Fonte das imagens: revista Auto Esporte e www.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Foi notícia em 1983
Fonte das imagens: revista Auto Esporte e www.
sábado, 26 de janeiro de 2013
1983
E daí vieram as perguntas: como era o automobilismo gaúcho em 1983? Quais eram as categorias? Quem eram os pilotos, preparadores? E de tudo isso, quem foi destaque naquele ano? Com esse tema em mente, acabei encontrando uma matéria do próprio jornal Zero Hora que resumia todas essas respostas ao divulgar a premiação feita pela Associação Brasileira dos Cronistas de Automotor aos destaques do automobilismo gaúcho e brasileiro de 1983. A solenidade aconteceu no auditório da Assembléia Legislativa de Porto Alegre e contou com a presença de pilotos e preparadores das diversas categorias do automobilismo nacional, além de dirigentes, jornalistas especializados e autoridades convidadas.
O troféu Alberto, criação de Roberto Cidade para os destaques gaúchos, foi entregue por categorias. Na Fórmula Ford, João Alfredo Ferreira como piloto e "Neco" Viola como preparador. Na Copa Chevette, Ronaldo Nique, piloto, e Derli "Diko" Stefani, preparador. Na Copa Fiat 147, Paulo Hoerlle, piloto, e Ivan Hoerlle, preparador. Na Hot-Car, Flávio Pilau, piloto, e Romeu Franzoni, preparador. Na Turismo Especial Gaúcho, Antônio Gilberto Ody, piloto, e Marco Antônio Vieira, preparador. Na Turismo 5000, José Renato De Léo, piloto, e Vilmar Azevedo, preparador.
No kart, na categoria Kart Livre, o piloto premiado foi Gustavo Romanello. Serge Buchrieser na Kart Standard e "Duda" Rosa na Quarta Menor. Osvaldo Fagundes foi escolhido o preparador para todas as categorias do kart.
Receberam troféus também os representantes do Rallye. Na Graduados, Paulo Noschang, piloto e Gilberto Schury, navegador. Na Novatos, Luciano Bettio, piloto e Abrão Safro, navegador. Ivan Hoerlle foi escolhido como melhor preparador do Rallye.
Ângelo Scelzo foi escolhido o melhor piloto de Motocross e José Rocha o melhor preparador. Pedro Guzinski foi o piloto destaque na Motovelocidade e Carlos "Nenê" Lobato o melhor preparador.
O clube destaque de 1983 foi a Associação Guaporense de Automobilismo. A Mobil Oil foi a equipe destaque e Volnei Cerqueira - presidente do Clube Porto Alegre de Rallye - ganhou o troféu Alberto como dirigente do ano.
Na premiação em nível nacional, foram entregues os troféus Catharino Andreatta a Leonel Friedrich, melhor piloto da Fórmula 2 e à Dino Di Leone, melhor preparador. João Alfredo Ferreira e "Neco" Viola receberam como melhores piloto e preparador do Brasileiro de Fórmula Ford. Áttila Sipos e Hélio Fukuda foram premiados pela categoria Fórmula Fiat.
Fábio Sotto Mayor ganhou o Troféu Catharino Andreatta como melhor piloto da Stock Car e "Panchito" foi o melhor preparador."Toninho" da Matta e Giuseppe Marinelli foram premiados na categoria Marcas. No Rallye Regularidade, Nelson Carneiro, piloto, e Eduardo Santana, navegador, foram os melhores. No Rallye Velocidade os destaques foram Paulo Lemos, piloto, e Artur César, navegador. A Volkswagen recebeu o prêmio de melhor preparação de Rallye. Eduar Merhy Neto foi o melhor piloto de Kart do Brasil e Geraldo - oficina Araçá - foi o melhor preparador.
Joaquim Cardoso de Mello - na época presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo - foi eleito o melhor dirigente do ano. A melhor entidade ou associação ficou para a Associação de Pilotos de Superkart. A Ipiranga ganhou o prêmio de melhor equipe.
Eu não sabia desse prêmio, nem sabia que existia a Associação Brasileira dos Cronistas de Automotor. Sabem até que ano foi feita essa premiação? Lembro que a revista Auto Esporte tinha o ranking dos pilotos brasileiros, isso acho que foi até os anos 90. Depois, a revista Racing idealizou o troféu Capacete de Ouro, que até hoje premia os melhores do ano, no cômputo nacional.
Voltando a 1983, abaixo algumas imagens de alguns dos premiados naquele ano. Pela ordem aparecem Ronaldo Nique, Paulo Hoerlle, Flávio Pilau, José Renato De Léo, Antônio Gilberto Ody, Leonel Friedrich e João Alfredo Ferreira.
Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique, Paulo Trevisan, Roberto Schmitz, José Renato De Léo, Marcelo Vieira, Pietro Tebaldi e João Alfredo Ferreira. Fotos Vilsom Barbosa.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Há 40 anos
Nas imagens abaixo, aparecem também o Fusca #14 da dupla "Sapinho"/"Janjão" e o #73 dos irmãos Rosemberg.
Fonte das imagens: arquivo Francisco Souza, Luiz Gustavo Tarragô de Oliveira e calendário Mahle - acervo Paulo Trevisan.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Fiat 147 Divisão 3
O Tito gostou tanto que na sequência já vieram mais outros, entre eles, mais dois Fiats em homenagem aos gaúchos "Janjão" Freire (1980) e Paulo Hoerlle (1983). Tá certo que esses aí não eram D3, mas vale a brincadeira.
Ficou ótimo, Tito!
quarta-feira, 18 de maio de 2011
25 anos depois
Grandes figuras!
Fonte das imagens: revista Quatro Rodas e arquivo pessoal.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Baú do Petry
Lembram daquele Fusca Divisão 3 #18 com aquela enorme tomada de ar, que mais parecia de um Fórmula 1 da época? Pois é, era do próprio "Beto". A imagem abaixo é da prova 500 km de Tarumã, disputada no dia 23 de Março de 1974, quando "Beto" correu em dupla com o piloto Antônio Dionizio Luft (ao volante). No registro ainda aparecem o #36 dos irmãos Echel, o #47 do "Janjão" Freire e do "Zaíco", o #73 dos irmãos Rosemberg, o #70 do Vitor Mottin e o Aroldo Bauermann e mais outros dois que não consegui identificar.
Abaixo o registro do Paulo Hoerlle (#19) nos VW, na equipe Avanço HP, tendo ao lado o "Beto" no #18. Dia desses falamos sobre o "Paulinho" nos Passats e aí está a sua estreia com o modelo.
Termino o post de hoje com uma imagem das 12 Horas de Tarumã de 1975, quando o "Beto" e o "Paulinho" formaram a dupla que finalizou em segundo lugar na Classe A (até 2 litros), sendo nono no geral, depois de largar na 29ª posição entre os trinta e cinco inscritos.
Ainda essa semana tem mais do baú do Petry.
Fonte das imagens: arquivo Carlos Alberto Petry.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Hoerlle nos VW
Abaixo dois registros do #99 em 1980 e na sequência o #16 de 81.
Mas aquelas não foram as únicas participações do "Paulinho" num VW. Anos mais tarde, Hoerlle voltou a pilotar um carro da marca, ao dividir com Vitor Castro, o Voyage #12 no Gaúcho de Marcas de 1990.
Fonte das imagens: arquivo Carlos Eugênio, enviado por João Cláudio Muller, Jornal do Comércio - arquivo Luiz Borgmann e jornal Esporte Motor.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Jornada Automobilística Ipiranga
Já imaginaram algo parecido nos dias de hoje, publicado num jornal de grande circulação? Então vamos nos limitar à imaginação, pois algo semelhante está fora de cogitação. Não há interesse da maior parte da mídia, e mesmo se houvesse, há outros tantos assuntos que certamente dão mais retorno do que o automobilismo.
Pois bem, o tal fascículo trazia entre outras, uma imagem de uma Brasília #99, sucesso na categoria Estreantes e Novatos em 1980, nas mãos do piloto Sérgio Artioli da Fonseca, o "Manivela". Sim, para quem não sabia, o preparador - que foi assunto aqui recentemente quando falamos do Flávio Trindade - também já pilotou, iniciando naquela categoria. "Manivela" foi o tema do último Desafio da Semana, acertado pelo rápido no teclado, Paulo Schutz, confirmado também pelo Marcelo Cé e o Heitor.
Conforme mostrado acima, a Estreantes também fazia parte da programação em 1981, mas tenho dúvidas se o "Manivela" correu naquele ano, já que não consta da lista. O mesmo ocorre com o baixinho Antônio Jorge Schilling e com o Ronaldo Nique que também apareciam no fascículo, mas sem constar da lista de inscritos. Talvez o Jornal do Comércio tenha ilustrado os destaques do ano anterior, já que tenho certeza de que Schilling correu no Gaúcho de Stock Cars e Nique na Turismo Especial Gaúcho.
Outras imagens que apareciam era do Fiat 147 do "Janjão" Freire e o Passat do Paulo Hoerlle. Se vocês observarem com atenção, verão que ambos estão calçados com pneus slicks e foi justamente por causa da falta destes que a primeira etapa acabou sendo adiada.
Consta que a categoria dos Fiat utilizaria o pneu Pirelli P7. "Janjão" foi o responsável por testar os slicks no Tarumã, ao longo de 50 voltas. Em sua melhor passagem obteve 1min25s39, quase 3 segundos mais rápido que o recorde da categoria. Entretanto, o que se viu foi um desgaste excessivo do novo composto e, de acordo com os registros, a categoria correu com pneus normais de rua.
Já os Passat testaram o pneu Maggion, nas mãos de Cezar Pegoraro. Estes apresentaram bom desempenho, tanto em tempos quanto em durabilidade, porém, de acordo com o representante da Maggion, Mário Pati, não havia tempo hábil para o fornecimento na etapa de abertura, fazendo com que fossem adiadas todas as provas.
Abaixo os carros que foram destaque no fascículo.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Emerson e o 147 da Glitz
E aí, identificaram os "cabeludos"? Vamos lá: da esquerda para a direita Alfredo Glitz, Walter Soldan, Ivan e Paulo Hoerlle e Frederico Glitz. O próprio Soldan ajudou na identificação.
O registro foi feito em Junho de 1979, quando da visita do Emerson Fittipaldi na revenda Glitz em Porto Alegre.
Pelo que me contou o Soldan, o Emerson era contratado da Fiat e fazia visitas nas concessionárias. Na região de Porto Alegre foi na Sbardecar, Jardim Itália e na Glitz. A Glitz fazia dois carros que participavam dos campeonatos Brasileiro e Gaúcho de 147: o #9 do Paulo Hoerlle e o #10 do Soldan.
Quando da visita do piloto de Fórmula 1, ocorrida num final de semana, o #10 estava à disposição e o Soldan convidou o Bi-Campeão para dar uma voltinha, que aconteceu em plena rua, que se não estou enganado era na Frederico Mentz.
Fui buscar um registro da época e um trecho dizia assim: "de bom grado foi aceito o convite, assumindo Emerson Fittipaldi o volante e Soldan ao seu lado.
De imediato o ex-campeão mundial mostrou seu entusiasmo com o alto rendimento do motor, sua rápida aceleração, esclarecendo Soldan que o preparo havia sido feito pelos técnicos da revenda Gltiz Veículos. E a categoria, técnica e conhecimento de pilotagem de Emerson não deixaram de impressionar o volante gaúcho.
De regresso à concessionária, Emerson manteve longa palestra com Walter Soldan e também com o outro piloto da equipe Glitz Veículos, Paulo Hoerlle, ocasião em que vários itens de preparação e acerto foram discutidos e analisados. E muitas "dicas" do que está sendo usado na Europa, nos Fiats de competição, foram dadas por Emerson, uma vez que o modelo 127 europeu é similar ao nosso 147."
Grande achado...
Valeu, Joel! Valeu, Soldan!
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Saideira
Mas o que eu não esperava era um agradável convite que me foi feito pelo Ivan Hoerlle para comparecer à oficina deles no dia de ontem. Os Hoerlle reuniram todo o time que trabalha tanto na oficina quanto nas corridas, mais alguns amigos para uma confraternização de final de ano.
Chegando lá encontrei a turma e ao fundo descansando o MCR #99, que teve uma atuação brilhante na última 12 Horas de Tarumã, concluindo na segunda posição a menos de uma volta do Tubarão. "Paulinho", Ivan, "Neni" Fornari, Alexandre, até o "Baiano" apareceu. E eu nem sabia que ele já está há uns cinco anos aposentado.
Papo vem, papo vai, e o Ivan pediu a palavra e começou a falar emocionado, agradecendo a todos. Agradeceu até a compreensão dos vizinhos pelos barulhos do dia-a-dia.
Daí o Ivan fez alguns agradecimentos especiais, entre eles um que emocionou muito o próprio e a todos que lá estavam. Ele começou a contar como tudo surgiu, no distante 1969, das dificuldades de montar e tocar a oficina e do apoio incondicional dado pelo outro irmão, Nelson. A Irmãos Hoerlle surgia com o Paulo, o Ivan e o Nelson, que mais tarde acabou seguindo outros rumos em sua vida profissional, mas nunca deixando de acompanhar e apoiar a jornada dos irmãos. Assim o Ivan fez uma bonita homenagem ao "Mestre", como é conhecido. Foi muito bacana. Abaixo aparecem da esquerda para a direita: Paulo, Alexandre, Nelson e Ivan.
Feitos os discursos fomos convidados a saborear um belo churrasco na companhia dos amigos. Fiquei surpreso e muito contente em ver a alegria do Paulo e do Ivan, bem faceiros, falando pelos cotovelos, sempre pegando no pé de um ou outro. Não conhecia esse lado mais descontraído deles. Os Hoerlle, até então, eram para mim apenas seriedade e muito trabalho. Que bom vê-los assim, embriagados na mais pura felicidade e na companhia de amigos. E que bom vê-los reconhecendo aqueles que deram muito de si para que eles estivessem onde estão. O reconhecimento é muito importante e é por isso que não me canso de reconhecer o trabalho deles em prol do automobilismo gaúcho.
A história do #99, ou do Melitta como ficou conhecido por anos, estava quase toda alí. Só faltavam os carros. E mesmo assim não haveria espaço para todos eles, desde o DKW, Corcel, 147, Passat, os carros do Rallye, o Oggi, Uno, Escort, Corsa, Spyder, mais os outros inúmeros preparados por eles.
Me lembro que por anos e anos a equipe do #99 se resumia a esses quatro cidadãos que aparecem aí abaixo: Paulo, Fornari, "Baiano" e Ivan. E que trabalho eles deram em TODAS as categorias que passaram!? E os títulos acumulados!? Demais...
E o "Baiano"? Descobri que ele não é baiano. É de Porto Alegre, mas ficou conhecido assim por causa da cabeça chata do tempo em que era jovem. É uma baita figura. E o que tem de história para contar, não é mole...
Faltou tempo para saber mais sobre as histórias, causos e tudo o mais, mas tenho certeza de que não faltará oportunidade para tal.
Agradeço o convite. Me diverti muito com essa turma pra lá de camarada.
E mais uma vez, Feliz Natal para todos!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Daria um livro
Quem me enviou o registro foi o próprio Alexandre, que vem acompanhando o tio, junto do seu pai, Ivan, desde aquela época. No início dos anos 90 o Alexandre também passou a encarar as pistas, correndo na Copa Fiat de Velocidade e depois de alguns anos retornando à pilotagem à bordo do MCR da equipe.
No ano passado Paulo e Alexandre foram vice campeões no Gaúcho de Endurance e aparecem aí abaixo recebendo o prêmio na festa de encerramento de 2009.
Ambos estarão presentes nas 12 Horas desse ano, alinhando o #99 em busca de mais uma vitória. No ano passado eles chegaram em terceiro.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Tava tudo dando errado, e de repente tudo deu certo....
Vai que é tua, Petry!
"O ano era 1976, eu corria com um Passat 1.500 cc com 78 HP, disputava o título gaúcho com o Fico Barros de Júlio de Castilhos, que corria com um Dodge Polara, de 1800 cc e 93 HP. Em todo o Brasil os Polara reinavam absolutos, aqui no RS as coisas eram diferentes, além de termos ganho várias corridas com os 1.500, a vantagem que os Polara tinham nas retas e retomadas eram compensadas pela maior estabilidade dos Passat, especialmente nas curvas de alta, assim como a um a dois e a nove de Tarumã. A penúltima etapa do Campeonato Gaúcho iria valer também pelo Campeonato Brasileiro, seriam as 12 Horas de Tarumã daquele ano.
Primeira surpresa, um ilustre General, Osiel de Almeida, resolveu reduzir as 12 Horas para 4. O motivo alegado era a economia de combustíveis derivados do petróleo. Assim pensado, assim feito em democrática canetada.
A Volkswagen havia feito uma alteração na taxa de compressão dos motores 1.500, de 7 por 1 para 7,4 por 1, introduzindo um novo pistão nestes motores. Com a participação e empenho da turma do Escritório Regional da VW conseguimos três jogos destes pistões diretamente da fábrica. O Ivan Hoerlle montou dois motores, um para o meu carro o 18 da Avanço HP, e outro para o carro 20 do Aiser Hehn.
Comigo correria o Paulinho Hoerlle e com o Aiser o Toninho Luft. Terça feira da semana da prova 18 horas, saímos eu e o Paulinho rumo à Floripa, com a finalidade de amaciar e avaliar a obra do Ivan. Fizemos POA/Floripa, ida e volta, duas vezes naquela noite/madrugada, e ao final da aventura de amaciar o motor (prática comum na época) estávamos cansados, mas satisfeitos, pois o motor prometia.
Quinta feira, treinos livres, sem novidades. Segunda surpresa, sexta feira chegam os paulistas, com uns poucos Polaras e um batalhão de Passats, todos TS o qual havia sido homologado naquela semana pela CBA. Dessa homologação, nós aqui no RS só tivemos notícias quando os TS paulistas chegaram a Tarumã. Para quem não sabe o Passat TS tinha 1.600 CC e 96 HP. Resultado das tomadas de tempo, estávamos nós e o carro do Aiser em 9º e 10º.
Saí do autódromo e da telefônica de Viamão liguei para casa de um amigo, que era proprietário do único TS que havia em Taquara, pedi o carro dele emprestado para tirar o motor e os “etceteras”, que o diferenciavam de um 1500 para colocar no meu carro. Loucura imaginada, loucura realizada.
Sábado, nove da matina estava eu encostando na oficina do Ivan na Edmundo Bastian, com um TS praticamente zero KM. Foi o tal de desmancha um e “mancha” outro que nem o diabo acredita. À noite chagamos a Tarumã, com um Passat TS. Por falar em diabo, o próprio resolveu dar as caras. Primeiro o meu carro apresentou um pequeno vazamento de óleo do câmbio, que resultava em fumaça, pois pingava sobre a descarga. Mandamos buscar na Gaúcha Car uma “rabeta” de caixa completa e montada. Esclareça-se que assim como a Carro do Povo, a Gaúcha Car, trabalhava em regime de 24 horas. Em seguida o motor do Aiser foi pro espaço, e nós, que fomos para Tarumã com dois carros, estávamos sem nenhum e a corrida não tinha sequer começado.
O Aiser, então foi até a oficina do Ivan e buscou o meu motor 1500 que sobrara, para montar no carro dele. Enquanto isto o Paulinho Hoerlle foi dando uma mãozinha pro Ivan e foi tirar o motor fundido do carro do Aiser. Ao soltar a mangueira inferior do radiador o diabo entrou em ação, a mangueira arrebentou e o Paulinho foi lavado, rosto e braços com água fervendo, foi um quadro muito feio. Atendido e medicado o Paulinho mais parecia uma múmia de macacão, restava a dúvida se ele poderia correr. Pelo sim e pelo não, conversando com outros pilotos ,entre os quais estava o Aroldo Bauermann, perguntei-lhe com quem ia correr e ele me disse que não ia. Chamei ele pra lado e disse: vai buscar teu macacão, capacete, luvas etc, e ele se mandou. Fui à torre e o inscrevi como piloto reserva. Falei isto só para o Ivan, pois a hora da largada estava chegando (03:00 da madrugada) e eu iria largar sem saber quem iria finalizar a prova.
Larguei em 9º. E com menos de 10 voltas, estava em segundo, onde tive uma disputa acirradíssima com um dos maiores pilotos brasileiros que eu conheci, o Atila Sippos, que durou aproximadamente duas horas, ora um ora outro levando vantagem, nós estávamos virando em 1’ 27”, foi então que o Atila foi pro box, para troca de piloto, abastecimento e troca dos pneus dianteiros. Três voltas depois entrei e então vi que quem ia me substituir era o Aroldo. Sai do carro e estava ajudando ele a colocar o cinto, quando ele me lascou a seguinte pergunta: onde se acende os faróis? Gente, o “carinha” não tinha guiado um Passat nem na rua, e o medo tomou conta. Em quatro voltas ele já virava abaixo de 1’29” dando a tranqüilidade que, eu acho por todo o esforço, nós merecíamos. E não deu outra, o Aroldo levou o “TS” até a bandeirada, sem qualquer percalço, e nós fomos os vencedores da primeira corrida de um Passat TS no Brasil.
Para finalizar, algumas considerações sobre a prova. Fosse o Paulinho Hoerlle e não o Aroldo, com certeza teríamos vencido da mesma forma. Mas o certo é que se não fosse o Ivan Hoerlle, nada teríamos conseguido. O Aiser e o Toninho Luft, com o meu motor de 1500 cc ficaram em quarto lugar. O motor do Aiser que fundiu não foi amaciado. Na troca de pilotos, ganhamos um substancial tempo, pois não trocamos os pneus dianteiros como foi feito no carro do Atila. Pelo Campeonato Gaúcho eu me sagrei campeão e o Aiser vice, sendo em 1976 o único título nacional não conquistado por um Dodge Polara e também foi o primeiro título conquistado pelo preparador Ivan Hoerlle. Finalmente o Aroldo Bauermann é um dos pilotos mais versáteis com quem eu convivi nas pistas. E ainda, o amigo que me emprestou o TS chama-se Rubem Behs. Comprei um TS zero direto da fábrica e entreguei a ele e fiquei com o “desmanchado”.
Não preciso dizer mais nada. Sensacional o relato, Petry! Muito obrigado por dividir conosco essa tua aventura.
Fonte da imagem: revista Quatro Rodas.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
12 Horas de Goiânia - 1983
Valeu, Renato!
Fonte da imagem: arquivo Renato Pastro - revista Auto Esporte.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A volta do Fiat da Glitz
O responsável pelo projeto é o piloto Mauro Weck, sobrinho dos donos da antiga revenda Glitz. A preparação do carro ficou a cargo daqueles que o fizeram há exatos 30 anos, os irmãos Paulo e Ivan Hoerlle. Paulo pilotava o #9 e Walter Soldan o #10.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Time campeão
Em 1990, Fornari continuaria participando do Gaúcho e Brasileiro de Marcas. No Gaúcho com "Paulinho", ainda utilizando o Escort e no Brasileiro ainda na Rinaldi Racing, tendo como parceiro o João Campos. Também naquele ano a Copa Fiat de Velocidade estreava no estado. Paulo Hoerlle tratou de preparar um carro e nas primeiras provas competiu sozinho, mas não demorou muito para a parceria Hoerlle - Fornari ser reativada. Para os adversários isso era sinônimo de encrencas. E das grossas.
Não deu outra, o time Fornari + Hoerlles + 99 + Baiano + Melitta faturou o título da Copa Fiat de 1991. Para não deixar dúvidas do potencial daquela parceria que se tornaria histórica, o título de 92 também foi arrebatado. Isso não quer dizer que houve moleza. Pelo contrário. Os adversários eram muito fortes. Nomes como Clóvis Groch, João Campos, Normo e Luiz Chies, Paulo Arias, Eduardo Fagundes e por aí vai, disputavam palmo a palmo cada curva dos circuitos de Tarumã e Guaporé. O time trabalhava muito e isso minimizava as chances de erros. Me lembro em algumas provas naqueles anos, principalmente em Guaporé, quando ficávamos até mais tarde no autódromo, sempre via o "Paulinho", no meio da noite, testando os freios ou algum outro componente na parte de trás dos boxes, enquanto que a maioria das equipes já estava no hotel ou no restaurante. Abaixo três imagens de 1990, 91 e 92.
Ainda em 1991 ocorreu um fato engraçado na carreira de Antônio Fornari. Com as atenções voltadas para a Copa Fiat, a equipe não participou do Gaúcho de Marcas, mas seu irmão, Carlos Alberto, o "Neco" dividia o volante de um Voyage com Carlos Tavares, piloto que fora bi-campeão naquela categoria, anos depois. "Neco", que durante toda sua carreira sempre esteve envolvido com o kart, não poderia participar de uma prova em Tarumã, pois estaria acompanhando alguns pilotos no Campeonato Brasileiro de Kart. Assim, o irmão mais velho assumiu o comando do Voyage #17. E não é que eles venceram aquela prova? Até hoje o piloto "tira um sarro" do irmão mais novo por esse fato.
Para 1993, além de continuar na Copa Fiat, os irmãos Fornari decidiram formar uma dupla no Gaúcho de Marcas com o Escort #35. Era a primeira vez que eles faziam um campeonato inteiro juntos. Em oportunidades anteriores já haviam competido, mas em provas esporádicas como 500 km e 6 Horas, por exemplo.
Nos anos seguintes, participando do Gaúcho de Marcas, conquistou mais três títulos, em 1994, 96 e 98. Também participou na Copa Fiat e na Copa Corsa, que estreou em 1995.
Em 1998 enfrentou uma maratona nas 12 Horas de Tarumã, competindo com um Aldee Spyder em parceria com o irmão "Neco" e Cláudio Ricci. Eles conseguiram o segundo lugar na classificação geral. Além disso, Fornari competiu com o filho Luciano, a bordo de um Voyage (imagem abaixo)da classe Turismo.A partir daquele ano, os protótipos começaram a fazer parte da rotina da dupla Hoerlle/Fornari, tendo eles participado de competições como Gaúcho de Endurance, Brascar, 12 Horas de Tarumã, etc. Em 2002 a dupla e os pilotos Vitor Hugo Ribeiro de Castro e Rafael Mocelin, pilotando um MCR, conquistaram o segundo lugar na geral e a vitória na Classe B. O troféu Fita Azul batia na trave por detalhes e não demorou muito para o tão sonhado dia chegar.
Foi em 2002, contando ainda com a participação dos irmãos Luis Alberto e Vitor Hugo Castro, Hoerlle e Fornari venceram as 12 Horas de Tarumã na classificação geral, deixando para trás 45 carros. 40 anos antes, o pai de Antônio Fornari, Breno, realizara o mesmo feito, vencendo as primeiras 12 Horas de Porto Alegre com um Simca, em dupla com Afonso Hoch. A vitória em 2002 talvez tenha sido um dos momentos mais emocionantes da carreira de Fornari. De lá para cá, o piloto tem participado basicamente das 12 Horas de Tarumã.
E em 2008? Será que a dupla Hoerlle/Fornari estará mais uma vez reunida para levar o #99 a mais uma vitória? Suspeito que essa seja a última participação de Hoerlle nas pistas. Não sei quanto ao Fornari. Tomara que eu esteja errado.
Agradeço a atenção do "Neni" para ajudar a registrar essas histórias aqui. Sem ele, seria muito difícil conseguir essas imagens tão boas que ajudaram a preservar um trecho muito especial da memória do automobilismo gaúcho.
Valeu, "Neni"!
Fonte das imagens: arquivo Antônio Fornari, jornal Zero Hora, site Inema e arquivo pessoal.