sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Dia da Consciência Negra


 

No dia da consciência negra, não esquecer o passado, mas sempre lutar para que no presente não se repita o preconceito, o racismo, e lutar por um futuro, agora, de paz e direitos iguais.

O professor Deyvis Castro de Teresina-PI fez este lindo vídeo com o poema que eu e  a Camila Angelis publicamos para tratarmos esta data de consciência que deve ser constante.















terça-feira, 17 de novembro de 2020

Dara, criança bonita



Dara, criança
Dara pretinha
Teus olhos são estrelas
Direcionam o caminho.
Tens alegria de sol
Teu nome significa bonito
Dara é a herança
Guardada em teu sorriso.
Teus cabelos de tranças
Contam histórias, segredos
Contos da mãe África
Mistério, aventuras, alegrias e medos.
Dara, linda criança
Preta, pretinha
Teus cachos são ondas
Conchas e algas marinhas.

Tuas mãos brincadeira
Tua cabeça em turbante
Conta história, canta cultura
Teu corpo, marcas de um povo distante.

Teu povo foi segregado
Ao trazerem pra cá
Além do oceano,
Além do imenso mar.

Dara criança festiva
Com sua saia colorida
Flores, fitas, formas,
De esperança fostes vestida.

Tua dança, tua arte
É música tua língua, e o teu gingar
Reflete luta, força, resistência
Que deve-se respeitar.

Dara menina
Preta, pretinha.
Resplandece o amor
Esta tua cor de rainha.

Na diversidade nos completamos
Não precisamos ser iguais.
Na cor, na alma, todos humanos,
Somos seres ancestrais.
Paula Belmino







Ouçam o poema pela bela Alana, aluna da Escola Municipal Edmo Pinheiro em Parnamirim-RN






segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Minhas Gavetas




Guardo em gavetas antigas amores sonhados, platônicos, iludidos, desejados, vividos.  Dentro delas, com perfume de alfazema a infância, as brincadeiras, as árvores antigas, onde a menina se atrevia a escalar, sempre mais alto, e o pai pelo senso comum, de certo machista, dizia que menina não subia em árvore, mas ela atrevida, num instante,   ia do chão ao mais alto galho, para sentir o calor do sol no rosto, o vento levar os cabelos, como se levasse as flores desabrochadas.

  Bem guardadas em gavetas envernizadas  pelo tempo, guardo nomes sagrados: meu avô  contador de histórias, minha avó  passarinho,  vizinhos amados  que já se foram, primos, amigos, todos que se encantaram no céu, e bem acomodados, os nomes que fazem minha alma,  anunciam, contam  quem sou.

  Guardo em gavetas forradas de cetim, os sonhos, as manhãs dos livros lidos e das histórias ouvidas e contadas, vividas.

 Guardo neste armário, de gavetas imagináveis, os nomes, os cheiros, gostos, cores amareladas,  jardins.

Guardo em gavetas,  um fichário incontável da  minha história,  minhas memórias,  toda a saudade, toda vida, a poesia que habita em mim.


Paula Belmino