínhamos descoberto que pneus bem usados, praticamente carecas eram extremamente mais rápidos que pneus novos. Para dar uma ideia nós virávamos em torno de 1’31” com os “carecas” e 1’34” com os pneus novos, isto dado a que o pneu novo tinha seu diâmetro ampliado, e os motores de 78 HP dos Passat sentiam demais este “alongamento” da relação final.

Com os Polara, o problema era minimizado, em função de sua maior potência, então eles que viravam 1’31” com pneus bem usados, viravam 1’33” com novos. Como eram quatro os Polaras inscritos, em princípio nossa briga seria a partir de 5º no grid. Mas ai vem a ideia do pulo do gato. Era importante nós andarmos com os pneus novos que iríamos correr, então levamos um par de pneus carecas e ajustamos que o Aiser usaria este par na primeira metade da classificação, e nós usaríamos na segunda. Assim saímos e ficamos virando um segundo pior que os Polara, do Fico/Aparício (ambos muito bons), do Sapinho/Bagulho (baita piloto) e do Paulo de Tarso/Arlindo Marx (andavam mais que o carro). Ao entregar o carro pro Paulinho vi nos boxes o par de pneus carecas, e o Aiser lascou, "impossível de guiar o carro com carecas na frente e novos atrás", me sugerindo nem tentar. Instantes antes de iniciar a segunda seção, montamos os pneus carecas e eu fui pra pista. Contornando a dois com velocidade reduzida já pude perceber o tamanho da encrenca, se eu me descuido a traseira chega na três antes da frente. Fiz a volta toda, até a saída o tala, devagar e ali apertei pensando seja o que Deus quiser e contornei a nove esterçando quase no batente do volante. No subir a reta a traseira vinha completamente solta. O ganho nos giros deu alegria, e encarei a um. Se eu fosse pescador diria que cheguei a ver a placa traseira. Assim também fiz a dois, na três outro susto, e no laço tudo normal, assim como no tala, mas, na nove faltou pista para terminar a curva, fui com duas da direita na terra, fechei a volta com uns 3 ou 4 metros de tela presos na traseira do carro. Tirei o pé e lentamente completei a volta e recolhi para os boxes. O Ivan e o Paulinho só riam. Desci do carro encharcado de suor, e o Franco, cunhado do Paulinho e do Ivan e cronometrista da equipe, mostrou o relógio parado no 1’31” 32/100. Era uma pole com um segundo e meio sobre o Polara dos irmãos Barros de Júlio de Castilhos, e que tinham apoio direto da Chrysler.

Lá no início eu falei que eu deveria ganhar, e que tinha tudo pra ganhar, e isto por um detalhe muito importante, os Passat, andavam tranquilamente duas horas com um tanque de combustível, o que significavam duas paradas numa prova de seis horas, já os Polara não cumpriam duas horas, logo teriam que fazer uma parada a mais, salvo se economizassem combustível e se economizassem nós, a turma dos Passat, éramos tão ou mais rápidos que eles e além disso achávamos que eles teriam que trocar os pneus traseiros.

Na largada deu o óbvio e antes de entrar na curva um eu já estava em quarto, com o Fico liderando, o Bagulho em segundo e o Paulo de Tarso em terceiro. Os Polaras evidentemente economizando, pois não tínhamos qualquer problema em acompanhá-los, e com umas trinta voltas partimos pro ataque. Primeiro passei o Paulo de Tarso, duas ou três voltas depois a vítima foi o Bagulho, e o Fico percebeu e apertou, era o que eu queria, que ele andasse forte pra gastar combustível. Assim fomos até a primeira parada. Ele parou e eu três ou quatro voltas depois. Lá assumiu o Aparício aqui o Paulinho Hoerlle e no carro do Aiser entrou o Toninho Luft.

Mais duas horas transcorreram e a estas alturas o Aiser reassumia seu carro na terceira posição, eu reassumi o meu carro e o Fico o dele, e embora liderando teve que trocar os pneus traseiros, com consequente perda de rendimento, mas ele tinha uma boa vantagem e quando eu me preparava para ultrapassá-lo, na curva oito, aproximando-se da nove o Aiser passou por nós dois e sumiu, com o carro dele tendo um rendimento espantoso. Esclarecendo: na segunda parada o Ivan mandou abrir o capô dos dois carros, e deu uma “marteladinha” na base do distribuidor de ambos. No meu carro não se notou nenhuma diferença mas o carro do Aiser endoidou. É o componente estranho, deu sorte pro Aiser e pro Toninho. De qualquer forma foi uma grande vitória de quem mereceu, e muito especialmente foi mais uma vitória para o Ivan Hoerlle, que na época estava se firmando e afirmando como preparador."

Abaixo o registro do Passat vencedor.


Fonte da imagem: Jornal do Comércio - arquivo Roberto Schmitz.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tava tudo dando errado, e de repente tudo deu certo....

Faz tempo que eu esperava por essa história, que ouvi pelo rádio, há muitos anos, contada pelo próprio protagonista, Carlos Alberto Petry.

Vai que é tua, Petry!

"O ano era 1976, eu corria com um Passat 1.500 cc com 78 HP, disputava o título gaúcho com o Fico Barros de Júlio de Castilhos, que corria com um Dodge Polara, de 1800 cc e 93 HP. Em todo o Brasil os Polara reinavam absolutos, aqui no RS as coisas eram diferentes, além de termos ganho várias corridas com os 1.500, a vantagem que os Polara tinham nas retas e retomadas eram compensadas pela maior estabilidade dos Passat, especialmente nas curvas de alta, assim como a um a dois e a nove de Tarumã. A penúltima etapa do Campeonato Gaúcho iria valer também pelo Campeonato Brasileiro, seriam as 12 Horas de Tarumã daquele ano.

Primeira surpresa, um ilustre General, Osiel de Almeida, resolveu reduzir as 12 Horas para 4. O motivo alegado era a economia de combustíveis derivados do petróleo. Assim pensado, assim feito em democrática canetada.

A Volkswagen havia feito uma alteração na taxa de compressão dos motores 1.500, de 7 por 1 para 7,4 por 1, introduzindo um novo pistão nestes motores. Com a participação e empenho da turma do Escritório Regional da VW conseguimos três jogos destes pistões diretamente da fábrica. O Ivan Hoerlle montou dois motores, um para o meu carro o 18 da Avanço HP, e outro para o carro 20 do Aiser Hehn.

Comigo correria o Paulinho Hoerlle e com o Aiser o Toninho Luft. Terça feira da semana da prova 18 horas, saímos eu e o Paulinho rumo à Floripa, com a finalidade de amaciar e avaliar a obra do Ivan. Fizemos POA/Floripa, ida e volta, duas vezes naquela noite/madrugada, e ao final da aventura de amaciar o motor (prática comum na época) estávamos cansados, mas satisfeitos, pois o motor prometia.

Quinta feira, treinos livres, sem novidades. Segunda surpresa, sexta feira chegam os paulistas, com uns poucos Polaras e um batalhão de Passats, todos TS o qual havia sido homologado naquela semana pela CBA. Dessa homologação, nós aqui no RS só tivemos notícias quando os TS paulistas chegaram a Tarumã. Para quem não sabe o Passat TS tinha 1.600 CC e 96 HP. Resultado das tomadas de tempo, estávamos nós e o carro do Aiser em 9º e 10º.

Saí do autódromo e da telefônica de Viamão liguei para casa de um amigo, que era proprietário do único TS que havia em Taquara, pedi o carro dele emprestado para tirar o motor e os “etceteras”, que o diferenciavam de um 1500 para colocar no meu carro. Loucura imaginada, loucura realizada.

Sábado, nove da matina estava eu encostando na oficina do Ivan na Edmundo Bastian, com um TS praticamente zero KM. Foi o tal de desmancha um e “mancha” outro que nem o diabo acredita. À noite chagamos a Tarumã, com um Passat TS. Por falar em diabo, o próprio resolveu dar as caras. Primeiro o meu carro apresentou um pequeno vazamento de óleo do câmbio, que resultava em fumaça, pois pingava sobre a descarga. Mandamos buscar na Gaúcha Car uma “rabeta” de caixa completa e montada. Esclareça-se que assim como a Carro do Povo, a Gaúcha Car, trabalhava em regime de 24 horas. Em seguida o motor do Aiser foi pro espaço, e nós, que fomos para Tarumã com dois carros, estávamos sem nenhum e a corrida não tinha sequer começado.

O Aiser, então foi até a oficina do Ivan e buscou o meu motor 1500 que sobrara, para montar no carro dele. Enquanto isto o Paulinho Hoerlle foi dando uma mãozinha pro Ivan e foi tirar o motor fundido do carro do Aiser. Ao soltar a mangueira inferior do radiador o diabo entrou em ação, a mangueira arrebentou e o Paulinho foi lavado, rosto e braços com água fervendo, foi um quadro muito feio. Atendido e medicado o Paulinho mais parecia uma múmia de macacão, restava a dúvida se ele poderia correr. Pelo sim e pelo não, conversando com outros pilotos ,entre os quais estava o Aroldo Bauermann, perguntei-lhe com quem ia correr e ele me disse que não ia. Chamei ele pra lado e disse: vai buscar teu macacão, capacete, luvas etc, e ele se mandou. Fui à torre e o inscrevi como piloto reserva. Falei isto só para o Ivan, pois a hora da largada estava chegando (03:00 da madrugada) e eu iria largar sem saber quem iria finalizar a prova.

Larguei em 9º. E com menos de 10 voltas, estava em segundo, onde tive uma disputa acirradíssima com um dos maiores pilotos brasileiros que eu conheci, o Atila Sippos, que durou aproximadamente duas horas, ora um ora outro levando vantagem, nós estávamos virando em 1’ 27”, foi então que o Atila foi pro box, para troca de piloto, abastecimento e troca dos pneus dianteiros. Três voltas depois entrei e então vi que quem ia me substituir era o Aroldo. Sai do carro e estava ajudando ele a colocar o cinto, quando ele me lascou a seguinte pergunta: onde se acende os faróis? Gente, o “carinha” não tinha guiado um Passat nem na rua, e o medo tomou conta. Em quatro voltas ele já virava abaixo de 1’29” dando a tranqüilidade que, eu acho por todo o esforço, nós merecíamos. E não deu outra, o Aroldo levou o “TS” até a bandeirada, sem qualquer percalço, e nós fomos os vencedores da primeira corrida de um Passat TS no Brasil.

Para finalizar, algumas considerações sobre a prova. Fosse o Paulinho Hoerlle e não o Aroldo, com certeza teríamos vencido da mesma forma. Mas o certo é que se não fosse o Ivan Hoerlle, nada teríamos conseguido. O Aiser e o Toninho Luft, com o meu motor de 1500 cc ficaram em quarto lugar. O motor do Aiser que fundiu não foi amaciado. Na troca de pilotos, ganhamos um substancial tempo, pois não trocamos os pneus dianteiros como foi feito no carro do Atila. Pelo Campeonato Gaúcho eu me sagrei campeão e o Aiser vice, sendo em 1976 o único título nacional não conquistado por um Dodge Polara e também foi o primeiro título conquistado pelo preparador Ivan Hoerlle. Finalmente o Aroldo Bauermann é um dos pilotos mais versáteis com quem eu convivi nas pistas. E ainda, o amigo que me emprestou o TS chama-se Rubem Behs. Comprei um TS zero direto da fábrica e entreguei a ele e fiquei com o “desmanchado”.

Não preciso dizer mais nada. Sensacional o relato, Petry! Muito obrigado por dividir conosco essa tua aventura.

Fonte da imagem: revista Quatro Rodas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

12 Horas de Goiânia - 1983

Foi falar na prova na qual o Carlos Alberto Petry participou e venceu ao lado do Paulo Hoerlle e do Antônio Fornari, que o amigo, e sempre atento, Renato Pastro, enviou um registro daquela prova de 1983, válida pelo Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, que disputava sua primeira temporada.


Ainda sobre o Petry, o "Chico" de Taquara disse que o encontrou dia desses e vai informá-lo sobre o blog. Quem sabe daqui a alguns dias ele apareça por aqui. Vamos aguardar.

Valeu, Renato!

Fonte da imagem: arquivo Renato Pastro - revista Auto Esporte.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Deka do Petry

Caixas para todos os lados...

Recebo e-mail do "Chico" de Taquara, assíduo frequentador do blog, que enviou um registro do piloto daquela cidade, o Carlos Alberto Petry. Pelo visto foi o próprio "Chico" que fez a foto, em Tarumã, quando Petry se preparava para uma prova de 500 km ou 12 Horas. O carro era um DKW, que já havia aparecido por aqui em outra oportunidade, quando falavamos sobre o "Sapinho". O que eu não sabia é que a Deka tinha sido comprada do Paulo Hoerlle naquele mesmo ano. Petry e Hoerlle correram juntos por diversas vezes, com Passat e Fiat, tendo vencido as 12 Horas de Goiânia em 1983, tendo o Antônio Fornari também na pilotagem do 147 #99.

Faz tempo que não tenho notícias do Petry. Se alguém tiver algum contato com ele, me avise.

Valeu, "Chico"!


Fonte da imagem: arquivo Francisco Souza.