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Sydney, 2000: Alex (10) faz o gol da vitória sobre o Japão e é abraçado pelo reserva Roger |
Deco: 'Como se ele treinasse.' |
Roger no Timão: 'chinelinho' |
Sydney, 2000: Alex (10) faz o gol da vitória sobre o Japão e é abraçado pelo reserva Roger |
Deco: 'Como se ele treinasse.' |
Roger no Timão: 'chinelinho' |
O Palmeiras perdeu do Cruzeiro de virada em pleno Pacaembu. No primeiro tempo, fez 2 a 0 de pênalti e em cobrança de escanteio. No segundo, tomou três, todos dos pés de Roger Chinelinho. Pior do que perder no encontro de Palestras Itálias, é o revés com mando de campo. Ainda mais trágico é ter como algoz o atleta ex-Corinthians, ex-Grêmio, ex-Adriane Galisteu... Resultado: 3 a 2 para os mineiros.
A etapa inicial foi boa, com vontade e chances produzidas. O segundo tempo foi ruim, com quase nenhuma capacidade criativa. E, mais uma vez, a torcida palmeirense apoiou o time, mesmo depois da virada. A compreensão com Luiz Felipe Scolari continua a mil, o que é bom. Seria melhor se o time correspondesse mais.
Valdívia ainda precisa jogar de verdade. Ele até ficou bravo ao ser substituído, chutou a sombra e tudo. Kléber mostrou a determinação habitual, mas acaba exigido demais em função da pouca criatividade dos volantes que compõem o meio campo.
Uma notícia até que boa foi a atuação de Pierre na marcação de Montillo. Como ele vinha mostrando falta de ritmo em partidas anteriores, a disposição é positiva, embora ainda esteja distante do marcador e ladrão de bolas do campeonato de 2008. A parte ainda mais trágica é a contusão de Marcos, o Goleiro, que sofreu pancada no joelho.
E assim, acabou o primeiro turno para o time verde. Em 19º lugar, no limite da classificação para a Sul-Americana de 2011. Para o Palmeiras, é muito pouco. Para o que tem sido mostrado em campo, o esperado. Considerando-se algumas das peças à disposição, deveria ter mais pontos.
Todo mundo - eu inlcusive - riu da cara do Inter quando o Colorado anunciou a contratação de Gustavo Nery. Mas o futebol é doido, a gente sabe. Vai que o cara joga bola por lá?
Estive pensando sobre isso hoje e lembrei de uma série de exemplos que personificam bem o título desse post: as contratações erradas que dão certo, aqueles negócios bizarros que um time faz, recebe ataques de tudo quanto é lado, e aí inexplicavelmente o sujeito atacado passa a mostrar um bom futebol.
Vamos a alguns exemplos. Em 2005, o São Paulo disputava a Libertadores quando seu principal atacante, Grafite, sofreu uma lesão séria. Para repor a perda, o Tricolor do Morumbi recorreu a Amoroso - que havia sido, indiscutivelmente, um baita jogador, mas passava por um momento de vacas magras e contusões sérias. Tudo isso foi esquecido quando ele foi um dos principais atletas do time campeão sul-americano e mundial daquele ano. E lembrado, com todas as forças, quando o mesmo Amoroso fez fiasco com as camisas de Corinthians e Grêmio...
Falando em Grêmio, o tricolor gaúcho é expert nisso. Roger, ex-Flu, Fla e Corinthians, vinha tendo um ótimo 2008 no Olímpico antes de ir para o "mundo árabe", contrariando tudo o que se dizia a seu respeito. E no ano passado, o lateral-esquerdo do time vice-campeão da Libertadores era ninguém menos que Lúcio, que saiu escurraçado do Parque Antarctica e teve uma passagem nada memorável pelo São Paulo.
Mudando de estado, o Vasco tem hoje em Leandro Amaral seu principal atacante. Este rapaz é um exemplo prático e ao quadrado da regra. Quando o Vasco o contratou, em 2006, ele estava mais em baixa do que a moral do atual elenco do Santos. Despontara como revelação na final da década de 1990, viveu seu momento "agora vai!" indo para a Europa, voltou para o Brasil e vestiu as camisas de Grêmio, Palmeiras, Corinthians e São Paulo sem nenhum brilho. Retornou à Portuguesa que o revelara e foi tão mal quanto o restante dos companheiros, naquela terrível fase pré-Benazzi da Lusa. Aí o Vasco o contrata. De repente ele reaprende o bom futebol que o levou à seleção e o tornou o maior artilheiro do estádio do Canindé! O bom momento faz com que ele seja contratado pelo Fluminense como um dos principais reforços para 2008; mas um imbróglio judicial o leva de volta ao Vasco. "Ele vai jogar desmotivado", "sem clima com a torcida", "não terá ambiente pra desenvolver seu futebol"... e tá aí, fazendo gols a torto e a direito.
E vocês, leitores, lembram de mais exemplos que poderiam ilustrar essa tese?
Todos eles tiveram passagem pela seleção, seja nas de base ou na principal. Em algum momento, fãs de futebol olharam para eles e disseram: “Puxa, esse vai ser craque”. Jogaram partidas em que realmente faziam o torcedor vibrar, mas ou a indisciplina, os problemas extra-campo, ou as contusões fizeram com que seus bons momentos durassem pouco. Hoje, têm novamente suas chances em times grandes. Mas será que vão vingar? Só o futuro vai dizer, mas o leitor pode palpitar. Aposte quem será o “renegado” que vai ser mais bem sucedido em 2008.
Carlos Alberto – a contratação de Carlos Alberto, jogador de apenas 23 anos, foi muito mal recebida pela torcida tricolor. Jogador com passagem pela seleção brasileira, revelado pelo Fluminense, em 2003, foi destaque da equipe e logo no ano seguinte rumou para o Porto. Lá, jogou 22 partidas e fez dois gols, sendo encostado. Teve a oportunidade de se recuperar quando foi trazido pela MSI ao Corinthians, em 2005. Fez boas partidas, marcou dez gols pelo Alvinegro, mas logo seu futebol degringolou junto com a equipe em 2006. Brigou com Leão, foi afastado do elenco e emprestado para o Fluminense, onde pouco fez. Contratado pelo Werder Bremen, atuou em duas partidas e foi emprestado porseis meses ao Tricolor.