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28 julho 2013

FALAR PARA FALAR !!!


O primeiro-ministro disse há dias que o país precisa de um “clima de união nacional que permita convergência", o que foi muito criticado por ter utilizado uma expressão «excomungada» há quase 40 anos. Mas em vez de escolher uma ideia inovadora reafirma apelo à "união nacional", mostrando a sua teimosia obsessiva e arrogamte.

Independentemente do termo usado, Esta reiteração do desejo de «união nacional» não está explicada, pois ela não poderá traduzir-se em todo o país começar a aplaudir o PM, mesmo quando a sua inflexibilidade se manifesta por arrogância e teimosia raiando o patológico. União não pode significar que cada cidadão se submeta aos caprichos mal definidos do PM, abdicando do seu próprio conceito de patriotismo e interesses nacionais.

Passos Coelho sempre afirmou guiar-se pelas suas próprias ideias, sem as explicar, «custe o que custar» e afirmou ignorar os sinais de «indignação» dos portugueses expressos através de grandes manifestações ou da greve geral ou de afirmações públicas de parceiros sociais, partidos, etc.

Ora, para haver união tem que haver vontade de aproximação, de sensibilidade para ouvir e sentir o pensamento da população, tal como fez o Papa Francisco ao ir ao encontro da Juventude Mundial e do povo brasileiro. Os governantes, se não encontrarem exemplo melhor, sigam o de Sua Santidade, lendo, ouvindo e meditando as suas palavras difundidas por diversos órgãos de Comunicação Social. E em vez de «união nacional», falem de convergência de todos, amor a Portugal, bem nacional, etc tudo menos despertar fantasmas indesejados.

Seria bom que seguisse os conselhos de colegas de partido, que só falasse quando tivesse algo de importante a dizer, que não fosse apenas palpite ou vago sonho e que, antes de falar, se preparasse bem a fim de evitar banalidades inconsistentes e efémeras que depois não são concretizadas.

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16 dezembro 2012

Os donos dos Países



Isto faz pensar, mas não surpreende!!!
Já aqui, neste e noutros blogues, há muitas ideias a traduzir esta realidade, embora não tão claras e estruturadas.
E, em momentos de crise, «quando o mar bate na rocha, quem sofre é o mexilhão». E nós somos os mexilhões desta realidade.
Precisamos de despertar e recordar a história do escravo romano de nome SPARTACUS.

17 outubro 2012

Agora mostrem quanto valem !!!

Em época de o ministro das Finança levar muita pancada, vinda de variados sectores, inclusivamente da Coligação, ele teve uma atitude de rara ousadia na nossa viciada política, desafiando os deputados a proporem cortes na despesa do Estado.

Esta atitude vem recordar-me os tempos de rapaz em que se usava a expressão «não és homem nem és nada se não reages ao desafio». Espera-se que os senhores deputados, principalmente os da oposição, aceitem este desafio e evidenciem o seu valor, a sua moralidade, o seu patriotismo e não deixem de indicar ao senhor ministro as soluções tão faladas, e que não exigem invenção, pois basta ir aos países nórdicos e adaptar ao nosso País as soluções que lá usam.

Só para uma pequena sugestão: cortar a quantidade de deputados, de assessores, de especialistas, de consultores, de apoios a fundações sem utilidade indispensável ou mal geridas, de observatórios não absolutamente necessários, de comissões, de grupos de trabalho, de empresas públicas, de contratos com PPP, dos carros de deputados e de outros servidores do Estado, de municípios, de freguesias e de muitas e diversas mordomias e outras despesas não directamente contributivas para o bom funcionamento da máquina pública e para a vida dos portugueses, etc. etc.

E não esquecer de legislar para reduzir a burocracia ao mínimo indispensável, para combater eficazmente a corrupção, o tráfico de influências e o enriquecimento ilícito, etc.

Na verdade, este desafio não pode ser desprezado por deputados patrióticos que queiram mostrar a sua dedicação ao interesse nacional, como deve ser seu apanágio. Não lhes falta campo para dominar a bola que lhes é passada e a devolver à baliza de Vítor Gaspar.

Ficamos à espera de saber se são homens para isso…

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16 agosto 2012

Que se «lixem» as eleições!!!

Se os eleitores estivessem informados e pensassem sem paixões nem palpites irreais, diriam «que se ‘lixem’ as eleições».

É sempre difícil argumentar com a prata da casa, por haver muitos preconceitos, emoções e paixões, muitas vezes condicionados por posições tomadas há quase 40 anos, ou pela cor dos olhos de um líder, ou o que já é menos criticável, pelas promessas e os objectivos anunciados pelos líderes dos partidos. Mas depois do acto eleitoral caducam os prazos de validade das promessas e dos objectivos e acontece que os governantes são iguais aos anteriores ou mesmo piores.

É isto que os franceses estão a concluir, segundo a tónica da notícia Hollande, um "Presidente normal" abaixo das expectativas. Prometer é fácil, ter ideias fantásticas é só questão de ter bons técnicos de marketing, mas depois é inevitável cair nas realidades, onde as pressões dos autênticos donos do poder (não eleitos, mas reais) condicionam cada passo dos governantes.

Ora então para que servem as eleições, precedidas de brutais despesas em campanhas em que até visitam os locais menos habitados e as populações mais desfavorecidas, aquelas de que os governantes nunca mais se lembram?

Em vez de tantas despesas e incómodos, e tendo em vista os resultados concretizados, não apenas no caso de Hollande, parece (com ironia!) que será de mandar «lixar» as eleições e fazer um sorteio de moeda ao ar com as TVs a mostrar aos cidadãos a seriedade do acto. Para isenção, em cada operação, a moeda deverá ser lançada por máquina selada e, para escolher um dos dois candidatos, deve haver três lançamentos e o vencedor será o que tiver melhor resultado. Isto, como no futebol, por jogos a dois, até ao jogo final. Ou em alternativa à moeda, pode ser usada uma máquina do tipo totoloto ou euromilhões.

Como é costume dizer-se, salvo eventuais excepções, eles são todos iguais.

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20 julho 2012

Bónus para ricos, sacrifícios para pobres

É suposto que, em democracia, os eleitos, os escolhidos pelo povo para gerirem os interesses colectivos, devem seguir a regra de «respeitar os outros como desejam ser respeitados», mas acontece, com indesejável frequência, que, depois de sentarem na cadeira do poder se consideram donos e senhores dos destinos da Nação, a seu belo prazer, e tomam a ousadia de desrespeitarem a inteligência de quem os elegeu, de quem representam. Assim perdem credibilidade e confiança e colocam em perigo a harmonia e a paz social.

Agora, para porem cobro a actividades económicas que, por tradição, fogem ao controlo por não passarem factura, surge a notícia IVA pago em restauração, mecânicos e cabeleireiros dedutível em 5% no IRS, o que pretendia ser um engodo para todo o consumidor, armado em zelador do fisco, passasse a exigir sempre factura mas, sem muito atraso, veio a ser esclarecido como sendo uma armadilha, um isco imaginário, para atrair o consumidor a colaborar, gratuitamente. em trabalhos da competência da fiscalização económica.

É que, muito simplesmente tal benefício apenas está ao alcance de cidadãos que se situem nos 20% com rendimentos mais altos. mMais uma vez se nota que as medidas do Governo são sempre para aumentar o fosso entre os mais ricos e os mais pobres!!! É isso que se depreende da notícia Benefício de 5% no IVA deixa de fora mais de 80% das famílias pois para se beneficiar da dedução do IVA pago terá de se gastar, em 2013, 1800 euros por mês em restauração, alojamento, sectores de manutenção e reparação de automóveis, cabeleireiros e similares, o que deve ser interpretado em função do facto de que o ordenado médio mensal no país não chega a 800 euros. São poucos o que podem gastar 1800 euros por mês e, portanto, beneficiar da dedução do IVA. Cada um dirá «não peço factura, se quiserem obrigar o empresário a passá-la, venham controlar»

Os senhores governantes estão a brincar connosco. E pode acontecer que o povo deixe a sua tradicional tolerância e se irrite com tal brincadeira, entre jogadores com regras diferentes. Depois dessa irritação, quais serão as regras usadas pelo povo? Pensem nisso senhores governantes.

Imagem do JN

11 maio 2012

Troika não é órgão de soberania

Os portugueses estão a atravessar uma crise que se tem agravado por o governo, à procura de solução, ter continuamente apertado a corda na garganta das pessoas mais carenciadas e afastadas dos círculos queridos dos governantes com medidas de austeridade sucessivamente agravadas.

O título seguinte - Seguro diz que PS já se sentiu mais vinculado ao memorando da troika - faz-nos pensar que a troika não é órgão de soberania. O Governo proveniente de eleições democráticas é que é órgão de soberania e responsável por tomar as decisões mais convenientes ao bem-estar de todos os portugueses. E, como tal, não deve sentir-se obrigado a submeter-se cegamente a imposições de estranhos, embora, deva receber racionalmente, e com espírito crítico, as sugestões e os conselhos que achar benéficos para Portugal. Nenhum contrato é para funcionar eternamente e deve ser avaliado, a par-e-passo, quanto à sua validade com base nos resultados conseguidos em relação aos efeitos pretendidos. Uma solução considerada óptima há um ano pode, hoje, estar ultrapassada e necessitar de ser revista e alterada mais ou menos profundamente.

A responsabilidade de governar traduz-se na necessidade de contínuas decisões para manter a linha estratégica que conduz ao objectivo previsto. Compara-se à condução de um automóvel em que o volante está continuamente a ser accionado para se mantar na estrada nas melhores condições de segurança e tendo sempre em vista o destino da viagem.

Enfim, as sugestões ou os conselhos da troika não tiram ao governo a responsabilidade dos resultados das medidas que implementa.

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14 fevereiro 2012

Freguesias, democracia ou autocracia ???


Ao longo das últimas décadas, tem havido um «crescimento» de fantasia, talvez de vaidade, de imitação e de ostentação, acima das possibilidades e das conveniências reais e passaram-se vilas a cidades, aldeias a vilas, forjaram-se freguesias e criaram-se novos concelhos como era desejado, por exemplo, em Canas de Senhorim. Recordo que em 1975 fui pressionado por conterrâneos para usar a influência de que na altura dispunha para ali criar uma freguesia. Não fui na cantiga e dissuadi os meus amigos a não insistirem nisso.

Hoje esclareceu-se a consciência de que, com as facilidades de transporte e de comunicação, bem como a rarefacção da população, há muitas freguesias que fariam bem em se fundir com as vizinhas e criar uma maior com mais peso na vida da região.

Mas os governantes, com a sua habitual inabilidade, falta de sentido das realidades e abuso da autocracia, acordaram um dia com uma ideia caprichosa e, como é seu timbre de autoritarismo teimoso, avançaram de régua e esquadro para o mapa de Portugal a retalhar o País a seu prazer onírico, sem sugerir e incentivar o estudo local de cada caso e deixar que os interessados regionais julgassem democraticamente das vantagens e aderissem à ideia da forma mais adequada para cada situação, jogando com a geografia, a orografia, a demografia, a dinâmica da micro-economia e, em suma, sem ferir os interesses das populações. O fenómeno desejado não foi preparado com a racionalidade mais aconselhável e saiu aborto, tal como aconteceu com o acordo ortográfico que quiseram impor ao idioma de Portugal, Brasil e PALOP. Há que ter presente que as mudanças exigem cortes nos hábitos e rotinas e, por isso, enfrentam sempre com resistências, sendo necessária uma cuidada explicação das vantagens para a conquista da adesão das populações, principalmente, das pessoas mais afectadas. Isto faz parte da democracia de que muito se fala mas pouco se pratica.

Nessa ordem de ideias, não surpreende que presidentes das 10 juntas de Matosinhos exijam demissão de Miguel Relvas. Aliás, eles estão a seguir os conselhos do Primeiro-ministro, pois evitam ser «piegas» e estão a ser «mais exigentes», «menos complacentes». Rejeitam o servilismo e a submissão a um ministro com cujas ideias caprichosas não concordam. O seu comportamento, embora aparentemente rebelde, sugere a pergunta, em vez de impor a sua ideia, não seria mais democrático e mais eficiente, na procura da melhor solução, proceder a um diálogo construtivo e procurar chegar a um consenso mais ajustado às realidades das populações?

A irreverência dos 10 de Matosinhos está sintonizada com os conselhos do Primeiro-ministro, a não ser que ele venha afirmar, como outros políticos têm feito, que não era isso que queria dizer.

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12 dezembro 2011

Preparar um futuro melhor


Há século e meio, um filósofo genial apresentou conceitos que, embora há muito tempo definidos na Bíblia, andavam esquecidos, pois a ganância, a ambição e o culto do vil metal tinham conduzido o mundo mais rico para uma atroz desigualdade e injustiça social. Mas as palavras de Karl Marx não foram devidamente aproveitadas e deram lugar a explorações e injustiças de índole diferente da existente mas não menos graves para as pessoas em geral.

No entanto, as suas ideias já fizeram a sua época e dificilmente seriam hoje aplicáveis às realidades que preocupam a maioria dos seres humanos. Haverá, pois, que equacionar o problema actual e procurar para ele a melhor solução.

Sendo a vida um caminho com bifurcações de metro a metro, e sendo necessário fazer escolhas a cada momento, optando entre duas ou mais vias, há que saber e utilizar uma metodologia de preparação das decisões semelhante à indicada em Pensar antes de decidir.

Sugere-se, pede-se, a qualquer cidadão com vontade de contribuir para um futuro melhor de Portugal e do Mundo e que deseje usar de isenção, independência e apartidarismo, que desenvolva um esforço de meditação sobre o assunto com vista a encontrar soluções, de onde sairá a melhor, para uma estrutura político-social e económico-financeira, que torne a vida mais justa e eficiente, para felicidade de todos, com maior igualdade de oportunidades e justiça na distribuição dos resultados de toda a actividade e subordinação das ambições materiais a uma escala de valores morais aceites universalmente. Enfim, precisam-se os filósofos da Nova Era.

A economia não pode ser dominada por bancos e grandes empresas que se vangloriam de lucros fabulosos, mas que pagam mal aos trabalhadores, exploram os clientes, não respeitam os fornecedores, nada fazem pela sociedade através de mecenato e usam os mais variados estratagemas para fugir ao fisco.. Não deve ser esquecido que uma empresa é fruto do capital investido, da função administração e do trabalho, pelo que o resultado não pode passar ao lado dos trabalhadores, mas ser distribuído de forma equitativa e equilibrada por todos os factores de produção.

Este apelo dificilmente pode ser atendido pelos opinadores que frequentemente surgem no pequeno ecrã, ou porque estão amarrados aos interesses partidários de que recitam os slogans ou submetidos aos patrões que servem como «administradores» ou «consultores» ou a potenciais fornecedores de «tachos». Uns e outros servem-se de argumentos e alegações, muitas vezes opostos aos seus comportamentos habituais, apenas porque pretendem confundir as ideias aos cidadãos menos esclarecidos levando-os a dar o voto a quem deles abusa sem o mínimo rebuço.

O esclarecimento deve ser leal e eficiente para congregar a vontade de todos, pois a democracia é obra de todos e para todos. Sem espíritos abertos e bem informados, ninguém pode votar conscientemente e, por isso, a democracia mirra e extingue-se, deixando em seu lugar regimes autoritários, autocráticos, mesmo ditatoriais, em que o abuso do poder, a corrupção e o enriquecimento ilegítimo proliferam sem controlo nem punição.

A maior parte dos 3.251 posts publicados neste blog poderão ter utilidade para o estudo que se propõe. De entre eles citam-se, por exemplo os que se referem à criação de um decálogo ou código de bem governar, e os que realçam a necessidade de moralização e ética na gestão das coisas públicas.

Os cidadãos desfavorecidos e explorados por sucessivos governos ficarão gratos a quem deitar mãos à obra para esboçar as linhas mestras da vida colectiva no futuro que se aproxima.

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27 maio 2011

Voto em branco tem significado político

Transcrição do blog O Povo, por ser oportuno e muito esclarecedor:

Abstenção: não
Público 2011-05-27 Luís Campos e Cunha, professor universitário

A abstenção não faz qualquer pressão para os partidos se abrirem e reformarem, nem incentiva novas alternativas de voto.

Não votar, abstendo-se, ou votar branco (ou nulo) são atitudes radicalmente diferentes. São idênticas do ponto de vista legal, mas politicamente muito diferentes. E estas eleições são as eleições mais importantes desde as eleições para a Assembleia Constituinte em 1975. Portanto, cuidado.

Em eleições, a abstenção tem pouco significado político. Tem aumentado como sabemos, donde se conclui uma vaga insatisfação com o sistema político-partidário que nos rege. Como tem um significado ambíguo, os partidos pouco se incomodam com o aumento da abstenção e apenas choram cínicas lágrimas de crocodilo. É tudo e é pouco.

De facto, mais uma pessoa a abster-se pode ser muita coisa: o sujeito morreu, mudou de residência, o eleitor está com uma amigdalite, está descrente na política, foi à praia, ou ainda os cadernos eleitorais estão desactualizados. Pode ainda ser um sujeito que não acredita na democracia ou, simplesmente, nesta democracia. Nunca saberemos.

Politicamente a abstenção não tem, de facto, muito significado, por muito elevada que seja. Além disso, para qualquer partido perder um voto para a abstenção é meia vitória: menos um que não vai votar no partido concorrente e menos um sujeito com quem se preocuparem. Ou seja, a abstenção não faz qualquer pressão para os partidos se abrirem e reformarem, nem incentiva a que apareçam novas alternativas de voto, ou seja, novos partidos. Por isso, abster-se é pouco inteligente.

A democracia e a liberdade assentam nos partidos. A democracia não se esgota nos partidos, mas estes são os pilares do sistema. E todos temos a sensação que algo vai muito mal nos partidos existentes (uns mais do que outros, naturalmente). Falta credibilidade à classe política e partidária e falta interesse por parte dos mais jovens em participarem politicamente nos partidos existentes. Portanto, a renovação da classe política não se faz, e quando se faz é muitas vezes para pior. O fenómeno não é exclusivo de Portugal, mas é particularmente agudo no nosso caso.

As instituições, como as universidades, os hospitais públicos ou os partidos políticos (e contrariamente às empresas em concorrência) não se auto-reformam. No caso dos partidos, é necessário que haja pressão da opinião pública de forma clara e, eventualmente, organizada para os partidos mudarem e para aparecerem mais alternativas. Como?

Como vimos a abstenção não coloca essa pressão nos partidos. Em certo sentido até reduz; é menos um cidadão a chatear. Mas o voto nulo/branco é bem diferente. Quem vota nulo não morreu, não foi à praia, não mudou de residência, não se borrifou , gosta da democracia e exerceu o seu direito e o seu dever de cidadania. Pelo contrário, não tendo morrido, não foi à praia para ir votar branco. Votando branco/nulo foi dizer, de forma muito clara, que gostaria de ter votado num partido, mas que nenhum satisfaz as suas exigências mínimas para lhe dar a confiança de governar. Por isso, votar branco/nulo é, politicamente, tanto ou mais significativo que votar num partido. É votar contra todos os que se apresentam a votos. É portanto muito diferente da abstenção, como fica claro.

Como cidadãos o nosso dever é, antes de mais, votar. Segundo, devemos procurar conscientemente votar num partido. Se, em terceiro lugar, nenhum partido satisfaz, devemos votar branco/nulo.

Os brancos e nulos têm vindo a aumentar, mas continuam a ser um pequeno resto a que não se dá importância. Mas imagine-se que os votos brancos e nulos passam a 10% dos votos expressos! Isto, legalmente, não teria impacto, mas politicamente seria uma pedrada no charco pantanoso em que o país se vem atolando. Nenhum partido ignoraria que 10% dos votantes estão desejosos de conseguir votar nalgum partido digno de os representar. Podem ser os partidos actuais, para o que se teriam de renovar, ou um hipotético novo partido, o que obrigaria os actuais a renovar-se. O resultado de 10% de votos brancos seria o mesmo: um valente susto na classe partidária instalada, num poder a que só os actuais têm acesso.

Para que não fique a ideia de que defendo o voto branco ou nulo em substituição de uma escolha partidária, faço notar que esta eleição é um verdadeiro referendo a Sócrates, que nos levou à bancarrota e à mendicidade internacional. Como Carlos Fiolhais defendeu, a democracia também serve para afastar os que não servem: e Sócrates não serviu nem vai servir. "Se a escolha em Portugal fosse, por hipótese, entre o actual primeiro-ministro e o Rato Mickey, eu não hesitaria em votar no boneco da Disney." Defendo o voto branco ou nulo como alternativa ética e política à abstenção.

Assim, ou votamos branco-nulo, ou votamos num dos partidos actuais: essa é a escolha. Abster-se é um erro grave e sinal de fraca inteligência. É a última esperança de um cidadão consciente. Mais tarde reivindicaremos que o voto branco tenha representação parlamentar com uma cadeira vazia. E nessa altura veremos a abstenção a baixar e muito. Também porque a partir daí os partidos actuais seriam diferentes e para melhor.
Professor universitário

Imagem do Google

08 abril 2011

Um Abril Novo



SE ABRIL FICAR DISTANTE,
DESTA TERRA E DESTE POVO,
A NOSSA FORÇA É BASTANTE
PRA FAZER UM ABRIL NOVO!

E NÃO HÁ COISA MAIS PURA
DO QUE DIZER A VERDADE

Recebido por e-mail

05 dezembro 2009

NÃO É A CRISE QUE NOS DESTRÓI. É O DINHEIRO...

Na sua forma peculiar de escrever, mordaz, inteligente e séria, Mário Crespo, mais uma vez, coloca o dedo na ferida, e diz-nos como vai este nosso cantinho à beira-mar plantado.







Nesta fase nada no mundo me faria revelar o nome de quem relatou este episódio. É oportuno divulgá-lo agora porque o parlamento abriu as comportas do dinheiro vivo para o financiamento dos partidos. O que vou descrever foi-me contado na primeira pessoa. Passou-se na década de oitenta. Estando a haver grande dificuldade na aprovação de um projecto, foi sugerido a uma empresária que um donativo partidário resolveria a situação. O que a surpreendeu foi a frontalidade da proposta e o montante pedido. Ela tinha tentado mover influências entre os seus conhecimentos para desbloquear uma tramitação emperrada num labirinto burocrático e foi-lhe dito sem rodeios que se desse um donativo de cem mil Contos "ao partido" o projecto seria aprovado. O proponente desta troca de favores tinha enorme influência na vida nacional. Seguiu-se uma fase de regateio que durou alguns dias. Sem avançar nenhuma contraproposta, a empresária disse que por esse dinheiro o projecto deixaria de ser rentável e ela seria forçada a desistir. Aí o montante exigido começou a baixar muito rapidamente. Chegou aos quinze mil Contos, com uma irritada referência de que era "pegar ou largar". Para apressar as coisas e numa manifestação de poder, nas últimas fases da negociação o político facilitador surpreendeu novamente a empresária trazendo consigo aos encontros um colega de partido, pessoa muito conhecida e bem colocada no aparelho do Estado. Este segundo elemento mostrou estar a par de tudo. Acertado o preço foram dadas à empresária instruções muito específicas. O donativo para o partido seria feito em dinheiro vivo com os quinze mil Contos em notas de mil Escudos divididos em três lotes de cinco mil. Tudo numa pasta. A entrega foi feita dentro do carro da empresária. Um dos políticos estava sentado no banco do passageiro, o outro no banco de trás. O da frente recebeu a pasta, abriu-a, tirou um dos maços de cinco mil Contos e passou-a para trás dizendo que cinco mil seriam para cada um deles e cinco mil seriam entregues ao partido. O projecto foi aprovado nessa semana. Cumpria-se a velha tradição de extorsão que se tornou norma em Portugal e que nesses idos de oitenta abrangia todo o aparelho de Estado.
Rui Mateus no seu livro, Memórias de um PS desconhecido (D. Quixote 1996), descreve extensivamente os mecanismos de financiamento partidário, incluindo o uso de contas em off shore (por exemplo na Compagnie Financière Espírito Santo da Suíça - pags. 276, 277) para onde eram remetidas avultadas entregas em dinheiro vivo. Estamos portanto face a uma cultura de impunidade que se entranhou na nossa vida pública e que o aparelho político não está interessado em extirpar. Pelo contrario. Sub-repticiamente, no meio do Freeport e do BPN, sem debate parlamentar, através de um mero entendimento à porta fechada entre representantes de todos os partidos, o país político deu cobertura legal a estes dinheiros vivos elevados a quantitativos sem precedentes. Face ao clamor público e à coragem do voto contra de António José Seguro do PS, o bloco central de interesses afirma-se agora disposto a rever a legislação que aprovou. É tarde. Com esta lei do financiamento partidário, o parlamento, todo, leiloou o que restava de ética num convite aberto à troca de favores por dinheiro. Em fase pré eleitoral e com falta de dinheiro, o parlamento decidiu pura e simplesmente privatizar a democracia.

@Beezz
Carlos Rocha

05 agosto 2009

Super-gajo modelo nacional

É curiosa a generalizada facilidade com que se criticam os governantes, pobres indivíduos que não dormem nem descansam a pensar nos muitos problemas que têm que resolver em benefício do povo que se mostra descontente e ingrato. O ministro das Finanças quando passou a acumular com a pasta da Economia foi bem claro ao referir esse esforço hercúleo.

Por outro lado, à mínima falha ou «discrepância», elevam-se as vozes populares a dizerem tudo o que andavam a recalcar desde que procuravam esquecer a última situação confusa. Os políticos, saídos do povo e nem sequer tendo sido escolhidos os mais dotados de qualidades cívicas e intelectuais, acabam por ser uma amostra de um determinado escalão da sociedade de origem. Ora, o português tem desenvolvido o culto pelo «gajo», principalmente, pelo «gajão», o «super-gajo», aquele que, no relvado, consegue rasteirar o adversário sem que o árbitro veja, ou ao mínimo encosto se atira para o chão a queixar-se da suposta falta que o adversário cometeu sobre ele. Também é admirado o sortudo que diz ter ganho várias taludas ou o euromilhões ou aquele que consegue vender uns quadros por dez vezes o seu preço normal, etc.

E olhando para estas características, não custa compreender os resultados das últimas eleições autárquicas em que candidatos sob suspeitas de crimes graves, e sem apoio dos partidos a que tinham pertencido, conseguiram ganhar as eleições como independentes. São indivíduos da classe dos «super-gajos, ídolos do povo, modelos de habilidade e esperteza que todos tentam imitar. E daí que um dos partidos mais significativos no leque político do País, embora concorde que não devem candidatar-se aqueles que estão sob suspeita pública de crimes, não hesitou em escolher para as listas indivíduos arguidos de crimes relacionados com as suas funções. São modelares «super-gajos», os tais que são apontados ao povo como exemplos.

Mas se tudo isto é coerente com o modo de ser do português médio e os dirigentes políticos estiverem a agir com inteligência, já o mesmo não acontece com o caso da Joana que mostrou mentiras nítidas que nos foram atiradas aos olhos misturadas com areia para impossibilitar a visão. Não houve convite oficial? Nisso acreditamos. A sua oficialização seria apenas o encerramento de negociações que decorrem durante mais ou menos tempo. O convite existe desde o primeiro momento, a aceitação e a oficialização vem depois. O pedido de namoro é um «convite» de casamento que poderá vir a realizar-se mais tarde. E essa mentira a respeito de Joana acabou por ficar bem clara.

Um outro aspecto dos políticos «super-gajos» saltou mais uma vez da caixa. Autarcas que se consideram acima da lei, acima dos tribunais onde desrespeitam juízes (há vários casos). Também a forma descortês com que se referem ao PR, ao Tribunal de Contas, ao Provedor, ao PGR, aos políticos de outros partidos, são um mau exemplo para o cidadão. Olhando para isso, ficamos sem saber se devemos respeitar alguém. Perante este ambiente que tem muitos outros matizes, parece que da classe política, salvo eventuais excepções, ninguém merece o nosso respeito. Mas merecem, isso sim, o nosso esforço de irmos às urnas entregar o boletim virgem, imaculado, sem um pinta de tinta, em branco.

25 abril 2009

LIBERDADE


Ao longo destes 35 anos de democracia,
fala-se muito de liberdade
Mas essa liberdade,

ainda não chegou a muitos e muitos de nós
Porque só se é verdadeiramente livre,

quando se faz, diz, ou pensa
Sem que alguma coisa ou alguém,

nos condicionar
E pensarmos,

pela nossa própria cabeça
E andarmos,

pelos nossos próprios pés
Sem falsos moralismos.
Sejam eles: religiosos,

económicos, políticos, ou sociais
Aí sim!

Seremos verdadeiramente...livres.

Mário Margaride

23 fevereiro 2007

4000 visitantes

O nosso Portugal está pelas ruas da amargura! Prova disto é o Democracia em Portugal ter já registado mais de 4000 visitantes. Lembro que só foi criado em Dezembro de 2006.

É pena que tenhamos de celebrar estes números mas é também gratificante verificar o crescimento que tem de dia para dia e o reconhecimento que dão ao nosso trabalho.

Se és dos que reconhece mérito no nosso trabalho e se também te faz NOJO esta cambada de gatunos que destroem o nosso Portugal:

Então...


Escreve na nossa caixa das mensagens - POR PORTUGAL

Obrigado
Abraço
Tiago Carneiro

26 janeiro 2007

DEMOCRACIA VIVA

Democracia de parabéns

A Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar decisões políticas, isto é, a soberania, reside nos cidadãos (povo), directa ou indirectamente, por meio de eleitos representantes - forma mais usual.
Numa frase vulgarizada, democracia é o "governo do povo, pelo povo e para o povo".

A democracia, tal como a liberdade, só tem verdadeiro significado se for vivida, aproveitada. Uma águia habituada ao cativeiro, depois de lhe serem abertas as portas deste, se não ousar iniciar largos voos, não merece a liberdade, porque não a utiliza, não a vive.

Em democracia devemos partir da hipótese da seriedade daqueles que escolhemos para nossos representantes, da sua vontade de acertar nas decisões, até porque daí lhes advirá garantia de futuro político e de mais votos nas eleições seguintes. Porém, sendo eles humanos, estão sujeitos a errar, a não acertar com o melhor caminho para benefício da população que deve ser o seu principal objectivo. Isso pode acontecer por pressões de interesses não identificados ou por distracção ou entusiasmo imponderado. Sendo assim, é de toda a conveniência que cada cidadão esteja atento às decisões e, quando detectar algo que considere menos adequado às necessidades gerais da população, deve emitir um sinal de alerta, pelos meios ao seu dispor a fim de os políticos reanalisarem o problema e o rectificarem da forma que considerarem mais atinada.

Embora seja considerado que o povo português sofre de abulia, indiferença e exagerada capacidade de sofrimento e acomodação, começam a surgir opinantes nos Órgãos da Comunicação Social, na Internet, nos transportes públicos, nos cafés e nos grupos de amigos, apreciações críticas, positivas e negativas, das decisões dos detentores do Poder.

Notícias de hoje, 26, dizem-nos que o PS já não se opõe à discussão dos projectos anticorrupção de João Cravinho . Perante as pressões de todos os lados, o PS viu-se obrigado a rever a sua posição inicial. Está de parabéns a Democracia, o poder do Povo! Estão de parabéns os bloguistas que têm alertado para o inconveniente de a corrupção ter sido deixada agravar-se livremente sem um ataque sistemático e eficaz, utilizando rodos os métodos adequados. Aqui, neste espaço, foram vários os alertas.

No entanto, segundo os jornais, nem tudo mereceu ponderação, tendo João Cravinho sido pressionado a retirar a sua proposta para criminalizar o enriquecimento ilícito.

Também, no respeitante à TLEBS (Terminologia Linguística dos Ensinos Básico e Secundário), a Democracia saiu valorizada, pois esta medida considerada aberrante vai ser suspensa a partir de 1 de Fevereiro, conforme foi anunciado pelo S.E. Jorge Pedreira, contradizendo as afirmações de há uma semana do seu colega S.E. Valter Marques.

As pressões do Povo, em que este blogue esteve presente, surtiram efeito e foi conseguida a anulação de uma manobra considerada abstrusa por muitos e bons intelectuais deste nosso Portugal. Seria bom que fosse elaborada uma lista dos mentores e defensores «a outrance» desse incrível projecto que agora tinha todo o apoio de Valter Marques, e averiguados os interesses em jogo.

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