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Reproduzo trecho de notícia publicada hoje pelo site do Estadão:
Ônibus da frota de transporte coletivo de São Paulo vão exibir nos próximos dias um vídeo institucional para lembrar o Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado anualmente no dia 29 de agosto. A exibição terá duração de oito dias, com início previsto para este sábado, 24. Vai envolver mil ônibus. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Coordenação de Políticas LGBT, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, e a SPTrans, da Prefeitura de São Paulo. O vídeo, de 30 segundos, foi produzido com a participação de ativistas. Sem áudio, apresenta mulheres exibindo cartazes nos quais se lê: “Sou mulher. Sou lésbica. Sou bissexual. Sou cidadã. Sou filha. Sou mãe. Trabalho. Estudo. Tenho direitos e quero respeito.” Ao final, aparece a mensagem que norteia essa e outras campanhas que devem vir por aí: ”Na São Paulo que a gente quer não cabe homofobia.”
Iniciativa mais do que bem vinda (e necessária) se levarmos em conta que, segundo uma pesquisa divulgada ano passado pela Secretaria de Estado da Saúde, nada menos que 70% dos homossexuais da capital paulista já sofreram algum tipo de agressão. E a discussão sobre homofobia e decorrente enfrentamento (em todos os setores da sociedade) parecer ser uma pauta que, tomara, veio pra ficar.
1 comentários:
Fobia geral
O beijo provocativo que o jogador Emerson divulgou serviu para abalar um pouco mais as fantasias civilizatórias sobre o alcance do preconceito na sociedade brasileira. Nem tanto pela reação dos torcedores (corintianos e adversários), embora ela já fosse bastante grave e elucidativa. O próprio jornalismo esportivo, tão pretensamente culto e probo, saiu do armário da homofobia.
Os comentários dos colunistas à ousadia do atacante oscilaram entre a ofensa mais grotesca e uns resmungos enojados do tipo “isso não é coisa que se faça”. Quase todas as manifestações carregavam subtextos preconceituosos. Até as ponderações na linha “nada contra” e “com todo respeito” acompanhavam como de hábito, raciocínios e insinuações que diziam exatamente o contrário.
O comportamento, não custa lembrar, está muito próximo de outro vício característico do meio futebolístico: o machismo. Piadas sobre os dotes físicos das árbitras e auxiliares, trocadilhos sexuais e sugestões de incompetência “genérica” fazem parte do mesmo imaginário que regurgita o veneno homofóbico.
É fácil lamentar a falta de educação do torcedor. Mas pelo menos ele pode responsabilizar o mau exemplo alheio. A crônica esportiva posa de moralista e indignada, mas, no susto, quando as máscaras caem, revela o nível intelectual dessa retidão.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2013/07/em-defesa-da-copa.html
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