[Cipriano Dourado]

[Cipriano Dourado]
[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]
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segunda-feira, 15 de abril de 2024

[3396.] PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXXXI

 PRESOS POR MOTIVOS POLÍTICOS: DA DITADURA MILITAR AO INÍCIO DO ESTADO NOVO || CCLXXXI *

01682. Raul da Costa Rodrigues Lage [1933]

[«Portugal». Lisboa, c. 1915. Serralheiro. Filiação: Justina da Costa, Domingos Lage. Solteiro. Residência: Rua dos Heróis de Quionga, 52 - Lisboa. Encontrava-se, em fevereiro de 1933, fugido à Polícia, acusado de pertencer ao Comité Regional de Lisboa do Partido Comunista. Preso em 11/04/1933, por ser o filiado 160 das Juventudes Comunistas, integrando a Célula 16. Por proposta do médico do Aljube, passou, em 10/11/1933, para a enfermaria da Cadeia do Limoeiro. Regressou ao Aljube em 05/12/1933 e, em 29/12/1933, seguiu para os calabouços da 1.ª esquadra por se «não comportar com a correção devida». Julgado pelo TME em 22/02/1934. Transferido, em 20/03/1934, do Aljube para Peniche, de onde foi libertado em 21/04/1934.]

01683. Cândido Paulo Mineiro [1933]

[Abrantes, c. 1903. Fundidor. Filiação: Florinda Ferreira Manana, Paulo Alves Mineiro. Casado. Residência: Tramagal - Abrantes. Preso em Abrantes em 13/04/1933, por integrar uma célula do Partido Comunista no Tramagal, e enviado para Lisboa em 22/04/1933. Por proposta do médico do Aljube, passou, em 10/11/1933, para a enfermaria da Cadeia do Limoeiro. Regresso, em 05/12/1933, ao Aljube. Julgado pelo TME em 07/03/1934, foi libertado neste mesmo dia.]
[alterado em 18/05/2024]

01684. Júlio Vítor Ferreira [1933, 1937]

[Júlio Vitor Ferreira || ANTT || RGP/261 || PT-TT-PIDE-E-010-2-261]

[Lisboa, 12/11/1910. Encadernador. Filiação: Adelaide da Conceição Ferreira, Júlio Pires Ferreira. Solteiro. Residência: Rua Vale de Santo António, 102 - Lisboa / Rua dos Sapadores, 25 - Lisboa. Procurado em fevereiro de 1933 por integrar o Comité Regional de Lisboa. Preso em 09/07/1933, durante uma reunião clandestina da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas que estava  a decorrer na Associação dos Compositores Tipográficos de Lisboa. Por proposta do médico do Aljube, passou, em 10/11/1933, para a enfermaria do Limoeiro. Regressou ao Aljube em 05/12/1933. Julgado pelo TME de 22/01/1934 e condenado em 18 meses de prisão correcional. Transferido, em 14/02/1934, do Aljube para Peniche. Transferido, em 25/06/1934, para Lisboa, a fim de ser ouvido num novo processo por lhe terem sido apreendidos em Peniche manifestos, jornais clandestinos e um Boletim inter-prisional feito no Aljube. Transferido, em 17/08/1934, dos calabouços do Governo Civil para Peniche. Libertado em 29/12/1934. Preso em 13/10/1937, recolheu, incomunicável, a uma esquadra. Transferido, em 09/12/1937, para a 1.ª esquadra e, em 04/02/1938, seguiu para Caxias. Voltou à 1.ª esquadra em 24/05/1938, a fim de ser julgado pelo TME no dia seguinte. Condenado em 4 anos de prisão correcional, seguiu para Angra do Heroísmo em 08/06/1938. Regressou em 01/02/1943 e foi libertado.]

[Júlio Vítor Ferreira || 02/01/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-474_c0002]

[Júlio Vítor Ferreira || 03/01/1935 || ANTT || PT-TT-MI-GM-4-54-474_c0001]

01685. Zeferino Seabra Esteves [1933]

[Zeferino Seabra Esteves || ANTT || RGP/175 || PT-TT-PIDE-E-010-1-175]

[Militante do Partido Comunista Português no início da década de 1930, Zeferino Seabra Esteves esteve preso cerca de onze anos, nove dos quais na Fortaleza de São João Baptista, em Angra do Heroísmo.

Abrantes, 13/10/1902. Serrador mecânico. Filiação: Maria Joaquina Seabra, Décio Esteves. Casado. Residência: Fábrica Velha - Covilhã. Terá sido o principal dinamizador do Comité Local do Partido Comunista no Tramagal, desenvolvendo militância em Paúl, Rossio de Abrantes e Alferrarede (reuniões, conferências, distribuição de panfletos e outros impressos). A ligação à organização de Lisboa era feita através do ferroviário Francisco António Mancio, por quem enviava as cotizações e as receitas da venda da imprensa clandestina. Usava o pseudónimo "Justo Rebelo" e, por defender a aquisição de armas em caso de uma revolução, foi considerado «um elemento perigosíssimo e de extraordinária atividade, tanto no campo revolucionário propriamente dito, como no campo organizador». Preso aos 32 anos, em 12/03/1933, acusado de fazer propaganda comunista e tendo na sua posse uma pistola "Savage". Por proposta do médico do Aljube, passou, em 10/11/1933, para a enfermaria da Cadeia do Limoeiro. Regressou ao Aljube em 05/12/1933. Julgado no Tribunal Militar Especial em 07/03/1934, seria condenado a dez anos de degredo. Interpôs recurso, mas o TME, reunido em 15/03/1934, confirmou a sentença. Embarcou para Angra do Heroísmo em 23/09/1934, prisão de onde só regressou em Junho de 1943. O resto da sentença cumpriu-a em Peniche, de onde saiu em liberdade condicional em 18/12/1943, após 10 anos e 9 meses de cativeiro.]
[alterado em 18/05/2024]

[João Esteves]

terça-feira, 23 de novembro de 2021

[2623.] JOÃO SÉRIO [I] || DEPORTADO PARA ANGRA DO HEROÍSMO EM 19/11/1933

 * JOÃO SÉRIO *

[09/06/1904 - ?]

Preso em 1933 e 1943, tendo integrado o numeroso grupo de deportados políticos para Angra do Heroísmo (Fortaleza de São João Batista) em 19 de Novembro de 1933.

[João Sério || F. 1943 || ANTT || RGP/77 || PT-TT-PIDE-E-010-1-77]

Filho de Lucrécia Ramos e de Alexandre Francisco Sério, João Sério nasceu em Portimão, em 9 de Junho de 1904.

Desenvolveu, entre 1931 e 1933, actividade política em Portimão, onde militaria na sua Organização Juvenil, reunindo numa célula por intermédio de Álvaro dos Santos

Por ter participado activamente numa manifestação contra o desemprego, organizada pelos operários da cidade em Fevereiro ou Março, refugiou-se em Lisboa a partir do mês de Abril de 1933, cidade onde deu continuidade à sua militância. 

Integrou, então, a Comissão Central das Juventudes Comunistas, juntamente com Adelino dos Santos, Fernando Quirino, Júlio Vítor Ferreira e Pedro Batista da Rocha, de forma a regressar a Portimão afim de estruturar uma organização local. 

Enquanto se manteve na capital, foi subsidiado pelo Socorro Vermelho Internacional quanto à alimentação e aluguer do quarto. Interveio na manifestação e agitação realizada no Largo do Chafariz de Dentro no 1.º de Maio desse ano e desempenhou tarefas de propaganda com José Borges e José Gilberto Florindo de Oliveira, nomeadamente no âmbito da Comissão Intersindical. 

Preso, juntamente com Fernando Quirino e outros, em 9 de Julho, quando participava numa reunião clandestina no Sindicato dos Compositores Tipográficos, continuava a manter ligações com a organização de Portimão através de Álvaro dos Santos, utilizando o pseudónimo “Júlio Reis” [v. Processo 798]. 

Acusado de "estar envolvido em organização comunista", o processo foi enviado ao TME em 24 de Outubro de 1933 e, em 19  de Novembro, integrou o grupo de centena e meia de presos políticos que embarcou de Peniche para Angra do HeroísmoFortaleza de S. João Batista, onde chegou três dias depois. 

Julgado pelo TME/Secção dos Açores em 20 de Agosto do ano seguinte, pelo conjunto de actividades desenvolvidas em 1931, 1932 e 1933, foi condenado em 18 meses de prisão [Processo 87/933, do TME]. 

Terminou o cumprimento da pena em 1 de Janeiro de 1935, embarcou no vapor Lima em 16 de Fevereiro e apresentou-se na PVDE em 23 de Fevereiro, indo residir para Portimão. 

Voltou a ser detido em 22 de Setembro de 1943, acusado de emigração clandestina. Recolheu à 1.ª Esquadra e foi entregue, em 30 de Outubro, aos Tribunais Criminais de Lisboa [Processo 1219/43]. 

Viveria, então, em Lisboa e trabalhava no comércio. 

[João Esteves]