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quinta-feira, março 12, 2015

'Tô me guardando pra quando o domingão passar...'

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quarta-feira, novembro 17, 2010

Orquídea sofre com "macumba de flamenguista"

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A terça-feira após feriado, um dia de trabalho normal, leva ao fim do expediente com um inusitado bom humor. É o caso, avalio com meus botões, de comparecer com flores lá em casa, aproveitar o momento pós-eleitoral em que o mundo é melhor e mais bonito do que quando havia campanha.

Foto: Jardineiro.net

Para isso, faz-se necessário um desvio no caminho, de modo a alcançar, por meio de uma troca de ônibus, as barraquinhas de flores da avenida Doutor Arnaldo. A análise pormenorizada das variedades levou-me à irrevogável escolha de um dendrobium, que veio da China.

Compra feita, de volta ao ponto, bastava eu escolher qualquer coletivo que percorresse a rua Cardeal Arcoverde.

De vasinho na mão, equilibrista, tomo o primeiro que passa com esse itinerário. Como quem embarca primeiro é a tal flor, é inevitável virar o centro dos olhares no busão, mas isso logo mudaria.

O ônibus encaminhava-se, da pista da direita, para conversão à esquerda, para migrar da avenida para a rua supracitadas. Um carro preto, de montadora japonesa, decidiu que poderia seguir reto a partir da pista da esquerda, exclusiva para quem vai virar. A colisão, leve, é inevitável.

Os veículos param e instala-se uma pequena conferência entre a motorista do veículo de passeio, o piloto do coletivo e seu respectivo cobrador. Um princípio de engarrafamento se instala na via.

Os passageiros, alijados de acompanhar os trâmites e sem poder desembarcar, acham ruim. Começam por xingar a motorista, praguejar máximas machistas sobre os malefícios de as mulheres ocuparem o volante de veículos automotores, lamentam o desaparecimento de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), e por aí vai.

A sensatez não passa por perto, quando veio o diagnóstico definitivo:

– Isso é macumba de flamenguista!

O vascaíno, nascido no estado do Pará, via no cenário uma clara ação de algum rival, em trabalho metafísico, para prejudicar sua existência.

– A essa hora eu podia estar em casa... Só pode ser macumba – reforçou, apesar de não terem se completado cinco minutos desde que a colisão havia ocorrido.

Desconsolado, o vascaíno percorre o ônibus com o olhar, para tentar puxar mais assunto, um interlocutor qualquer que fosse. Encontrou o dendrobium:

– É pra sua dona a flor?

Diante da resposta afirmativa, ele prevê tudo:

– Pô, o cara vai chegar em casa com a flor e a mulher vai achar que ele trouxe de presente pra desfazer alguma que fez... Ela vai dizer: 'trouxe flor porque tava na gandaia, ô desgraçado!"

A profecia não se confirmaria e sequer tinha base na realidade. Mas a engenhosidade da piada desperta a curiosidade de outros passageiros. Um explica que tinha uma irmã que colecionava orquídeas, explicando ter 60 espécimes, pelo menos 15 dendrobiuns, como os que eu carregava.

Animado, o manguaça ainda defenderia, com pouco entusiasmo, que os passageiros buscassem um barzinho para continuar a conversa, talvez mudando de ideia sobre a origem da mazela.

O tema da palestra consumiu mais uns minutos, até se esgotar. O tempo passava e nada de motorista e cobrador voltarem. Quando o silêncio se refez dentro do ônibus, o mesmo vascaíno me olhou nos olhos e novamente se solidarizou definitivamente:

– E a orquídea é que sofre...

Passados 15 minutos, o ônibus seguiu seu trajeto. A orquídea sobreviveu e passa bem.

terça-feira, setembro 30, 2008

Boa, governador!

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Essa acabei de ouvir na cobertura da inauguração do Museu do Futebol. O governador José Serra foi lá falar. Mandou esta com um sorriso de lado a lado do rosto:

— Se macumba ganhasse eleição, o Campeonato Baiano terminaria empatado (pausa) — alguém avisa que ele se enganou — Hein? O jogo. Falha, né?

Segundo informações, foram servidos aperitivos na cerimônia. É justo.

Foto: Ciete Silvério

À esquerda, o teleponto de cristal líquido