* JOÃO SÉRIO *
[09/06/1904 - ?]
Preso em 1933 e 1943, tendo integrado o numeroso grupo de deportados políticos para Angra do Heroísmo (Fortaleza de São João Batista) em 19 de Novembro de 1933.
Desenvolveu, entre 1931 e 1933, actividade política em Portimão, onde militaria na sua Organização Juvenil, reunindo numa célula por intermédio de Álvaro dos Santos.
Por ter participado activamente numa manifestação contra o desemprego, organizada pelos operários da cidade em Fevereiro ou Março, refugiou-se em Lisboa a partir do mês de Abril de 1933, cidade onde deu continuidade à sua militância.
Integrou, então, a Comissão Central das Juventudes Comunistas, juntamente com Adelino dos Santos, Fernando Quirino, Júlio Vítor Ferreira e Pedro Batista da Rocha, de forma a regressar a Portimão afim de estruturar uma organização local.
Enquanto se manteve na capital, foi subsidiado pelo Socorro Vermelho Internacional quanto à alimentação e aluguer do quarto. Interveio na manifestação e agitação realizada no Largo do Chafariz de Dentro no 1.º de Maio desse ano e desempenhou tarefas de propaganda com José Borges e José Gilberto Florindo de Oliveira, nomeadamente no âmbito da Comissão Intersindical.
Preso, juntamente com Fernando Quirino e outros, em 9 de Julho, quando participava numa reunião clandestina no Sindicato dos Compositores Tipográficos, continuava a manter ligações com a organização de Portimão através de Álvaro dos Santos, utilizando o pseudónimo “Júlio Reis” [v. Processo 798].
Acusado de "estar envolvido em organização comunista", o processo foi enviado ao TME em 24 de Outubro de 1933 e, em 19 de Novembro, integrou o grupo de centena e meia de presos políticos que embarcou de Peniche para Angra do Heroísmo – Fortaleza de S. João Batista, onde chegou três dias depois.
Julgado pelo TME/Secção dos Açores em 20 de Agosto do ano seguinte, pelo conjunto de actividades desenvolvidas em 1931, 1932 e 1933, foi condenado em 18 meses de prisão [Processo 87/933, do TME].
Terminou o cumprimento da pena em 1 de Janeiro de 1935, embarcou no vapor Lima em 16 de Fevereiro e apresentou-se na PVDE em 23 de Fevereiro, indo residir para Portimão.
Voltou a ser detido em 22 de Setembro de 1943, acusado de emigração clandestina. Recolheu à 1.ª Esquadra e foi entregue, em 30 de Outubro, aos Tribunais Criminais de Lisboa [Processo 1219/43].
Viveria, então, em Lisboa e trabalhava no comércio.
[João Esteves]