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sexta-feira, setembro 05, 2014
Leituras de cabeceira
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segunda-feira, agosto 23, 2010
A comunidade diz: "Vote na Pêra pra ser feliz!"
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Revolta no busão
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Agora há pouco, vindo de ônibus (Terminal Pirituba) da rua Teodoro Sampaio em direção à avenida Heitor Penteado, bairro Pinheiros, presenciei uma situação que nunca imaginei passar em todos os seis anos que já pago meus pecados nessa paulicéia alagada. Logo que subi no busão, abarrotado com umas 50 ou 60 pessoas, percebi um clima tenso de revolta. Todas as pessoas nervosas, resmungando, xingando. De orelhada, fui me informando de que, pelo que parece, diminuíram o número de veículos por linha.
- Agora tem cota de 21 ônibus por linha, não pode ter mais. E cortaram várias linhas diretas, tem que fazer baldeação nos terminais - comentava um rapaz que, pelo uniforme, parecia funcionário de alguma empresa de transporte.
- Onde já se viu? Esse homem é bizarro! E pensar que eu votei nele! Tive que acordar às 5 da manhã e ainda não cheguei. Não tem mais ônibus direto. Maldito Kassab! - reclamava uma senhora, muito transtornada.
- Mas ele vai pagar! - dizia outra. Meu dedinho tá coçando pra castigar ele na urna! Ele vai ver só!
- É vagabundo! Olha aí, tá tudo alagado, tudo sujo. Ele aumentou o IPTU, por que não limpa a rua? É vagabundo! Cachorro! Merece uma bela duma peia! - rosnava um homem de boné, os olhos saltados.
Nisso, a cobradora, que tentava dormir, despertou com o alarido das reclamações e não deixou barato, descascou um belo de um sermão:
- Vocês votaram tudo no Kassab, que eu sei! Vocês tem que se ferrar! A Marta fez corredor de ônibus, criou o bilhete único, trocou os ônibus velhos por novos, acabou com perueiro clandestino. E quando precisou de vocês, não teve nada! Vocês votaram no Kassab, tem mais é que se ferrar, mesmo!
Atônito, perplexo e sem palavras, eu ainda consegui ouvir duas coisas antes de me esgueirar para descer no ponto certo:
- Eu voto no PT. Eu sempre votei no PT, não votei no Kassab, não! - defendia-se um homem bem humilde, com o filho (ou neto) que levava para a escola.
- Mar-ta! Mar-ta! Mar-ta! - gritavam algumas meninas no fundo do busão.
Juro, isso aconteceu. Se o Kassab sair na rua hoje, apanha. Ou morre.
E se a Marta quiser fazer campanha para qualquer coisa, na rua, esse é o dia.
segunda-feira, novembro 23, 2009
Arthur Virgílio convoca o Cacique Cobra Coral para debater o 'apagão' elétrico em comissão do Senado
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terça-feira, novembro 18, 2008
A estátua se protegeu ou foi você que bebeu?
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Um belo dia eu estava passando de ônibus pela Praça Princesa Isabel, aqui em São Paulo, e fiquei com a impressão de que havia um colete salva-vidas na gigantesca estátua do Duque de Caxias. Meio zonzo, atribuí o "delírio" à ressaca do momento - ou melhor, à bebedeira da madrugada imediatamente anterior. O ônibus acelerou e deixou a praça para trás, sem que eu conseguisse ver a estátua novamente. Mas notei que uma menina, ao meu lado, tinha feito uma foto com o celular. E mostrava para uma amiga a imagem da estátua com o tal colete (foto acima). Pensei: "-Meu Deus, isso é sério! Mas como é que conseguiram fazer esse negócio? E a Prefeitura? Permitiu na boa?". Dúvidas que aumentaram ainda mais minha sensação de tontura proporcionada pelo álcool em fuga e o sacolejo do coletivo.
Pois bem, depois de ver outra estátua com colete, a do Anhangüera, na Avenida Paulista (à esquerda), resolvi pesquisar na internet. E descobri que isso é mais uma idéia do artista plástico paulistano Eduardo Srur, o mesmo que, no início do ano, colocou 20 garrafas PET gigantes nas margens do Rio Tietê. Dessa vez, com a nova intervenção urbana, intitulada "Sobrevivência", o artista resolveu colocar 25 bóias em 16 monumentos. "Quero fazer as pessoas pensarem em resgatar o patrimônio público", resumiu Srur. "Mas não só isso. Ao mesmo tempo, é preciso salvar a memória e os próprios sentidos de quem passa, anestesiado, pelas ruas", acrescentou. De fato, se o colete não estivesse lá no Duque de Caxias, eu teria passado completamente "anestesiado" pela Praça Princesa Isabel...
O projeto, bancado pelo Centro Cultural Banco do Brasil, poderá ser visto até o dia 14 de dezembro. O maior colete, com 6 metros de altura, é o que está na estátua do Borba Gato (à direita), obra que representa o que há de melhor em "bom gosto" na capital paulista - e que quase se tornou uma das maravilhas do mundo. Todos os coletes são feitos de espuma, alumínio e náilon. Mas a intervenção de Srur teve uma prévia em maio de 2007, durante a Virada Cultural, quando conseguiu instalar os tais coletes no Monumento a Carlos Gomes, conjunto de obras de Luiz Brizzollara, na Praça Ramos de Azevedo. "Para conseguir a autorização de todos os órgãos, precisei mostrar tanto o conceito do projeto quanto a minha pesquisa de arte no espaço público", contou o artista plástico.
Depois do aval do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), o artista convenceu os herdeiros dos direitos das obras. "Felizmente, não tive nenhum problema", comemorou. O curioso é que um mês depois, em junho de 2007, o Museu de História Natural de Denver, nos Estados Unidos, usou a mesma idéia para promover sua exposição sobre o navio naufragado Titanic (fotos acima). Será que alguém plagiou alguém ou foi mera coincidência? Sei lá, sem cerveja, volto a ficar meio zonzo...
Bom, mas o fato é que, no momento, as estátuas "protegidas" são as seguintes:
Anhangüera, na frente do Parque Trianon, na Avenida Paulista
Armando de Salles Oliveira, Praça Reinaldo Porchat
Borba Gato, Praça Augusto Tortorello de Araujo
Camões, Praça Dom José Gaspar
Cristóforo Colombo, Praça Pan-americana
Ibrahim Nobre - O Tributo, Parque do Ibirapuera
José Bonifácio de Andrada e Silva, Praça do Patriarca
Luiz Pereira Barreto, Praça Marechal Deodoro
Monumento a Carlos Gomes, Praça Ramos de Azevedo
Monumento à Independência, Parque da Independência
Monumento a Ramos de Azevedo, Praça Ramos
Monumento ao Duque de Caxias, Praça Princesa Isabel
Rui Barbosa, Praça Ramos de Azevedo
San Martin, Praça General San Martin
Semeador, Praça Apecatu, no Alto de Pinheiros
Vitória, na Avenida Santos Dumont
E como eu já quebrei duas costelas, por favor, arranjem um colete desses pra mim também! Que tá na hora de eu voltar pro buteco.
Monumento a Carlos Gomes, na Praça Ramos, em maio de 2007
sexta-feira, outubro 10, 2008
Decomposição exponencial da espuma de cerveja
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No mundo das abobrinhas, está repercutindo a notícia de que, pela primeira vez, brasileiros foram agraciados com o Nobel da pesquisa esdrúxula (ou Annals of Improbable Research, publicação do humorista estadunidense Marc Abrahams). O arqueólogo Astolfo Araújo (à direita), da USP, e seu colega José Carlos Marcelino, do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, foram premiados "por demonstrarem que tatus são capazes de bagunçar sítios arqueológicos". O estudo é sério e foi publicado no periódico Geoarchaeology em 2003. (Piada interna impossível de reprimir: "-Astolfo! Que história é essa de tatu, Astolfo? Você ganhou o Nobel esdrúxulo por pesquisar tatu, Astolfo? Meu Deus! O que eu fiz de errado, meu Deus? Você não tem mais o que fazer, Astolfo? Você só me envergonha, só me envergonha! Não agüento mais, Astolfo! Assim não dá!!!)
Bom, mas fuçando na web para saber mais sobre o tal Nobel, descobri um trabalho de suma importância para o público manguaça, premiado em 2002. Arnd Leike, um físico alemão da Universidade Ludwig Maximilians, em Munique, usou espuma da cerveja para ensinar estudantes sobre a análise de dados experimentais. Para isso, utilizou três tipos de cerveja em seus experimentos: a Erdinger Weissbier, a Augustinerbräu München e a Budweiser Budvar. O cidadão encheu um caneco cilíndrico com uma garrafa recém aberta e então mediu a altura da espuma por 15 vezes em um período de seis minutos, produzindo gráficos (acima, à esquerda) a partir dos dados coletados. Ou seja: ele pesquisou a forma como a espuma da breja abaixa! O trabalho, essencial para a raça humana e batizado pomposamente de "Decomposição exponencial da espuma de cerveja", foi publicado pelo European Journal of Physics.
Depois de todo esse esforço, claro, Leike (à direita) bebeu toda a cerveja. Mas sua idéia e a do Astolfo nem chegam a ser as mais extravagantes do Annals of Improbable Research. A edição deste ano, por exemplo, premiou também Deborah Anderson, professora de ginecologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que, em 1985, num estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, comprovou que não só a Coca-Cola tem efeito espermicida como a Coca Diet parece funcionar melhor ainda. E o psicólogo Geoffrey Miller, da Universidade do Novo México, demonstrou, usando dados de 18 voluntárias, que dançarinas de striptease ganham mais dinheiro no pico de seu período fértil. O imprescindível estudo foi publicado pela revista Evolution and Human Behavior. Vejamos outras pesquisas fundamentais:
2001
O prêmio na categoria Medicina foi atribuído ao estadunidense Peter Barss, por seu relatório médico sobre os machucados provocados pela queda de côcos. Jack e Rexella Van Impe, de Rochester Hills, Estados Unidos, levaram na categoria Astrofísica pela descoberta de que os buracos-negros têm todos os requisitos técnicos para serem a localização do inferno.
2002
Karl Kruszelnicki, da Universidade de Sydney (Austrália), levou na categoria Pesquisa Interdisciplinar por fazer uma pesquisa sobre os fiapos de tecido aprisionados no umbigo. K.P. Sreekumar e G. Nirmalan (in memorian), da Universidade Agrícola de Kerala, na Índia, ganharam na categoria Biologia pelo seu relatório estimando a área total de superfície dos elefantes.
2003
Os australianos Jack Harvey, John Culvenor, Warren Payne, Steve Cowley, Michael Lawrence, David Stuart e Robin Williams venceram na categoria Física pelo relatório "Uma Análise das Forças Necessárias para Arrastar Ovelhas sobre Várias Superfícies". Já os cientistas Stefano Ghirlanda, Liselotte Jansson e Magnus Enquist, da Universidade de Estocolmo (Suécia), foram premiados pelo artigo "Frangos Preferem Humanos Bonitos".
2004
Os canadenses Ben Wilson e Lawrence Dill, o inglês Robert Batty, o dinamarquês Magnus Wahlberg e o sueco Hakan Westerberg comprovaram que os arenques se comunicam por meio de puns.