Mostrando postagens com marcador Fórmula Fiat. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fórmula Fiat. Mostrar todas as postagens

sábado, 30 de julho de 2011

Graxa e pura gasolina

O último Desafio trouxe mais um registro vindo lá dos arquivos do Satti, publicados no site da Fórmula 1.6. Ainda não apareceu ninguém que confirme quem era o piloto do Fórmula Ford #55. As suspeitas recaem sobre um alemão de pé pesado, Egon Herzfeldt. Vou confirmar com o Satti e informo em breve.

Já que na semana passada, o Desafio falava sobre o Julio Cesar Dias, que também correu com o auxílio do Satti, aproveito para publicar uma mensagem muito bacana recebida do próprio Julinho ao longo dessa última semana.

Vai que é tua, Julinho!

"Prezado Sanco,

Com muito prazer tive a honra de ser mencionado em teu excelente blog. Há alguns meses o Luiz Fernando Cruz me disse que havia uma velha foto minha em um podium por lá, dos tempos de Kart e sugeriu que mandasse algum material pra você. Por enquanto, envio um resumo do meu breve "file" automobilístico, com algumas imagens em anexo. No baú tem mais relíquias...

Fui vice campeão gaúcho de kart "juniores" em 1973, apoiado pelo Fabio/Ronaldo Bertolucci na "Equipe Gramado/AnneRose/Hotel Serra Azul", perdendo um campeonato muito disputado com o Fredo Henning na última etapa (disparado na frente, tive a correia partida a duas voltas do final), em que o falecido Fredo merecidamente foi o campeão. Nessa época tive muito apoio dos Bertolucci, do Perini, do Carlos Alberto "Teco" de Moraes (através da Escola Gaúcha de Kart) e do próprio Clovis, devido a meus escassos recursos financeiros. Devo este vice a meu Pai (jornalista Manoel Dias), ao amigo Henrique "Maguila" Boennig e ao "Teco" Moraes bem como ao SEMPRE e bom conselheiro Jorge Martinewski.

Devo muito a eles (principalmente ao Teco e ao Clóvis), que me ensinaram a "diagramar" um motor de Kart, e até a soldar latão quando nos meus 13/14 anos de idade. Bati o record geral do Kartódromo de Tarumã ainda em 1973 voando num chassis Cox com 38.4", tempo que levou mais de um ano para ser quebrado na 125cc (na real eu era muito "levinho", comparado aos vários "botas" da época).

Depois, em 1974, fui contratado pelo Ibraim Gonçalves e o Bastian para fazer motores/ trabalhar e pilotar para a MaxiMini/AldoAutoCapas. Junto com o "Maguila" (Henrique Boennig) que também era apoiado pelo "Teco", inauguramos uma pequena oficina no IAPI para preparar motores de Kart, tendo algum sucesso e até ganhando um $$ que nos mantinha esporadicamente nas pistas de Kart após o fim da MaxiMini ainda na temporada de 1974. Nessa época e depois, eu e o Maguila fizemos motores para o Waldir Buneder e outros que obtiveram ótimos resultados. Nossos rivais e professores da preparação eram os amigos Jorge e Flavio Martinewski, Telmo Schimdt e outros... Essa experiência me ajudou muito quando eu fui agraciado por um empréstimo de um chassis F-Ford Lotus - a reformar totalmente, visto o abandono em um terreno baldio - que teria sido comprado pelo Marivaldo Fernandes do Emerson Fittipaldi. A dádiva vinha do Leo Lanzini (que também me ajudou na aviação - era Comandante da Varig), e que em troca receberia a Lotus reformada (ficou até bonita a nova #47 ); e ainda me utilizaria para piloto de testes do novíssimo "Bino" dele enquanto enrolado com a escala de vôos da Varig, vaga minha por indicação indireta do Clóvis,do Teco e outros. O Maguila me ajudou MUITO na reforma e os motores eram preparados pelo "véio Antônio" da Anita Garibaldi - alguém lembra dele (da seção de Hidráulica da Manutenção da Varig)??? O Antônio tinha a "afamada" característica de viver 24h com um cigarro "Turfe", ou do gênero, aceso na boca e SEMPRE na hora de fechar um cabeçote, colocava uma generosa dose de cinzas em cada cilindro - era para dar sorte ao motor - segundo sua crença, (pergunte ao Jorge Martinewski e à alma boa do Leo Lanzini). Nessa época fui muito incetivado também pelo "inigualável" Claudio Mueller!!!

Eu mesmo quebrei uns dez motores com o Antônio - mas era uma pessoa impossível de não amar!!! Fizemos todo o Gaúcho e algumas do Brasileiro de F-Ford Corcel de 1978. Eu e minha esposa Ana (me aguenta até hoje) dirigíamos o "truck" Dodge e minhas melhores corridas foram no Rio e em Interlagos em 1978. Quebrei em quase todas do ano, mas enquanto na pista, a "velha Lotus" dava trabalho aos grandes da Gledson, Royal Air Maroc e outros. Pergunte ao John O'Donnel e ao Fernandinho Dias Ribeiro (irmão do Alex) da Pneulândia/ "Jesus Saves"... Batíamos roda direto!!! Mais nos treinos do que nas corridas, pois meus motores tinham o "dom" de quebrar nos treinos ou nas placas de "1 minuto". Depois obtive um patrocínio da Looking Glass (lembra da discoteca ???) para o final da temporada - Rio/Interlagos - com o preparador Hermes de Almeida (SP). Em Jacarépagua larguei em 33º sem treinar para chegar em 15º após bater rodas durante 40 minutos com a galera. A F-Ford Corcel era muito disputada naquele ano, em média 30 ou mais no grid. O grande Amedeo Ferri foi o campeão brasileiro e com o Maurizio Sandro Sala como vice.

Depois em 1979/80 investi na F VW 1300 com um chassis Heve e preparação do Hermes de Almeida após contrato com a Coalho/Alho Faprol de Guaporé para 3 provas apenas: Tarumã, Guaporé e RJ ou Goiânia. Consegui fazer corridas em Tarumã (motor de arranque quebrado na largada) e Guaporé; onde parei apesar de largar em último e estar fazendo uma ótima prova na chuva, passando uns vinte e poucos carros até quebrar o trambulador quando já entre os 6 primeiros. Rio com "cash out" e Goiânia cancelou por motivos financeiros. Para não perder meu investimento particular, transformei o Heve FW 1300 num "super" Formula Fiat (foto); copiando o projeto do Shadow F1 da época e extrapolando minhas afinidades com a arrebitadeira, o alumínio e a fibra; foi um dos primeiros "carro-asa" da categoria e sempre com a ajuda do Maguila e do Bruno "fibreiro" - alguém lembra???; e sempre com "smart solutions" do meu "guru" Luiz Fernando Cruz . O carro ficou lindo e antes de totalmente pronto foi trocado com a Jardim Itália por 2 Fiats 147 "Racing Kit". O plano era de ou Janjão Freire ou Renato Connil correrem com o carro na F-Fiat ainda na temporada de 1980/81. Nunca mais ouvi falar do carro. Usei um dos "kits" como carro de rua e o outro rachei com o "Maguila".

Daí com a ajuda do Evaldo Quadrado, Jackson Lambert e do GRANDE Carmelo Carlomagno, em 1981 fui tentar a sorte no "casca" Campeonato Brasileiro de Fiat 147, etapas Guaporé/ Tarumã no vermelhinho Ferrari # 17 de propriedade do Carmelo. Em Tarumã numa das classificatórias fui "pole" a frente do Attila Sipos e outros (anexo), tive uma penalização no grid e depois de boa largada, o motor "parou" ainda na segunda volta. O Quadrado partiu o carro ao meio nos treinos entre a curva 1 e 2, e fui um dos primeiros a chegar (lembram???). Achamos ele encolhidinho junto a sinaleira da metade traseira enquanto os comissários procuravam por ele entre o tunel e o caminho da platéia para a curva 3, do outro lado do "guard rail". Que susto!!! Em Guaporé (etapa do Campeonato Gaúcho) disputava entre os 7 no primeiro grupo e a poucas voltas do final fui colocado para fora quando passava o Joel Echel por fora no "Bacião", parte de alta; o mesmo foi desclassificado por unaminidade dos comissários (fotos/scanner). O carro, que era do Carmelo ficou com o monobloco todo aleijado e levei uns 2 anos pagando o prejuízo mensalmente ao Italiano, mas ele me tinha como um filho!!!!

Fui ficando por aí com esporádicas provas de Kart (viciado até hoje), ClubCircuits, e dando mais atenção para minha vida aeronáutica, que me sustenta até hoje no auge dos quase 5.5 anos... Vivendo no Rio, cada vez que decolo do Salgado Filho, passando pertinho de Tarumã, o coração bate mais forte com a lembrança viva dos bons e inesquecíveis amigos como o Cruz, Egon Herzfeldt, Teco Moraes, Cólvis Moraes, Mosca, Ibraim, delegado Ribas, Soldan, Paulo Ratkiewicz, Fredo Hennig, Fornari's, Castrinho's, Fleck's, Schutz, Buneder's, Martinewski's, Bertolucci's, Ricardo Baldino, Maguila, Pareci, Nelson Rolla, Bastian's, Arlindo Schunk Fº, Janjão, CLAUDIO Mueller, Aroldo Bauermann, Bagunça's, Leonel, Anor, Bocão Pegoraro, Rommel Pretto, Luciano Kasper, Eduardo Fagundes, Chico Bala, véio Antonio, Hermes de Almeida, Gessy, Nego Peli, Carmelo, Satiri, Chemale, véio Telmo Schimidt, Moro, entre tantos outros; estes que nunca me negaram qualquer tipo de ajuda ou favor a qualquer hora da madrugada, e que povoaram os melhores anos de minha boa vida... o da graxa & pura gasolina...

Sanco, parabéns mais uma vez pelo teu imortal trabalho, e um grande abraço!!!"

Muito legal o depoimento do Julinho. Abaixo alguns registros dessa trajetória dele nas pistas.













Fonte das imagens: arquivo Julio César Dias.

sábado, 12 de julho de 2008

Egon Herzfeldt acelerando um F-Fiat

É impressionante o conhecimento e a memória dos blogueiros que por aqui passam. Todos que comentaram acertaram a resposta do último Desafio. Era o "Alemão" Egon Herzfeldt, que mais uma vez dava prova da sua competência e capacidade de adaptação a qualquer tipo de carro.

A prova em questão ocorreu em Tarumã no dia 28 de Novembro de 1982 e deu o título ao piloto catarinense Renato Naspolini, após este vencer a disputa com o piloto gaúcho. Na primeira bateria Naspolini, que tinha problemas de temperatura do motor, teve de contar com a sorte para chegar em terceiro. José David quebrou na primeira volta e Marcos De Sordi bateu na última. Ao cruzar a linha de chegada o motor do catarinense quebrou e ele foi obrigado a substituí-lo para a segunda bateria.

Na segunda José David venceu, com Naspolini em segundo. Na sexta volta o carro de Antônio Pedro Rocha capotou, felizmente sem maiores consequências.

O resultado final da prova teve Naspolini em primeiro, Egon em segundo e José David em terceiro.

Me lembro que em 1981 a Equipe Jardim Itália que tinha dois 147 pensou em colocar os seus dois pilotos "Janjão" Freire e Renato Conill para participar da Fórmula Fiat também. Isso chegou a ser anunciado nos jornais, mas não se concretizou.

Segue abaixo, mais uma vez, a imagem do carro do "Alemão".


Fonte da imagem: arquivo Luiz Borgmann.

domingo, 6 de julho de 2008

Desafio da Semana

O Desafio de hoje é cortesia do Luiz Borgmann e veio acompanhado de alguns dizeres.

"Olá, volto novamente com uma imagem de um monoposto da F-Fiat 1300, realizada em Tarumã em 1982. Como você sabe, os chassis, oriundos do Campeonato Brasileiro de Fórmula Vê, foram adaptados aos motores Fiat 1300. Para este certame ser mais atrativo no sul, foi contratado, uma semana antes da prova, um piloto local, patrocinado por uma revenda também local da Fiat, para desenvolver a cadeira elétrica. Ele quase venceu a prova e "dizem" que o cachê foi muuuuito bom. Intimidade com monopostos ele tinha de sobra... na F-Ford."

Bom, agora é com vocês: quem era o "bota"?