Aos pés dos avós a gente aprende as coisas mais belas da vida
As lições do amor, o caminho para a paz
E entre leituras e conselhos a gente tece poesia
E abre o caminho da eternidade
A memória afetiva vai se enfeitando do belo
Daquilo que o dinheiro não paga, nem compra,
Do mágico sabor de sentar e conversar, olhar bem nos olhos e ver lá dentro a alma.
Ali uma leitura fiada num livro toma forma no nosso coração e vai sendo bordada nos sonhos, nas entrelinhas, nas inferências...
Aos pés de uma avó que conta história a gente apreende a vida, a ternura, o olhar altivo para tudo, e cativo para as coisas da natureza, para os menos desfavorecidos.
É por meio da leitura, numa afetuosa oportunidade de ouvir a voz de um coração materno em transbordantes lágrimas que a literatura se torna verdade e viva e passa a morar dentro da gente, e com grandes significados faz seu lar no mais terno e profundo de nosso ser.
Aos pés dos avós a gente caminha e não se perde, a gente corre e nunca cai, a gente alcança os sonhos e entende os mistérios de Deus para nós.
No colo de uma avó um livro a ser lido e contado, entregue à gente por meio da linguagem maternal, na terna prática de sensibilizar ao afeto, ao lúdico, ao mágico que nunca se desfaz a gente aprende a viver com doses eternas de poesia e prosa, de contos que mudem nossa realidade, por mais absurda pareça ser. Na palma da mão estendida a nós, um coração de avó conta a vida, pinta a beleza do tempo e guarda na nossa memória afetiva o acalanto, a canção, a poesia e a aventura que se faz nos livros quando esses alcançam o nosso coração e nos muda para sempre.
Paula Belmino
Nosso momento: Vovó Conta desta semana foi feito de maneira muito sensível com a contação deste livro lindo de Leo Cunha e ilustração de André Neves pela Editora Pulo do Gato.
O livro conta a grande tragédia de mariana quando a barragem de Fundão desmorona e enche de lama o Rio Doce. História verdadeira e triste que até hoje não tem culpados punidos, a não ser a própria natureza que pede socorro. O livro é contado pelo próprio rio e traz à reflexão de que somos nós os responsáveis pela vida. Um lamento a ser ouvido!
Assistam e aproveitem para se inscreverem em nosso canal no youtube
Para adquirir o livro: http://editorapulodogato.lojaintegrada.com.br/um-dia-um-rio
Mais sobre o livro?
Um dia, um rio é um lamento, um grito de socorro tardio de um rio indefeso que não tem como reagir ao ser invadido pela lama da mineração que destrói suas águas e as vidas que abriga.
O livro traz a fala doce e amargurada de um rio que perdeu sua vocação e sua voz e por isso lamenta sua sina como se cantasse uma triste modinha de viola, recordando o tempo em que alimentava de vida seu leito, suas margens e as regiões por onde passava.
Com lirismo e contundência, dialoga sobre o desastre ambiental que abalou a Bacia do Rio Doce, em 2015. O mesmo trágico destino que segue destruindo a vida de muitos rios brasileiros.
O Pulo do Gato: A poesia do texto se encontra com a força das ilustrações como dois rios afluentes que deságuam nesta comovente obra. Um dia, um rio não se esgota em apenas uma leitura, tampouco refere-se a somente um fato. É polissêmico. Texto e imagens falam por um rio, mas dão voz a outras vozes silenciadas em que o meio ambiente foi vítima da ausência efetiva de políticas ambientais.
Do que trata o livro: infância, preservação do meio ambiente, desastre ambiental, natureza e cultura, responsabilidade social.
Gênero: poesia ilustrada