Compartilhe no Facebook
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Até dia 1º de outubro, todo mundo que quiser ser candidato em 2010 precisa estar devidamente filiado a um partido político. Então, resta pouco tempo para todas as articulações e mudanças de domicílio eleitoral estejam concluídas, do contrário, não tem candidatura.
Marina Silva anunciou que deixaria o PT e negocia com o PV um "saneamento" geral. Não, isso nada tem a ver com José Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente, filiado aos verdes e ao presidente do Senado. Nem é um trocadilho. Tem a ver com criar um conteúdo programático para a legenda.
Ações além do discurso foi justamente o que o deputado estadual Major Olímpio apontou como motivo para sair do mesmo PV atirando. Ele tem certeza de que a legenda vai fazer campanha para José Serra (PSDB-SP) ao Planalto em 2010, assim como fizeram em 2006 apesar de ter candidato próprio ao governo do estado. Fernando Gabeira (PV-RJ), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, seria "mais serrista do que a família de Zé Serra", no conceito de Olímpio. Mas são acusações de um dissidente.
Um dos trunfos do PV era uma pesquisa que dava 10% para Marina, mas avançaria para 24% se Ciro Gomes fosse retirado.
O levantamento do Ipespe foi coordenado pelo sociólogo Antonio Lavareda, o mesmo que conduziu o levantamento que sugeria ao PFL mudar de nome para Democratas. Ele já havia trabalhado para a legenda em outros períodos, como a eleição de 2004. A confiança era grande, a ponto de ele ter sido indicado pelos então pefelistas para socorrer (putz, a fonte do link não foi boa) a campanha de Geraldo Alckimin em 2006.
Então a pesquisa é viciada para beneficiar interesses do DEM ou do PSDB? Seria leviano ao extremo insinuar isso. Como os verdes fazem parte da base aliada do governo federal, comandado pelo PT, e do estadual de São Paulo, chefiado pelos tucanos, é mais plausível notar de quem o PV está mais próximo. Afinal, a indicação do profissional para conduzir uma pesquisa que vai definir a estratégia eleitoral precisaria ser obtida junto de parceiros.
De qualquer forma, é uma perda para o PT a saída de Marina Silva. E nem a senadora sabe se vai conseguir o que quer no PV.
3 comentários:
Anselmo, sobre a saída de Marina para mim o sentimento é ambíguo.
Não importa se certa ou errada em suas crenças, ela sempre se guiou pelo que acredita. Sempre bateu o pé, incomodou, aparenta ser honesta. Por isso, acho que é o tipo de pessoa que o PT não pode perder.
Agora, nesse episódio, foi mordida pela mosca azul da vaidade. Qual a justificatuiva de ir para o PV, um partido oportunista que se alia a qualquer um por carguinhos, seja do PT seja do PSDB?
Qual a grande batalha, a grande bandeira do PV nos últimos anos com as quais Marina pode se identificar? Porque, até onde sei, de verde só tem o nome.
Marina poderia perguntar ao ex-ministro Gil por que saiu de lá.
Ou seja, creio que nada há nessa escolha a não ser a vaidade de ser candidata a presidente?
Não creio que sejam os mesmos motivos que levaram uma ex-vereadora a ser candidata e mudar de partido. Até porque acho que Marina não está interessada em comprar apartamento novo.
Ninguém está livre de ceder à vaidade, mas o conceito de Marina caiu um pouco comigo.
Entendo perfeitamente que a Marina sinta que não tem espaço no PT para a discussão ambiental. Entendo que ela queria sair do partido por isso, que busque outro canto para fazer sua discussão. Mas PV não dá. Se fosse pro PSol ou algo assim eu seria mais simpático à decisão.
Não acho que se possa reduzir a questão à vaidade. Concordo que o PV tem um odor deveras nauseabundo e que outro partido talvez trouxesse uma abertura mais interessante para o novo caminho de Marina. Mas acho que o principal aí é que Marina, como mulher política honesta que é, tem uma missão e não tem tempo a perder. Dentro do PT o terreno tem sido árduo para ela. É bastante compreensível que queira ganhar espaço e visibilidade para suas causas e dar o real peso ao pretígio que conquistou. Com relação ao PV, ela pelo jeito acredita que seja possível um partido melhorar, e não apenas piorar, como normalmente se vê.
Mas não consigo imaginar Marina Silva ao lado do DEM ou do PSDB. Vamos ver o desenrolar das coisas.
O interessante desta movimentação política é que o cenário começa a se complexificar.
Postar um comentário