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sábado, 19 de maio de 2012

Sérgio Pegoraro

Antônio Pegoraro, piloto e principal responsável pela construção do Autódromo de Tarumã, quando competia, isso lá na década de 50 e 60, levava em seus carros o número 17. Ao menos é com este que ele ainda hoje é lembrado.

E foi este número que seu filho, Sérgio Pegoraro, escolheu para estampar seu carro no ano de 1981, quando disputou e venceu o Torneio Carro do Povo de Passat.

Sérgio era a resposta do último Desafio, que a turma não teve maiores dificuldades para identificar. Por inúmeras vezes ele foi citado por aqui, mas faltava um post dedicado a este grande piloto.

 A influência do pai foi determinante para que os filhos seguissem seus passos no automobilismo, e assim, Sérgio, juntamente com o irmão Cezar, deu início à sua carreira no kart, tão logo o Kartódromo de Tarumã fora inaugurado, em 1966. Naquele ano ele foi Campeão e Vice (para o "Bocão", é claro, lembra ele), pois naquela época era comum participar de mais de uma categoria.

Sua estreia nos carros foi em 1969, em Curitiba. No ano seguinte cursou a escola de pilotagem do Pedro Victor De Lamare. Neste mesmo ano competiu com um VW 1600 e participou da prova inaugural do Autódromo de Tarumã.

Em 1971 fez parte da Equipe Renner na Fórmula Ford, que tinha os três Pegoraro no time. Depois disso acabou deixando as pistas de lado para cuidar da família e dos negócios, pois como ele mesmo cita, na época ninguém ganhava grana neste esporte.

Mas a velocidade acabou falando mais alto e ele retornou às competições em 1979, na Divisão 1 - Passat, com um carro preparado pelo Henrique Iwers. No ano seguinte montou uma equipe com o campeão da temporada passada, Raffaele Rosito. Para 1981, montou um forte time com Paulo Hoerlle, com a preparação do Ivan e patrocínio da Cautol e Ipiranga. Os grandes adversários da temporada foram o seu irmão Cezar e seu companheiro Anor Friedrich, que competiam pela equipe Carro do Povo. Ao chegarem na última prova do campeonato, em Tarumã, apenas Sérgio e Cezar lutavam pelo título. O final foi dramático, já que na segunda bateria os irmãos que brigavam pela ponta tiveram problemas. Primeiro "Bocão" teve um pneu furado e quando Sérgio, a apenas duas voltas do fim, já comemorava, viu seu carro quebrar. Pensando que tudo estava perdido, descobriu que com a soma dos tempos havia se tornado Campeão com o irmão sendo o Vice.

Com o fim do Torneio Carro do Povo, os Passats foram parar na categoria Hot Car, categoria que viu os irmãos Pegoraro correndo pela mesma equipe novamente. A equipe Cautol, Predilar, Mobil Super tinha a preparação de Clóvis de Moraes e os belos Passats #37 e #38. A temporada foi, a exemplo do ano anterior, amplamente dominada pelos dois e definida nos detalhes, a favor de "Bocão".

Depois de mais uma parada, Sérgio acabou participando, a convite de Renato Conill, de algumas provas, entre 1985 e 86, no Brasileiro de Marcas e no Campeonato Regional de Turismo. Neste último, pilotando um Uno, venceu a prova 500 km de Guaporé, debaixo de chuva. Essa foi sua última prova.

De lá para cá, como ele mesmo disse, muitas "quase" voltas e muita TV. Rsrsrsrsrs

Abaixo, uma série de imagens, mostrando Sérgio desde o kart, passando pela Fórmula Ford, Torneio Passat, Hot Car e Brasileiro de Marcas. Por fim, um registro deste de que vos escreve com Sérgio, "Bocão", Leonel Friedrich e Luiz Fernando Cruz, feito no aniversário de 40 anos do Tarumã, em 2010.

Agradeço ao Sérgio pelas informações e pela atenção.









Fonte das imagens: arquivos Cezar Pegoraro, Délcio Dornelles, Renato Pastro, revista Auto Esporte, revista Pódium Graphic e aquivo pessoal.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Paperslotcar

O Fábio Poppi, lá do blog amigo Paperslotcar, ou "carros de papel para autorama", começou a fazer Passats para sua coleção. Olhem alguns dos que estão saindo do forno.





Legal, não?

Quem quiser colaborar com o Fábio, mande material de Passats da Divisão 3 ou Hot Car de todo o Brasil para ele.

Enquanto isso, o Tito segue firme com seus Pinicos Atômicos. Já viram os últimos?


Esses caras são demais.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os desenhos preferidos

Esses carros dos irmãos Pegoraro da temporada de 1982 eram muito bonitos e bem feitos. Acho que o Clóvis de Moraes era o preparador. Naquele ano eu ainda estava na pré-escola, por isso o que mais fazia era desenhar. E os desenhos preferidos eram esses carros aí. Legal vê-los assim, com tantos detalhes, novamente.


À frente vai o "Bocão" com o Sérgio logo atrás, em Guaporé.

Fonte da imagem: arquivo Cezar Pegoraro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cezar Pegoraro

Hoje continuamos com a história do nosso grande "Bocão".

Cezar Pegoraro fez sua primeira corrida com um automóvel em 1968, em Curitiba. O carro era um Fusca (imagem abaixo) e ele fez a pole position, a melhor volta e venceu, mostrando sua rápida adaptação ao carro e à pista.


Mesmo fazendo sua estreia nos carros, o piloto continuava disputando - e vencendo - muitas provas no kart. As duas primeiras imagens abaixo são de 1969 e a terceira de 1970, todas em Tarumã.




"Bocão" participou da primeira corrida no Autódromo de Tarumã, no dia 8 de Novembro de 1970, a qual levava o nome de seu pai, Antônio Pegoraro, e era destinada aos carros da Classe A, até 1300 cc. A largada foi dada com 30 carros na pista e "Bocão" pulou na ponta assim que foi baixada a bandeira. Logo atrás dele vinha Décio Michel com seu Corcel forçando o ritmo e fazendo com que o piloto do Fusca #26 tirasse o máximo de seu equipamento. Os dois carros acabaram se isolando na ponta, deixando os demais muito para trás, como é possível ver na imagem abaixo.

Parecia que "Bocão" seria o primeiro piloto a registrar seu nome na galeria dos vencedores do Autódromo de Tarumã, mas essa glória acabou sendo do piloto de Estrela, Décio Michel, pois na quinta volta das 15 previstas, "Bocão" teve estourado o motor do seu Fusca, tirando dele qualquer possibilidade de completar a prova.

O azar do piloto não foi suficiente para desanimá-lo, pois na prova seguinte, disputada no dia 29 de Novembro, Cezar mostrou novamente seu talento, protagonizando uma excelente disputa com os adversários Roberto Giordani (DKW), Maurício Rosemberg (Fusca), Luís Madrid (Corcel), Jorge Rodrigues (DKW) entre outros. Ao final das 30 voltas, Cezar venceu com uma velocidade média de 111,871 km/h.

Quando a Copa Brasil passou por Tarumã, no dia 3 de Janeiro de 1971, "Bocão" participou da prova tira-teima, com carros de várias categorias. Ela foi vencida por Júlio Tedesco e o piloto do Fusca #26 chegou na terceira posição. Abaixo um registro daquele dia. Da esquerda para a direita estão "Nico"Monteiro, "Bocão", Gastão Picolli e mais um mecânico.


1971 seria um ano de importantes resultados para consolidar a carreira de Cezar Pegoraro. Ele integrou a equipe Renner na recem criada Fórmula Ford, juntamente com seu pai e seu irmão nos carros verdes #19 ("Bocão"), 20 (Antônio) e 21 (Sérgio).



Na imagem abaixo vemos Sérgio, Gastão Picolli, "Bocão" e um intruso na equipe, um tal Leonel Friedrich.

Gastão Picolli preparou os carros de Antônio Pegoraro na época das corridas de rua e continuou preparando karts e os carros da família Pegoraro durante um bom tempo.


Já Leonel, além de um bom amigo e duro adversário, teria um papel decisivo na carreira de "Bocão", anos mais tarde. Na imagem abaixo vemos os dois, juntos de Anor Friedrich, nos boxes de Tarumã...


...e na pista, disputando posição na Fórmula Ford.


Na imagem abaixo vemos uma largada em Tarumã com os primeiros colocados sendo (da direita para a esquerda) Francisco Lameirão, "Bocão", Cláudio Mueller e Pedro Victor De Lamare.


Aqui mais alguns registros das primeiras apresentações da categoria em Tarumã e Interlagos.





Além de competir regularmente na Fórmula Ford em 1971, "Bocão" participou das corridas de longa duração embarcado num FNM 2150. Nas 12 Horas de Tarumã, no dia 26 de Setembro, formou um trio com Arino Panato e Nelson Barro. A equipe se sagrou vencedora da Classe B. Dias depois, "Bocão" e Panato se juntavam novamente para vencer mais uma prova, os 500 km de Tarumã.

Em 1972, Cezar Pegoraro seguiu disputando algumas provas da Fórmula Ford e também na Divisão 3 com o FNM da equipe Primorosa. Na prova 500 km de Tarumã, fez dupla com Cláudio Mueller.

A partir das 12 Horas de 1973, começou a formar dupla com Brasílio Terra, piloto da cidade de Tupanciretã no Fusca #90 da Divisão 3. Juntos competiram em algumas provas também em 1974, ano de grande sucesso daquela categoria no Rio Grande do Sul. Praticamente toda a "nata" do automobilismo gaúcho participava da Divisão 3.


Em 1975 a participação de "Bocão" foi minimizada em função da redução dos patrocínios. Tenho apenas um registro da prova 500 km de Tarumã, na qual correu com Fernando Moser.


Nesse período ele já morava em Santa Catarina e somando-se ao fato dos patrocínios, apareciam as proibições das corridas pelo governo da época, em função da crise do petróleo. Após perder um patrocinador que dizia, com razão, não se sentir seguro de que seu investimento teria seguimento, "Bocão" decidiu pela primeira vez parar de correr.

Em breve a continuação dessa história.

Fonte das imagens: arquivo Cezar Pegoraro.

sábado, 21 de novembro de 2009

Presente de Aniversário

Sei que vai ser difícil, mas tentem não chegar nas imagens antes de ler o texto. Ao longo dele vocês descobrirão quem é a resposta para o último Desafio da Semana, que desta vez ninguém acertou. Apreciem sem moderação.

Já devo ter dito aqui que um dos objetivos desse espaço era o de dividir com vocês as memórias do automobilismo gaúcho que eu tinha guardado em um canto da casa e em um canto da minha cabeça. Não era muita coisa, mas o suficiente para matar a saudade de um tempo que foi muito bom e marcante para mim. A ideia do blog se limitava a isso. Apenas isso.

Com o passar do tempo, as colaborações ao blog começaram a se destacar em relação ao material que eu tinha e já faz algum tempo que deixei de revirar toda aquela "tralha" para achar assunto. A pauta agora chega pelas mãos de amigos, conhecidos, pessoal do próprio meio automobilistico ou simplesmente apaixonados pelas corridas como todos nós.

Graças a essa colaboração, o bloguesinho foi registrando inúmeras passagens das corridas em nosso estado e também contando a história de vários de seus personagens. Algumas dessas histórias foram contadas pelos próprios, que descobriam e entendiam o propósito do espaço. Dando uma olhada nos Marcadores, na coluna da direita, pode-se ver alguns deles. Sou grato a todos por agregar conhecimento e ajudar a transformar a ideia inicial do blog, passando de um simples "passa tempo nostálgico" a uma fonte de pesquisa sobre o assunto (pelo menos é o que me dizem...).

Por inúmeras vezes eu já havia citado o nome de um desses personagens aqui no blog, um piloto, mas até então não havia obtido um contato com ele. Me lembro que os primeiros posts desse blog foram dedicados a ele e a um outro "bota" e me contentava em divulgar aquilo que tinha, que recebia, que sabia a respeito da trajetória dos mesmos no automobilismo. Mas essa história mudou quando na última semana recebi uma mensagem de um desses "botas" pedindo um endereço para enviar algumas fotos. Tomado por uma grande alegria, disse a ele que podia ser pelo próprio e-mail e poucas horas depois recebi outra mensagem que tomo a liberdade de transcrever abaixo:

"Caro Leandro,

Não foi fácil remexer nessas coisas do passado. Tente imaginar: faziam muitos anos que nem olhava para esses registros (precisamente desde Dezembro de 1993, o mês em que desembarquei definitivamente das baratas e virei as costas para a grande paixão de minha vida), e posso te garantir que a nostalgia me pegou com força.

Tentei em meio a centenas de fotos, selecionar algumas para o teu merecido blog, e aproveito para agradecer a lembrança que tivesses por mim.

Gostaria de te enviar um material mais rico e completo de meus trinta anos de automobilismo, mas posso te afirmar que essa pequena e incompleta coleção de fotografias, me fez viajar por um passado que sempre será inesquecível.

Gostaria também de te enviar um material mais completo sobre a vida de meu ídolo nesse esporte, meu pai. Mas, infelizmente o rico acervo que ele tinha se perdeu no tempo (fotos dele pilotando um Jaguar XK120 em uma corrida em Interlagos, e também dos Jaguar Mark5 e Mark7 que por uns anos ele usou em corridas de carreteras.

Sobre meus registros faltam muitas coisas, mas com o tempo, depois que passar o "flash-back" que essas fotos me levaram, te enviarei algumas mais, principalmente de minha passagem pela Inglaterra.

Um grande abraço, e mais uma vez, muito obrigado pela lembrança!

Cezar Pegoraro"

Dias atrás estávamos eu, o "Chico" Feoli e a turma dos Jurássicos, assistindo algumas provas da F2 entre 82 e 84 e era ferrenha a briga entre o "Bocão" e o "Chico", além do Ely e do Leonel. Isso me emocionou muito, pois aquelas são talvez, as lembranças mais fortes do meu tempo de guri. Eles eram meus heróis, algo como aqueles das revistas em quadrinhos, ou filmes da TV, e agora, pouco a pouco vou tendo a felicidade de encontrá-los aqui.

Foi difícil não me emocionar ao ver o contato do "Bocão" e todas as fotos que ele enviou. Ali estava a vida de uma família dedicada ao automobilismo. O pai, Antônio, certamente é um dos grandes nomes do automobilismo gaúcho, por tudo o que fez pelo esporte e pela construção do Tarumã, e os filhos, "Bocão" em especial, um grande ídolo de várias gerações. Tirei um tempo para apreciar todas as fotos recebidas. Vi todas em todos os seus detalhes e em muitas delas voltei no tempo e me vi (com 5 - 6 anos) caminhando nos boxes com meu pai e encontrando ele e o Leonel, que estavam quase sempre juntos. Para um guri, aquilo era o máximo, e imortalizei na memória tudo isso, para quase 30 anos depois reencontrar e dividir com todos boa parte desses momentos.

Esse foi o presente de aniversário que o blog me deu. Vocês tentaram adivinhar o que havia dentro da caixa, mas garanto que não esperavam por essa. Agora chegou a hora de apreciá-lo.

Bom, vamos começar pelo começo, com imagens raras do início da trajetória da família Pegoraro no automobilismo.

Aqui vemos o Cezar, ainda um guri, dentro do Jaguar de seu pai, em 1952. Com esse carro, Antônio Pegoraro competiu em provas no Circuito do Parque Farroupilha, Circuito Pedra Redonda, Cavalhada/Vila Nova, Interlagos entre outras praças.


Abaixo mais registros de Antônio Pegoraro e seu Jaguar no período entre 1951 e 54.




Aqui ele já está ao volante de um Simca, durante as primeiras 12 Horas de Porto Alegre em 1962. Antônio correu ao lado de Dante Carlan. A dupla completou a prova na segunda posição na classificação geral.


Pegoraro, o pai, também fez dupla com Aldo Costa no famoso Simca #3, competindo nos 500 km da Pedra Redonda em 1965.



No ano seguinte, acontecia a inauguração do Kartódromo de Tarumã, mais precisamente no dia 22 de Junho de 1966, que abria a oportunidade para novos jovens mostrarem suas habilidades ao volante. Num dos eventos que sucederam a inauguração, em Novembro daquele ano, Antônio, Cezar e Sérgio correriam na mesma prova. Este talvez tenha sido o momento que mudou a vida de Cezar. Ao vencer suas três baterias, ele decidiu que era aquilo que queria fazer. Isso foi o suficiente para nunca mais pensar em outras coisas que não fossem as corridas. Inclusive, ele parou de estudar e começou a trabalhar, unicamente com o intuito de arrumar dinheiro para correr.


Quando não estava no kart, Cezar acompanhava, junto do irmão, o pai nas provas de circuito de rua. Abaixo vemos mais alguns registros daquele período, agora em 1967, na prova 500 km da Pedra Redonda. Antônio participava do "Team Drago", liderado por Wilson Drago, que recentemente apareceu aqui no blog. Na segunda imagem vemos além do clã Pegoraro, o José Luiz de Marchi, Pedro Carneiro Pereira, Alfredo Oliveira, Wilson Drago, Gastão Picolli entre outros.



Aqui vemos um registro de uma vitória de Cezar no kart e logo abaixo a equipe dos Pegoraro, composta (da esquerda para a direita) por Marcelo Rosito, Cezar, Antônio, Gastão Picolli, L. Couto, Sérgio e C. Schneider.


Deixo a continuação dessa história para o próximo post, onde vocês verão a estreia de "Bocão" nos carros, além de muito mais imagens.

Valeu, "Bocão"! Tu trouxeste muita alegria para este espaço.

Fonte das imagens: arquivo Cezar Pegoraro.

Errata (21/11/09 - 18:30): os mais atentos repararam que o carro que aparece nas primeiras imagens, aquele com o qual Antônio Pegoraro competiu na década de 50, era um Citroën Traction Avant e não um Jaguar como eu havia informado. Pegoraro correu sim com um Jaguar, conforme informado pelo próprio "Bocão", mas definitivamente não era esse carro da imagem. Ele mesmo ficou de verificar se há algum registro do Jaguar para dividir com o blog. Agradeço o "puxão de orelhas". Vamos em frente!