[Cipriano Dourado]

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[Plantadora de Arroz, 1954] [Cipriano Dourado (1921-1981)]
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

[0247.] CAROLINA DO NASCIMENTO AMADO NEVES [I] || GRUPO DAS TREZE

* CAROLINA AMADO *

GRUPO DAS TREZE || 1911


Militante de Loures da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, Carolina do Nascimento Amado Neves era professora do Centro Republicano de S. Bartolomeu da Charneca e secretariou, em 31 de Outubro de 1909, a sessão de inauguração das respectivas aulas.

No âmbito da LRMP, onde era a sócia n.º 1156, ficou encarregue, na assembleia de 19 de Outubro de 1910, de fazer em Loures propaganda da subscrição aberta a favor das vítimas da revolução, bem como de recolher os respectivos donativos; participou no plebiscito interno sobre os Estatutos, onde se mostrou contrária à manutenção do antigo art.º 11 e considerou que o “combate sem tréguas contra os nossos inimigos, (a seita negra) deve ser a divisa da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas”; manifestou-se, com Carmen Gil do Nascimento, Maria Veleda e Mariana da Assunção da Silva, contra a defesa do sufrágio feminino restrito, por apenas servir os interesses de uma pequena minoria; aderiu ao Grupo das Treze e à Obra Maternal; colaborou no jornal A Madrugada; e foi eleita, por cinco vezes, para os cargos de 2.ª efectiva do Conselho Fiscal (1911), Presidente da Direcção (1912), Vice-Presidente da Direcção (1913) e Efectiva do Conselho Fiscal (1914; 1916).

Em resultado das responsabilidades directivas, fez parte da delegação que, em 25 de Janeiro de 1912, apresentou a Alexandre Braga uma mensagem de agradecimento pelo seu projecto de decreto-lei sobre os direitos das mulheres; assinou o telegrama enviado ao Directório e ao Congresso do Partido Republicano, realizado em Braga em Abril de 1912; secretariou a festa do 4.º aniversário da Liga, efectuada no Teatro da Trindade em 2 de Março de 1913; e, em 13 de Outubro, discursou na sede da organização.

Terá abandonado a agremiação em 1915, por discordar de um artigo em defesa de Afonso Costa publicado no jornal A Madrugada. No entanto, voltou a desempenhar funções em 1916, talvez devido ao novo rumo adoptado, onde imperou a independência política e partidária.

Casada com José Maria Nunes, quando o filho nasceu, em 1912, deu-lhe o nome de Liberto Ferrer em homenagem ao pedagogo espanhol Francisco Ferrer y Guardia, condenado à morte em 1909.

O último número da revista A Mulher e a Criança insere a fotografia de conjunto das 13 mulheres que constituíam o Grupo das Treze e onde se distingue a figura de Carolina Amado.

[v. João Esteves, "Carolina do Nascimento Amado Neves", Dicionário no Feminino (Séculos XIX-XX) || Livros Horizonte, 2005]

[João Esteves]