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Em 2 de maio de 1998 Justin Fashanu,
primeiro jogador de futebol que reconheceu publicamente sua
homossexualidade, tirava a própria vida. A falsa acusação de abuso
sexual de um garoto de 17 anos e a sentença da opinião pública
contra foram a última gota de um copo que havia começado a encher
oito anos antes. À época, em pleno apogeu de sua carreira na
Premier League, concedeu uma entrevista exclusiva que o tabloide
sensacionalista The Sun deu como título: “estrela do futebol de 1
milhão de libras: SOU GAY”.
Quinze anos depois desta trágica
morte, os jogadores abertamente homossexuais das primeira ligas
europeias se reduzem a um: Thomas Hitzlsperger, meio campista alemão que saiu do armário em janeiro de 2014, quatro
meses depois de se aposentar. Ampliando o alcance para clubes de fora
da divisão principal, chega-se a três ou quatro nomes. E nenhum
deles está na ativa.
As federações oficiais de países
como Inglaterra, França ou Alemanha têm realizado esforços mais ou
menos contundentes para atacar a homofobia nos gramados. Contudo, os
resultados têm sido totalmente estéreis. Manuel Neur, goleiro do
Bayern de Munique na Bundesliga e da seleção alemã desde 2009, tem
sido vítima de insultos homofóbicos devido ao fato de há três
anos ter incentivado companheiros seus que seriam gays a saírem do
armário. Em sua bem intencionada e um tanto inocente opinião, “os
torcedores se acostumariam rapidamente. O que é importante para eles
é o rendimento em campo dos jogadores, não suas preferências
sexuais”.
A diversidade sexual sim tem
importância para muitos torcedores. Ao menos para os que integram a
rede europeia de clubes LGBT Quer Football Fan Clubs (QFF), criada
em 2006 na Alemanha. Além da paixão pelas cores de sua equipe, o
que os une é acabar com a homofobia no futebol. Segundo reconhecia
em uma entrevista o porta-voz da QFF, Dirk Brüllau, o problema, mais
do que nos gramados, está nas arquibancadas dos estádios. “Se vou
como torcedor gay de St. Pauli a Rostock (estádio desta equipe
alemã), significa que ficarei com três dentes a menos”, assinala.
Comemorando a data de nascimento de
Fashanu, o dia 19 de fevereiro foi escolhido por associações LGBT
como dia contra a homofobia no esporte, ressaltando que o futebol não
é a única modalidade esportiva sobre a qual pesa o véu da
invisibilidade da diversidade sexual.
A Felgtb, especificamente, reclama ao
governo da Espanha que a lei 19/2007 contra a violência, o racismo,
a xenofobia e a intolerância no esporte incorpora explicitamente a
discriminação por orientação sexual entre os males a erradicar.
Além disso, se uniu à ação convocada pelas associações Arcópoli
e Halegatos na Puerta del Sol de Madri no último domingo (23) para
reivindicar a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais
no esporte.
1 comentários:
Sendo o futebol do jeito que é, eu nem quereria imaginar o que sofreria, dentro de campo, um jogador no Brasil que assumisse sua homossexualidade. Fora do gramado, então, melhor nem imaginar.
mas a causa é, sem dúvidas, nobre.
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