terça-feira, 29 de abril de 2008

A turma da polenta

Olha aí mais uma imagem reunindo boa parte dos "opaleiros" do campeonato de 1990. Alguém consegue reconhecer quem é quem? Cliquem na imagem para ampliar.


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Navegando pela web...

...encontrei uma matéria falando sobre o piloto paulista (e hoje chefe de equipe) Dárcio Dos Santos. Ele contava como aconteceu o primeiro encontro entre brasileiros e argentinos para medir forças no que mais tarde daria início à Fórmula 2 Codasur. Achei interessante e foi a primeira vez que ví a lista de todos os pioneiros pilotos que competiram naquela prova experimental, realizada em Tarumã, em 1982.

Era mais ou menos assim:

"A Fórmula 3 Sul-Americana, nascida em 1987, filha da Fórmula 2 Codasur que realizou seu primeiro campeonato em 1983, está a ponto de completar 21 anos, e serão 25 ininterruptos de automobilismo de monopostos na América do Sul. A história destas duas especialidades, sem dúvidas pioneiras no Mercosul, demonstra o espírito integrador que tem. Apesar das dificuldades encontradas para concretizar o projeto, conseguiram encontrar a força necessária para superar discussões que levaram a rupturas temporárias, e contínuos problemas econômicos que os países do cone sul tiveram neste último quarto de século. Tudo começou quando em 17 de outubro de 1982 foi disputado diante de mais de 30.000 espectadores, no autódromo de Tarumã, localizado na cidade de Viamão, próximo de Porto Alegre, foi realizada uma corrida teste entre a Fórmula 2 Brasileira e sua homônima Argentina. Daqueles que tornaram possível o empreendimento: dirigentes, pilotos e também jornalistas, muito poucos continuam ligados ao melhor do automobilismo de monoposto da América do Sul. Entre os 23 pilotos que tomaram parte desta corrida inaugural haviam 13 brasileiros: (Pedro Mufatto, Francisco Feoli, Dárcio Dos Santos, Ronaldo Ely, Mauro Fauza, Leonel Friedrich, Cézar Pegoraro, Aroldo Bauermann, Álvaro Buzaid, Osvaldo Santos, Artur Bragantini, Victor Marrese e Josué de Mello Pimenta), 7 argentinos (Miguel Angel Guerra que ganhou a corrida com um Berta-Renault, Guillermo Kissling, Juan Fangio II, Alberto Scarazzini, Guillermo Maldonado, Ruben Di Palma e Gustavo Sommi), 2 uruguaios (Pedro Passadore e Egon Einoder) e um chileno (Sérgio Santander). Desta lista somente um continua na Fórmula 3 Sulamericana, nos referimos a Dárcio Dos Santos, que com somente 23 anos correu em Tarumã a bordo de um Heve-Passat. Dárcio foi 16º nos treinos de classificação, onde o mais veloz foi Alberto Scarazzini. Na corrida o paulista terminou na 8ª posição. Hoje, Dárcio Dos Santos, para os amigos "Cabeção" com 48 anos de idade, continua, agora como dono de uma equipe, lutando juntamente com outros brasileiros em busca de manter a melhor categoria de monoposto da América do Sul, e única que consegue catapultar pilotos para Fórmula 1, Champ Car e IRL, sem dúvidas as três mais importantes categorias de monopostos do mundo. Lamentavelmente nos últimos anos apesar dos motores serem fabricados pelo argentino Oreste Berta, o mesmo que no passado provia a categoria com chassis, a mesma ainda não conseguiu se recuperar na Argentina, Brasil, Chile e outros países onde se disputaram corridas, embora sempre revele pilotos e por vezes algumas equipes."

Como também disse o Juan Maria Traverso em seu site, aquela primeira corrida de 1982, organizada por visionários como Miguel De Guidi e Pedro Muffato, germinou uma semente que com o tempo se transformou na Fórmula 3 Sulamericana, verdadeiro celeiro de grandes nomes do automobilismo mundial desde 1987.

Para acompanhar esse registro fui buscar algumas imagens da antiga. De 1982 não tenho nada, mas a partir de 83 começam a aparecer algumas coisas.

Na sequência: "Chico" Feoli em Tarumã, 83, depois uma prova da Fórmula 2 provavelmente em Mar del Plata na Argentina, em 84. Mais abaixo um dos pioneiros e criadores da categoria, Pedro Mufatto. Depois uma cena inesquecível: Guillermo Maldonado consolando Leonel Friedrich no pódio em Tarumã, 85, após o gaúcho perder a prova na última volta, quando foi atrapalhado por um retardatário. Encerrando com dois argentinos "casca grossas": Miguel Angel Guerra da equipe UFO e Guillermo Kissling da JPS, ambos em 86.

Fonte das informações: Cronospeed.com.br
Fonte das imagens: Revista Quatro Rodas, Revista Auto Esporte, Revista Corsa

domingo, 27 de abril de 2008

Novidade no Blog

Demorou um pouquinho, mas até que enfim achei um tempo para organizar a casa e facilitar a busca por informações aqui no Blog. Coloquei uma coluna com os Marcadores (vejam abaixo), onde agora é possível identificar o que já foi publicado por aqui. Por exemplo: quando se clica em 12 Horas, vocês vão encontrar todos aqueles posts que foram dedicados a contar alguma história da prova ou mostrar imagens específicas sobre ela. Há ainda os Marcadores que trazem alguns pilotos que já tiveram alguma história contada por aqui e também as várias categorias que fizeram e ainda fazem a história do automobilismo gaúcho.

Espero que ajude. Aproveitem!

Subindo a serra

Opalas, Serra Gaúcha, Guaporé.

Tudo isso tinha muito a ver durante o final dos anos 80 e início dos 90. A categoria Opala 4 cilindros era um sucesso, muito disputada, com grids consideráveis. Boa parte dos pilotos eram oriundos da serra gaúcha, de cidades como Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, São Marcos, Flores da Cunha e Garibaldi, só para citar algumas. Como diria o "Radicci", os "Opalon" eram movidos a Moscato.

Quando todos se reuniam em Guaporé, era como se estivem correndo no quintal de casa. As disputas eram incríveis e quem sempre saia ganhando era o público que se reunia quase em sua maioria na curva do Radiador.

Essa categoria deixou saudades. E para lembrar um pouco, seguem aí mais algumas imagens, cortesia do Fernando, que durante muito tempo acompanhou os irmãos Heinen, em suas aventuras pelo automobilismo gaúcho.

Na sequência: os quatro carros preparados pelo Carlos Abreu, de Caxias do Sul: o #75, do próprio piloto-preparador, o #13 do Nelson Bazzo e os irmãos Heinen nos #44 e #45. Mais abaixo os Opalões na volta de apresentação, em Guaporé e depois o pessoal descendo a longa reta do autódromo serrano. Vejam que belas imagens do Herberto Heinen #44 e do Darci Marini #11, lado a lado chegando próximo da curva 1.

Ao falar do Nelson Bazzo, lembrei que ele se dirigia para as corridas com um velho Dodge (acho que era um Charger), levando atrás o Opala sobre uma carreta e atrás da carreta ainda vinha um pequeno reboque com mais um monte de tralha. Manobrar aquele "trem" não devia ser nada fácil...

sábado, 26 de abril de 2008

Desafio da Semana

Alguém pode explicar por que o nome da Jardim Itália estava nesse carro da Metropolitana?


Mãos à obra!

Ronaldo Nique

O Desafio da semana passada não foi muito difícil. Mesmo assim o pessoal que por aqui passou não deixou por menos e deu uma aula sobre a máquina que o Ronaldo Nique estava pilotando. Muito legal.

Não encontrei muitas informações sobre esse grande piloto das duas e das quatro rodas, mas o que encontrei é suficiente para perceber que ele brilhou por onde passou.

Ronaldo começou nas motos e foi campeão gaúcho em 1975, 76, 79 e 84, tendo ainda um sétimo lugar em uma prova internacional em Interlagos. A imagem que publiquei na semana passada é de 84, na categoria Fórmula 400. A moto da equipe Flag Metagal era preparada pelo "Nenê" Lobato e o piloto travou disputas com outros pilotos como Pedro Guzinski, David Hilgert e Nelson Stefani.

Minha maior lembrança do Ronaldo Nique vem dos carros, mais precisamente no Gaúcho de Marcas em 1994, durante uma etapa em Tarumã. Chovia muito naquele Domingo. Havia cerca de uns 30 carros no grid. Entre eles o Chevette branco #19 da dupla Ladmir Fronza e Ronaldo Nique. A prova era dividida em duas baterias. Foi dada a largada e o com exceção do líder ninguém enxergava nada. Me lembro inclusive que um ou outro carro desistiram da prova pois tiveram problemas com os limpadores dos para brisas. No meio de toda essa confusão o Chevette branco começou a se destacar, subindo a reta quase sempre próximo ao muro, longe do tráfego e ganhando mais visibilidade. Num determinado momento da prova ele chegou a ultrapassar uns três carros de uma só vez e mesmo chegando muito forte na Curva 1, mostrava tranquilidade e pouco a pouco ganhava posições debaixo daquele aguaceiro. Não me lembro exatamente a posição ao final, mas isso não importa. Aquele show já havia valido o Domingo.

A experiência com o Chevette não era novidade para o piloto. Muito antes, em 1980, foi campeão com este mesmo modelo, da categoria Estreantes e Novatos. Em 82 conquistou o título gaúcho da Copa Chevette por antecipação. Um novo título viria na mesma categoria, agora em 83. Como resultado dessas excelentes atuações, Nique recebeu da Associação Brasileira dos Cronistas de Automotor (ABCA), o "Troféu Destaque".

Em 1985 ingressou no Regional de Turismo tendo João Carlos Garavello de Oliveira como dupla, piloto esse que o acompanhou em boa parte de sua carreira nas categorias turismo. O carro que tinha como patrocinadores a Trans-Aço e Pace Car, era zero quilômetro e contou com a preparação do "Manivela".

Ainda hoje é possível ver o piloto em provas como as 12 Horas de Tarumã. Na última edição ele andava pelos boxes com um braço enfaixado, mas depois descobrí que ele estava pilotando o Chevette #55 em parceria do mesmo Garavello e do Wagner dos Santos.

Abaixo algumas poucas imagens que encontrei.

Na sequência: em 84 na Fórmula 400. Depois em 85 ao lado de Garavello. Encerrando com uma de 2004 nos preparativos para a largada de mais uma 12 Horas de Tarumã.

O próprio Nique já passou aqui pelo Blog. Vou tentar falar com ele para publicar mais algumas imagens e contar mais algumas histórias que com certeza ele deve ter muitas.

Fonte das imagens: Jornal Esporte Motor e arquivo pessoal.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Copanaciones em imagens

Não tem sobrado muito tempo nesses últimos dias, por isso o Blog não está muito atualizado, mas vamos lá.

Antes de continuar, lembro que para votar na enquete sobre os patrocinadores mais lembrados, é preciso clicar em uma das várias opções que estão na coluna da direita. Dê a sua opinião e colabore com a pesquisa!

Bom, não tinha concluído as imagem do Superturismo que passou por Tarumã, em 1997, então vamos lá, agora com os alemães da Opel que aqui, obviamente, traziam a marca da Chevrolet. Estes carros dominaram a corrida nas mãos, principalmente do brasileiro Flávio "Nonô" Figueiredo e do argentino Javier Balzano. Vejam abaixo algumas imagens desses belos carros.
Na sequência: O #16 de Javier Balzano que foi o segundo colocado. Depois um detalhe do enorme disco de freio e das duas pinças responsáveis por parar o foguete. Mais abaixo o carro vencedor, #17, de "Nonô" Figueiredo. Depois o #25 do argentino Miguel Angel Guerra - que passou inclusive pela Fórmula 1 no início dos anos 80 - outro antigo rival dos brasileiros na Fórmula 2 Sudam. Encerrando com o #26 do também argentino Daniel Marrocchi e o detalhe do motor da barata.

Acho que consegui mostrar e lembrar de todos os carros que participaram daquela prova que, para mim, foi inesquecível.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Blog na TV

Seguinte pessoal: para quem quiser saber um pouco mais sobre a história do Blog do Sanco e também ver algumas imagens que ajudam a contar a história do automobilismo gaúcho, assistam na próxima Sexta, dia 25, o PROGRAMA POA TARDE na POA TV, Canal 6 da NET, que tem como um dos apresentadores o meu amigo Arlindo Schunck Filho.

O programa é uma revista eletrônica, que trata de todos os assuntos que dizem respeito à Porto Alegre, principalmente. Ele vai ao ar das 12:00 às 13:00 de Segunda à Sexta.

Também é possível assistí-lo pela internet acessando http://www.canalcomunitario.com.br/ e clicando no link "Ao Vivo".

Eu apareço no terceiro bloco.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Enquete no ar

Quantas vezes uma marca ou empresa ficou conhecida do público através do patrocínio a um piloto ou equipe no automobilismo? São inúmeros os casos de sucesso obtidos com esse canal de comunicação. Pois a segunda enquete aqui do Blog traz a seguinte pergunta: Qual a empresa ou marca que mais teve seu nome associado ao automobilismo gaúcho, considerando a partir da década de 70 até o presente momento?

Listei algumas que mais se repetiram durante uma pesquisa aos meus arquivos e vamos ver qual a opinião dos blogueiros que por aqui passam. É claro que vocês devem lembrar de mais algumas, mas para começo de conversa, a lista já está de bom tamanho. Para votar é só clicar ao lado do nome escolhido.

Em dois meses sai o vencedor.

sábado, 19 de abril de 2008

Desafio da Semana

O Desafio extra, proposto no meio da semana tinha a seguinte resposta: Evaldo Quadrado e Fábio Bertolucci, que corriam no Voyage #17, o saudoso preparador Dino Di Leoni, o popular "Careca", e João Campos e Antônio Miguel Fornari, que corriam no Voyage #5, todos integrantes da Rinaldi Racing que participou do Campeonato Brasileiro de Marcas entre os anos de 1989 a 1991. O Paulo Schutz acertou quase todos. O autódromo é Jacarépagua e o ano é 1991.

Vamos agora ao Desafio da Semana, que traz as motocas de volta ao Blog.

A missão do blogueiros é a mesma de sempre: piloto, categoria, ano.

Mãos à obra! E bom feriadão...

Carlinhos de Andrade

Olhem só o que o Né, lá da própria MC Competições me enviou. Um resumo da carreira do Carlinhos.

1979: ESTREANTES COM 2 VITÓRIAS (CORCEL I)
1980: CATEGORIA T.E.G, 3° LUGAR
1981: CATEGORIA T.E.G, 3° LUGAR
1982: VICE CAMPEÃO DA COPA CHEVETTE
1983: VICE CAMPEÃO DA COPA CHEVETTE
1984: VICE CAMPEÃO GAÚCHO DE MARCAS (CHEVETTE)
1985: CAMPEONATO REGIONAL DE TURISMO, 5° LUGAR (CHEVETTE)
1986: VICE CAMPEÃO DO CAMPEONATO REGIONAL DE TURISMO (CHEVETTE)
1987: VICE CAMPEÃO DO CAMPEONATO REGIONAL DE TURISMO (CHEVETTE)
1988: VICE CAMPEÃO DO CAMPEONATO REGIONAL DE TURISMO (CHEVETTE)
1989: CAMPEONATO REGIONAL DE TURISMO, 4° LUGAR (CHEVETTE)
1990: VICE CAMPEÃO GAÚCHO DE MARCAS (CHEVETTE)
1991: GAÚCHO DE OPALAS, 3° LUGAR
1992: CAMPEÃO 12 HORAS DE GUAPORÉ (OPALA)
1993: CAMPEÃO GAÚCHO DE OPALAS
1994: COPA CORSA
1995: COPA CORSA
1996: ESTRÉIA DO TUBARÃO I COM VITÓRIA NOS 500 KM DE TARUMÃ
1997: CAMPEÃO GAÚCHO FORÇA LIVRE (TUBARÃO I)
1998: CAMPEÃO GAÚCHO ENDURANCE CAT: A (TUBARÃO II)
1999: CAMPEÃO GAÚCHO ENDURANCE CAT: A (TUBARÃO II)
2000: CAMPEÃO DAS 6 HORAS DE GUAPORÉ (TUBARÃO III)
2001: CAMPEÃO GAÚCHO ENDURANCE “A” (TUBARÃO IV)
2002: CAMPEÃO BRASILEIRO BRASCAR (TUBARÃO V)
2003: VICE CAMPEÃO GAÚCHO DE ENDURANCE (TUBARÃO V)
2004: VICE CAMPEÃO GAÚCHO DE ENDURANCE (TUBARÃO VI)
2005: CAMPEÃO SERRANO DE ENDURANCE (TUBARÃO VI)
2006: CAMPEÃO GAÚCHO DE ENDURANCE “A” (TUBARÃO VII)
2007: CAMPEÃO GAÚCHO ENDURANCE “A” (TUBARÃO VII)

Agora mais imagens.



Na sequência: Carlinhos em 1991, estreando na categoria Opalas. Depois em 1992 e no mesmo ano, quando venceu as 12 Horas de Guaporé junto com Victor Steyer e Paulo Bergamaschi. Mais abaixo em 1993 quando obteve seu primeiro título na categoria Opala tendo com dupla o piloto Victor Steyer. Em 1994, Carlinhos foi um dos pilotos convidados a participar da Copa Corsa, competição que reuniu boa parte dos melhores pilotos gaúchos daquela época. Na imagem seguinte, uma curiosidade: uma das poucas vezes (talvez a única) em que o carro de Carlinhos correu com um número diferente do #5, no caso, o #6, durante uma prova do Torneio de Verão de 1995. Em 1996 é dado o início à "Era Tubarão" e as imagens do primeiro carro são da prova 500 Km de Tarumã, na qual o protótipo fez sua estréia vencendo com os pilotos Carlinhos de Andrade e Vicente Daudt. Depois mais algumas do Tubarão em algumas de suas evoluções. A última imagem é do novo carro que poderá ser visto neste final de semana em Tarumã, durante a abertura dos campeonatos Brasileiro e Gaúcho de Endurance.
Fonte das imagens: arquivo pessoal, MC Competições, Jornal Zero Hora, Jornal Pit Stop, Jornal Esporte Motor.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Construindo Sonhos

Como disse, ao publicar na semana passada a imagem do Corcel I amarelo, fazia muito tempo que estava querendo homenagear aquele piloto. Não foi muito difícil de descobrir que o piloto era o João Carlos de Andrade, o "Carlinhos", figura simpática e batalhadora que neste ano completa nada mais nada menos do que 29 anos de automobilismo.

Durante uma rápida pesquisa, encontrei no livro "12 Horas", dos amigos Paulo Torino e Paulo Lava, uma bela entrevista com o piloto da MC Competições que reproduzo abaixo. O título do texto era "Construindo Sonhos".

"A paixão de Carlinhos de Andrade pelo automobilismo nasceu quando ele ainda era criança. Revirando algumas fotos de seu pai, de quem herdou o nome e a profissão de mecânico, viu um carro de corrida: era a carretera de Oscar Bay, de Caxias do Sul. O pai de Carlinhos integrava a equipe que trabalhava na preparação deste carro, o que colaborou para aumentar ainda mais essa paixão.

Sonhador, o preparador e piloto nascido em Campo Bom (RS) queria ter uma equipe de competição e fazer tudo com perfeição. Após a morte do pai, Carlinhos casou-se. A família tornou-se a base de seu sonho. Uma equipe dentro e fora das pistas que coloca o esporte em primeiro lugar. O piloto sempre acreditou que o esporte traz disciplina, motivação, caráter e educação.

Em 1979, sem ter dinheiro, mas motivado por amigos, Carlinhos comprou um Corcel I, ano 1969, fabricado pela Equipe Bino de São Paulo. Com este carro entrou na categoria Estreantes. Passada a primeira fase no automobilismo, participou até 1981 das provas do Turismo Especial Gaúcho (TEG). Foi onde conheceu outros pilotos, e juntos, deram início à categoria Chevette em 1982. No ano seguinte, foi dada a largada do melhor campeonato que Carlinhos diz ter corrido, o Campeonato Regional de Marcas, do qual participou até 1990. O evento seria denominado, dois anos depois, de Campeonato Regional de Turismo, tendo como idealizadores os pilotos Antônio Gilberto e Victor Steyer, além do publicitário Luiz Carlos Becker.

A partir de 1991, Carlinhos passou a integrar o grupo de pilotos do Campeonato Gaúcho de Opalas, onde ficou até 1994.

Em 1995, a equipe recebe um novo desafio. Procurada por um grupo de engenheiros ligados a Petrobrás, os colaboradores do piloto de Campo Bom são convidados a participar de um projeto de parceria tecnológica para desenvolvimento de gasolina Top de linha. Para isto, teria que participar de um campeonato onde o combustível fosse livre. Começa então, a era Tubarão. Um protótipo que, além de atender às necessidades impostas pelo projeto, caiu no gosto dos apreciadores do automobilismo. O Tubarão I foi o primeiro protótipo com injeção eletrônica programável do Brasil, derivado de um Opala. Depois vieram as evoluções, todas com chassis tubulares nos projetos II, III, IV, V e VI; com uma proposta de motor na frente e tração traseira. Somente o Tubarão VII viria a apresentar uma concepção diferente com toda a mecânica na traseira e motor turbo.

Para a alegria da equipe, hoje os carros encontram-se expostos no Museu do Automobilismo Brasileiro, de Passo Fundo (RS). A marca Tubarão está eternizada graças à sensibilidade de Paulo Trevisan, "proprietário do museu", que é um apaixonado por automobilismo como Carlinhos, que não se cansa de afirmar:

"O automobilismo só me trouxe alegrias. Através dele conquistei amigos e aprendizado. Sou uma pessoa feliz por ter uma equipe que sempre sonhei. Amo todas as pessoas que me rodeiam, porque elas me incentivam."

Muito apropriado para essa homenagem.

Carlinhos correu de 1979 a 1981 com o Corcel I, que fora do Ervino Einsfeld. Depois, junto com com os pilotos Luiz Carlos Kuenzer ("Chico Bala"), João Batista Sant"Anna, Ronaldo Nique e André Kliper, criou a Copa Chevette. Com esse modelo correu até 1990. No ano seguinte migrou para a categoria Opala, onde obteve seu primeiro título de Campeão em 1993. Também com um Corsa participou dos campeonatos de 1994 e 95. Em 96 iniciaria a era do Tubarão e junto com ela uma série de títulos nos campeoantos de Endurance.

Conforme manda a tradição aqui no Blog, fiquem agora com uma sequência de imagens que ajudam a contar mais um pouco da carreira desse grande piloto.

Na sequência: Carlinhos de Andrade e Ruben Di Palma, um dos maiores pilotos que a Argentina já teve, durante uma etapa da Fórmula 2 em Tarumã, 1982. Depois uma sequência dos Chevettes (1984 a 1990) com os quais o piloto correu ao longo de suas participações na Copa Itali, no Regional de Turismo e no Gaúcho de Marcas. Infelizmente não consegui nenhuma imagem dos Chevettes da Copa Chevette. Durante esse período, Carlinhos fez dupla com os pilotos Francisco Feoli, Roque Bruxel, Victor Steyer, João Alfredo Ferreira e Vitor Hugo Ribeiro de Castro.

Amanhã mais informações e imagens da carreira do Carlinhos de Andrade.

Fonte das imagens: arquivo Paulo Trevisan, arquivo pessoal e Jornal Esporte Motor.

QUADRO DE HONRA DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE RALLYE DE REGULARIDADE

Dando uma olhada no que há de novo no site do Clube Porto Alegre de Rallye encontrei uma sequência de imagens com todos os campeões brasileiros da modalidade. Quando tiverem um tempo, vale a pena visitar o site do CPR.

É possível ver imagens como essa da dupla CHRISTIANO RODOLFO NYGAARD/NERI CARLOS REOLON, campeões em 1988 com um Gol da Equipe Ipiranga/Gaúcha Car. Muito legal.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Desafio extra

O Blog não está rendendo muito nesta semana, portanto, para que o pessoal não fique sem diversão, aí vai um Desafio extra como lição de casa.


Um dos pilotos foi tema de recente homenagem, portanto esse é fácil. Há mais três pilotos na imagem e entre eles um preparador que deixou saudades e boas lembranças entre todos os amantes da velocidade aqui no sul. Além disso, fica como tarefa descobrir que pista é essa e se souberem o ano, melhor ainda.

Mãos à obra.

Quatro canecos

Segue aí mais uma imagem dos Opalas 4 cilindros, durante a volta de apresentação de uma etapa em Tarumã, em 1990.

Esses carros são apenas a metade do grid. A categoria Opala naquele período era muito forte, sendo a maioria dos pilotos provenientes da serra gaúcha. Na imagem aparecem Eduardo Heinen, Nelson Bazzo, Carlos Machado, Eduardo de Freitas, Darci Benini, Carlos Abreu, Luiz Lazzari, Sérgio Pereira, José Valentini, Paulo Bortolatto e Alexandro Cioato.

Em breve mais Opalas aqui no Blog.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

147 / 2 = 73,5

Na matemática o resultado é esse, mas na prática a divisão ao meio de um Fiat 147 foi um dos acidentes mais incríveis e assustadores da história do automobilismo gaúcho e por que não dizer brasileiro.

Conforme já tinha comentado, o protagonista deste episódio foi Evaldo Rui Quadrado e tal feito se deu no dia 07/11/1981, um Sábado, quando dos treinos classificatórios para a prova do dia seguinte que seria a primeira etapa do Campeonato Brasileiro Novotel de Fiat 147 daquele ano. Especificamente naquele ano, o campeonato nacional foi disputado em três etapas, no final do ano, após a conclusão dos campeonatos regionais. Além de Tarumã, Jacarépagua e Interlagos também viram as disputas dos Fiats.

Em Tarumã, 27 carros estavam inscritos e pilotos como os gaúchos Janjão Freire, Renato Conill, Antônio Fornari, além dos paulistas Áttila Sipos, Alexandre Negrão, Luis Paternostro entre tantos outros marcavam presença na pista gaúcha.

Pois na tarde de Sábado os pilotos buscavam o melhor tempo e Evaldo Quadrado era o terceiro mais rápido quando ao fechar mais uma volta, chegou muito rápido na curva 1, auxiliado pelo vácuo do piloto Luis Paternostro. No meio da curva, após perder o vácuo, o carro #15 ameaçou rodar. Na correção o carro "enveredou" em direção ao lago, na parte interna do circuito. Nova correção, porém desta vez o carro foi em direção ao guard-rail na parte externa, deslizando sobre o mesmo até bater em uma lâmina mais alta que acabou por cortar o Fiat de Quadrado ao meio.

A parte dianteira com o motor caiu no barranco para fora da pista. A parte traseira ficou sobre a pista. Entre os destroços e tubos dobrados do Santo Antônio estava o piloto, consciente, que foi imediatamente socorrido e levado ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

Evaldo Quadrado sofreu fratura dupla na perna esquerda, luxação e pequeno dano no ligamento da perna direita e fissura na clavícula esquerda além de ter mordido profundamente a língua. Os médicos do Hospital de Pronto Socorro decidiram, apenas por segurança, operá-lo a fim de verificar se não existia nenhuma hemorragia interna, nada de anormal sendo constatado. Esta foi a razão para os 16 pontos que tomou na barriga.

Quadrado chegou a pensar em abandonar as pistas devido ao grande susto, mas para a sorte dos amantes do automobilismo, até hoje é possível ver o "Professor" na ativa, seja como piloto ou mesmo como instrutor de pilotagem no autódromo de Tarumã.


Acima, algumas imagens do que sobrou do Fiat 147 de Quadrado e outra do piloto durante a recuperação no hospital.

Fonte das imagens: Anuário Fiat