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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Vestido Bordado




Foi no tempo que as meninas rodopiavam seus belos vestidos de fazenda escolhida a dedo com bordados à mão, ponto por ponto, no bastidor a linha a dançar nas mãos delicadas das avós a fiar histórias, a bordar poesia, a tecer imagináveis desenhos que nascera os vestidos de real significados.
 Foi ali num tempo distante que as  fadas brincavam sob á luz da lamparina enfeitando flores, metamorfoseando borboletas, girando o carrossel com linhas coloridas nas mãos enrugadas das avós que batizavam o vestido em mil fitas para as meninas.
Foi ali um tempo de paz que pequenos seres tomaram forma, á cantarolar com a brisa das tardes mornas, a sorver sorrisos e gargalhadas das crianças a correr em volta onde as cadeiras de balanço a entoar um eco, o da paz. Ali meninas pulavam e colhiam pedrinhas, brincavam de amarelinha e como mágica tudo ia pro bordado em trabalho, eram as fadas que tingiam o tecido envoltas aos dedos ágeis das avós a recitar parlenda, a assoviar com os passarinhos, e tudo ali se fazia bordado, flor, encanto, pureza e magia.
E assim os vestidos se criavam, histórias se contavam e a infância era eternizada desde as frescas manhãs, até à modorra da tarde, onde os sonhos eram sonhados em nuvens, no cirandar de rodas, as meninas às voltas com seus castelos imagináveis e as fadas a viver leves e primorosas na linha brincante do bastidor das avós, todas ali, em filas a serem as primeiros a rir mais alto, as mais ternas a recitar poemas, todas a cantar a melodia da vida.
 Foi ali que se fiaram os vestidos das meninas e ainda hoje assim, fiam as fadas, ainda que ninguém mais acredite, que bordam flores vivas, amores-perfeitos, girassóis e turmalinas, as fadas fiam sim, nas tardes quentes os picolés de fruta,de sabor doce de criança, de gosto suave de infância, a saudade de um tempo bom, nos vestidos estampados e coloridos que as meninas de hoje vestem sem se dar por si.


Paula Belmino


Esse texto foi inspirado nos vestidos da Bugbee que sempre produz em suas coleções vestidos que estampam flores, brinquedos, sonhos encantados.
Hoje destaco os vestidos , pois sou apaixonadas por eles e volto ao tempo onde minha mãe e avó preparava os vestidos de fazenda cara, ou as rendas perfiladas, os bordados de bastidos, com ponto cruz, com sianinhas e rendas, detalhes lúdicos que só as avós sabiam fazer.
A Bugbee em sua coleção de verão 2016/2017 traz leveza, estampas lúdicas, brinquedos pintados, crianças felizes em seus vestidos com muita cor e conforto.
Confiram só:

















 

Para conhecer toda coleção Bugbee

 http://bugbee.com.br/

*Alice usa Bugbee

sábado, 10 de maio de 2014

Depois que me tornei mãe...


Foto editada por Uma História Linda curtam conheçam!


Foto na fanpage da Pé com Pé calçados


E a data mais feliz do ano vem se aproximando, mas eu confesso que sou feliz todo dia há 7 anos desde que realizei meu milagre de ser mãe, de uma menina sapeca, doce e risonha, a  Alice.
Antes de ser mãe eu viajava sem pensar no tempo, deixava obrigações pela diversão, não pensava na minha mãe se ficaria preocupada com minhas andanças por ai, por ali. Eu era totalmente livre, ou seria o contrário? Eu precisava viver fugindo de mim mesma em busca de uma felicidade que nunca aparecia, em busca de sonhos que nunca se realizavam por completo. Quantas vezes me peguei fora de casa em datas festivas como natal, páscoa, dia das mães também, eu queria me encontrar e num labirinto de emoções cada vez mais eu me perdia e quando a decepção batia  à minha porta era da minha mãe que eu lembrava, de seu amor, de seus carinhos,seus conselhos, seus abraços, mas ai eu por vezes estava longe demais para voltar. O tempo passou, eu sofri demais sozinha, a alma a vagar, o sorriso a se envergonhar, e as lágrimas brotando na face me fizeram amadurecer.
Foi ai que me tornei mãe...Amei, sonhei, me frustrei.
Um primeiro filho Deus levou, era como se Ele soubesse que eu ainda não estava pronta para ser mãe, cuidadora, zelosa, e guia.Como poderia alguém que perambulava de sonho em sonho, de anseio em anseio, cheia de medos e de aventuras, ansiosa e despreparada poder se tornar  mãe? Então assim meu filho um anjo se tornou e só um ano depois de muito sofrer, muito padecer, cheia de erros e de traumas, minhas lágrimas secaram e o anjo lá do céu meu ventre tocou e me trouxe a benção de ser mãe.
 Depois que fui mãe, eu não viajo mais sozinha e se por acaso precise fazer  isso, meu coração fica me casa, e o pensamento não vai comigo, a alma se despedaça.
Depois que me tornei mãe eu não ando mais sozinha, não foi só por causa de alguma sequela do que vivi, é que minhas pernas só se movem ao comando do andar da minha filha, sou como marionete de seu amor, se ela corre eu corro, se ela quer voar eu também voo, se brinca com areia ou faz castelos na praia eu posso até rolar no chão. Se pula, meu coração salta de prazer, se dança , minha alma é quem entoa a canção, se grita eu por dentro sou um estádio inteiro a vibrar de emoção.
Depois que me tornei mãe, as minhas noites não são mais sozinhas, tenho aconchego e a cama compartilhada, ás madrugadas ainda sinto os pezinhos rolarem sobre meu corpo, não é de homem , marido, namorado, é meu anjo que dorme sempre ao meu lado, e isso me faz segura e feliz, meus sonhos são flores encantadas e se alguma vez tenho um pesadelo, é só abrir os olhos e feito cavalo alado voar para um beijo estalado, e sentir o perfume dos cabelos de minha filha que estão sempre fazendo cócegas e carinho na minha face.
Ah! Depois que me tornei mãe, eu nunca mais quis crescer, a moça que se arrumava para ser notada não precisa mais ser estrela ás custas da vaidade, agora sou astro maior que brilha sob a luz dos olhos de um querubim e recebendo toda força e energia de um coração apaixonado. Meus olhos são como refletores de luz e nunca mais precisei buscar em outras esferas a alegria. Sou sol, amor, poesia.
Depois que me tornei mãe, eu nem sigo e nem conto mais estrelas, apenas oro ao Criador que me permita envelhecer com muita saúde, ao lado da minha filha, mas que eu nunca me torne senil, não precise ser carregada, nem cuidada, dá -me ó Deus a graça de voar até a eternidade pela força de teu poder e a esperança que se forma neste amor tênue. Que eu possa brincar pelo chão, ou nos muitos livros e histórias meus cabelos nunca fiquem tão brancos, e minha pele mesmo com rugas seja a mais fina criança, para brincar, para empinar pipas ou de bonecas andar, pois depois que me tornei mãe, eu se envelheço nos dias, mais juventude quero alcançar, o bálsamo da cura jorrando em meu coração, me diz que eu não posso adoecer, não posso descansar, preciso ser guia, ser vereda e caminho, e ao seio de Deus meu anjo entregar, para que ao crescer e se tornar também uma mãe, eu possa dizer minha missão é cumprida e meus netos beijar.

Paula Belmino
Fotos por Flávia Alves Fotografia e na fanpage da Pé com Pé calçados em homenagem ao dia das mães, curtam e compartilhem aqui