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Para o corintiano, esse
campeonato brasileiro tem sido um pouco como dançar com a irmã. É
divertido, vale o treinamento para situações futuras, mas você
sabe que não passa disso. Não quero com isso, destaco, dizer que
naõ me importo com o nacional. Pelo contrário, adoraria não ter
perdido aqueles pontos odos no comecinho e estar disputando o título
até o final. E os resultados recentes do time, após entrar
oficialmente na fase final de preparação para o Mundial da Fifa,
mostram que daria pra brigar pelo caneco tupiniquim.
Peguemos o jogo deste
domingo, contra o Inter, no Beira Rio. O Corinthians venceu sem
forçar muito o ritmo, mas mantendo a organização coletiva e com
boas atuações de Douglas, Danilo e Guerrero. Não levou sustos e
criou bem mais que o Colorado, que teria até mais motivos para
correr por jogar em frente a uma torcida já bem descontente pela
temporada mais ou menos.
Um parágrafo para o
centroavante peruano, que depois de um período de adaptação ao
time, marcou em 3 dos últimos 4 jogos, como informou o colega
Ricardo, do Retrospecto Corintiano. Se continuar assim, estará bem
acima dos donos da posição que passaram pelo time nos últimos
tempos e mesmo dos outros atacantes, talvez com exceção de Sheik.
Nosso árabe voltou ontem, aliás, depois de temporada no estaleiro
que coincidiu precisamente com a fase do campeonato que não
interessava. Não, não chamei ninguém de chinelinho, essa acusação
fica por sua conta.
A boa sequência do
Timão inclui uma sacolada no Coritiba e vitórias contra o
café-com-leite Atlético Goianiense e o Vasco, que disputava vaga
para a Libertadores – de nada, tricolores. Fecha o Brasileirão
contra Santos e São Paulo, duas pedreiras, ainda que o Peixe não
conte com Neymar por uma decisão questionável da arbitragem. Está
hoje em quinto lugar, posição nada desonrosa para uma equipe que
jogou a meia bomba metade do torneio.
Ano que vem, espero um
planejamento que consiga realmente disputar Libertadores e Brasileiro
para ganhar, mesmo com esse calendário estranho e picotado que CBF e
Comenbol propõem e os clubes aceitam ano após ano. Se não vão
brigar por uma organização das datas que seja mais razoável para
seus interesses, que se virem para montar elencos que aguentem o
tranco.
Inter
Fernandão protagonizou
uma situação eticamente duvidosa algum tempo atrás quando, como
diretor remunerado do Inter, presumivelmente participou da decisão
de demitir Dorival Júnior, e assumiu seu cargo. Os resultados não
foram até agora lá grande coisa: o time que focou exclusivamente o
Brasileiro está em 8º lugar, com 51 pontos, longe da Libertadores
mais ainda do título. Pior que isso: o time que vi ontem está
desorganizado, apesar de ter bons nomes como D'Alessandro, Leandro
Damião e Forlan, craque da última Copa e uma das maiores
contratações do ano no país.
O uruguaio, aliás, é
um exemplo do problema. Não sei se por falta de adaptação (o que
Seedorf no Botafogo desmente), problemas pessoais ou seja lá o que
for, o cara não jogou nada. Mas tenho aqui uma teoria: Fernandão o
colocou aberto pela ponta direita, longe de Damião, deixando os dois
isolados e distantes um do outro no ataque. Forlan jogou como
centroavante boa parte da carreira e na Copa, como uma espécie de
meia-atacante centralizado, de onde distribuia passes e aproveitava
seus excelentes chutes de fora da área.
Pode não ser sua
culpa, mas o treinador estreante não está conseguindo retirar o
melhor de uma contratação milionária. Outro problema do time pode
ser o vício em seus dois ídolos argentinos, D'Alessandro e Guiñazu,
donos do time há várias temporadas. Uma renovação – ou um
enquadro bem feito – podem ser necessários para 2013.
Ah, e se Forlán quiser aparecer no Corinthians e disputar a centroavância com Guerrero, será bem vindo. O convite também vale para Leandro Damião.
Palmeiras
Não pretendo tripudiar
sobre o rebaixado alvi-verde, como fizeram corintianos mais cruéis da torcida e do elenco. Só destacar duas informações
interessantes, uma de cada lado da moeda.
Primeira: no fatídico
jogo contra o Flamengo, o grito de parte da torcida palmeirense foi
este: “Olele, Olalá, se cair pra Série B, se prepara pra
apanhar”. Não é exatamente um convite para que bons jogadores
venham reforçar o fraco elenco do Palmeiras.
A outra pode ser algum
alento: de acordo com o PVC, Arnaldo Tirone e os presidenciáveis do
clube, que tem eleições no próximo janeiro, se reuniram para
formar um comitê de transição e montar a equipe que enfretará o
paradoxo de disputar a Série B e a Libertadores ano que vem. Gilson
Kleina fica, pelo jeito.
Um adendo de menor relevância: o colunista Clóvis Rossi escreveu na Folha de hoje um texto assumindo sua traição ao verdismo e seu novo amor pelo Barcelona. De minha parte, achei pra lá de tosco.