How funny you are today New York
like Ginger Rogers in Swingtime
and St. Bridget's steeple leaning a little to the left
here I have just jumped out of a bed full of V-days
(I got tired of D-days) and blue you there still
accepts me foolish and free
all I want is a room up there
and you in it
and even the traffic halt so thick is a way
for people to rub up against each other
and when their surgical appliances lock
they stay together
for the rest of the day (what a day)
I go by to check a slide and I say
that painting's not so blue
where's Lana Turner
she's out eating
and Garbo's backstage at the Met
everyone's taking their coat off
so they can show a rib-cage to the rib-watchers
and the park's full of dancers with their tights and shoes
in little bags
who are often mistaken for worker-outers at the West Side Y
why not
the Pittsburgh Pirates shout because they won
and in a sense we're all winning
we're alive
the apartment was vacated by a gay couple
who moved to the country for fun
they moved a day too soon
even the stabbings are helping the population explosion
though in the wrong country
and all those liars have left the U N
the Seagram Building's no longer rivalled in interest
not that we need liquor (we just like it)
and the little box is out on the sidewalk
next to the delicatessen
so the old man can sit on it and drink beer
and get knocked off it by his wife later in the day
while the sun is still shining
oh god it's wonderful
to get out of bed
and drink too much coffee
and smoke too many cigarettes
and love you so much
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
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Um comboio na hora de ponta
Quando eu era criança
brincava sozinho
num canto do pátio
da escola.
Eu odiava bonecas e
odiava jogos, os animais
eram inamistosos e os pássaros
levantavam voo e fugiam.
Se alguém me procurava
escondia-me atrás de uma
árvore e gritava « Eu sou
um orfão».
E agora aqui estou, o
centro de toda a beleza!
escrevendo estes poemas!
quem diria!
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
brincava sozinho
num canto do pátio
da escola.
Eu odiava bonecas e
odiava jogos, os animais
eram inamistosos e os pássaros
levantavam voo e fugiam.
Se alguém me procurava
escondia-me atrás de uma
árvore e gritava « Eu sou
um orfão».
E agora aqui estou, o
centro de toda a beleza!
escrevendo estes poemas!
quem diria!
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
Ave Maria
Mães da América
_____________deixem os vossos filhos ir ao cinema!
tirem-nos de casa sem eles saberem o que planeais
é certo que o ar livre é bom para o corpo
______________________________mas quanto à alma
que cresce na escuridão, adornada por imagens prateadas
e quando envelhecerdes como tendes de envelhecer
______________________________não vos hão-de odiar
nem criticar nem hão-de saber
_____________________estarão nalgum país encantador
que viram pela primeira vez numa tarde de Sábado ou de gazeta
talvez até vos agradeçam
_________________pela primeira experiência sexual
que só custou um quarto de dólar
_______________________e não perturbou a paz do lar
saberão de onde vêm os rebuçados
_______________________e os sacos de pipocas gratuitos
tão gratuitos como sair antes de o filme acabar
com um estranho agradável cujo apartamento é no
________________________Céu na Av. Terra
perto da Ponte Williamsburg
____________________ó mães tereis feito tão felizes
os putos porque se ninguém os apanhar no cinema
não aprenderão a diferença
___________________e se isso acontecer será puro gozo
e de qualquer forma ter-se-ão divertido a valer
em vez de vagabundearem no pátio
______________________ou no quarto deles
__________________________________odiando-vos
prematuramente pois que ainda não fizestes nada horrivelmente maldoso
excepto mantê-los afastados das alegrias mais sombrias
__________________________________o que é imperdoável
portanto não me culpem se não seguirem este conselho
__________________________________e a família se desunir
e os vossos filhos ficarem velhos e cegos frente à televisão
________________________________________vendo
filmes que não os deixastes ver quando eram novos
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
_____________deixem os vossos filhos ir ao cinema!
tirem-nos de casa sem eles saberem o que planeais
é certo que o ar livre é bom para o corpo
______________________________mas quanto à alma
que cresce na escuridão, adornada por imagens prateadas
e quando envelhecerdes como tendes de envelhecer
______________________________não vos hão-de odiar
nem criticar nem hão-de saber
_____________________estarão nalgum país encantador
que viram pela primeira vez numa tarde de Sábado ou de gazeta
talvez até vos agradeçam
_________________pela primeira experiência sexual
que só custou um quarto de dólar
_______________________e não perturbou a paz do lar
saberão de onde vêm os rebuçados
_______________________e os sacos de pipocas gratuitos
tão gratuitos como sair antes de o filme acabar
com um estranho agradável cujo apartamento é no
________________________Céu na Av. Terra
perto da Ponte Williamsburg
____________________ó mães tereis feito tão felizes
os putos porque se ninguém os apanhar no cinema
não aprenderão a diferença
___________________e se isso acontecer será puro gozo
e de qualquer forma ter-se-ão divertido a valer
em vez de vagabundearem no pátio
______________________ou no quarto deles
__________________________________odiando-vos
prematuramente pois que ainda não fizestes nada horrivelmente maldoso
excepto mantê-los afastados das alegrias mais sombrias
__________________________________o que é imperdoável
portanto não me culpem se não seguirem este conselho
__________________________________e a família se desunir
e os vossos filhos ficarem velhos e cegos frente à televisão
________________________________________vendo
filmes que não os deixastes ver quando eram novos
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
Poema
Café instantâneo com natas ligeiramente amargas
e um telefonema para o além
que não aparece estar a aproximar-se.
«Ah pai, quero ficar bêbedo muitos dias»
da poesia de um novo amigo
a minha vida precariamente sustida nas mãos
vidente de outros, as suas e minhas impossibilidades.
É isto amor, agora que o primeiro amor
finalmente morreu, no qual não havia impossibilidades?
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
e um telefonema para o além
que não aparece estar a aproximar-se.
«Ah pai, quero ficar bêbedo muitos dias»
da poesia de um novo amigo
a minha vida precariamente sustida nas mãos
vidente de outros, as suas e minhas impossibilidades.
É isto amor, agora que o primeiro amor
finalmente morreu, no qual não havia impossibilidades?
Frank O´Hara
vinte e cinco poemas à hora do almoço
Assírio & Alvim, 1995
Tradução de José Alberto Oliveira
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