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reprodução: Superesportes.com.br
Das brincadeiras com a sigla do Clube Atlético Mineiro, CAM, talvez a mais emblemática na campanha vitoriosa da Libertadores 2013 tenha sido a adaptação do slogan da primeira eleição de Obama, o Yes, We CAM virou camiseta e serviu de inspiração para o grito de "Eu Acredito", que embalou os estádios principalmente desde o jogo contra o Tijuana, pelas quartas-de-final, com o primeiro milagre de São Victor, ao defender um pênalti aos 48 do segundo tempo.
Mas acreditar em mais dois milagres e numa vitória tão sofrida quanto a de ontem no Mineirão não é para qualquer um. Corações atleticanos sofreram muito para ganhar o maior título de sua história. Pois sair em desvantagem por 2 a 0 na semifinal contra o Newell´s, buscar a vitória pelo mesmo placar e vencer nos pênalties e, depois, repetir a dose nas finais é teste para cardíaco nenhum botar defeito.
Eu cá, com meu coração cansado, dado a pessimismos vários, sempre esperava o momento em que algo aconteceria e perderíamos o título. Uma bola mal-atrasada, uma falta no final do jogo e gol contra, uma pênalti mal batido etc. Por incrível que pareça, não deu errado.
No primeiro jogo das finais, a falta batida e o gol do Olímpia nos acréscimos pareciam sinais de que a sorte havia mudado de lado. Impressão que só acabou quando na segunda partida um jogador do Olímpia pegou a bola sozinho num contra-ataque, com gol vazio numa saída errada de Victor e caiu sentado ao escorregar no gramado. E com o segundo gol do Galo, feito por Leonardo Silva de cabeça, numa bola que fez trajetória muito longa e nem parecia que ia entrar.
Terminados os tempos regulamentares e com o Galo com um jogador a mais veio a falsa sensação de que o título não seria tão difícil assim. Ledo e Ivo engano. O sofrimento foi novamente para os pênalties com o Atlético jogando lentamente e trocando passe laterais à la Parreira de 1994. Com isso a disputa foi novamente para a imponderável disputa.
Na primeira bola, Victor se adianta e defende. O medo foi que o juiz mandasse voltar, mas o chileno Enrique Osses foi tão covarde quanto ao não assinalar pênalti em Jô no segundo tempo da partida e fez que não viu. Depois, quatro cobranças perfeitas de Alecsandro, Guilherme, Jô e Leonardo Silva e uma quarta cobrança paraguaia na trave fizeram que este inacreditável Galo vencesse mais uma vez com muito sofrimento.
Quebra de mitos - Em dois anos consecutivos a Libertadores teve campeões que nunca haviam conquistado o título, com o Galo fazendo companhia ao também alvinegro Corinthians. Cuca, o técnico azarado, mostrou sorte em todos os momentos decisivos. Jogadores renegados como Ronaldinho, Jô, Richarlyson (argh), Alecsandro e outros foram campeões. Um time com uma torcida acostumada a sofrer teve uma das maiores alegrias da vida.
Para encerrar, o grito de GAAAAALLLLLOOOOOOOO campeão tem de ser dividido com meu tio Albertino, que me ensinou a paixão alvinegra por toda a vida e que morreu sem ver o título. Obrigado.