Compartilhe no Facebook
Jefferson em 2005 e hoje: delação levou à prisão, mas ele parece tranquilo e satisfeito |
Jefferson em 2005 e hoje: delação levou à prisão, mas ele parece tranquilo e satisfeito |
A nova peça de
propaganda do candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José
Serra, tenta fazer uma relação direta entre Fernando Haddad e réus
do Mensalão, como Delúbio Soares e José Dirceu. O candidato
petista aparece ao lado das fotos dos acusados e vem a voz, tétrica,
vaticinando: “Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você
vota, ele volta”.
Durante a festa de aniversário de dez anos da revista Fórum, o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, esteve presente e o Futepoca conversou rapidamente com ele. Dirceu mostrou conhecimento na área de cachaça, tema caro a este blogue, e também comentou o caso Veja e a regulação da mídia, sobrando para o o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira. "Agora, vamos esperar o livro que ele vai publicar", ironizou. Confira a entrevista abaixo:
Futepoca - Esse é um blogue de política, futebol e cachaça, mas vamos começar por um assunto sobre o qual o senhor fala menos: gosta de cachaça?
José Dirceu - Estou acostumado e acabo sempre tomando as mesmas, como a Germana, Boazinha, Indaiazinha etc. Mas existem muitas cachaças boas no Brasil, menos conhecidas, como Serra Limpa, Rainha, da Paraíba. Vale lembrar a Maria da Cruz, do ex-vice-presidente José Alencar. Hoje, também, as empresas não querem mais dar relógios de brinde e fabricam cachaças exclusivas para presentear, como a que faz a Odebrecht, é uma cachaça de qualidade, como muitos empresários produzem. Lógico que ela fica um pouco mais cara, o ideal é que toda a população tivesse acesso, porque a cachaça comum tem metais pesados.
Futepoca - Você falou que muitos empresários dão cachaça de presente, qual cachaça Veja daria?
José Dirceu - Com alto teor alcoolico e alto índice de contaminação por metais pesados.
Antonio Cruz/ABr |
Não deveria perder o tempo dos futepoquenses com essa ex-revista, mas ficaram algumas perguntas sobre a "matéria" que fez sobre José Dirceu na edição passada e a expectativa se eles vão continuar ou o assunto "morrerá".
Os diplomatas dos Estados no Brasil acompanharam de perto as denúncias de corrupção e as crises políticas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O escândalo do Mensalão (ou "Big Monthly", na tradução deles) foi relatado passo a passo, com descrições sobre trocas de ministérios, perfis dos expoentes das investigações no Congresso Nacional e visões peculiares sobre a vida política brasileira. José Dirceu é personagem central nesta.
Deu no blog do Wikileaks no Brasil.
Em 2002, depois da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu era visto como "discreto", em contraposição ao "radical" Aloízio Mercadante.
Essa é a proposta política de Heloísa Helena (foto), a queridinha da imprensalona brasileira para vociferar discursos contra o Lula, o PT, o José Dirceu, o Chávez e o que mais a pauta da Folha e da Veja estiver precisando. Durante megaevento de filiação de 127 pessoas ao PSol na Câmara de São Bernardo do Campo (SP), no domingo, a presidente da sigla foi bem objetiva:
"-Nenhum partido é dono da bandeira dos trabalhadores. O PT traiu as nossas reivindicações e, por isso, a gente fundou outro partido. Se acontecer de os companheiros do PSol se venderem para o capital e traírem os trabalhadores, a gente funda outro partido".
Tradução livre: se a bola não for minha, eu tiro o time de campo.
Ps.: Assediada por "fãs" para posar para dezenas de fotos, Heloísa Helena foi questionada por um repórter, em tom de brincadeira (um tanto séria), se isso não daria munição ao PT para acusá-la de stalinismo/ culto à imagem. Resposta da líder psolista: "-É mesmo. Dizem que a foto rouba a alma das pessoas". E continuou posando.
Reproduzo na íntegra post do Blog do Mino Carta sobre a acusação feita por José Dirceu contra Heloísa Helena (foto) em entrevista à revista Piauí. Muita maldade, a do jornalista...
Dos encontros bíblicos na savana planaltina
Na reportagem publicada pela Piauí sobre José Dirceu, ele comenta que Heloísa Helena votou contra a cassação de Luis Estevão “por motivos impublicáveis”. Quais seriam? Certo é que a savana planaltina, a cidade oficial de concepção mussoliniana, ou stanilista, e sua invencível distância do Brasil e do mundo, ao propiciarem as melancolias da solidão, oferecem a oportunidade de estranhos encontros, às vezes bíblicos. Se os motivos impublicáveis forem aqueles que imagino, louve-se a virilidade de Luis Estevão.
O ex-ministro José Dirceu comandou uma palestra em São Bernardo na terça-feira (11/12), a convite do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Falou basicamente sobre o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mas, inevitavelmente, acabou analisando o cenário para as eleições de 2010. Para Dirceu, as ministras Dilma Rousseff (da Casa Civil) e Marta Suplicy (Turismo) são os nomes mais cotados para o PT. Mas, em sua opinião, a prioridade do partido deve ser a aliança com o PMDB. (Foto: Luciano Vicioni)
Futepoca - Como o senhor avalia, hoje, o cenário da próxima disputa presidencial?
José Dirceu - O PCdoB e o PDT estão evoluindo, com alguns partidos, para a candidatura do Ciro Gomes (PSB). O DEM, o PSDB e o PPS vão acabar construindo uma candidatura comum, é a tendência. O PTB talvez não dê apoio ao PT e lance o Fernando Collor como candidato. O PR é um partido que já tem uma aliança mais estreita com o PT, o José Alencar foi duas vezes vice do Lula. E o PP, vai depender muito do desenvolvimento, não sabemos. Mas a prioridade do PT, no meu entendimento, tem que ser o PMDB.
Futepoca - Por que?
José Dirceu - Nosso governo se consolidou, se estabilizou e venceu as eleições, de 2005 para 2006, muito em torno da aliança com o PMDB. É o maior partido, tem uma cultura desenvolvimentista, nacionalista, com bases populares no Brasil e que tem o número suficiente de deputados e senadores, governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores para, junto com o PT, formar uma maioria no país. Precisamos de uma maioria na Câmara Federal e no Senado para impulsionar as reformas que o Brasil precisa, como a tributária, por exemplo. E o país precisa de uma maioria para o próximo governo, que não terá o Lula como presidente. E é preciso eleger esse presidente. É evidente que, se o PT e o PMDB estiverem juntos, e o presidente da República apoiar um candidato desses dois partidos, haverá uma grande possibilidade de ele estar no segundo turno e vencer. Porque, de certa maneira, o PT terá candidato. Pode não ser o candidato final da aliança, da coalizão, mas o PT tem que ter um candidato até pela dimensão, pela importância do partido e porque é o partido do presidente.
Futepoca - Quais seriam os nomes mais cotados no PT?
José Dirceu - Quem tem voto hoje, ainda que seja em torno 8% a 12%, é a Marta Suplicy. Nenhum outro candidato tem. Lógico que você pode ter o nome do Jaques Wagner, do Eduardo Suplicy, do Marcelo Déda, do Tarso Genro, do Patrus Ananias. Mas os dois nomes que eu vejo, hoje, são o da Marta e o da Dilma Rousseff. A Dilma pela história dela, pela posição que ela tem hoje. Agora, isso depende muito do PT e do presidente. O PT tem que definir. Não temos um candidato que se imponha pelo apoio popular e eleitoral. E um candidato do presidente, ele não tem manifestado uma opção. Então, 2008 é ano de eleição e nós vamos ter que tomar essa decisão. Para nós não interessa antecipar a sucessão, vamos deixar isso para 2009. Agora, no PT, mais de 90% dos petistas querem um candidato - que pode ser apresentado numa frente ou pode ser o candidato. Se tiver o apoio do PMDB e do presidente, eu digo que tem grande chance de ir para o segundo turno. Mas isso depende muito, também, de como vamos construir isso com os outros partidos. E como o presidente vê isso.
A campanha para criminalizar a esquerda e os partidos e políticos que a ela se alinham, no Brasil, ganhou um capítulo sui generis com as afirmações do autor de novelas televisivas Aguinaldo Silva, que, como já foi tema de post neste blog, disse que a história do ex-deputado José Dirceu no interior do Paraná, nos anos 1970 (ele se disfarçou de outra pessoa para enganar a ditadura militar), teria inspirado a criação de um personagem fictício. Só que esse personagem, nada mais nada menos, foge com o dinheiro da mulher e faz plástica para mudar de vida.
A primeira resposta não partiu de Dirceu, mas de Clara Becker, que foi casada com o político quando ele estava disfarçado de "Carlos". Ela pretende enviar uma carta para o autor de novelas mas, antes disso, tornou público seu conteúdo na Folha de S.Paulo. Clara vai direto ao assunto: "Se o senhor não gosta do político José Dirceu, se tem uma impressão negativa dele, esse é um direito sagrado que respeito integralmente. Agora, por favor, não extravase sua raiva ou preconceito contra ele, falando de coisas que não são de seu conhecimento, como a relação que tivemos".
E pontua: "Realmente, acredito que existe um José Dirceu de duas caras. A cara verdadeira, de quem o conhece, com suas falhas e virtudes, com seus acertos e erros, com suas qualidades e imperfeições. Há, porém, uma outra cara: uma cara inventada pelos seus adversários e por aqueles que, cegos pelo preconceito ou pela discordância, acabam produzindo uma imagem estapafúrdia".
Não vou reproduzir a íntegra (está na Folha Online), mas gostaria de reforçar, aqui, os pontos que Clara considera "cruciais" nesse entrevero:
1) O autor da novela "Duas Caras", Aguinaldo Silva, desconhece a verdade em relação à vida de José Dirceu em Cruzeiro do Oeste, cidade que ele escolheu para morar e trabalhar diante da perseguição movida pela ditadura militar, sendo obrigado a usar outra identidade e modificar sua aparência.
2) É caluniosa a comparação, feita pelo autor da novela, entre José Dirceu e um personagem que se casa por interesse e foge com o dinheiro da esposa. Nos anos em que vivi com José Dirceu nós dividíamos todas as contas. Era tudo anotado em um caderno e cada um pagava as suas contas. José Dirceu pagava a empregada e o aluguel e eu pagava as despesas de casa e a comida. Ele nunca me roubou e nunca dependeu do meu dinheiro, pois tinha a sua loja e eu a tinha a minha. Tanto que quando José Dirceu voltou para São Paulo, sua loja ainda tinha dinheiro para receber aqui em Cruzeiro do Oeste e ele me pediu que recebesse e ficasse com o dinheiro.
3) Quanto à omissão da sua identidade na época, todos, agora, sabem que era uma necessidade, pois a vida de José Dirceu estava em perigo. Certa vez fui chamada pelo então prefeito para uma conversa na Prefeitura. O prefeito e outras pessoas desconfiavam daquele homem recém-chegado à cidade e que tinha um estilo diferente. Em casa, conversei com José Dirceu e perguntei se ele escondia alguma coisa, se era casado ou se era bandido. A resposta foi imediata: não era casado e nem era bandido, mas havia algo, sim, que não podia revelado naquele momento. Senti sinceridade. Ele era bom, vivíamos bem e continuamos juntos, mesmo sem saber todos os detalhes da vida dele. Foi uma opção minha.
4) Afirmo que nunca conheci um homem tão íntegro e honesto como José Dirceu e considero que a omissão de sua real identidade foi uma necessidade naquelas circunstâncias.
5) É preciso esclarecer ainda que, ao contrário do que insinua a reportagem, não fui abandonada por José Dirceu. Com a anistia, ele pediu que eu e meu filho fossemos com ele para São Paulo. Chegamos a viver algum tempo juntos na capital paulista, mas eu tinha aqui em Cruzeiro do Oeste uma família que dependia de mim (pai, mãe, duas irmãs e meu filho) e a vida em São Paulo era muito dura. Eu tomei a iniciativa de voltar para Cruzeiro do Oeste.
6) Por fim, reafirmo que o José Dirceu foi um companheiro ideal. Mesmo depois de nossa separação mantém contato, preocupa-se com meu bem-estar e vem a Cruzeiro do Oeste, cidade hoje administrada por nosso filho.
Não sei se o José Dirceu também vai responder alguma coisa ao Aguinaldo Silva. Essa carta da Clara Becker, para mim, coloca um ponto final no assunto. Não só nesse caso específico da associação de Dirceu com um vilão de determinada novela, mas também, e principalmente, na tentativa raivosa de consolidá-lo, na mídia e na sociedade, como a pior espécie de gente que já nasceu nesse planeta. Algo parecido com o que a Veja tenta fazer, na seqüência, com o Che Guevara. Defeitos pessoais e erros políticos, um tinha e o outro tem. Daí a serem eternizados como "bandidos", vai uma distância enorme.
Só nesta quarta-feira, 3, é que li a entrevista de Aguinaldo Silva, autor da novela Duas Caras, à Folha de S.Paulo (só para assinantes) de domingo, 30 de setembro.
O vilão que, aparentemente, dá nome ao folhetim, é inspirado em José Dirceu, um dos chefes da quadrilha segundo a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, parcialmente aceita pelo Supremo Tribunal Federal, em agosto.
FOLHA - A história do protagonista de "Duas Caras", que se casa por interesse, foge com o dinheiro da mulher e faz plástica para mudar de vida, é inspirada na de José Dirceu? SILVA - Não posso negar que ele tenha me inspirado, assim como outros, como o ex-chefe de censura militar [Antonio] Romero Lago. [Juan Carlos Ramirez] Abadía [traficante que fez plásticas para fugir da polícia] veio depois, mas tem muito a ver também. E a história do Zé Dirceu sempre digo que é uma lenda urbana, como a dos jacarés que vivem no esgoto, e essa comparação é bem interessante... O fato é que essa história – casamento, vida dupla, abandono da segunda vida para voltar à política – já ouvi centenas de vezes, mas toda vez ela me faz muito mal, porque sinto uma crueldade muito grande. Uma pessoa que faz isso é capaz de qualquer coisa. Tenho medo dele. Confesso que quando ele era chefe da Casa Civil, sempre pensava nisso. Tenho horror.O blogueiro ex-ministro chefe da Casa Civil, todo mundo conhece, é personagem da vida política brasileira. Abadia, ficou conhecido em 7 de agosto, ao ser preso em um condomínio de luxo na Grande São Paulo.