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Voto útil, tático ou
estratégico. O nome pode mudar, mas o objetivo desse tipo de escolha
é evitar que um candidato do qual o eleitor não gosta vença ou
avance para o segundo turno. E essa figura que já determinou
vitórias às vezes inesperadas já é, novamente, personagem central
em alguns dos confrontos municipais, entre eles, o de São Paulo.
As últimas pesquisas
do Ibope e Datafolha mostram Celso Russomanno em queda, mas ainda
como um dos favoritos a ir para o segundo turno. Claro que o cenário
pode mudar até sábado, mas, por enquanto, o voto útil vai ser
assunto.
Haddad buscou, nos
últimos dias reforçar a imagem de que seria o único capaz de
derrotar um recém-demonizado Russomanno no segundo turno, dada a
alta rejeição de José Serra nas pesquisas. O tucano não apelou
diretamente para o argumento de tirar o PT do segundo turno para
buscar votos, mas continuou com sua cantilena antipetista, posição
quase histórica do tucano e reforçada agora.
Chalita pregou em seu
último programa eleitoral justamente contra o voto útil. E bateu em
Serra mais do que em Haddad e Russomanno, para evitar uma possível
migração de votos na reta final, justamente quando sua candidatura
ganhou musculatura ao retirar votos do líder das pesquisas. O
peemedebista sabe que pode ser o fiel da balança na decisão e quer
aumentar seu cacife. Russomanno, por sua vez, confiante de que estará
no segundo turno, escolheu seu rival predileto: vem batendo em Haddad
para evitar perder votos na periferia para o petista e tentar
enfrentar Serra e sua rejeição, que varia entre 40% e 45% de acordo
com o instituto de pesquisa, no turno final.
Clássicos do voto
útil
Covas: voto útil lhe deu duas vitórias |
As
eleições definidas no primeiro turno tornavam os movimentos de
eleitores na última hora muito mais frequentes. Em 1985, Fernando
Henrique Cardoso, então no PMDB, apelou para a tese, tentando tirar
votos do terceiro colocado, Eduardo Suplicy, para evitar a vitória
de Jânio Quadros, hipótese que causava calafrios a uma
já medrosa Regina Duarte. Não deu certo e a prefeitura acabou
com o folclórico ex-presidente.
O
campeão da rejeição que sempre sofreu com o expediente em São
Paulo foi Paulo Maluf. Em
1988, parte dos votos que garantiram a vitória de Luiza Erundina
certamente entram nessa conta, assim como sua derrotas no segundo
turno em eleições para governador de São Paulo, em 1998, para
Mario Covas.
A
propósito, Covas foi beneficiado pelo voto útil não só nos
segundos turnos de 1994 (conta Francisco Rossi) e em 1998, mas também
no primeiro turno de 1998. Ali, dois dias antes
da eleição, o Datafolha apontava Paulo Maluf com 31% das
intenções de voto, Francisco Rossi com 18%, Covas com 17% e Marta
Suplicy com 15%. Para evitar um segundo turno entre Maluf e Rossi,
muitos eleitores de Marta votaram em Covas, que terminou menos de
0,5% à frente da petista. Ambos ficaram mais de 5% além da votação
de Francisco Rossi, um cenário bem distinto daquele indicado pelas
pesquisas.
2 comentários:
voto útil, só no segundo turno.
No programa final, dos vereadores, o PT utilizou outro apelo de voto útil: chamou os moradores da periferia a votarem em Haddad, e não em Russomanno, pois o petista seria o único capaz de derrotar Serra (rejeitado por mais da metade do eleitorado nas regiões periféricas).
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