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Por Moriti Neto
Depois de dois insucessos como mandante em momentos decisivos, é natural o
pessimismo se instalar na cabeça do torcedor. Contudo, só é
possível concluir aspectos negativos do time do São Paulo? Não
creio.
Há bons agouros. E
quem traduziu isso em palavras foi o técnico do adversário que
eliminou o Tricolor ontem, o corintiano Tite. Após o jogo pela
semifinal do Campeonato Paulista, ele enalteceu a qualidade do
adversário. “Falei isso para ele (o técnico Ney Franco)
pessoalmente. Trouxe à equipe do São Paulo um equilíbrio, ela
marca e joga, com Ganso retomando seu futebol e Jadson jogando
muito”, na entrevista coletiva no Morumbi.
Tite
está certo. Ney Franco sabe o que faz. O São Paulo evoluiu nos
últimos dois meses. Jogou de igual para igual todas as vezes que
enfrentou Corinthians e Atlético Mineiro (que, em minha opinião,
são os dois melhores times do Brasil hoje) este ano. Não fez feio,
ao contrário.
É
sabida a maior quantidade de resultados negativos do que positivos
contra esses adversários. Falta o “algo mais” para estar no
mesmo nível deles. O coletivo necessita de ajuste fino para decidir
em retas finais. Isso virá com o tempo. Exatamente o que ocorreu com
Corinthians e Atlético.
Também
é fato que isso se realizará somente se a espinha dorsal da equipe
e a comissão técnica forem mantidas, e reforços pontuais forem
contratados, principalmente para as laterais, além de mais um
atacante de bom nível. Sendo assim, a coisa engrena ainda este ano.
Sobre
alguns pontos que contribuíram para os insucessos da semana,
justamente contra Galo e Corinthians, vou por tópicos:
O
falso ídolo
De
novo, Luis Fabiano. Esse é um mal para o São Paulo. Por um motivo
ou outro, não se pode contar com ele em momentos importantes, o que,
obviamente, azeda o clima no elenco. É complicado e desanimador –
em qualquer setor profissional – ver um sujeito que é tratado a
pão de ló quase sempre deixar o coletivo a ver navios.
Sinceramente,
não entendo a idolatria ao jogador. Veterano que é, colaborou em
quais conquistas? Um Rio-São Paulo, lá no longínquo 2001. No
título da Sul-Americana, no ano passado, o papel dele foi risível,
tanto pela expulsão contra o Tigre quanto pela falta de gols na
competição.
O
fraco William José (atualmente no Grêmio de Porto Alegre) anotou
três gols no campeonato e foi bem mais importante que LF, que marcou
só um tento. Creio que isso serve de boa medida para constatar o
quanto é improdutivo na prática. Parece que joga contra. Repudio a
falta de seriedade e a má influência ao elenco que ele representa.
Na
Libertadores deste ano, aprontou feio na fase de grupos, contra o
Arsenal, numa inexplicável expulsão depois do apito final. Pegou
quatro jogos. Quinta-feira foi o último. Com ele em campo, o São
Paulo poderia ter matado o Atlético no primeiro tempo.
Definitivamente,
o clube não pode mais ficar refém de um atleta (???) que só
contribui para desestabilizar o elenco e nem tem mais as condições
técnica e física de outrora. Passou da hora de dar adeus ao falso
ídolo.
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Jadson e Ganso valem a pena |
A
parceria Ganso e Jadson tem potencial. Ambos são talentosos e o
entrosamento cresce. Não vejo que se atrapalham no meio de campo,
como avalia
post da dupla Marcão/Nicolau. O posicionamento
melhorou. A movimentação idem. Ganso joga mais atrás, orquestrando
o time. Jadson está mais próximo dos atacantes. A ideia é lógica
e respeita as características dos dois, pois o camisa 8 é um
armador clássico e o 10 são-paulino tem chegada à área mais
rápida e eficaz.
Assim como todo o time, falta, na parceria, o tal
“algo mais”, a sintonia fina com a proposta de jogo. No entanto,
dá para tomar como base a ótima atuação da dupla nos 35 minutos
em que o São Paulo encurralou o Galo na noite de quinta, quando,
inclusive, o gol são-paulino saiu dos pés dela.
O quase
Douglas é o mais “quase jogador” que já vi.
Faz “quase passes”, “quase chutes”, “quase dribles”,
“quase cruzamentos”. Se o Herrera é o “quase gol”, o Douglas
é o “quase jogador” ou “quase nada”.
Dos piores
Thiago Carleto é das piores coisas que já
passaram pela lateral-esquerda do São Paulo. Corre, mas não acerta
passes e cruzamentos. Bate forte na bola? Sim. Porém, chuta mal. Não
tem pontaria. De que adianta?
Cortez é bom. Fez um ótimo 2011 pelo Botafogo.
Em 2012, no primeiro semestre, foi dos poucos que se salvou no
bagunçado time de Leão. Na outra metade do ano, jogou muito,
inclusive na marcação, que não é o ponto forte dele. Urge
recuperá-lo.
Bora, São Paulo.